segunda-feira, junho 29, 2015

Temendo a prisão, Lula revela desespero ao criticar publicamente o PT

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O ex-presidente Lula anda insone. Segundo amigos próximos, o petista não consegue sossegar a cabeça no travesseiro desde a prisão, há duas semanas, de Marcelo Odebrecht, presidente da maior empreiteira do País, e do executivo Alexandrino Alencar, considerados os seus principais interlocutores na empresa. Tem dormido pouco. Nem quando recebeu o diagnóstico de câncer na laringe, em 2011, o petista demonstrou estar tão apreensivo como agora.
Pela primeira vez, desde a eclosão da Operação Lava Jato para investigar os desvios bilionários da maior estatal brasileira, a Petrobras, Lula teme amargar o mesmo destino dos empreiteiros. Até um mês atrás, o ex-presidente não esperava que sua história poderia lhe reservar outra passagem pela cadeia. Em 1980, o então líder sindical foi detido em casa pelo DOPS, a polícia política do regime militar. Permaneceu preso por 31 dias, chegando a dividir cela com 18 pessoas. Agora, o risco de outra prisão – desta vez em tempos democráticos – é real.
Na quinta-feira 25, o tema ganhou certo frisson com a divulgação de um pedido de habeas corpus preventivo em favor do ex-presidente impetrado na Justiça Federal do Paraná. Descobriu-se logo em seguida, no entanto, que a ação considerada improcedente pelo Tribunal Regional Federal não partiu de Lula nem de ninguém ligado a ele. Mas, de fato, o político já receia pelo pior. O surto público recheado de críticas ao governo Dilma Rousseff e petardos contra o partido idealizado, fundado e tutelado por ele nos últimos 35 anos expôs, na semana passada, como os recentes acontecimentos têm deixado Lula fora do eixo.
Em privado, o ex-presidente exibe mais do que nervos à flor da pele. Na presença de amigos íntimos, parlamentares e um ex-deputado com trânsito nos tribunais superiores, Lula desabou em choro, ao comentar o processo de deterioração do PT. Como se pouco ou nada tivesse a ver com a débâcle ética, moral e eleitoral da legenda, ele lamentou: “Abrimos demais o partido. Fomos muito permissivos”, justificou. Talvez naquela atmosfera de emoção, Lula tenha recordado de suas palavras enunciadas em histórica entrevista à ISTOÉ no longínquo fevereiro de 78, quando na condição de principal líder sindical do ABC paulista começava a vislumbrar o que viria a ser o PT, criado em 1980. “Para fazer um partido dos trabalhadores é preciso reunir os trabalhadores, discutir com os trabalhadores, fazer um programa que atenda às necessidades dos trabalhadores. Aí pode nascer um partido de baixo para cima”, disse na ocasião. Hoje, o PT, depois de 12 anos no poder, não reúne mais os trabalhadores, não discute com eles, muito menos implementa políticas que observem as suas necessidades. Pelo contrário, o governo Dilma virou as costas para os trabalhadores, segundo eles mesmos, ao vetar as alterações no fator previdenciário, mudar as regras do seguro para os demitidos com carteira assinada e adotar medidas que levam à inflação e à escalada do desemprego. Agora crítico mordaz da própria obra, Lula sabe em seu íntimo que não pode se eximir da culpa pela iminente derrocada do projeto pavimentado por ele mesmo.
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Restaram os desabafos, sinceros ou não, e a preocupação com o futuro. Num dos momentos de lucidez, o ex-presidente fez vaticínios impensáveis para quem, até bem pouco tempo, imaginava regressar triunfante ao Planalto daqui a três anos. Em recentes conversas particulares no Instituto que leva o seu nome, em São Paulo, Lula desenganou o governo Dilma, sucessora que ele mesmo legou ao País. “Dilma já era. Agora temos que pensar em salvar 2018”, afirmou referindo-se às eleições presidenciais. Para o petista, a julgar pelo quadro político atual, “teria sido melhor” para o projeto de poder petista e da esquerda “que (o senador tucano) Aécio Neves tivesse ganho as eleições” presidenciais do ano passado. Assim, no entender dele, o PSDB, e não o PT, ficaria com o ônus das medidas amargas tomadas na esfera econômica destinadas a tirar o País da crise, o que abriria estrada para o seu retorno em 2018. Como o seu regresso não é mais favas contadas, o petista tem confidenciado todo o seu descontentamento com a administração da presidente Dilma. Lula credita a ela e ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, o avanço da Lava Jato sobre sua gestão. Embora essa hipótese ainda seja improvável, petistas ligados ao ex-presidente não descartam a possibilidade de ruptura, o que deixaria a presidente ainda mais vulnerável para enfrentar um possível processo de impeachment. A atitude, se levada adiante, não constituiria uma novidade. Em outros momentos de intensa pressão, como no auge do mensalão e do escândalo do caseiro Francenildo, Lula não se constrangeu em rifar aliados e até amigos do peito, como os ex-ministros José Dirceu, Antonio Palocci e Ricardo Berzoini.
Quem testemunhou as confidências de Lula na ampla sala de reuniões de seu Instituto, sediado na capital paulista, não chegou a ficar surpreso com o destempero verbal apresentado pelo petista na semana passada. Não se pode dizer o mesmo da maioria expressiva da classe política, impossibilitada de privar da intimidade do ex-presidente. De tão pesados e surpreendentes, os ataques de Lula a Dilma e ao PT foram recebidos com perplexidade. O primeiro tiro foi disparado na quinta-feira 18. Numa reunião com padres e dirigentes religiosos, Lula admitiu, em alusão ao nível baixo do sistema da Cantareira, que ele e Dilma estão no volume morto. “E o PT está abaixo do volume morto”, avaliou. Na segunda-feira 22, Lula elevou ainda mais o tom. Só que contra o PT. Em debate com o ex-presidente do governo espanhol Felipe Gonzáles, disse que o partido “está velho, só pensa em cargos e em ganhar eleição”. “Queremos salvar a nossa pele, nossos cargos, ou queremos salvar o nosso projeto?”, questionou Lula, durante a conferência “Novos Desafios da Democracia”. Nos dias subseqüentes às declarações, enquanto o meio político tentava interpretar o gesto do petista, o Planalto reagia a seu modo. Num primeiro momento, Dilma minimizou.“Todos têm direito de fazer críticas, principalmente o presidente Lula”. No dia seguinte, no entanto, Dilma orientou o ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, a procurar Lula para tentar entender as razões de tamanha fúria. Paralelamente, o ex-presidente tratou de se proteger. Articulou junto à bancada do PT no Senado a divulgação de uma nota de desagravo a ele próprio. Criou, assim, mais uma jabuticaba política: fez com que o partido atacado emitisse um documento em apoio ao autor dos ataques. Na nota, o PT manifestou “total e irrestrita solidariedade ao grande presidente Lula, vítima de uma campanha pequena e sórdida de desconstrução de uma imagem que representa o que o Brasil tem de melhor”. No fim da semana, ao perceber o ar rarefeito, Lula mandou emissários espalharem o suposto reconhecimento de que ele ‘se excedeu”. Era tarde.
Para o cientista político da USP, José Álvaro Moisés, ao abrir confronto contra Dilma e o PT, Lula “jogou para a plateia”. “Ele está vendo o navio fazer água, por isso age assim”, avaliou. Para Oswaldo do Amaral, da Unicamp, ao dizer que o partido precisa de uma renovação, Lula tenta uma reaproximação com o eleitorado mais jovem, segmento hoje refratário a ele (leia mais em matéria na página 46). O jornalista José Nêumanne Pinto, autor do livro “O que sei de Lula”, no qual conclui que o ex-presidente nunca foi efetivamente de esquerda, é mais contundente. Para ele, “Lula é sagaz e não tem escrúpulo nenhum para mudar seu discurso”. “O ex-presidente tem circunstâncias e conveniências que ele manipula”, afirmou. “Na verdade, ele não quer se descolar do PT e sim da Dilma. Com esse discurso da utopia, ele planeja atrair parte do PT que finge ser honesto”, disse.
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O mais espantoso na catilinária lulista é que o ex-presidente se comporta como se fosse um analista distante de uma trama da qual é personagem principal. Numa analogia com o futebol, recurso metafórico muito utilizado por Lula quando estava na Presidência, seria como se o zagueiro e então capitão da seleção brasileira David Luiz descrevesse os sete gols da Alemanha como se não tivesse assistido entre atordoado e impassível ao baile de Toni Kroos, Schweinsteiger e companhia em campo. No caso do ex-presidente há um agravante: Lula nunca foi apenas um mero integrante do time, mas o mentor, o grande líder e artífice da caminhada petista até aqui. Por isso mesmo, causou ainda mais espécie a repreensão de Lula ao PT por sua sede por cargos. Ora, o aparelhamento da máquina pública pelo PT e aliados começou e recrudesceu durante os dois mandatos do petista. Quando Lula chegou ao poder em 2003, havia 18 mil cargos de confiança na administração federal. Ao transmitir o cargo para Dilma, em 2011, já eram cerca de 23 mil.
Do mesmo modo, Lula não pode lamentar, como fez em privado, que o crescimento do partido levou aos desvios éticos e à corrupção – hoje marca indissociável ao PT. O escândalo do mensalão, que resultou na condenação de dirigentes petistas em julgamento no STF, remonta ao seu governo. E o processo de abertura da legenda, bem como à rendição à política tradicional de alianças, baseada no fisiologismo e no toma lá, da cá, beneficiou o próprio Lula. Sem isso, o ex-presidente dificilmente se elegeria em 2002. Ao chegar ao Planalto, Lula cansou de dar demonstrações de que não sabia separar o público do privado. A mais chocante delas foi a ousadia de ornar os jardins do Alvorada com a estrela rubra do PT. O limite entre o público e o privado foi ultrapassado também quando Lula nomeou a amiga Rosemary Noronha para a chefia de gabinete de um escritório da Presidência em São Paulo. Hoje, Rosemary responde a uma ação na Justiça por formação de quadrilha, tráfico de influência e corrupção passiva. Ela integraria um esquema de vendas de pareceres técnicos de órgãos públicos federais. Agora, a personagem muito próxima a Lula pode retornar ao noticiário numa outra vertente das investigações da Lava Jato. Trata-se da retomada das apurações do episódio envolvendo um suposto depósito milionário feito em Portugal por Rosemary. Para a PF, o caso converge com a investigação sobre a Odebrecht e a Andrade Gutierrez. É que Otávio Azevedo, preso na 14ª fase da Lava-Jato, foi representante da Portugal Telecom no Brasil. A empresa de telefonia era em grande medida controlada pelo Grupo Espírito Santo, parceiro da Odebrecht em vários empreendimentos em território português. “Tudo converge para os mesmos personagens.

Empreiteiro envolve campanha de Dilma

Por Andreza Matais e Fábio Fabrini

Brasília (AE) - O dono da UTC, Ricardo Pessoa citou em depoimento de delação premiada suposto repasse ilegal de R$ 3,6 milhões para o tesoureiro da campanha da presidente Dilma Rousseff em 2010, José de Filippi, e o ex-tesoureiro nacional do PT João Vaccari Neto. Ele entregou aos investigadores uma planilha intitulada "pagamentos ao PT por caixa dois" que relaciona os dois petistas aos valores milionários que teriam sido repassados ilegalmente entre 2010 e 2014. Nas oitivas, o empreiteiro também mencionou o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, que foi tesoureiro da campanha da presidente Dilma Rousseff em 2014. Pessoa teria detalhado repasses de R$ 7,5 milhões para ajudar a reeleger Dilma. 

Na quinta-feira, 25, o Supremo Tribunal Federal (STF) homologou a delação de Ricardo Pessoa, o que significa que as informações prestadas por ele em depoimento à Procuradoria Geral da República poderão ser utilizadas como indícios para ajudar as investigações. Os depoimentos ocorreram em Brasília de 25 a 29 de maio e teriam gerado mais de 80 páginas, conforme investigadores que acompanharam a delação. 

DivulgaçãoEmpresário Ricardo Pessoa firmou acordo de delação premiadaEmpresário Ricardo Pessoa firmou acordo de delação premiada

Atual secretário municipal do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), Filippi é próximo ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de quem também foi tesoureiro na campanha à reeleição em 2006. Foi Lula quem o indicou para cuidar das contas de campanha de Dilma em 2010. 

Os supostos pagamentos a José de Filippi relacionados pelo ex-presidente da UTC em delação premiada somam R$ 750 mil e foram feitos nos anos eleitorais de 2010, 2012 e 2014. Há apenas um pagamento fora da calendário eleitoral, no ano de 2011, de R$ 100 mil, conforme documento obtido pelo Estado. 

Nos meses de abril, maio, junho e novembro do ano eleitoral de 2010, conforme a planilha, Filippi teria recebido de "caixa dois" R$ 250 mil. No Tribunal Superior Eleitoral (TSE) há registro de repasse de R$ 1 milhão da UTC para a direção nacional do PT e de R$ 5 milhões para o comitê financeiro único do PT nacional em 2010. Na prestação da campanha de Dilma no mesmo ano, não há registro de doação da empreiteira nem do seu braço Constran. 

A planilha relaciona, ainda, pagamento de "caixa dois" a Filippi nos valores de: 2012 (R$ 200 mil/junho); 2013 (R$ 100 mil/março/abril/ junho) e 2014 (R$ 100 mil/abril/maio). 

Pessoa chegou a arrolar Fillipi como sua testemunha de defesa no processo em que o empreiteiro é acusado de chefiar o esquema de empreiteiras que pagava propina para executivos e partidos políticos em troca de conseguir os melhores contratos na petroleira. A lista de testemunhas na época causou estranheza até mesmo do juiz Sérgio Mouro que pediu explicações sobre a escolha dos nomes e Pessoa desistiu de arrolá-lo. 
A planilha apresentada por Pessoa no processo de delação premiada também relaciona o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, que ocupou o cargo até abril deste ano. O petista esta preso acusado de ser o operador do PT no esquema de corrupção e de ter lavado dinheiro para o partido. Na relação apresentada por Pessoa, ele aparece relacionado a suposto pagamento de caixa dois no valor de R$ 2,9 milhões que teriam sido efetuados entre 2011 e 2013, período em que ele respondia pelo caixa do PT. Em fevereiro de 2011, ele teria recebido R$ 500 mil para o partido; em março de 2011, R$ 500 mil; em março de 2012, R$ 220 mil. Em 2013 foram quatro pagamentos: em abril (R$ 350 mil), em julho foram dois pagamentos de R$ 350 mil e R$ 500 mil e em agosto, de R$ 500 mil.

PT afirma em nota que as doações foram legais

Brasília (AE) - Após a revelação de que o ex-presidente da UTC Ricardo Pessoa afirmou, em delação premiada, ter repassado R$ 3,6 milhões de caixa dois, entre 2010 e 2014, para o ex-tesoureiro da campanha da presidente Dilma Rousseff, José de Filippi, e o ex-tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, o PT divulgou nota afirmando que as doações feitas ao partido são legais. "A Secretaria de Finanças do PT informa, por intermédio de sua assessoria de imprensa, que todas as doações recebidas pelo partido aconteceram estritamente dentro da legislação vigente e foram posteriormente declaradas à Justiça".
Tesoureiro 
O ex-coordenador financeiro da campanha de Dilma Rousseff (PT) à Presidência da República em 2010, José de Filippi Jr., disse, em nota, que durante o pleito de 2010 manteve contato "de forma transparente com diversas empresas em busca de doações eleitorais, portanto legalmente registradas, incluindo o senhor Ricardo Pessoa". Filippi Jr. afirma que todas as doações feitas pela UTC foram realizadas via Transferência Eletrônica Direta (TED) e devidamente registradas e aprovadas pela Justiça Eleitoral. "Não solicitei e nem recebi doação que não seja legal", reiterou, ressaltando que os dados das prestações de contas são públicos e estão disponíveis no site do Tribunal Superior Eleitoral para consulta.

José de Filippi Jr. é atualmente secretário municipal de Saúde da gestão de Fernando Haddad (PT) na Prefeitura de São Paulo e foi um dos citados pelo ex-presidente da UTC Ricardo Pessoa, em depoimento de delação premiada. Pessoa disse à Procuradoria-Geral da República que repassou R$ 3,6 milhões de caixa 2 para a campanha de Dilma em 2010, e para o ex-tesoureiro nacional do PT João Vaccari Neto, entre 2010 e 2014.

Empresário cita repasse para Mercadante 
Brasília (AE) - O empresário Ricardo Pessoa, dono da UTC Engenharia, apresentou à Procuradoria-Geral da República (PGR) documento que cita repasse de R$ 250 mil à campanha do ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, ao Governo de São Paulo em 2010. A informação consta da planilha intitulada "pagamentos ao PT por caixa dois", entregue durante os depoimentos prestados em regime de delação premiada.

Nas oitivas, o empreiteiro também teria citado o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, que foi tesoureiro da campanha da presidente Dilma Rousseff em 2014. Segundo a "GloboNews", Pessoa detalhou repasses de R$ 7,5 milhões para ajudar a reeleger Dilma. No documento entregue pelo empresário, o pagamento a Mercadante aparece ao lado da informação "eleições de 2010". Naquele ano, o petista concorreu, sem sucesso, ao cargo de governador de São Paulo - o eleito foi Geraldo Alckmin (PSDB). O ministro nega que sua campanha tenha recebido recursos não contabilizados.

Na prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Mercadante declarou doações oficiais de empresas da holding UTC Participações, da qual Pessoa é acionista. Ambas foram de R$ 250 mil, mesmo valor descrito no documento entregue à PGR. A primeira contribuição oficial, do dia 29 de julho, foi feita pela Constran Construções. A segunda, de 27 de agosto, partiu da UTC Engenharia. Ambas foram feitas por meio de transferência eletrônica.
O documento também descreve três pagamentos, no total de R$ 3,2 milhões, à JD Assessoria e Consultoria, do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, condenado no julgamento do mensalão e investigado na Lava Jato, suspeito de ter recebido de empreiteiras recursos desviados da Petrobrás. Os repasses, segundo a planilha, foram pactuados em "contrato de prestação de serviços com José Dirceu". 
Procurado pelo Estado, Mercadante informou que desconhece o teor da delação e que as únicas doações feitas por empresas de Pessoa estão registradas na Justiça eleitoral. Ele explicou que a UTC fez uma única contribuição, no valor de R$ 250 mil, e que a Constran contribuiu com outros R$ 250 mil.
 

domingo, junho 28, 2015

MOSSORÓ, MOSSORÓ TERRA BOA MEU XODÓ. RECEBEU LAMPIÃO A BALA

O DIA EM QUE LAMPIÃO ATACOU MOSSORÓ."tim tim por tim tim"
Em 1927 a cidade de Mossoró vivia um período de expansionismo comercial e industrial. Possuía o maior parque salineiro do país, três firmas comprando, descaroçando e prensando algodão, casas compradoras de peles e cera de carnaúba, contando com um porto por onde exportava seus produtos e sendo, por assim dizer, um verdadeiro empório comercial, que atendia não só a região oeste do Estado, como também algumas cidades da Paraíba e até mesmo do Ceará.
A população da cidade andava na casa dos 20.000 habitantes, era ligada ao litoral por estrada de ferro que se estendia ao povoado de São Sebastião, atual Dix-sept Rosado, na direção oeste, seguindo por quarenta e dois quilômetros. Contava ainda com estradas de rodagem, energia elétrica alimentando várias indústrias, dois colégios religiosos, agências bancárias e repartições públicas. Era essa a Mossoró da época. A riqueza que circulava na cidade despertou a cobiça do mais famoso cangaceiro da época, que era Virgulino Ferreira, o Lampião.
Para concretizar o audacioso plano de atacar uma cidade do nível de Mossoró, Lampião contava em seu bando com a ajuda de alguns bandidos que conheciam muito bem a região oeste do Estado, como era o caso de Cecílio Batista, mais conhecido como \\\"Trovão\\\", que havia morado em Assu onde já havia sido preso por malandragem e desordem e de José Cesário, o \\\"Coqueiro\\\", que havia trabalhado em Mossoró. Contava ainda com Júlio Porto, que havia trabalhado em Mossoró como motorista de Alfredo Fernandes, conhecido no bando pela alcunha de \\\"Zé Pretinho\\\" e de Massilon que era tropeiro e conhecedor de todos os caminhos que levavam a Mossoró.
No dia 2 de maio de 1927 Lampião e seu bando partiram de Pernambuco, em direção ao Rio Grande do Norte. Atravessaram a Paraíba próximo à fronteira com o Ceará, com destino a cidade potiguar de Luiz Gomes. Antes, porém, atacaram a cidade paraibana de Belém do Rio do Peixe.
Lampião não estava com o bando completo. O cangaceiro Massilon, que se juntaria com sua gente ao seu ele, estava com uma parte dos bandidos no Ceará e pretendia atacar a cidade de Apodi, já no Rio Grande do Norte, no dia 10 de maio daquele ano. Depois do assalto, deveria se juntar a Lampião em lugar predeterminado, onde deveriam terminar os preparativos para o grande assalto. Essa reunião se deu na fazenda Ipueira, na cidade de Aurora, no Ceará, de onde partiram com destino a Mossoró. E ai começou a devastação por onde o bando passava. Assaltaram sítios, fazenda, lugarejos e cidades, roubando tudo o que encontravam, inclusive jóias e animais, queimando o que encontravam pela frente e fazendo refém de todos os que podiam pagar um resgate. Entre os seqüestrados estavam o coronel Antônio Gurgel, ex-Prefeito de Natal, Joaquim Moreira, proprietário da Fazenda \\\"Nova\\\", no sopé da serra de Luis Gomes, dona Maria José, proprietária da Fazenda \\\"Arueira\\\" e outros.
Coube ao Coronel Antônio Gurgel, um dos seqüestrados, escrever uma carta ao prefeito de Mossoró, Rodolfo Fernandes, fazendo algumas exigências para que a cidade não fosse invadida. Era a técnica usada pelos cangaceiros ao atacar qualquer cidade. Antes, porém, cortavam os serviços telegráficos da cidade, para evitar qualquer tipo de comunicação. Quando a cidade atendia o pedido, exigiam além de dinheiro e jóias, boa estadia durante o tempo que quisessem, incluindo músicos para as festas e bebidas para as farras. Quando o pedido não era aceito, a cidade era impiedosamente invadida.
De Mossoró pretendiam cobrar 500 contos de réis para poupar a cidade, mas sendo advertido que se tratava de quantia muito alta, resolveu reduzir o pedido para 400 contos de réis. A carta do coronel Gurgel dizia:
\\\"Meu caro Rodolfo Fernandes.
Desde ontem estou aprisionado do grupo de Lampião, o qual está aquartelado aqui bem perto da cidade. Manda, porém, um acordo para não atacar mediante a soma de 400 contos de réis. Penso que para evitar o pânico, o sacrifício compensa, tanto que ele promete não voltar mais a Mossoró...\\\"
Ao receber a carta, o Cel. Rodolfo Fernandes convoca uma reunião para a qual convida todas as pessoas de destaque da cidade, onde informa o conteúdo da mesma e alerta para a necessidade de preparação da defesa contra um possível ataque dos cangaceiros. Os convidados, no entanto, acham inviável que possa acontecer um ataque de cangaceiros a uma cidade do porte de Mossoró. E de nada adiantaram os argumentos do prefeito.
Mesmo decepcionado com a atitude dos cidadãos da cidade, o prefeito responde a carta nos seguintes termos:
\\\"Mossoró, 13 de junho de 1927. -
Antônio Gurgel.
Não é possível satisfazer-lhe a remessa dos 400.000 contos, pois não tenho, e mesmo no comércio é impossível encontrar tal quantia. Ignora-se onde está refugiado o gerente do Banco, Sr. Jaime Guedes. Estamos dispostos a recebê-los na altura em que eles desejarem. Nossa situação oferece absoluta confiança e inteira segurança.
Rodolfo Fernandes\\\".
Quando o portador chega a casa do prefeito para pegar a resposta, esse, de modo cortês, diz que a proposta do bandido é inaceitável e se diz disposto a enfrenta-lo. Levou o portador ao aposento onde havia vários caixões com latas de querosene e gasolina. Junto a esses caixões, existia um aberto e cheio de balas. O prefeito na tentativa de impressioná-lo, diz que todos aqueles caixões estão cheios de munição e que já existe um grande número de homens armados na cidade, aguardando a entrada dos cangaceiros.
Lampião não esperava tal resposta e ao tomar conhecimento que a cidade está pronta para brigar, resolve mandar um bilhete escrito de próprio punho, numa péssima caligrafia, julgando que assim conseguiria o intento :
\\\" Cel Rodolfo
Estando Eu até aqui pretendo drº. Já foi um aviso, ahi pº o Sinhoris, si por acauso rezolver, mi, a mandar será a importança que aqui nos pede, Eu envito di Entrada ahi porem não vindo essa importança eu entrarei, ate ahi penço que adeus querer, eu entro; e vai aver muito estrago por isto si vir o drº. Eu não entro, ahi mas nos resposte logo.
Capm Lampião.\\\"
Mais uma vez, o prefeito responde com negativa. Diz em sua resposta para Lampião:
\\\"Virgulino, lampião.
Recebi o seu bilhete e respondo-lhe dizendo que não tenho a importância que pede e nem também o comércio. O Banco está fechado, tendo os funcionários se retirado daqui. Estamos dispostos a acarretar com tudo o que o Sr. queira fazer contra nós. A cidade acha-se, firmemente, inabalável na sua defesa, confiando na mesma.
Rodolfo Fernandes
Prefeito, 13.06.1927\\\".
Nessa altura dos acontecimentos, os mossoroenses já convencidos do intento dos cangaceiros, tratavam de preparar a defesa da cidade. O tenente Laurentino era o encarregado dos preparativos. E como tal, distribuía os voluntários pelos pontos estratégicos da cidade. Haviam homens instalados nas torres das igrejas matriz, Coração de Jesus e São Vicente, no mercado, nos correios e telégrafos, companhia de luz, Grande Hotel, estação ferroviária, ginásio Diocesano, na casa do prefeito e demais pontos.
O plano de lampião era chegar a uma localidade conhecida como Saco, que ficava a uma distância de dois quilômetros de Mossoró, onde abandonariam as montarias e prosseguiriam a pé até a cidade. O cangaceiro Sabino comandava duas colunas de vanguarda. Uma das colunas era chefiada por Jararaca e outra por Massilon. Lampião ia no comando da coluna da retaguarda.
Enquanto cangaceiros e voluntários se preparam para o combate, o restante da população, que não participariam do mesmo, tentava deixar a cidade. Eram velhos, mulheres e crianças, pessoas doentes, que não tinham nenhuma condição de enfrentar, de armas em punho, a ira dos Cangaceiros.
A cena era dantesca desde o dia 12 de junho. Nas ruas, o povo tentava deixar a cidade de qualquer maneira. Mulheres chorando, carregando crianças de colo ou puxadas pelos braços, levando trouxas de roupas, comida e água para a viagem, vagando na multidão sem rumo. Era uma massa humana surpreendente que se deslocava pelas ruas da cidade na busca de transporte, qualquer que fosse o meio, para fugir antes da investida dos Cangaceiros. Famílias inteiras reunidas, em desespero, lotavam os raros caminhões ou automóveis que saíam disparados a caminho do litoral. Muitos, sem condição de transporte, tratavam de conseguir esconderijo dentro ou fora da cidade. A ordem dada pelo prefeito era que quem estivesse desarmado saísse da cidade.
O desespero aumentava mais a medida que o dia avançava. Às onze horas da noite, os sinos das igrejas de Santa Luzia, são Vicente e do Coração de Jesus começaram a martelar tetricamente, o que só servia para aumentar a correria. As sirenes das fábricas apitavam repetidamente a cada instante. Muita gente que não acreditava na vinda de Lampião, só ai passou a tomar providências para a partida.
Na praça da estação da estrada de ferro, era grande a concentração de gente na busca de lugar para viajar nos trens que partiam de Mossoró. Até os carros de cargas foram atrelados a composição para que a multidão pudesse partir. Mesmo assim não dava vencimento, e os retardatários, em lágrimas, imploravam um lugar para viajar.
O Prefeito, o Cel. Rodolfo Fernandes de Oliveira, se desdobrava na organização da defesa, ao mesmo tempo que ordenava a evacuação da cidade, medida essa que poderia salvar muitas vidas.
Enquanto isso, a locomotiva a vapor, quase milagrosamente partia, resfolegando com o peso adicional, parecendo que ia explodir, tamanho o esforço feito pela máquina que emitia fortes rangidos e deixava um rastro de fumaça negra no horizonte. Era uma viagem relativamente curta, entre Mossoró e Porto Franco, nas proximidades da praia de Areia Branca.
Na cidade, o badalar dos sinos continuava e o desespero também, pois apesar da pequena distância que o trem deveria percorrer, a locomotiva demorava mais do que o normal para chegar, com o maquinista parando com freqüência para se abastecer de água e lenha pelo caminho. Saía de Mossoró com todos os carros lotados e voltava vazio. Era um verdadeiro êxodo.
Na noite do dia 12 de junho, não houve descanso para ninguém em Mossoró. Os encarregados pela defesa da cidade se revezavam na vigília, enquanto o restante da população esperava a vez de partir. E o movimento na estação ferroviária não parava. O embarque de pessoal virou toda a noite e só terminou na tarde do dia 13 de junho, dia de Santo Antônio, quando foram ouvidos os primeiros tiros, dando início ao terrível combate. Mas a meta havia sido alcançada; a cidade estava deserta, exceto pelos defensores que das trincheiras aguardavam o ataque.
Ao entrarem na cidade, o bando sente medo, devido ao abandono do local. Sabino encaminha-se com suas colunas para a casa do prefeito. Não perdoa o atrevimento daquele homem que resolveu enfrentar o bando de cangaceiro mais temido do nordeste brasileiro. Sabino posiciona-se sozinho em frente a casa de Rodolfo Fernandes. Os defensores da cidade ficam indecisos, sem saber se ele é um soldado ou um cangaceiro, já que não havia muito diferença entre a maneira de se vestir de um e de outro. Foi preciso a ordem do prefeito para que começassem a atirar.
Nesse momento o tempo fechou. Uma forte chuva começou a cair, comprometendo o desempenho dos cangaceiros e tornando mais tétrico o ambiente. Lampião segue em direção ao cemitério da cidade enquanto que Massilon procura os fundos da casa do prefeito.
O cangaceiro \\\"Colchete\\\" tenta revidar os tiros lançando uma garrafa com gasolina contra os fardos de algodão que serviam de trincheiras para os defensores, na tentativa de incendiá-los. Nesse momento é atingido por um tiro, caindo morto. Jararaca se aproxima do corpo, com o intuito de dar prosseguimento ao plano do comparsa morto e é também atingido nas costas, tendo os pulmões perfurados.
No mesmo instante, os soldados entrincheirados na boca do esgoto começam a atirar, encurralando os cangaceiros. Os defensores dominam a situação e não resta outra solução aos facínoras se não abandonar a cidade. A ordem de retirada é dada por Sabino que puxando da pistola dá quatro tiros para o alto. É o fim do ataque.
Não foi um combate longo; iniciou-se as quatro horas da tarde, aproximadamente, sendo os últimos disparos dados por volta das cinco e meia da mesma tarde. Lampião havia fugido, deixando estirado no chão o Cangaceiro Colchete e dando por desaparecido o Jararaca, que depois seria preso e \\\"justiçado\\\" em Mossoró. Mas com medo da revanche dos bandidos, os defensores permaneceram de plantão toda a noite, só descansando no outro dia, quando tiveram certeza que já não havia mais perigo.
Quando lembramos esses fatos, ficamos pensando que tragédia poderia ter acontecido se a cidade não houvesse sido esvaziada a tempo. Quantas mortes poderiam ter havido se a população tivesse permanecido na mesma. Só Deus pode saber.
Depois do acontecido, a população começou a voltar para casa. Foi outra batalha para se conseguir transporte, juntar os parentes, desentocar os objetos de valores que tinham ficado escondidos e tantas providências mais, que só quem viveu o drama poderia contar.
13 de junho, dia de Santo Antônio. Um dia que ficou marcado para sempre na história de Mossoró.
por Geraldo Maia

sexta-feira, junho 26, 2015

Pescadores australianos pegam 2º maior peixe do mundo

(Foto: AFP)(Foto: AFP)
Pescadores da Austrália capturaram acidentalmente o segundo maior peixe do mundo, fornecendo à comunidade científica uma oportunidade única de estudo.
O tubarão peregrino de 12 metros causou frisson no país, onde pouco se sabe sobre a espécie - que só perde em tamanho para o tubarão baleia - e não é comumente capturado em águas do sul. Um tubarão peregrino foi capturado pela última vez no hemisfério sul na década de 1930.
O bicho é o terceiro da espécie visto na região em 160 anos.O exemplar foi doado ao Museu Victoria da cidade de Melbourne. Também conhecido como tubarão elefante, o peregrino pode chegar a até 12 metros de comprimento. A dieta do peixe é baseada em plâncton e o peixe só perde em tamanho para o tubarão baleia.
Os pesquisadores planejam usar o corpo do animal em estudos genéticos, alimentar e avaliar seu histórico de vida. "Estas descobertas raras podem fornecer muitas das peças que faltam e que ajudam a conservação mais amplo e pesquisa biológica", afirmou o curador-sênior do museu da ictiologia, Martin Gomon.
(Foto: AFP)(Foto: AFP)
Eles são migratórios e estão distribuídos por vários lugares, mas somente é visto regularmente em alguns locais costeiros favorecidos tais como a Cornualha, na Inglaterra, onde podem mergulhar profundamente nas profundezas do mar em busca de alimento.
O tubarão foi acidentalmente apanhado por uma traineira de pesca no estreito de Bass, no sudeste do continente australiano.
A gerente-sênior da coleção de zoologia de vertebrados do Museu Victoria, Dianne Bray, disse que tubarões-frade tinham sido avistados ao longo dos anos fora do estado australiano de Victoria, mas nunca em grande número.
Bray afirmou que desde a descoberta tem sido recebido uma enxurrada de pedidos de pesquisadores que querem amostras de tecidos do animal - já que é raro poder estudar um animal inteiro.


terça-feira, junho 23, 2015

Pela primeira vez na história, maioria do Brasil é contra a reeleição

(Foto: AFP)(Foto: AFP)
Pela primeira vez na história do Brasil, uma pesquisa Datafolha mostrou que a maioria dos eleitores é contra a reeleição de um presidente. No levantamento divulgado pelo jornal “Folha de S. Paulo” nesta terça-feira, 67% da população não quer que um presidente concorra ao posto novamente.

Na primeira pesquisa sobre o tema, realizada em 2005, 65% eram favoráveis ao presidente disputar um novo mandato. Na ocasião, Lula, então presidente, concorreria mais uma vez ao cargo.

Já em 2007, com Lula já reeleito, o apoio à prática caiu sete pontos percentuais, mas ainda se manteve como opinião da maioria. Desta vez, com Dilma em seu segundo mandato, apenas 30% são a favor da reeleição. O resultado da pesquisa para governadores e prefeitos deram praticamente o mesmo resultado.

A Câmara dos Deputados já aprovou o fim da reeleição com 452 votos a favor e apenas 19 contra. Entretanto, para entrar em vigor, a regra necessita de uma nova votação na casa e de uma aprovação posterior pelo Senado.

O Datafolha entrevistou 2.840 pessoas entre os dias 17 e 18 de junho. A margem de erro da pesquisa desta terça-feira é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

segunda-feira, junho 22, 2015

Agnelo Alves vai ser sepultado ao lado do irmão dele Aluizio Alves

Agnelo Alves nasceu em 16 de julho de 1932, no município de Ceará-Mirim, na Grande Natal, filho de Manuel Alves Filho, prefeito de Angicos, e Maria Fernandes Alves. Aos 13 anos, enquanto estudava no Colégio Marista, em Natal, já era ligado à política, frequentando a sede da UDN, partido contrário ao governo de Getúlio Vargas.

Em 1946, com tuberculose, foi morar no Rio de Janeiro, onde vivia o seu irmão Aluízio Alves. Quatro anos depois, foi um dos fundadores da TRIBUNA DO NORTE, onde assinou as colunas “Carta ao Humano” e, depois, “Espaço Livre”. De volta ao Rio, em 1954, trabalhou como repórter nos jornais “Tribuna da Imprensa”, “Jornal do Brasil”, “O Jornal”, “Diário Carioca” e “Diário de Pernambuco”. Em 1955 assumiu a chefia de gabinete da direção do Serviço Nacional de Tuberculose, na época comandado pelo médico Reginaldo Fernandes.

No começo da década de 1960, voltou a Natal para trabalhar na campanha vitoriosa de Aluízio Alves ao Governo do Estado, assumindo, em seguida, a chefia da Casa Civil. Entre 1964 e 1965, Agnelo atuou como presidente da Fundação de Habitação Popular (FUNDHAP) e implantou o projeto Cidade da Esperança, a primeira experiência em habitação popular do Brasil.

Em 1966, foi eleito prefeito de Natal, permanecendo no cargo até 1969, quando foi cassado politicamente, preso e torturado psicologicamente pelos militares durante a Ditadura Militar. Durante sua gestão, estendeu o serviço de iluminação pública para a Zona Norte, trabalhou na pavimentação e arborização de rus e deu início a construção do estádio Machadão.

Agnelo só ganhou a anistia 12 anos depois, durante o governo de João Baptista Figueiredo. No início da década de 1980, participou ativamente, junto com Aluízio Alves, das Diretas Já e, em seguida, da campanha de Tancredo Neves à presidência.

Entre 1985 e 1990 trabalhou, à convite do presidente José Sarney, no Banco do Nordeste, onde assumiu a diretoria de crédito geral e chegou a ser presidente do banco.

Sua vida política no Rio Grande do Norte só foi retomada em 1996, quando concorreu à prefeitura de Parnamirim, sendo derrotado. Três anos depois, ele assumiu a vaga no Senado Federal deixada por Fernando Bezerra, empossado como ministro da Integração Nacional.

Em 2000 foi novamente candidato a prefeito de Parnamirim, saindo vitorioso nas eleições com 72,86% dos votos. Ele foi reeleito e ficou no cargo até 2008, saindo com 92% de popularidade e elegendo o seu sucessor, Maurício Marques.

No ano de 2010, Agnelo foi eleito deputado estadual e anistiado moralmente pelo Governo Federal, recebendo o título durante a 42ª Caravana da Anistia, em Natal. Em 2014, ele foi reeleito deputado estadual. 

Durante sua trajetória, ele escreveu dois livros “Crônicas de Outros Tempos e Circunstâncias” e “Parnamirim e Eu”. A experiência literária rendeu à Agnelo o título de imortal na Academia Norte-riograndense de Letras, ocupando, em 2012, a cadeira de número quatro, deixada pelo escritor Enélio Petrovich.

domingo, junho 21, 2015

‘Brahma’, o apelido carinhoso de Luiz Inácio entre os caciques da OAS

Em outro recado, desta vez enviado por Uzeda, Lula é comparado à presidente Dilma Rousseff

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva era chamado carinhosamente de “Brahma” pelo ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, seu amigo próximo.
O nome, que remete à marca de cerveja, aparece pelo menos três vezes na troca de mensagens entre Pinheiro e o ex-diretor da empreiteira Augusto César Uzêda, interceptada pela Polícia Federal no âmbito da Operação Lava Jato.
No relatório de inteligência produzido pela PF, os investigadores concluíram que a menção se referia a Lula a partir do cruzamento de dados. Por exemplo, em uma mensagem, Pinheiro relata a Uzeda: “Nossa amigo Brahma pode fazer uma palestra no dia 26/11. Tema: Brasil/Chile”.
A PF, então, consultou a agenda do presidente pelo Instituto Lula, e verificou que, nos dias 26 e 27 de novembro de 2013, Lula participou de um seminário em Santiago, no Chile.
Em outro recado, desta vez enviado por Uzeda, Lula é comparado à presidente Dilma Rousseff: “A agenda nem de longe produz os efeitos das anteriores do governo Brahma, no entanto, acho que ajuda a lubrificar as relações. (A senhora [Dilma] não leva jeito, discurso fraco, confuso e desarticulado, falta carisma)”. (Eduardo Gonçalves, de São Paulo)

sábado, junho 20, 2015

10% aprovam e 65% reprovam governo Dilma, diz Datafolha


Pesquisa Datafolha de aprovação ao governo Dilma - junho de 2015 (Foto: Editoria de Arte / G1)
O número de pessoas que consideram o governo Dilma Rousseff "ruim" ou "péssimo" atingiu 65% em junho, segundo pesquisa Datafolha divulgada neste sábado (20). Ainda de acordo com o instituto, apenas 10% dos entrevistados consideraram o governo da petista como "bom" ou "ótimo".
Segundo o site do jornal "Folha de S.Paulo", no histórico de pesquisas nacionais de avaliação presidencial do Datafolha, a atual taxa de reprovação da presidente da República só não é pior que os 68% de "ruim" e "péssimo" registrados pelo ex-presidente Fernando Collor de Mello em setembro de 1992, poucos dias antes de ele sofrer um processo de impeachment.

O resultado da pesquisa de avaliação do governo de Dilma feita neste mês é:
Na véspera de ser afastado da Presidência, em 1992, Collor tinha 9% de aprovação, conforme oDatafolha. Essa foi a pior taxa apurada em toda a série de pesquisas nacionais do instituto.
- Ótimo/bom: 10%
- Regular: 24%
- Ruim/péssimo: 65%
- Não sabe: 1%
O levantamento foi realizado pelo Datafolha com 2.840 pessoas de 174 municípios do país entre os dias 17 e 18 de junho, e divulgado neste sábado por meio do site do jornal "Folha de S.Paulo". A margem de erro é de dois pontos percentuais.

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