O jornalista e cientista político Dermi Azevedo, potiguar que fez carreira em São Paulo - ex-preso político e um dos fundadores do Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH) - divulgou em sua página no Facebook um texto no qual expressa a dor pela morte do filho Carlos Alexandre, que estava com 40 anos. Carlos Alexandre faleceu no domingo (17). Ele era conhecido por ter sido uma das vítimas mais jovens da ditadura militar. Carlos Alexandre tinha 1 ano e 8 meses quando policiais invadiram a casa da família, na zona sul de São Paulo, e o levaram para a sede do Departamento Estadual de Ordem Política e Social (Dops).
Em entrevista à revista "Isto É", em janeiro de 2010, ele relatou os traumas ainda persistentes e falou sobre o processo de anistia, julgado pelo Ministério da Justiça. No dia 13 de janeiro, ele foi declarado "anistiado político". A indenização foi de R$ 100 mil por ter sido vítima dos militares. "Muita gente ainda acha que não houve ditadura nem tortura no Brasil. No julgamento, em Brasília, me senti compreendido", disse ele, na ocasião.
À revista, ele disse disse: "A ditadura não acabou". O pai relatou o ocorrido em 15 de janeiro de 1974: "Bem armados e truculentos, os agentes da repressão o encontraram na companhia da babá - uma moça de origem nordestina conhecida como Joana. Chegaram dando ordens. Exigiram que os dois permanecessem imóveis no sofá. Apenas Joana obedeceu. Como castigo pelo choro persistente, Carlos Alexandre levou uma bofetada tão forte que acabou com os lábios cortados".
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