terça-feira, maio 26, 2015

Padre Brito Guerra: 1º presidente da Assembleia

O padre Francisco de Brito Guerra é um legítimo filho do sertão do oeste potiguar. Seu local de nascimento consta como a Fazendo Jatobá, hoje município de Campo Grande. Os pais Manuel da Anunciação Lira e de Ana Filgueira de Jesus deve ter comemorado muito o dia 18 de abril de 1777, uma sexta-feira em que veio ao mundo o menino que se tornaria um dos mais ilustres norteriograndenses da época do império. 

A história conta que logo cedo, a família mudou-se para Assu, onde ele estudou as primeiras letras. Seu primeiro professor foi o padre Luís Pimenta de Santana. Premido pela necessidade de sobrevivência, seu pai se mudou em seguida para o sertão pernambucano, ele prosseguiu os estudos com o professor Manuel Antonio. Depois a família se mudou mais uma vez para Olinda e lá ele entrou para o Seminário do bispo dom José Joaquim da Cunha Azevedo Coutinho. 

ReproduçãoUm deputado provincial preocupado com o problema da seca no Rio Grande do Norte já nos primeiros dias de mandatoUm deputado provincial preocupado com o problema da seca no Rio Grande do Norte já nos primeiros dias de mandato

A partir daí estava consolidada sua vocação religiosa. A influência de dom Joaquim da Cunha na vida do jovem padre potiguar foi intensa, que em 1801 ele escreveu a sua Oratio Acadêmica em louvor ao Bispo de Olinda. Ordenou-se Padre neste mesmo ano e assumiu a freguesia de São Pedro Gonçalves, no Recife. No seguinte já era o pároco da freguesia de Santana do Caicó, no Rio Grande Norte, onde se revelaria também um político de carreira brilhante.

Em 1811 concluiu a construção de um sobrado, em que moraria com sua mãe e irmãs, e funcionaria a Escola de Latim. A partir de então assumira o cargo de vigário da freguesia do Seridó.

Figura expressiva na política provincial e imperial, o padre Brito Guerra teve sua primeira legislatura como deputado-geral entre os anos de 1831 e 1833. Foi nomeado Senador Vitalício do Império em 1837. Seu primeiro projeto de Lei, datado de 25 de outubro de 1831, delimitava o território do Seridó, fazendo-o definitivamente pertencente à província do Rio Grande do Norte, acabando com uma disputa com a Paraíba que reivindicava essas terras.

Imagine a importância   e o poder desfrutado por esse padre de província no século XIX. Ele foi um conciliador e um homem muito querido por seu povo. Era carismático e desenvolvimentista e sonhava com um sertão cheio de açudes e barragens. Faleceu no dia 26 de fevereiro de 1845, no Rio de Janeiro, mas sua memória será guardada como protagonista da história do Legislativo potiguar.

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