quarta-feira, março 25, 2015

Corpos de vítimas de queda de avião nos Alpes começam a ser resgatados

Agência ANSA
Os primeiros corpos das vítimas do acidente com um Airbus A320 da Germanwings nos Alpes, que deixou 150 mortos,foram resgatados no final da tarde desta quarta-feira (25) por helicópteros franceses.
Durante o dia, o presidente François Hollande explicou, em coletiva de imprensa realizada em Seyne-les-Alpes, que foi encontrada apenas a carcaça da segunda caixa-preta da aeronave, e não o artefato em si, como havia sido divulgado pela imprensa local.
Segundo o representante da Agência de Investigações e Análises para a Segurança daAviação Civil (BEA), Remi Jouty, os dados da primeira, que já foi recuperada, poderão ser úteis na investigação sobre as razões da queda. Foram gravados "os sons e palavras até o momento do choque". A análise, no entanto, pode levar semanas ou meses.
Hollande também disse, ao lado da chanceler alemã, Angela Merkel, e do presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, que o governo francês fará "todo o possível para encontrar e entregar os corpos das vítimas a seus familiares". "Temos que entender o que aconteceu, devemos isso às famílias".
Já Merkel acrescentou que as autoridades estão fazendo "todo o possível para esclarecer o episódio". "Desejo força para as famílias das vítimas, precisamos permanecer juntos nestas horas tão complicadas", concluiu.
Por fim, Rajoy também expressou suas condolências às vítimas "deste acidente dramático". "Trabalharemos juntos e estaremos a altura das circunstâncias".  

Queda de avião na França: veja o que se sabe e o que ainda falta esclarecer

Do G1, em São Paulo

Autoridades da França começam a investigar as causas que levaram à queda do voo 4U9525, que ia de Barcelona (Espanha) a Düsseldorf (Alemanha) com 150 pessoas a bordo, nos alpes franceses nesta terça (24). Veja o que se sabe até o momento sobre o caso e o que ainda precisa ser esclarecido:
A que horas exatamente o avião partiu e quando a queda ocorreu?
A aeronave começou o procedimento de decolagem às 9h55 (horário local de Barcelona) na pista do aeroporto El Prat e 35 minutos depois, aproximadamente, começou a perder altura.
Onde ocorreu a queda?
Nos alpes franceses, próxima a Digne-les-Bains, na região de Alpes-de-Haute-Provence. Os destroços estão a 2.000 metros de altitude, em um local de difícil acesso. Clique para ver ampliada a foto do local do acidente feita por um jornal.
Confira também a localização no mapa abaixo:
Arte completa - mapa da queda, raio-x do avião Airbus A320 e altitude (620px) (Foto: Arte/G1)
Há sobreviventes?
O governo francês diz que, pela força do impacto e pela cena encontrada no local do acidente, há poucas esperanças de localizar sobreviventes.
Quais eram as nacionalidades dos passageiros do voo?
Ainda não foi divulgada uma lista de passageiros, mas segundo as informações da companhia Germanwings, entre as 150 vítimas do acidente, havia 72 alemães, 35 espanhóis, 2 australianos, 2 argentinos
2 iranianos, 2 venezuelanos, 2 americanos
1 britânico, 1 holandês, 1 colombiano, 1 mexicano, 1 dinamarquês, 1 belga e
1 israelense. Outras vítimas ainda não tiveram a nacionalidade identificada.
Eram 144 passageiros, dois pilotos e quatro tripulantes.
Pode haver brasileiros entre as vítimas?
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, até o momento não há informações da presença de nenhum brasileiro no avião. O Itamaraty diz que o consulado brasileiro em Barcelona está checando a lista de passageiros com as autoridades europeias.
O gerente de exportação Rafael Rebello, que mora em Barcelona, conta que desistiu na última hora de comprar passagem para o voo 4U9525. O brasileiro diz que o preço da companhia levou a "mudar a data e ir por outra companhia". Leia o relato.
A caixa-preta do avião já foi encontrada?
Sim. O ministro do Interior da França, Bernard Cazeneuve, fez o anúncio: "A caixa-preta estará sujeita a uso imediato nas próximas horas para permitir que a investigação avance rapidamente", disse. "Foram tomadas medidas para garantir a segurança na zona de queda para a investigação ser realizada nas melhores condições.”
Caixa-preta (Foto: Reuters)Caixa-preta foi encontrada (Foto: Reuters)
O avião se chocou nos alpes? Qual foi a razão da queda?
Ainda não se sabe os detalhes sobre os motivos da queda. Investigações ainda precisam apontar quais eram precisamente as condições da aeronave.
Já foi informado, no entanto, que a queda do avião durou 8 minutos. A aeronave perdeu contato com o tráfego aéreo francês quando estava a 6 mil pés de altura.
Já foi feito o resgate dos corpos dos passageiros?
Não. O tenente-coronel Jean-Paul Bloy, que participa das buscas, disse ao site “Haute-Provence” que os detritos estão espalhados por uma área de cerca de um hectare, de difícil acesso. A área é muito íngreme. Há uma dúzia de detritos grandes, o resto é muito fragmentado", acrescentou. Ele disse que "pode levar vários dias para retirar os corpos da zona de queda."
Como é a Germanwings, a empresa que fez o voo?
É uma filial de baixo custo do grupo aéreo alemão Lufthansa, que está prestes a transferir para ela a maioria de seus voos dentro da Alemanha e da Europa. Foi criada pela empresa Eurowings em 2002, foi comprada em 1º de janeiro de 2009 pela Lufthansa, que detém 100% de seus ativos. A ideia é ser mais competitivo no mercado de passagens de menor preço.
A Germanwings nunca tinha tido "perda total de uma aeronave", de acordo com um porta-voz da empresa.
Mas a Lufthansa enfrenta problemas atualmente?
A queda ocorre em meio à retomada da temporada de greve dos pilotos da empresa, que negocia há um ano o convênio coletivo com os pilotos sem ter chegado ainda a um acordo sobre o sistema de aposentadorias antecipadas, que até agora era totalmente pago pela empresa aos membros do coletivo. A Lufthansa não quer permanecer com o total dos custos.
Qual era o modelo do avião que caiu?
Um Airbus A320. Até fevereiro de 2015, a empresa alemã Airbus já havia recebido mais de 7.597 pedidos de aeronaves da família A320, tendo entregue 3.889 deles. Atualmente, estão em operação 3.660 unidades, diz a construtora. Veja os detalhes.
Foi um acidente ou pode ter sido um atentado terrorista?
A porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Bernadette Meehan, em comunicado, disse não haver "indícios de relação com o terrorismo neste momento".
Vejo muitos casos de acidentes áereos no noticiário. Está mais perigoso viajar de avião?
Na verdade não. O que acontece é que há mais pessoas viajando de avião e, assim, mais acidentes tendem a acontecer. O ano passado teve um número recorde de passageiros - 3,3 bilhões de pessoas em 27 milhões de voos, segundo um relatório da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA).
Ocorreram 21 acidentes fatais no ano passado, mas este número é o mais baixo da história em termos de perdas de aeronaves e número total de voos. Equivale a dizer que houve um acidente para 4,4 milhões de voos em 2014.

Avião com 150 pessoas cai na França


Do G1, em São Paulo


Arte completa - mapa da queda, raio-x do avião Airbus A320 e altitude (Foto: Arte/G1)
Um avião Airbus da companhia Germanwings, empresa da Lufthansa, caiu no sul da França nesta terça-feira (24). A aeronave ia de Barcelona, na Espanha, para Düsseldorf, na Alemanha, segundo autoridades aéreas. O voo 4U9525 viajava com 150 pessoas a bordo – 144 passageiros, dois pilotos e quatro tripulantes.
O QUE SE SABE ATÉ AGORA:
– Um avião Airbus A320, da companhia Germanwings, caiu na manhã desta terça-feira (24), no sul da França;
– O voo 4U9525 fazia a rota Barcelona, na Espanha, a Düsseldorf, na Alemanha;
– O avião decolou com meia hora de atraso, mas a companhia ainda não sabe informar o motivo;
– A aeronave levava 144 passageiros, 2 pilotos e 4 tripulantes;
– Não há sobreviventes, disse o governo francês;
– A aeronave descolou às 9h55 locais (5h55 de Brasília);
– Segundo a empresa, a queda durou oito minutos;
– Destroços foram localizados em uma região de 2 mil metros de altitude;
– Segundo o ministro do Interior francês, uma caixa-preta do avião foi encontrada;
– A Direção Geral de Aviação Civil da França negou que um pedido de socorro teria sido emitido pelo avião antes da queda;
– A aeronave passou por manutenção de rotina um dia antes do acidente;
– Ainda não se sabe o que causou o desastre.
Logo após a notícia do acidente, o Ministério do Interior francês informou que destroços foram localizados em uma região de 2 mil metros de altitude, segundo a agência Associated Press.
Um helicóptero que pousou no local constatou que não havia sobreviventes, disse o primeiro-ministro da França, Manuel Valls, segundo a agência France Presse.
Pouco antes da confirmação, o presidente francês, François Hollande, já havia comentado que eram poucas as chances de ter sobreviventes.
“Havia 148 pessoas a bordo [número posteriormente confirmado para 150] e as condições do acidente, que ainda precisam ser determinadas com precisão, sugerem que não haveria sobreviventes”, disse Hollande.
Em seu perfil do Twitter, o presidente da França expressou "solidariedade às famílias das vítimas" e disse que a queda do avião é uma "tragédia".
Atraso
O voo decolou de Barcelona com 30 minutos de atraso. Questionada sobre o motivo, a vice-presidente da Lufthansa, Heike Birlenbach, disse ainda não ter informação a respeito.
Em entrevista coletiva, uma porta-voz da companhia disse que, a princípio, a empresa não pode dar nenhum motivo para a queda e que não irá comentar especulações sobre a tragédia.

A Germawings afirmou que o piloto voava pela empresa havia dez anos e que o avião foi verificado por técnicos, em uma manutenção de rotina, um dia antes do voo.
O ministro de Interior francês, Bernard Cazeneuve, confirmou ao jornal "Le Figaro" que uma das caixas-pretas do avião foi encontrada. Esse instrumento registra as informações do voo e pode dar indicações sobre a causa do acidente.
"A caixa-preta estará sujeita a uso imediato nas próximas horas para permitir que a investigação se mova rapidamente", disse Cazeneuve. "Foram tomadas medidas para garantir a segurança na zona de queda para a investigação a ser realizada nas melhores condições”.
Buscas
Segundo o ministro do Interior francês, 300 bombeiros, 300 policiais, dez helicópteros militares e aviões participam das buscas pelos destroços e vítimas.
Segundo o jornal francês "L'Express", os trabalhos foram suspensos ao anoitecer, por volta das 20h locais (16h em Brasília).
Serviços de emergêcia da França são vistos em Seyne, no sudeste do país, perto do local onde um Airbus A320 da companhia alemã Germanwings caiu com 150 pessoas a bordo (Foto: Boris Horvat/AFP)Equipes de resgate perto do local onde o avisão caiu, em Seyne, no sul da França (Foto: Boris Horvat/AFP)
A investigação e as buscas serão retomadas entre 5h30 e 6h desta quarta (25), e a Germanwings disse que até lá não divulgará novas informações sobre o acidente.
Cinco policiais vão passar a noite no local do acidente. Na quarta, 10 médicos forenses e representantes de três associações de ajuda às vítimas estarão no local. Peritos de Paris também estão a caminho para fazer a identificação dos corpos.
Pelo que se sabe até agora, estariam entre as vítimas 67 alemães, 45 espanhóis, dois marroquinos, dois colombianos, dois australianos, uma holandesa, um belga e um número não confirmado de turcos. Não haveria franceses. Ainda não foi divulgada a lista dos passageiros que embarcaram.
O baixo-barítono Oleg Bryjak e o contralto Maria Radner, que se apresentaram no teatro Liceu em Barcelona, estariam entre as vítimas da queda do avião da Germanwings (Foto: Reprodução/ Twitter/ Gran Teatre Liceu)Os cantores líricos Oleg Bryjak e Maria Radner
estariam no avião que caiu
(Foto: Reprodução/ Twitter/ Gran Teatre Liceu)
Vítimas
Mesmo sem a lista, já foram identificadasalgumas pessoas que estariam no avião.
O diretor da escola Joseph-Koenig, que fica na cidade alemã de Haltern am See, confirmou que 16 estudantes e dois professores da instituição estavam a bordo da aeronave que caiu.
“Nesta manhã, os nossos alunos voltavam de Barcelona depois de um intercâmbio com estudantes espanhóis", disse.
A Ópera de Düsseldorf anunciou que o baixo-barítono Oleg Bryjak é uma das vítimas do acidente, de acordo com a agência Associated Press.
No Twitter, o teatro Liceu de Barcelona lamentou a morte de Bryjak e de Maria Radner, também cantora lírica, que se apresentaram no local. Segundo o jornal espanhol "El Mundo", Maria estaria com o marido e o filho bebê.
Além do filho de Maria, estava no avião mais uma criança de colo, acompanhada da mãe espanhola. Outra vítima espanhola é Ariadna Falguera, mulher do chefe de gabinete do presidente do partido catalão ERC, Oriol Junqueras. O partido divulgou no Twitter: "Entre os passageiros do voo Bcn-Düsseldorf estava Ariadna, companheira do ERC. Todo o nosso carinho e solidariedade à família e aos amigos".
De acordo com o governo brasileiro, até o momento não há informações da presença de nenhum brasileiro no avião. O Itamaraty diz que o consulado brasileiro em Barcelona  está checando a lista de passageiros com as autoridades europeias.
As famílias das vítimas estão sendo recebidas nos aeroportos de Barcelona e Dürsseldorf.
Sinal de alerta
A Germanwings disse que a queda do avião durou oito minutos. A Direção Geral de Aviação Civil da França negou uma informação divulgada no início da manhã, de que o avião teria emitido um sinal de emergência.
Destroço que parece ser parte da lateral do Airbus acidentado é vista em encosta nos Alpes Franceses (Foto: Denis Bois/Gripmedia/AFP)Imagem do que seria um destroço do avião no local
da queda (Foto: Denis Bois/Gripmedia/AFP)
Segundo o órgão, foi o controle de tráfego aéreo que decidiu emitir o sinal porque perdeu o contato com a tripulação e o avião.
"A aeronave não emitiu um sinal de emergência, mas foi uma combinação da perda do contato de rádio e a variação da altura do avião que levou o controlador a implementar a fase de emergência", disse o porta-voz da autoridade francesa.
O Secretário de Estado dos Transportes francês, Alain Vidal, havia divulgado a informação de que “houve um pedido de socorro registrado às 10h47. Esse sinal de socorro mostrou que a aeronave estava a 5 mil pés, em uma situação anormal”. Vidal havia dito que o acidente ocorreu pouco após este sinal.
Ao "Le Figaro", ele falou que o avião caiu nas montanhas de Estrop, uma área coberta de neve e inacessível por terra. Segundo ele, as condições meteorológicas não eram particularmente ruins no momento do acidente.
Familiares de vítimas do acidente com o voo 4U9525, da companhia alemã Germanwings, chegam ao aeroporto El Prat, em Barcelona, na Espanha (Foto: Albert Gea/Reuters)Familiares de vítimas do acidente chegam ao aeroporto El Prat, em Barcelona (Foto: Albert Gea/Reuters)
Luto
O presidente da França expressou apoio à chanceler alemã, Angela Merkel, em uma ligação telefônica depois da notícia da queda do avião, informou o palácio do Eliseu. Merkel disse, em pronunciamento, que Alemanha, Espanha e França estão em luto profundo pelas vítimas do acidente. 
A chanceler disse ainda que os três países vão trabalhar em conjunto para descobrir as causas do desastre e que irá ao local do acidente nesta quarta. Irão com ela Hollande e o presidente de governo da Espanha, Mariano Rajoy.
A vice-presidente de governo da Espanha, Soraya Sáenz de Santamaría, disse que o país decretou luto oficial de três dias a partir da meia-noite e que os órgãos públicos farão um minuto de silêncio pelas vítimas do acidente ao meio-dia desta quarta.
O Papa Francisco e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, também prestaram suas condolências às famílias dos mortos no acidente. A Germanwings mudou a cor do logo de seu perfil no Twitter para preto, em uma demonstração de luto.
Pessoas colocam velas em homenagem aos estudantes da escola Joseph-Koenig em Haltern, oeste da Alemanha, que morreram no acidente aéreo na França (Foto: Sascha Schuermann/AFP)Pessoas colocam velas em homenagem aos estudantes da escola Joseph-Koenig em Haltern, na Alemanha, que morreram no acidente aéreo na França (Foto: Sascha Schuermann/AFP)
Carsten Spohr, presidente da Lufthansa, postou uma mensagem em seu perfil do Twitter, dizendo: "Não sabemos ainda o que aconteceu com o voo 4U9525. Meus profundos sentimentos para os familiares e amigos de nossos passageiros e tripulantes. Se nossos medos forem confirmados, será um dia obscuro para a Lufthansa. Esperamos encontrar sobreviventes."
A queda
Segundo o jornal francês "Le Monde", a aeronave desapareceu dos radares por volta das 10h53 locais. Segundo o site que monitora o sistema aéreo Flightradar, o avião decolou 9h55 de Barcelona, horário local (5h55 de Brasília).
De acordo com o site da Airbus, a capacidade máxima da aeronave é de 180 passageiros. A empresa disse em sua página no Facebook que está ciente dos relatos da queda de um avião fabricado pela companhia e informou que todos os seus esforços foram direcionados para avaliar a situação. Segundo o “Le Figaro”, o Airbus A320 que caiu estava em uso havia 24 anos.
O maior sindicato de controladores aéreos da França, o SNCTA, anunciou a suspensão de sua convocação de greve para os dias 25, 26 e 27 de março.
“Nessas circunstâncias dramáticas e considerando a emoção que esse acidente levanta, especialmente entre os controladores aéreos, o sindicato decidiu suspender o seu aviso de greve”, informou em seu site.
A Germanwings precisou cancelar 30 voos nesta terça porque funcionários se recusaram a trabalhar alegando questões emocionais diante da tragédia.
Pessoas chorando chegam ao aeroporto de Düsseldorf, na Alemanha. Um avião da companhia Germanwings com destino à Düsseldorf caiu no sul da França com 150 pessoas a bordo (Foto: Frank Augstein/AP)Familiares de passageiros do voo chegam chorando ao aeroporto de Düsseldorf (Foto: Frank Augstein/AP)

 

terça-feira, março 24, 2015

Secretário de Estado francês diz que não há sobreviventes na queda de Airbus

O secretário de Estado dos Transportes da França, Alain Vidalies, afirmou que “não há nenhum sobrevivente” entre os 148 ocupantes do avião Airbus A-320 da companhia GermanWings, que caiu nos Alpes franceses. A maioria dos 142 passageiros era composta por cidadãos alemães que regressavam ao país natal depois de férias em Barcelona e Palma de Maiorca, segundo trabalhadores da Swissport, a empresa de handling que trabalha para a companhia alemã.
(AP Photo/dpa, Jan-Arwed RichterAvião da Germanwings caiu nos Alpes franceses, enquanto seguia entre de Barcelona (ESP) para Dusseldorf (ALE)Avião da Germanwings caiu nos Alpes franceses, enquanto seguia entre de Barcelona (ESP) para Dusseldorf (ALE)

Pelo menos 45 passageiros tinham sobrenome espanhol, segundo o gabinete de crise do governo de Madrid.

“Houve um pedido de ajuda registrado às 10h47 que mostrava que o avião estava a 5 mil pés (1.524 metros de altitude), numa situação anormal”, disse o secretário de Estado, acrescentando que o acidente ocorreu “pouco depois” desse sinal.

O avião da companhia GermanWings, a filial de baixo custo da companhia alemã Lufthansa, caiu perto de Barcelonnette, no sul de França.

Com informações da Agência Brasi
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Aluízio Alves: O construtor de sonhos - O fundaddor do Jornal Tribuna do Norte

Uma homenagem do Blog de Aristides Siqueira ao líder Aluizio Alves.
Transcrito da matéria da Tribuna do Norte
Quando passava as férias  escolares em Angicos, o então menino Aluízio Alves aproveitava o tempo livre escrevendo um semanário na máquina de escrever do pai, o comerciante Manoel Alves Filho. De casa em casa, de mão em mão entre os angicanos, o  “Clarim” tinha quatro folhas e tiragem de um único exemplar. Mesmo assim, cumpria o objetivo idealizado por aquele menino de 11 anos: levava aos leitores notícias do município e do estado. 
Arquivo TNNa década de 1950, escrevendo na redação da Tribuna do NorteNa década de 1950, escrevendo na redação da Tribuna do Norte

O êxito do “Clarim” entusiasmou o estudante ginasial. Em Natal, Aluízio Alves, sempre com a ajuda financeira do pai, comprou uma velha impressora manual e a instalou em um armazém mantido pelo pai na Rua Chile. A máquina permitiu o início da profissionalização. Os exemplares eram impressos de segunda a quinta-feira, e seguiam de trem para Angicos, onde era vendido. Eduardo Péres era o responsável pela arrecadação do dinheiro e envio, no trem da terça-feira seguinte, do apurado para Natal. Os recursos eram imediatamente consumidos na compra de mais papel. 

O “Clarim” serviu de base para outros projetos jornalísticos de Aluízio Alves. O jornal mensal “A Palavra”, em parceria com João Seabra de Melo, a revista “Potiguarania”, o “Estudante”, com a participação de José Ariston e Jessé Freire, e os jornais políticos “A Notícia” e “A Razão”. Este último era claramente ligado ao Partido Popular. Com ele, Aluízio Alves dava início a uma união que marcariam, para o resto da vida, sua atuação pública no Rio Grande do Norte e no país: o jornalismo e a política.

Eleito deputado federal na Constituinte de 1946, pela antiga União Democrática Nacional, Aluízio Alves juntou-se no Congresso a um grupo de parlamentares do qual fazia parte, ainda, o jornalista carioca Carlos Lacerda, fundador da Tribuna da Imprensa. Com ele, Aluízio aprofundou e refinou o talento nato para escrever, editar e dirigir um jornal. A experiência com a fundação e o lançamento do jornal carioca, em 1949, deram a base necessária para a criação da Tribuna do Norte no ano seguinte. 

Sobre os primeiros jornais que fundou, em entrevista para o livro comemorativo do 60º aniversário de fundação da TRIBUNA DO NORTE (os exemplares circularam gratuitamente, encartados na edição de 24 de março de 2000), Aluízio Alves disse que gostava de “imaginá-los como frutos de uma semente que germinou no solo árido do Sertão de Angicos”, que enraizou e se espalhou de forma generosa entre meus irmãos, José Gobat – o timoneiro seguro dos tempos difíceis; Agnelo Alves – o escudeiro da palavra ágil e certeira; e sobrinhos, ao longo de provações e alegrias.

“Havia um esforço homérico, de Aluizio, Gobat e todos os outros que faziam a redação, para manter a Tribuna circulando”, lembra Henrique Eduardo Alves, presidente da empresa. Filho do fundador, Henrique seguiu os passos do pai na política, elegendo-se deputado federal em 1970, com apenas 21 anos, e manteve-se no exercício de mandatos eletivos até fevereiro deste ano, quando deixou a presidência da Câmara dos Deputados. Mesmo sem ser jornalista – é advogado – e às voltas com a política – herdou a liderança da família, após a morte de Aluízio em 2006 – Henrique acompanhou de perto a trajetória do jornal.

“A Tribuna do Norte foi a trincheira democrática do Rio Grande do Norte, durante os anos negros da ditadura militar no Brasil”, ressalta Henrique Eduardo, aludindo aos anos de dificuldades e pressões econômicas sofridas pelo jornal. “Aluízio não admitia, em hipótese nenhuma, abrir mão da Tribuna. Tudo que fizeram, tudo que tentaram para fechar o jornal, nós superamos. Proibiram de nos vender papel jornal e nós circulamos impressos em folhas de papel comum. Ameaçaram para que ninguém anunciasse conosco e criamos suplementos de forte apelo de leitura. Em tudo nos ajudava o entusiasmo de Aluízio como nosso líder, a administração competente e serena de José Gobat, a ousadia de Agnelo como articulista, a excelência dos nossos repórteres, redatores e editores”, lembra  Henrique Eduardo.

Os anos mais difíceis 
Com os direitos políticos cassados, em 1969 (os irmãos Garibaldi Alves, ex-deputado estadual, e Agnelo Alves, ex-prefeito de Natal também foram atingidos por atos de exceção do regime militar), Aluízio Alves enfrentou os tempos mais difíceis não só para manter as empresas de comunicação criadas por ele – nesta época, juntou-se à Tribuna do Norte a Rádio Cabugi AM em Natal e a Difusora AM em Mossoró – mas, também, para garantir a sobrevivência econômica e o sustento financeiro da própria família.

Diante das pressões políticas e ameaças de prisões, por parte dos chefes militares em Natal, o principal fornecedor de papel para o jornal, a firma T. Janer, avisou que não tinha mais como vender a matéria-prima. Aluízio recorreu aos contatos comerciais e amizades que tinha, no Rio de Janeiro e em Natal. O papel que a Tribuna do Norte precisava era comprado no sul e vinha em caminhões junto com outras mercadorias importadas por comerciantes amigos. A Tribuna do Norte chegou a imprimir apenas 100 exemplares em algumas ocasiões.  

Na tentativa de sufocar o único jornal potiguar que se alinhava com a oposição, os governos militares, nas décadas de 1970 e 1980, espalhou rumores que a Tribuna do Norte seria fechada. O arquivo das edições anteriores e de fotos, junto com documentos administrativos, chegaram a ser apreendidos pelo militares sob a alegação de investigar um suposto crime financeiro cometido por Aluízio Alves. Nenhum indício ou prova do suposto crime foi encontrada. Os arquivos e documentos só foram devolvidos em parte. 

Temendo novas investidas, ainda mais arbitrárias, e a possibilidade de serem forjadas provas contra a administração do jornal, Aluízio Alves recorreu a um expediente arriscado, só possível graça a solidariedade do amigo Geraldo Santos e do apoio desinteressado de Nevaldo Rocha, ambos empresários bem sucedidos no Rio Grande do Norte.

Em meio a dificuldade financeiro para adquirir insumos e maquinário, para manter e modernizar a impressão do jornal, Nevaldo Rocha ofereceu-se para “comprar” algumas ações, garantindo uma base financeira mínima para a empresa continuar atuando. Para Geraldo Santos, Aluízio transferiu nominalmente o controle acionário da empresa até que a perseguição perdesse força. Na década de 1980, quando o país começou a volta a normalidade democrática, ambos os “negócios” foram desfeitos. 

Ao encerrar “os anos mais difíceis”, na sua atuação como político e jornalista, Aluízio Alves pode acrescentar ao sistema de comunicações que criou, a partir das idealizações contidas no jornalzinho “O Clarim”, a TV Cabugi, afiliada da Rede Globo. Era o ano de 1987. 

Pequena biografia
Aluízio Alves nasceu em 11 de agosto de 1921, em Angicos. Jornalista e advogado, ainda menino descobriu a vocação para a Política. Deputado constituinte em 1946, reeleito por quatro mandatos consecutivos e eleito governador do Rio Grande do Norte para o período de 1961/1966. Voltou à Câmara Federal em 1967. Cassado pelo Governo Militar em 1969. Novamente eleito deputado federal em 1991, cumpriu mandato até 1995.

Formado nos quadros da antiga UDN, durante as atividades parlamentares exerceu vários cargos de liderança e nas comissões temáticas do Congresso, sendo o autor da Lei Orgânica da Previdência Social. No governo do presidente José Sarney, foi convocado para ocupar a função de ministro-chefe da Secretaria de Administração (1985/1989). Em 1994, com a posse do presidente Itamar Franco, é convocado para o Ministério da Integração Regional. 

Líder nato, Aluízio Alves morreu em 2006, após complicações respiratórias. 

segunda-feira, março 23, 2015

Justiça aceita denúncia contra tesoureiro do PT, Duque e mais 25

Adriana Justi e Bibiana DionísioDo G1 PR
Vaccari (Foto: Rede Globo)Vaccari está entre os denunciados pelo MPF
(Foto: Rede Globo)
A Justiça Federal aceitou nesta segunda-feira (23) a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra o tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT), João Vaccari Neto, e contra o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato de Souza Duque.
Ambos e mais 25 pessoas - também denunciadas pelo MPF - se tornaram réus diante da Justiça Federal sob a acusação de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
Na tarde desta segunda, o PT divulgou nota na qual afirma que "não são verdadeiras" as acusações contra Vaccari e que ele está à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos.

O MPF apresentou a denúncia na segunda-feira (16), dia em que a 10ª fase da Operação Lava Jato foi deflagrada. Foi nesta fase que Duque foi detido pela segunda vez. O pedido de prisão foi motivado por movimentações financeiras realizadas pelo ex-diretor em contas bancárias do exterior.
O doleiro Alberto Youssef - apontado como o líder do esquema de corrupção, desvio e lavagem de dinheiro na Petrobras - o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa e o engenheiro Pedro José Barusco Filho, que era gerente-executivo de Serviços e Engenharia e braço direito de Duque, também foram denunciados.

Nesta ação, o juiz Sérgio Moro, responsável pelas ações da Operação Lava Jato em primeira instância, deixou de receber denúncia contra Youssef pelo crime de corrupção, pelo fato do doleiro já responder por este crime em outras ações penais.

"Há aparentemente litispendência com as imputações já pendentes. Concedo ao MPF o prazo de cinco dias para esclarecer o ponto, especificamente se os crimes de corrupção a ele imputados na presente ação penal já não estão abarcados pelas outra denúncia", diz trecho do despacho.
Moro também faz ressalvas quanto aos acusados por intermediação das propinas, que na avaliação do magistrado, "não podem responder, pelos mesmos atos, por crimes de corrupção ativa e passiva como sugere a denúncia".
Os 27 réus são:
-Adir Assad
-Agenor Franklin Magalhães Medeiros
-Alberto Elísio Vilaça Gomes
-Alberto Youssef
-Ângelo Alves Mendes
-Augusto Ribeiro de Mendonça Neto
-Dario Teixeira Alves Júnior
-Francisco Claudio Santos Perdigão
-João Vaccari Neto
-José Aldemário Pinheiro Filho
-José Américo Diniz
-José Humberto Cruvinel Resende
-Julio Gerin de Almeida Camargo
-Lucélio Roberto Von Lehsten Góes
-Luiz Ricardo Sampaio de Almeida
-Mario Frederico Mendonça Góes
-Marcus Vinícius Holanda Teixeira
-Mateus Coutinho de Sá Oliveira
-Paulo Roberto Costa
-Pedro José Barusco Filho
-Renato de Souza Duque
-Renato Vinícios de Siqueira
-Rogério Cunha de Oliveira
-Sérgio Cunha Mendes
-Sonia Mariza Branco
-Vicente Ribeiro de Carvalho
-Waldomiro de Oliveira
A denúncia
Quinze denunciados são de empreiteiras, cinco são operadores, quatro são ligados aos operadores, dois ex-diretores da Petrobras e um ex-gerente. A denúncia envolve desvios de recursos da Petrobras em quatro obras: Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), Refinaria de Paulínia (Replan), Gasoduto Pilar/Ipojuca e Gasoduto Urucu Coari. As empresas responsáveis por estas obras são OAS, Mendes Júnior e Setal.
MPF fala sobre a Operação Lava Jato, em Curitiba (Foto: Fernando Castro/G1)MPF fala sobre a Operação Lava Jato, em Curitiba
(Foto: Fernando Castro/G1)
De acordo com a denúncia, Vaccari participava de reuniões com Duque para tratar de pagamentos de propina, que era paga por meio de doações oficiais ao PT. Dessa maneira, os valores chegavam como doação lícita, mas eram oriundas de propina.
O MPF aponta que foram 24 doações em 18 meses, no valor de R$ 4,260 milhões.
O tesoureiro do PT indicava em que contas deveriam ser depositados os recursos de propina, segundo o MPF. "Vaccari tinha consciência de que os pagamentos eram feitos a título de propina", afirmou o procurador do MPF Deltan Dallagnol durante entrevista coletiva nesta tarde, em Curitiba.
Além de Dallagnol, participam da coletiva o procurador do MPF Roberson Henrique Pozzobon e o delegado da Polícia Federal Marcio Anselmo.
GNEWS_Duque (Foto: GloboNews)Duque voltou a ser preso nesta segunda-feira (16)
(Foto: GloboNews)
Segundo o MPF, as penas para os crimes apontados são: formação de quadrilha, um a três anos; corrupção, dois anos e oito meses a 21 anos e quatro meses; e lavagem de dinheiro, de quatro anos a 16 anos e oito meses. Combinados os crimes, porém, as penas podem ultrapassar 100 anos de prisão.

Duque se cala na CPI
O ex-diretor de Serviços da Petrobras foi até a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), no Congresso Nacional, que apura as denúncias de irregularidades na estatal. Ele se recusou a responder às perguntas dos deputados federais. Já em sua primeira manifestação na CPI o ex-dirigente advertiu aos parlamentares que, por orientação de seus advogados, ele iria exercer o direito constitucional de ficar em silêncio.
Outros presos
O empresário paulista Adir Assad também foi preso. De acordo com o procurador  Pozzobon, Assad aparece como um novo operador do esquema de propina, atuando junto às empresas prestadoras de serviço à Petrobras.
Assad é engenheiro civil e promove shows e eventos no Brasil. Ele trouxe a banda U2, a cantora Amy Winehouse e Beyonce para o país. Ele também era dono das empresas JMS Terraplanagem Ltda., S Terraplanagem Ltda. e Rock Star Marketing.
Adir também já foi alvo em outros escândalos e foi investigado pela CPI do bicheiro Carlos Cachoeira, no Congresso Nacional, como suposto intermediário de propinas envolvendo a empreiteira Delta com o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit).
De acordo com Pozzobon, o pedido de prisão contra Adir Assad foi estruturado após a apreensão de notas fiscais na casa de Mário Góes.Também foi preso Lucélio Góes, filho de Mário Góes, apontado pela Polícia Federal como um dos operadores do esquema e que está detido desde fevereiro deste ano.
De acordo com os policiais, o nome faz referência a uma frase dita por Duque quando foi preso pela primeira vez, em novembro de 2014.
Ao despachar favorável ao mandado de prisão, o juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato em primeira instância, afirmou que o ex-diretor de Serviços da Petrobras "esvaziou" contas na Suíça e enviou € 20 milhões para contas secretas no principado de Mônaco. O dinheiro, que não havia sido declarado à Receita Federal, acabou bloqueado pelas autoridades do país europeu.

“Autoridades estrangeiras comprovaram que Duque recentemente movimentou seus recursos de contas na Suíça titularizados por ele para contas de outros países na Europa. Notadamente, o principado de Mônaco, ao qual recebeu ainda no segundo semestre de 2014 quantia que superava R$ 5 milhões”, disse o procurador.
Arte - Operação Lava Jato - 10ª fase (Foto: Arte/G1)

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