quinta-feira, maio 28, 2015

Caso Fifa: perguntas e respostas

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos, o FBI e a Receita Federal americana realizaram em conjunto uma investigação de três anos que levou, na quarta-feira (27), à prisão de sete dirigentes da Fifa na Suíça - incluindo o brasileiro José Maria Marin, ex-presidente da CBF.
Todos os presos serão extraditados para os Estados Unidos. Ao todo, 14 pessoas - nove dirigentes da Fifa e cinco executivos de marketing esportivo - são acusadas de crimes como extorsão e lavagem de dinheiro.
Entenda por que os americanos investigaram a entidade máxima do futebol mundial e o que deve acontecer depois dos julgamentos:
Quando começou a investigação?
A operação é conduzida há três anos e abrange casos de corrupção na Fifa durante os últimos 20 anos.
Quais são as acusações?
Entre os crimes possivelmente cometidos estão a compra de votos para a escolha da África do Sul como sede da Copa do Mundo em 2010, a compra de votos na eleição para presidente da Fifa em 2011, o superfaturamento do contrato da CBF com uma empresa de fornecimento de material esportivo em 1996 e a compra de direitos de transmissão por empresas de marketing esportivo dos seguintes campeonatos: Copa América Centenária, edições da Copa América, da Libertadores da América e do torneio Copa do Brasil, que reúne todo ano clubes de todos os estados brasileiros.
Por que a investigação começou nos EUA?
As autoridades dos EUA alegam que as transações ilícitas foram feitas usando bancos americanos, ou seja, que os acusados violaram a lei e o sistema financeiro dos Estados Unidos.
Outra motivação foi um relatório investigativo feito pelo ex-procurador de Justiça dos EUA Michael Garcia, apontado pela Fifa para investigar a escolha da Rússia e do Qatar como sede das Copas de 2018 e 2022, respectivamente. Garcia pediu demissão em 2014 e criticou a entidade por não ter divulgado os resultados do relatório. A Fifa chegou a publicar um resumo do texto, que Garcia disse que estava incorreto, pois não mencionava as irregularidades que ele encontrou.
Dirigentes da Fifa são levados de um hotel em Zurique após sua detenção, e são encobertos por lençóis (Foto: Pascal Mora/The New York Times)Dirigentes da Fifa são levados de um hotel em Zurique após sua detenção, e são encobertos por lençóis (Foto: Pascal Mora/The New York Times)
Quem são os delatores?
As informações fornecidas pelo ex-membro do comitê executivo da Fifa Chuck Blazer parecem ter sido fundamentais para o Departamento de Justiça americano ligar outras autoridades a uma série de esquemas de corrupção.
Na quarta-feira, quando as acusações foram divulgadas, o governo americano revelou que Blazer se declarou culpado há um ano e meio de ter recebido US$ 750 mil dos US$ 10 milhões em propinas que o ex-vice-presidente da Fifa Jack Warner recebeu para votar na África do Sul como sede da Copa de 2010. Promotores também disseram que dois filhos de Warner também se declararam culpados.
Blazer concordou em devolver ao governo americano US$ 1,95 milhão, uma parte primeira do que ele recebeu em vendas não autorizadas de ingressos de jogos.
Onde os 7 dirigentes estão presos?
Os acusados foram presos em um hotel de luxo em Zurique, na Suíça, durante um congresso anual. Não foram divulgados os locais de detenção dos sete acusados.
O ex-vice-presidente da entidade Jack Warner, indiciado, passou a noite na cadeia em Trinidad e Tobago, após se entregar. A polícia do país havia emitido um mandato de prisão a pedido das autoridades americanas. Sua fiança foi estabelecida em US$ 395 mil com a obrigatoriedade de entregar o passaporte.
Quanto de dinheiro está envolvido no esquema de propinas?
O esquema de corrupção teria movimentado US$ 150 milhões.
Quais as penas para os crimes relacionados?
Segundo as autoridades, a pena para o crime mais grave pode chegar a 20 anos de prisão.
Foi falado algo sobre manipulação de resultados?
Por enquanto, não há sinais de que os esquemas tenham influenciado resultados de jogos e de campeonatos.
Quais os próximos passos?
Os presos serão extraditados e devem ser julgados pelos crimes em território americano. O chefe do FBI afirmou que a investigação está só no começo.
Junto com as prisões desta quarta, as autoridades suíças também anunciaram uma investigação criminal sobre a atribuição das próximas duas Copas do Mundo, marcadas para a Rússia, em 2018, e o Catar, em 2022.
Enquanto isso, os principais patrocinadores da Fifa, incluindo muitos que têm apoiado solidamente a entidade apesar de quase 20 anos de alegações de suborno e corrupção, parecem estar inesperadamente preocupados com o desenrolar dos acontecimentos em Zurique.
Em um comunicado contundente, algo raro para a empresa, a Visa afirmou: "É importante que a Fifa faça mudanças agora, para que o foco permaneça sobre essas mudanças. Se a Fifa não fizer isso, nós informamos que vamos reavaliar nosso patrocínio."O Departamento de Justiça dos Estados Unidos, o FBI e a Receita Federal americana realizaram em conjunto uma investigação de três anos que levou, na quarta-feira (27), à prisão de sete dirigentes da Fifa na Suíça - incluindo o brasileiro José Maria Marin, ex-presidente da CBF.
Todos os presos serão extraditados para os Estados Unidos. Ao todo, 14 pessoas - nove dirigentes da Fifa e cinco executivos de marketing esportivo - são acusadas de crimes como extorsão e lavagem de dinheiro.
Entenda por que os americanos investigaram a entidade máxima do futebol mundial e o que deve acontecer depois dos julgamentos:
Quando começou a investigação?
A operação é conduzida há três anos e abrange casos de corrupção na Fifa durante os últimos 20 anos.
Quais são as acusações?
Entre os crimes possivelmente cometidos estão a compra de votos para a escolha da África do Sul como sede da Copa do Mundo em 2010, a compra de votos na eleição para presidente da Fifa em 2011, o superfaturamento do contrato da CBF com uma empresa de fornecimento de material esportivo em 1996 e a compra de direitos de transmissão por empresas de marketing esportivo dos seguintes campeonatos: Copa América Centenária, edições da Copa América, da Libertadores da América e do torneio Copa do Brasil, que reúne todo ano clubes de todos os estados brasileiros.
Por que a investigação começou nos EUA?
As autoridades dos EUA alegam que as transações ilícitas foram feitas usando bancos americanos, ou seja, que os acusados violaram a lei e o sistema financeiro dos Estados Unidos.
Outra motivação foi um relatório investigativo feito pelo ex-procurador de Justiça dos EUA Michael Garcia, apontado pela Fifa para investigar a escolha da Rússia e do Qatar como sede das Copas de 2018 e 2022, respectivamente. Garcia pediu demissão em 2014 e criticou a entidade por não ter divulgado os resultados do relatório. A Fifa chegou a publicar um resumo do texto, que Garcia disse que estava incorreto, pois não mencionava as irregularidades que ele encontrou.
Dirigentes da Fifa são levados de um hotel em Zurique após sua detenção, e são encobertos por lençóis (Foto: Pascal Mora/The New York Times)Dirigentes da Fifa são levados de um hotel em Zurique após sua detenção, e são encobertos por lençóis (Foto: Pascal Mora/The New York Times)
Quem são os delatores?
As informações fornecidas pelo ex-membro do comitê executivo da Fifa Chuck Blazer parecem ter sido fundamentais para o Departamento de Justiça americano ligar outras autoridades a uma série de esquemas de corrupção.
Na quarta-feira, quando as acusações foram divulgadas, o governo americano revelou que Blazer se declarou culpado há um ano e meio de ter recebido US$ 750 mil dos US$ 10 milhões em propinas que o ex-vice-presidente da Fifa Jack Warner recebeu para votar na África do Sul como sede da Copa de 2010. Promotores também disseram que dois filhos de Warner também se declararam culpados.
Blazer concordou em devolver ao governo americano US$ 1,95 milhão, uma parte primeira do que ele recebeu em vendas não autorizadas de ingressos de jogos.
Onde os 7 dirigentes estão presos?
Os acusados foram presos em um hotel de luxo em Zurique, na Suíça, durante um congresso anual. Não foram divulgados os locais de detenção dos sete acusados.
O ex-vice-presidente da entidade Jack Warner, indiciado, passou a noite na cadeia em Trinidad e Tobago, após se entregar. A polícia do país havia emitido um mandato de prisão a pedido das autoridades americanas. Sua fiança foi estabelecida em US$ 395 mil com a obrigatoriedade de entregar o passaporte.
Quanto de dinheiro está envolvido no esquema de propinas?
O esquema de corrupção teria movimentado US$ 150 milhões.
Quais as penas para os crimes relacionados?
Segundo as autoridades, a pena para o crime mais grave pode chegar a 20 anos de prisão.
Foi falado algo sobre manipulação de resultados?
Por enquanto, não há sinais de que os esquemas tenham influenciado resultados de jogos e de campeonatos.
Quais os próximos passos?
Os presos serão extraditados e devem ser julgados pelos crimes em território americano. O chefe do FBI afirmou que a investigação está só no começo.
Junto com as prisões desta quarta, as autoridades suíças também anunciaram uma investigação criminal sobre a atribuição das próximas duas Copas do Mundo, marcadas para a Rússia, em 2018, e o Catar, em 2022.
Enquanto isso, os principais patrocinadores da Fifa, incluindo muitos que têm apoiado solidamente a entidade apesar de quase 20 anos de alegações de suborno e corrupção, parecem estar inesperadamente preocupados com o desenrolar dos acontecimentos em Zurique.
Em um comunicado contundente, algo raro para a empresa, a Visa afirmou: "É importante que a Fifa faça mudanças agora, para que o foco permaneça sobre essas mudanças. Se a Fifa não fizer isso, nós informamos que vamos reavaliar nosso patrocínio."


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