A Polícia Federal está investigando se houve participação do ex-presidente Lula e ministros do governo dele num suposto esquema de venda de medidas provisórias. A Operação Zelotes já tem 16 réus. Seis pessoas estão presas.
O delegado Marlon Cajado mandou explicações para a Justiça. Alegou que a instauração de novo inquérito policial é pra saber se outros servidores públicos, além dos dois que já foram denunciados, foram, corrompidos e estariam associados a essa organização criminosa, ou se estaria vendendo fumaça, vitimando-os e praticando tráfico de influência em relação a eles.
E cita nomes: Luiz Inácio Lula da Silva, Erenice Guerra, ex-ministra da Casa Civil, Diogo de Oliveira número dois do Ministério da Fazenda, entre outros, como o ex-ministro Gilberto Carvalho, que já é investigado.
Não há um inquérito específico pra apurar a conduta do ex-presidente Lula. A investigação é ampla, sobre vários suspeitos e analisa provas que ainda não tinham sido incluídas quando os primeiros envolvidos foram denunciados. A empresa LFT, do filho de Lula, Luís Cláudio Lula da Silva, recebeu R$ 2,5 milhões de uma das empresas investigadas na operação. Luís Cláudio tem negado qualquer irregularidade no contrato.
O ex-presidente já tinha prestado depoimento nesse inquérito, no mês passado - mas na condição de informante. Agora, a PF passa a apurar se ele teve envolvimento.
Duas medidas provisórias suspeitas foram editadas enquanto ele era presidente. As medidas provisórias 471, de 2009, e 512, de 2010 - concederam incentivos fiscais ao setor automotivo para empresas que se instalaram nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Além delas, a Polícia Federal investiga se houve pagamentos suspeitos para edição de uma terceira medida provisória em 2013, já no governo Dilma - também de interesse do setor automotivo.
Em nota, o advogado do ex-presidente Lula, Cristiano Zanin Martins, afirmou que nada justifica a conduta do delegado ao afirmar que o ex-presidente seria investigado. Disse que Lula foi ouvido no dia 6 de janeiro na condição de informante, sem as garantias constitucionais próprias dos investigados. E que não há nenhum elemento que justifique a mudança do tratamento.
O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dyogo Oliveira, disse que não há nenhuma acusação contra ele e que participou no processo apenas como testemunha.
A defesa da ex-ministra Erenice Guerra disse que ela já prestou depoimento sobre o caso e que na época não tinha atuação sobre as questões tratadas nas medidas provisórias.
O ex-ministro Gilberto Carvalho disse que também já prestou depoimento no caso - e que o processo segue o rito normal, sem nenhuma novidade.
A presidente Dilma Rousseff foi convocada como testemunha de um dos réus da Operação Zelotes - e apresentou os esclarecimentos por escrito. Numa nota curta, ela disse que não tem nenhuma informação ou declaração a fazer sobre os fatos ou as pessoas envolvidas
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