DIÁRIO DE NATAL
O senador José Agripino Maia, presidente nacional do Democratas, anunciou, ontem, que a legenda entrará com o pedido de investigação da suposta clonagem das atas de fundação do Partido Social Democrático (PSD), denunciada pela Folha de S. Paulo, junto à Procuradoria Geral Eleitoral (PGE). O Rio Grande do Norte, onde o PSD será comandado pelo vice-governador Robinson Faria (PMN), é um dos estados envolvidos nesse processo.Agripino diz que relação com o vice-governador Robinson Faria não muda sua postura, que é a mesma em outros estados Foto: Monique Renne/CB/D.A Press Agripino afirmou, em entrevista ao Diário de Natal, que o fato de Robinson Faria ser seu aliado não o fará ter uma postura no estado diferente da que está tendo no restante do País. "Eu sou presidente nacional do Democratas. Não posso deixar que minha relação com Robinson interfira em um trabalho que estamos fazendo em todos os estados. Não vamos agir diferente no RN do modo como estamos agindo em Santa Catarina, no Paraná, em São Paulo. Tenho obrigação de agir com igualdade", declarou o democrata.O senador criticou o fato de as atas de fundaçãodo PSD serem iguais. "É humanamente impossível que, em locais tão distantes geograficamente, convenções realizadas em datas diversas tenham se desenrolado de modo idêntico, com as mesmíssimas manifestações por parte dos convencionais". De acordo com ele, a inserção de dados falsos em documentos encaminhados à Justiça Eleitoral caracteriza o crime de falsidade ideológica, previsto no art. 350 do Código Eleitoral.Para o presidente nacional do DEM, é provável que essas atas não correspondam à realidade, "estando nelas contidas informações falsas". Por isso, segundo o democrata, é necessário que haja uma investigação "para que tais fatos sejam apurados, com o intuito de se caracterizar e punir os responsáveis por essa manifesta falsidade ideológica eleitoral".
Agripino destacou ainda que, além de pedir investigação das supostas clonagens, o DEM entrou com o pedido de impugnação dos diretórios estaduais do PSD, incluindo o potiguar. "No próprio estatuto do PSD diz que os diretórios municipais devem ser formados por filiados. Em seguida, elegendo o diretório estadual. No entanto, como não há filiados à sigla não tem como ter diretórios municipais. Isso está no estatuto deles. O PSol, por exemplo, quando foi fundado criou uma comissão de transição", comparou o senador.
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Palanque trincado
A questão nacional prevaleceu. Presidente nacional do Democratas, o senador José Agripino age com tal ao acionar a Procuradoria Geral Eleitoral contra a formação do PSD, comandado no Rio Grande do Norte pelo vice-governador Robinson Faria. Com essa atitude, Agripino mostra que sua prioridade é a sobrevivência do DEM, que sofreu duríssimo golpe com a perda de filiados para a nova sigla. As conveniências políticas aqui na província, dentro do conjunto de forças que dá sustentação ao governo Rosalba Ciarlini, ficaram claramente em terceiro plano. Agripino e Robinson agora caminham em direções opostas, deixando Rosalba, aliada de ambos, com a difícil tarefa de evitar que o conflito de lideranças contamine seu governo. O enfrentamento entre DEM e PSD poderá ter, também, consequências nas eleições municipais do próximo ano, trincando a unidade da base governista. A priori, Rogério Marinho (PSDB) deve ser o mais prejudicado, pois depende de um palanque forte para se viabilizar. E Carlos Eduardo Alves (PDT) ganha umpresente valioso: a chance de conseguir o apoio de Robinson Faria e trazer o PSD potiguar para seu lado
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0 M0SSOROENSE
Robinson Faria nega fraudes no PSD do RN e confessa decepção com José Agripino O secretário estadual dos Recursos Hídricos e do Meio Ambiente e vice-governador Robinson Faria (PMN), presidente estadual da Comissão Provisória do Partido Social Democrata (PSD), afirmou ontem não existir irregularidade na criação de diretórios municipais da legenda no Rio Grande do Norte.Denúncia publicada ontem no jornal Folha de S. Paulo revela que o PSD pode ter clonado atas para criação de diretórios municipais do partido no RN, Goiás e Santa Catarina. Nos três Estados, os textos repetiriam até os erros de português e mudariam apenas o nome dos militantes, a data e o local das reuniões.Robinson Faria, entretanto, nega existência de clonagem e atribui a denúncia à retaliação política do Democratas (DEM), que vem perdendo quadros para o futuro PSD a partir da dissidência do prefeito de São Paulo, Gilbero Kassab. Segundo Robinson, o DEM não aceita a criação do PSD e tem feito de tudo para impedi-la.Para formalizar a criação da nova sigla, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determina em resolução a coleta de assinaturas de apoio ao partido e a formação de diretórios em pelo menos 5% das cidades de nove Estados, com a consequente eleição de dirigentes nesses Estados.Os documentos que provam esse apoio e essa eleição (atas) devem ser enviados ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de todas essas regiões. Só depois de todo esse processo é que o partido passa a valer oficialmente. O problema, segundo a Folha, é que, em quatro cidades potiguares, três goianas e quatro catarinenses, o conteúdo das atas são os mesmos.Robinson Faria assegura que será provada lisura na criação dos diretórios do Rio Grande do Norte, já que tudo foi feito dentro da legalidade, conforme determina a legislação partidária no Brasil. E que os procedimentos denunciados na Folha de S. Paulo não condizem com seus métodos nem com sua biografia política.O vice-governador se diz decepcionado com o presidente nacional do DEM, senador José Agripino, já que nos bastidores o repasse das informações à Folha é atribuído a Agripino, com mantinha boa relação política há décadas. "Estou muito decepcionado com a postura de Agripino", confessa Robinson Faria.
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Iberê Ferreira contesta decisão do relatório do TCE e critica o fato de não ter direito ao contraditório
O ex-governador Iberê Ferreira de Souza divulgou ontem uma nota contestando a decisão do relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE), que aprovou "em parte" as contas dele durante a sua gestão à frente do Governo do Estado, em 2010.Iberê Ferreira diz, em um trecho do documento, que manifesta preocupação e surpresa com o fato de "o processo ter sido julgado pelo TCE sem que eu tenha tido o direito ao contraditório, uma vez que o próprio Tribunal havia determinado a realização de Inspeção Extraordinária e concedido prazo para a defesa, que vai expirar somente no dia 16 de agosto próximo".
Ainda no documento, o ex-governador afirma que quer deixar claro que as impugnações apontadas no relatório aprovado pelo TCE não dizem respeito a nenhum ato de improbidade administrativa nem desvio de recursos. "Tratam de aspectos formais e técnico-contábeis", declara.Diante das declarações do ex-governador, o TCE que informou através de sua assessoria que não irá comentar as informações contestadas por Iberê e que o Tribunal só responde através de "autos do processo". De acordo com a assessoria, os dados "reprovados" pelo Tribunal serão encaminhados ao Ministério Público do Estado para "providências".
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BAIXINHO EM MOSSORÓ - O deputado federal Romário (PSB/RJ) confirmou presença em Mossoró no próximo dia 19, no Seminário da Comissão de Políticas Públicas de Combate às Drogas da Câmara dos Deputados, que será realizado na Câmara Municipal. A confirmação foi feita em telefonema anteontem à colega de bancada e autora do convite, a deputada federal Sandra Rosado (PSB). A programação do seminário ainda está sendo definida, mas Romário deve visitar uma comunidade terapêutica e a Apae de Mossoró.
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JORNAL DO BRASIL
O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), afirmou nesta sexta-feira, no Rio de Janeiro, que a presidente Dilma Rousseff está mandando dois tipos de recado com as recentes mudanças ministeriais. O primeiro, de acordo com o deputado, é para a sociedade. Segundo ele, "a presidente não será conivente com a malversação do dinheiro público". O segundo recado, afirmou Maia, é para o próprio governo. "Não se pode ser tolerante com quem desagregue a equipe", disse.Nos últimos dois meses, três ministros de Dilma caíram. O primeiro foi o ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci, que não resistiu às pressões para que explicasse a multiplicação de seu patrimônio em 20 vezes em quatro anos. No dia 6 de julho, foi a vez de Alfredo Nascimento deixar o Ministério dos Transportes, também após desconfianças sobre aumento de patrimônio e denúncias de desvio de dinheiro na pasta. Ontem, Nelson Jobim deixou o Ministério da Defesa após a publicação de uma entrevista para a revista Piauí, na qual chama a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, de "muito fraquinha" e também afirma que Gleisi Hoffmann, chefe da Casa Civil, "nem sequer conhece Brasília".Para o deputado, os comentários de Jobim foram de tom desagregador. "Não sei se foi falta de diplomacia. Ele foi traído pelo próprio estilo, que é mais polêmico, solto, desprendido no uso das palavras", avaliou.Segundo Maia, a escolha do ex-chanceler Celso Amorim para substituir Jobim não terá reação dos militares. Ontem, a oposição criticou a escolha, dizendo que Amorim tinha posições ideológicas que não seriam compatíveis com o cargo. "Na área militar, há a hierarquia. Uma vez tomada a decisão pela presidente, tem que ser seguido", afirmou. Segundo ele, as divergências em relação ao nome de Amorim são normais. "Em uma organização tão grande como as Forças Armadas, haverá sempre opiniões diferentes", disse.O deputado defendeu o nome de Amorim apostando justamente na diplomacia do ministro, que comandou as Relações Internacionais brasileiras de 2003 a 2010. "O ministro conhece muito bem a Defesa, as estratégias do Brasil. Amorim vai ajudar a potencializar os esforços brasileiros", afirmou.
Comissão da Verdade Na opinião de Maia, a saída de Jobim não deve atrapalhar na formação da Comissão da Verdade, que vinha sendo costurada pelo ex-ministro. Segundo ele, Amorim vai dar continuidade ao diálogo já em andamento. "O mais importante é conseguir os acordos para que a comissão tenha força e possa trabalhar", afirmou.
Reunião do PT
Marco Maia está no Rio de Janeiro para participar da reunião trimestral do Partido dos Trabalhadores. O PT discute estratégias para o IV Congresso Nacional Extraordinário do partido, que ocorrerá nos dias 2, 3 e 4 de setembro, em Brasília, e para as eleições municipais de 2012.
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