segunda-feira, dezembro 22, 2014

Dilma defende presidente da Petrobras: "A quem interessa tirar Graça Foster?"i

País

Jornal do Brasil
Nesta segunda-feira (22), a presidente Dilma Rousseff defendeu a presidente da Petrobras, Graça Foster, e questionou a pressão externa para que ela seja demitida. “A situação dela não é uma situação fácil. Ela recebe todos os dias uma pressão que poucas pessoas seguram - e ela segura, pelos compromissos que ela tem com a Petrobras. Acho que criou-se um clima sem apontar sequer uma falha dela. Mas só porque o clima está muito difícil para ela eu preciso tirá-la? Eu penalizo ela por algo que não é responsabilidade dela? A quem interessa tirar a Graça Foster? O que tem por trás disso? ”, questionou.
As declarações foram dadas durante café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto. “Ela [Graça Foster] disse que, diante de toda essa exposição, se a Petrobras for prejudicada de alguma forma – ou o governo – ela, então, coloca o cargo à disposição sem o menor constrangimento. Eu falei para ela que, do meu ponto de vista, isso não é necessário”, completou, acrescentando: “Tem que ter prova apresentada sobre qualquer conduta da presidente. Eu conheço a Graça Foster, sei da sua seriedade e lisura. É importante saber qual é a prova. Não vejo nenhum indício de irregularidade na diretoria da Petrobras.”
Dilma participa café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto
Dilma participa café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto
A presidenta defendeu que as investigações continuem, mas classificou como “simplistas” as suspeitas de que Graça Foster sabia das irregularidades por ocupar o maior cargo da empresa. A mesma expressão foi usada para as críticas às indicações políticas de alguns cargos. “Eu não vou demonizar indicações políticas. É de um simplismo grotesco. O problema do Brasil não é se são políticos ou técnicos. Ninguém está acima do bem e do mal”, avaliou.
Dilma afirmou ainda que, apesar de não pretender trocar a direção da Petrobras, vai fazer mudanças nos conselhos das empresas estatais, incluindo a petroleira. A presidente disse que o Conselho de Administração da Petrobras, já chefiado por ela, será montado a partir da definição de quem será o novo ministro de Minas e Energia. Ela não adiantou quem vai dirigir a pasta.
A Petrobras passa por uma investigação após suspeitas de irregularidades serem apontadas pela Polícia Federal na Operação Lava Jato. As apurações apontaram um esquema de desvio de dinheiro e superfaturamento em obras da estatal. O Tribunal de Contas da União (TCU), a Controladoria-Geral da União (CGU), o Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF) abriram processos para apurar denúncias como pagamento de propina a funcionários por empreiteiras.

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