quinta-feira, fevereiro 06, 2014

Trabalhadores vão à justiça por reajuste maior do FGTS Publicação: 06 de Fevereiro de 2014 às 00:00

A forma como a Caixa Econômica Federal vem corrigindo monetariamente o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) tem levado trabalhadores de todo o Brasil e do Rio Grande do Norte à justiça, na tentativa de mudar o índice de reajuste e, por consequência, obter um rendimento maior no fundo. Segundo advogados e defensores públicos, o índice em vigor é inadequado e tem gerado um retorno aquém do que deveria.

Por enquanto, a única forma de tentar a revisão é na Justiça. Quase 40 mil ações já foram ajuizadas no país, segundo a Caixa. Nem o banco nem a Justiça Federal do Rio Grande do Norte souberam informar quantas são oriundas do RN. Escritórios de advocacia relatam que têm recebido centenas de clientes com essa demanda.

A Defensoria Pública da União (DPU) também move uma ação, que foi recebida ontem pela Justiça Federal do Rio Grande do Sul. A ação busca a substituição do índice de correção do FGTS. A pretensão é que a Caixa seja condenada a corrigir, desde janeiro de 1999, os depósitos efetuados em todas as contas vinculadas do FGTS, aplicando – em vez da Taxa Referencial (TR) - o indicador que melhor reflita a inflação. As decisões proferidas ao longo do processo terão validade para todo o país, de acordo com despacho do juiz Bruno Brum Ribas, da 4ª Vara Federal de Porto Alegre (RS), que recebeu a ação.

Correção

As ações decorrem do fato da Caixa usar a TR para atualizar o FGTS, quando deveria usar, no entendimento da DPU, outros índices que acompanham a inflação mais de perto e que são considerados mais “rentáveis”, como o INPC e o IPCA-E. Como a TR é quase nula, os valores depositados praticamente não mudam ao longo dos anos, o que, de acordo com a Defensoria, é proibido pela própria Lei do FGTS.

Das quase 40 mil ações ajuizadas no Brasil, 18.363 decisões foram proferidas até agora, segundo a Caixa. A maioria favorável à instituição. Ao menos cinco teriam sido favoráveis aos trabalhadores, de acordo com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no RN. As demais aguardam julgamento. 

Para Guilherme de Carvalho, presidente da G Carvalho Sociedade de Advogados, sediada em São Paulo, vários trabalhadores estão sendo lesados. Ele dá um exemplo: “Supondo que o trabalhador tinha R$ 1 mil na conta do FGTS em 1999. Se considerada a taxa de reajuste aplicada pelo banco, ele teria hoje R$ 1.340,47, quando deveria ter R$ 2.586,44”, diz.

Centenas de pessoas já procuram escritórios de advocacia de Natal para dar entrada com a ação que pede mudança na forma de correção do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Em pelo menos dois escritórios da cidade, mais de 500 trabalhadores se reuniram em grupos na busca da correção dos valores.
Divulgação
Escritórios cobram taxa inicial e percentual caso ganhem açãoEscritórios cobram taxa inicial e percentual caso ganhem ação

Entre essas pessoas está o administrador Roberto Veras, de 58 anos. Segundo ele, a informação a respeito da ação chegou através da imprensa e de sua advogada. “É um processo simples. É só fornecer a documentação e aguardar. Se vier a dar resultado, ótimo”, disse.

A documentação necessária envolve o extrato do FGTS, incluindo todos os empregadores de 1999 até hoje, que pode ser obtido no site da Caixa; cópia das folhas da carteira de trabalho que contenham comprovação dos vínculos empregatícios do extrato; além de RG, CPF e comprovante de residência.

Os preços cobrados pelos advogados podem variar. Conforme apurado pela reportagem, há escritórios que cobram cerca de R$ 150 - o que abrange a remuneração de advogado e contador - para dar entrada na ação. Além disso, ao final, também é cobrado 20% do valor da condenação.

Apesar da demora do trâmite do processo, o administrador Roberto Veras não desanima. “Creio que qualquer demanda na Justiça é demorada, ainda mais numa situação dessa, em que o Governo vai usar todos os instrumentos possíveis para que não logremos êxito. Mas é como um investimento a longo prazo”, comentou.

A advogada dele, Luísa Úrsula Azevedo, informou que as ações do escritório ainda estão em fase de formação. A expectativa é dar entrada até o final da próxima semana. “Estamos sendo procurados por muita gente. Agora estamos montando grupos para dar entrada. Da semana passada para cá, já recebi mais de 200 pedidos”, explicou. “Ainda não temos ideia de quanto tempo vai demorar porque é um ação que está nascendo”, acrescentou. 

Segundo ela, a base da ação é a postura que o Supremo Tribunal Federal (STF) tem adotado a respeito da Taxa Referencial (TR), índice cuja aplicação, disse ela, levou ao acúmulo de perdas em comparação a outros indexadores que paralelamente estiveram vigentes. “Se favorável, a ação vai gerar um impacto considerável na economia”, avaliou.

De acordo com a advogada Viviana Menna, em torno de 300 pessoas já procuraram seu escritório para a correção. “Já entramos com cerca de dez ações. Começamos em dezembro e sete delas foram com grupos de cinco pessoas”, disse. Ela explica que a base da ação segue nota técnica número 125 do Dieese. “Essa nota diz que a TR foi manipulada de 1999 para cá a ponto de chegar em setembro de 2012 zerada, sem espelhar a inflação”, informou.

Direito
O presidente da Comissão dos Advogados Trabalhistas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Renato Rodrigues, ressalta que não há decisão resguardando o direito do trabalhador nesse sentido. “O que existiu foi uma decisão do STF em que a TR não deve ser aplicada aos precatórios. Essa avalanche de ações pelo Brasil é mais uma criação do meio jurídico. Os advogados estão pegando carona na decisão dos precatórios, equiparando à decisão do STF. É importante observar que, por lei, TR mais correção são fatores de indexação do FGTS”, afirmou.

Renato Rodrigues considera ainda que só a construção da jurisprudência vai ditar o rumo das decisões. “Enquanto os tribunais superiores não se pronunciarem, vamos ter as mais diversas decisões”, afirmou. “O que posso lhe dizer é que no Brasil são cinco ou seis decisões favoráveis para um universo de cerca de 40 mil ações, muitas delas julgadas e improcedentes”, afirmou.

Para quem deseja indicação de um escritório para entrar coma ação, Renato Rodrigues aconselha procurar a sede da OAB, na Avenida Câmara Cascudo, 478 - Cidade Alta.

ENTENDA O FUNDO DE GARANTIA

O FGTS foi criado na década de 60 para proteger o trabalhador demitido sem justa causa. No início de cada mês, os empregadores depositam, em contas abertas na Caixa, em nome dos seus empregados e vinculadas ao contrato de trabalho, o valor correspondente a 8% do salário de cada funcionário. Todo dia 10 as contas do FGTS recebem atualização monetária mensal mais juros de 3% ao ano. Os recursos podem ser sacados em algumas situações específicas. Veja abaixo algumas dessas situações, de acordo com informações da Caixa:

- Na demissão sem justa causa;
- No término do contrato por prazo determinado;
- Na rescisão do contrato por extinção total ou parcial da empresa;
- Na rescisão do contrato por falecimento do empregador individual;
- Na rescisão do contrato por culpa recíproca ou força maior;
- Na aposentadoria;
- No caso de necessidade pessoal, urgente e grave, decorrente de desastre natural causado por chuvas ou inundações que tenham atingido a área de residência do trabalhador, quando a situação de emergência ou o estado de calamidade pública for assim reconhecido, por meio de portaria do Governo Federal;
- No falecimento do trabalhador;
- Quando o titular da conta vinculada tiver idade igual ou superior a 70 anos;
- Quando o trabalhador ou seu dependente for portador do vírus HIV;
- Quando o trabalhador ou seu dependente for acometido por câncer;
- Quando o trabalhador ou seu dependente estiver em estágio terminal, em razão de doença grave;
- Para aquisição de moradia própria, liquidação ou amortização de dívida ou pagamento de parte das prestações de financiamento habitacional. 

A correção do Fundo de Garantia por tempo de serviço com base na Taxa Referencial (TR) foi bom negócio para o trabalhador até 1998, quando as taxas fixadas para a TR ficaram próximas ou superaram os indicadores tradicionais de inflação. As informações constam em uma nota técnica do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), publicada em junho de 2013.

De acordo com o órgão, a partir de 1998, o que se observa é o crescente distanciamento da TR quando comparada ao INPC. “Essa tendência deveu-se, por um lado, à queda da taxa de juros da economia, e, por outro, aos critérios implícitos na definição do Redutor constante da metodologia de cálculo da TR”, afirma. 

O Dieese observa ainda que a Taxa Referencial aproximou-se de zero em 2012 e que, em 2013, havia a expectativa de que permanecesse nesse patamar. 

Supondo que o patamar das taxas de juros fosse mantido, o órgão aponta que seria preciso modificar o redutor ou a fórmula de cálculo da TR ou, ainda, eleger outra forma de atualização dos saldos do FGTS que possibilite sua valorização, ao mesmo tempo em que continue a ser “um importante fundo para a execução das políticas habitacionais do país, com acesso à crédito subsidiado pela população”.

A ação civil pública que pede a mudança do índice de correção do FGTS e que teria abrangência nacional está “numa fase muito inicial”, segundo a assessoria de comunicação da Justiça Federal do Rio Grande do Sul. Ainda não há uma data para a ação ser julgada e passar a ter efeito.
João Maria Alves
A Caixa Econômica tem conseguido decisões favoráveis para manter a atual forma de correçãoA Caixa Econômica tem conseguido decisões favoráveis para manter a atual forma de correção

A via judicial foi o único caminho encontrado até o momento para questionar o rendimento do fundo. “O banco não aceita a correção, então o caminho está sendo via judicial. O indicado é entrar com advogado”, afirma a justiça gaúcha, através da assessoria de comunicação.

A defensora pública da União,  Fernanda Hahn, uma das autoras da ação civil pública que está na Justiça Federal do Rio Grande do Sul, observa que está havendo uma procura muito grande de pessoas buscando auxílio jurídico para essa demanda em todo o país, o que vinha resultando em inúmeras ações judiciais individuais. “É por isso que ingressamos com ação”, justifica.

Espera
A alteração do índice de correção do FGTS dependeria de uma mudança na lei que determina o índice a ser usado ou de uma decisão judicial com abrangência nacional. De acordo com Fernanda Hahn, possíveis mudanças, porém, deverão demorar. Segundo ela, ”o banco provavelmente irá recorrer” e a ação acabará seguindo até o Supremo Tribunal Federal.

A mesma posição é defendida pela Justiça Federal do RS onde a ação pública coletiva está tramitando desde o último dia 3. De acordo com a justiça gaúcha, a decisão dificilmente entrará em vigor logo após o julgamento. “Certamente a Caixa Econômica vai recorrer para o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4). Qualquer decisão tomada no TRF4 vai sofrer recurso, ou seja, certamente quem vai decidir de forma definitiva a questão é o Supremo Tribunal Federal (STF). Seja qual for a decisão, uma das partes não vai concordar e entrará com recurso que provavelmente vai chegar até o STF”, esclareceu.

A própria Caixa Econômica Federal admitiu, através da assessoria de comunicação, que “recorrerá de qualquer decisão contrária ao Fundo de Garantia”. O Ministério do Trabalho e Emprego, onde se encontra o Conselho Curador do FGTS, gestor do Fundo, e o Ministério das Cidades, gestor da aplicação dos recursos, também foram procurados pela TRIBUNA DO NORTE para comentar o assunto, mas afirmaram que a Caixa, responsável pelo recolhimento do FGTS, era a fonte mais indicada.

“A defesa judicial do FGTS é de responsabilidade da Caixa, no papel de agente operador. Cabe à Caixa recorrer de eventuais decisões que autorizem a atualização da conta vinculada de forma diferente do que está estabelecido em Lei. O Conselho Curador segue o que determina a Lei 8.036 (TR + 3% a.a) e qualquer mudança seria com mudança na própria Lei, isso não cabe ao Ministério do Trabalho e sim ao Legislativo”, afirmou o Ministério do Trabalho e Emprego, através de sua assessoria de comunicação. 

Bate-papo - Fernanda Hahn
Defensora pública da União do Rio Grande do Sul

Por que a Defensoria escolheu a Justiça Federal do Rio Grande do Sul para ingressar com o pedido, já que a ação tem abrangência nacional?

O art. 1º, da Lei da Ação Civil Pública (Lei nº 7.347/85), dispõe que não cabe Ação Civil Pública em matéria de FGTS. No entanto, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que envolve a Justiça Federal do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, já decidiu que esta previsão seria inconstitucional, quando se discutisse o direito dos empregados. Como esse entendimento não é consolidado em outros Tribunais entendeu-se por bem ajuizar em uma localidade onde não se teria eventual resistência inicial quanto à possibilidade de ajuizar a demanda coletiva. Mas cabe frisar que ainda não é algo definitivo, pois o Supremo Tribunal Federal vai analisar se é cabível ou não o ajuizamento de ACP em demanda de FGTS.

O índice de correção usado pela Caixa está, de fato, errado como estão dizendo?

O índice de correção determinado pela Lei é a Taxa Referencial, portanto legalmente este é o índice que deve ser utilizado. A CEF está cumprindo isso. A ação é para mudar o índice.  Entretanto, o Supremo Tribunal Federal entendeu recentemente que a TR não é o melhor índice para mensurar o poder aquisitivo da moeda, ou seja, não é capaz de atualizar monetariamente os valores. Este é o principal fundamento da ação, pois a Lei do FGTS refere expressamente que os depósitos do FGTS devem ser corrigidos monetariamente, e a TR não vem cumprindo este papel. Referimos na ação que o INPC e o IPCA-E são índices que melhor refletem a inflação, mas requeremos que o magistrado decida qual deva ser este índice.

Segundo advogados, quem possui ou já possuiu valores na conta do FGTS entre 1999 e 2013 tem direito de receber a correção. Essa informação está correta?
Estamos buscando na ação que haja a correção monetária dos saldos do FGTS por outro índice que não a TR desde 1999, mas isso ainda está sendo analisado pela Justiça.

O efeito dessa decisão seria retroativo - de 2013 a 1999, quando a TR aproximou-se de 0 - ou a decisão valeria apenas para os valores que forem depositados após sua publicação?
Isso vai depender da decisão a ser proferida no processo.

terça-feira, fevereiro 04, 2014

João Paulo entrega-se no Complexo Penitenciário da Papuda

Estadão Conteúdo

Antes de se entregar, no início da noite desta terça-feira (4) no Complexo Penitenciário da Papuda, o deputado João Paulo Cunha (PT-SP) divulgou uma carta na qual diz que o julgamento do mensalão foi um "show midiático". Um dos condenados na Ação Penal 470, o processo do mensalão, João Paulo reafirma na carta que é inocente e ressalta que seguiria a lei e se entregaria para "cumprir a injusta absurda pena" a que foi sentenciado.

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No texto, ele diz ainda que foi condenado sem provas e que, encerrada a fase de embargos, sua defesa "solicitará a revisão criminal de todo o processo, de modo a garantir um novo julgamento. João Paulo acrescenta que enfrentará um possível processo de cassação por quebra de decoro parlamentar, para o qual se diz preparado. Para o deputado, o processo no plenário da Câmara é que será um "legítimo julgamento". No plenário, ressaltou, é que provará sua inocência.

João Paulo Cunha teve o mandado de prisão expedido hoje pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa. O deputado foi condenado a seis anos e quatro meses de prisão.

O líder do PT na Câmara, Vicentinho (SP), disse que o partido acredita na inocência do deputado. "Esta é uma condenação sem provas, sem testemunhas e, embora nós respeitemos a decisão do STF, a gente questiona. A penalidade será cumprida, não estamos questionando a penalidade, apenas manifestando a nossa opinião, nossa discordância da decisão."

João Paulo Cunha aguarda ainda que o Supremo analise recurso de sua defesa contra a condenação a três anos de prisão por lavagem de dinheiro, o que deve ocorrer neste ano.

O parlamentar era o presidente da Câmara dos Deputados à época do mensalão. Por ter sido condenado a pena inferior a oito anos, o deputado irá cumprir a pena inicialmente no regime semiaberto.

O deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP) divulgou uma carta aberta em seu site dizendo que vai cumprir a lei e se entregar após a expedição do mandado de prisão ocorrida na tarde desta terça-feira, 4. Afirmou ainda que não pretende renunciar e deixará a cargo da Câmara decidir se manterá o seu mandato. Os outros três deputados que foram presos no processo do mensalão renunciaram.
"Em defesa das prerrogativas constitucionais que garantem as competências do Poder Legislativo para decidir sobre os mandatos de seus membros, estou preparado para o legítimo julgamento do plenário da Câmara dos Deputados. Onde provarei, novamente, que não pratiquei nenhuma irregularidade, sendo inocente em relação aos crimes dos que sou acusado", diz João Paulo em trecho da carta.
O deputado reafirma sua inocência, critica a postura do presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, e diz que vai buscar todos os recursos que puder para provar sua inocência. João Paulo vai começar a cumprir pena de 6 anos e 4 meses de prisão por sua condenação nos crimes de peculato e corrupção ativa. Ele ainda tenta reverter a condenação de 3 anos pelo crime de lavagem de dinheiro por meio de embargo infringente.

Foto de Joaquim Barbosa em Miami com empresário condenado vira polêmica

Jornal do Brasil
Uma fotografia do presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, ao lado do empresário Antonio Mahfuz, em Miami, tem causado polêmica nas redes sociais. Mahfuz vive há cerca de 15 anos nos Estados Unidos, após ter a prisão decretada no processo de cobrança de uma dívida superior a R$ 144 milhões com o Chase Manhattan Bank. Ele era proprietário da A. Mahfuz S.A., uma das mais tradicionais redes de lojas do interior paulista na década de 80.
Assessores do STF informam que Joaquim não é amigo de Mahfuz e que o ministro costuma atender aos pedidos para posar em foto com admiradores. "Ele não pede o RG de ninguém", afirmou um assessor. 
Em setembro de 2007, Antonio Mahfuz entrou com um pedido de liminar em habeas corpus no STF para voltar ao Brasil e participar do casamento da única filha, além de visitar sua mãe que teria mais de 80 anos e problemas de saúde. 
O processo contra o comerciante teve início na 17ª Vara Cível de São Paulo (SP), em 1991, com uma ação de execução de um título extrajudicial, ligado ao não-pagamento de nota promissória e respectiva cédula de crédito comercial, emitida pela empresa A. Mahfuz.
A foto polêmica
Na foto em que Barbosa aparece com Antonio Mahfuz no Facebook, há ainda a legenda: “Sob a mesma luz que guiava os peregrinos no deserto! Renasce a esperança com o Justiceiro. Thanks God!”.
Condenado na AP 470, Delúbio Soares repercutiu a foto no Twitter com o post: "Antônio Mahfuz: 221 processos, prisão decretada, foragido do Brasil. Em Miami, com Joaquim Barbosa, num bar."
Joaquim Barbosa ao lado de Antonio Mahfuz
Joaquim Barbosa ao lado de Antonio Mahfuz
A publicação da foto foi comentada com ironia pelo vice-presidente do Congresso, deputado André Vargas (PT-PR): "Joaquim Barbosa tira foto em Miami com empresário foragido. Cadê os moralistas da mídia brasileira? Se fosse o Lula!", escreveu Vargas.
O advogado e ex-deputado federal pelo PT Luiz Eduardo Greenhalgh publicou pelo menos quatro retuítes em seu perfil sobre o assunto. "Barbosa em foto em Miami com foragido da Justiça Brasileira, Antonio Mahfuz, estelionatário que fugiu do Brasil...", dizia um dos comentários publicados.
A polêmica se junta a outra envolvendo o mesmo Joaquim Barbosa. Em janeiro, ao viajar de férias para a Europa, o ministro deu duas palestras em Paris e em Londres, para as quais recebeu diária de R$ 14 mil. De acordo com a assessoria do Supremo Tribunal Federal, Barbosa teria interrompido as férias para fazer duas palestras e, por isso, teria direito às diárias.
A assessoria do STF disse ainda que o ministro se encontrou com autoridades dos dois países e retribuiu visitas que teria recebido no Brasil. 
Ex-presidente da OAB critica pagamento de diárias de Joaquim Barbosa na Europa 
Para o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e ex-presidente da instituição, Wadih Damous, a medida deve ser considerada condenável, mas, por se tratar do ministro Joaquim Barbosa, acaba sendo aceita. Para Wadih, o ministro foi endeusado pela imprensa e pela sociedade, o que torna ações como essa admissíveis aos olhos da opinião pública. O magistrado ainda traça um paralelo, ilustrando como o pagamento de diárias seria encarado se o beneficiado fosse o senador Renan Calheiros.
"Vou fazer um paralelo para você: vamos imaginar que esse caso estivesse acontecendo com o senador Renan Calheiros. Seria manchete de todos os jornais, de todos os editoriais, seria um escândalo nacional. Como se trata do ministro Joaquim Barbosa, tudo é permitido. Quase não sai uma nota de rodapé, os colunistas evitam tratar desse assunto. É tão grave quanto o Renan Calheiros cortar cabelo com dinheiro público", exemplifica Damous.
O jurista também condena a criação de "verdades absolutas" sobre autoridades como Joaquim Barbosa, que ganhou notoriedade e admiração exacerbadas após ser relator do mensalão. "Está se criando no Brasil, sobretudo por conta do processo do mensalão, verdades absolutas, em que algumas pessoas e autoridades são blindadas e praticam as mesmas mazelas que dizem perseguir, que dizem estar ali para punir. O Joaquim Barbosa é uma delas, tornou-se uma delas. A qualquer ato dele, é tratado como 'homem do povo'", reclama Wadih Damous, que ainda ironiza o destino da viagem de Barbosa para países de primeiro mundo.
"Em relação a essa viagem para a Europa - aliás, o ministro nunca vai palestrar em Botswana, é sempre Inglaterra, França - é tratada como algo natural, algo absolutamente dentro dos padrões da administração pública brasileira. São esses paradoxos que vivemos hoje na política brasileira. Estou julgando o Joaquim Barbosa como ele julga aqueles que ele considera pessoas que não se conduzem dentro de um padrão ético e moral que ele diz defender".

Petição online solicita o impeachment do ministro Joaquim Barbosa

Uma petição online, que defende o impeachment de Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), foi publicada no site Avaaz nesta quinta-feira (30). Em quatro dias, a petição já possui mais de 6 mil assinaturas.
Ministro Joaquim Barbosa. Foto: Divulgação
Ministro Joaquim Barbosa. Foto: Divulgação
O texto publicado no portal defende que houve irregularidades por parte do ministro durante o julgamento dos réus da Ação Penal 470, conhecida como “mensalão”, e impõem que providências jurídicas – o impeachment – seja executado contra Barbosa.
O texto da petição ainda relembra que, pela primeira vez, a OAB aprovou documento assinado por todos os seus conselheiros federais cobrando do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) uma investigação sobre a conduta do presidente do STF.
“Joaquim Barbosa mentiu ao defender o sigilo do Inquérito 2474 pois está atuando claramente a favor dos interesses dos magnatas da mídia brasileira, onde inclusive seu filho trabalha. Para quem não sabe, este inquérito tem as provas de que todo o mensalão foi uma imensa farsa sustentada pela mídia e pela oposição, para derrubar o PT e criar as bases de um golpe de estado através do impeachment de Lula”, diz o texto da petição.

Senado Federal: Impeachment de Joaquim Barbosa.


Esta petição está esperando pela aprovação da Comunidade da Avaaz.
Senado Federal: Impeachment de Joaquim Barbosa.
7,500
7,231
7,231 assinaturas. Vamos chegar a 7,500

Por que isto é importante

A OAB aprovou documento assinado por todos os seus conselheiros federais cobrando do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) uma investigação sobre a conduta do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). Trata-se de uma medida inédita da entidade. Algo que demonstra o quanto o atual presidente do Supremo extrapolou todos os limites do jogo democrático. Um dos maiores e mais renomados juristas do Brasil, Celso Bandeira de Mello, professor de direito da PUC-SP, criticou as decisões tomadas por Joaquim Barbosa sobre a prisão dos condenados do chamado “mensalão”. “Cabem providências jurídicas contra ele, entre elas o impeachment". Enquanto isso cresce o movimento pelo impeachment do presidente do STF. O ex-governador de São Paulo, e um dos juristas mais respeitados do país, o conservador Claudio Lembo, concedeu uma entrevista ao programa “É Notícia”, da RedeTV!, que promete incendiar o debate sobre os abusos cometidos por Barbosa.“Nunca houve impeachment de um presidente do STF. Mas pode haver, está na Constituição. Bases legais, há. Foi constrangedor, um linchamento. O poder judiciário não pode ser instrumento de vendetta”, diz o ex-governador paulista. Já foi lançado um manifesto de repúdio ao que chamam de prisões ilegais de parte dos condenados na Ação Penal 470, o processo do mensalão, assinado por juristas, intelectuais da sociedade civil. Joaquim Barbosa mentiu ao defender o sigilo do Inquérito 2474 pois está atuando claramente a favor dos interesses dos magnatas da mídia brasileira, onde inclusive seu filho trabalha. Para quem não sabe, este inquérito tem as provas de que todo o mensalão foi uma imensa farsa sustentada pela mídia e pela oposição, para derrubar o Partido dos Trabalhadores e criar as bases de um golpe de estado através do impeachment de Lula. Não conseguiram derrubar Lula, mas conseguiram iludir, desinformar e colocar boa parte dos brasileiros contra o PT. A Rede Globo, a Revista Veja, e o Jornal Folha de SP ajudaram durante anos a sustentar a mentira, pois o PT planejava democratizar a mídia, que no Brasil é dominada por 7 famílias de bilionários.

domingo, fevereiro 02, 2014

Filho do cineasta Eduardo Coutinho é preso pelo assassinato do pai no Rio

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Livia TorresDo G1 Rio
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O filho do cineasta Eduardo Coutinho, morto a facadas aos 80 anos neste domingo (2), em sua casa, na Lagoa, Zona Sul do Rio, foi preso em flagrante, segundo a Polícia Civil. Daniel Coutinho, 42 anos, é o principal suspeito do crime e está internado no Hospital Miguel Couto, sob custódia. A mulher do cineasta, Maria das Dores Coutinho, 62 anos, também foi esfaqueada e está hospitalizada em estado grave e só sobreviveu porque se trancou no banheiro após ser golpeada, segundo a Divisão de Homicídios da Polícia Civil.
Vale este: Cronologia de Eduardo Coutinho  (Foto: Arte/G1)
O corpo de Eduardo Coutinho será velado a partir das 10h, na Capela 3 do Cemitério São João Batista, em Botafogo, na Zona Sul. O enterro está marcado para as 16h.
Segundo o delegado Rivaldo Barbosa, Daniel foi preso por homicídio doloso, quando há intenção de matar, e tentativa de homicídio, "Que o Daniel atingiu o pai e a mãe, isso é fato. Tanto é que está preso em flagrante pela morte do pai e tentativa de homicídio da mãe", explicou, em entrevista coletiva na sede da DH, na Barra. "O que aconteceu hoje, por volta das 11h, é a expressão genuína da palavra tragédia", acrescentou.
'Libertei meu pai', teria dito
Daniel, que supostamente sofre de problemas mentais e após o crime teria batido na porta de um vizinho dizendo com palavras desconexas."Libertei meu pai, tentei libertar minha mãe e a mim mesmo", teria dito, segundo Rivaldo. 

Daniel passou por cirurgia e está internado na unidade intermediária do hospital, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. Ele levou duas facadas no abdômen e tem quadro estável. De acordo com a policiais que foram ao apartamento do cineasta, na Rua Lineu de Paula Machado, moradores disseram que o filho surtou, esfaqueou os pais e depois tentou o suicídio. Vizinhos teriam confirmado a versão à Polícia Civil.
Mãe se trancou no banheiro
A mãe dele levou dois golpes de faca nos seios, três no abdômen e teve ainda uma lesão no fígado. Segundo o delegado, elá só sobreviveu porque se trancou no banheiro e ligou para outro filho. De lá, só saiu com a chegada dos bombeiros. Maria das Dores também já passou por cirurgia e seu estado de saúde é grave, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.

O corpo do cineasta foi levado para o Instituto Médico Legal. O atestado de óbito indica "perfuração contundente" na altura do abdômem, segundo funcionário da Santa Casa da Misericórdia.
Fachada do prédio do cineasta Eduardo Coutinho na Rua Lineu de Paula Machado, 826, no Jardim Botânico (Foto: Bia Guedes / Parceira / Agência O Globo)
Fachada do prédio de Eduardo Coutinho na Rua
Lineu de Paula Machado, 826, no Jardim Botânico
(Foto: Bia Guedes / Parceira / Agência O Globo)
O Corpo de Bombeiros informou que a chamada para a ocorrência no apartamento de Coutinho foi feita às 11h48. Homens do quartel do Humaitá constataram que o cineasta já estava morto ao chegar no local, e levaram os outros dois feridos para o Miguel Couto.
Repercussão
Um dos primeiros a se manifestar sobre a morte do diretor foi o também cineasta Cacá Diegues. “Ele era muito respeitado, era um mestre, os jovens cineastas do Brasil respeitavam muito ele. Coutinho era uma pessoa acima do bem e do ma”, declarou.

O também diretor de cinema Jorge Furtado ficou chocado com a notícia. "A morte do Coutinho é uma tragédia do cinema brasileiro, ele é um dos maiores documentaristas do mundo, um grande pensador do cinema."
GNews - Eduardo Coutinho (Foto: globonews)
Coutinho adorava mostrar pessoas simples
em cenas comuns do dia a dia
(Foto: GloboNews)
Carreira
Considerado um dos maiores documentaristas do Brasil, o paulistano Coutinho é ganhador do Kikito de Cristal, principal premiação do cinema nacional, pelo conjunto da obra. Entre seus principais filmes estão "Edifício Master", "Jogo de cena", "Babilônia 2000" e "Cabra Marcado para Morrer".

Em junho do ano passado, ele e o também cineasta José Padilha (autor dos filmes "Tropa de Elite 1 e 2") foram convidados a integrar a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, responsável pela premiação do Oscar.
Em toda a carreira, Coutinho dirigiu, entre longas e curtas, 20 filmes, segundo informações do site IMDB. São eles:
As Canções, de 2011
Um Dia na Vida, 2010
Moscou, 2009
Jogo de Cena, 2007
O Fim e o Princípio, 2006
Peões, 2004
Edifício Master, 2002
Porrada, 2000
Babilônia 2000, 1999
Santo Forte, 1999
Boca de Lixo, 1993
O Fio da Memória, 1991
Santa Marta, 1987
Cabra Marcado Para Morrer, 1985
Exu, Uma Tragédia Sertaneja 1979
Teodorico, o Imperador do Sertão, 1978
Seis Dias de Ouricuri, 1976
Faustão, 1971
O Homem Que Comprou o Mundo, 1968
O ABC do Amor, 1967

Entrevista exclusiva
Ao G1, em 2013, o cineasta disse que era fácil se apresentar para grandes plateias, como ocorreu no Festa Literária Internacional de Paraty de 2013. Ele também deu detalhes de seus filmes e de como conseguia tirar o máximo de cada entrevistado.

Coutinho explicou que seus temas principais sempre foram os mais simples do dia a dia. "O que é viver? Para quê estudar? Para quê dinheiro?", afirmou, dizendo que as perguntas mais básicas sempre são as mais interessantes.
Na entrevista, o diretor também deu uma sugestão do que poderia ser um bom documentário atual. Segundo Coutinho, as manifestações de rua vistas em junho de 2013 no país também valeriam um filme, desde que ele se propusesse a discutir o assunto. "Bom é o filme que faz perguntas, o que tem respostas, você joga no lixo", comentou.

sábado, fevereiro 01, 2014

Ausência de Fernando Bezerra reforça nome de Henrique Alves para Governo


Henrique Alves afirmou que a definição “democrática” quanto ao nome do partido ao Governo só será feita em março. Foto: Divulgação
Henrique Alves afirmou que a definição “democrática” quanto ao nome do partido ao Governo só será feita em março. Foto: Divulgação
Ciro Marques
Repórter de Política

O presidente estadual do PMDB e da Câmara Federal, Henrique Eduardo Alves, parece não ter aprendido nada com a repercussão que deu a entrevista concedida em Tibau, quando afirmou que seria o candidato do partido ao Governo do Estado se houvesse uma coalizão de forças em torno dele. Na tarde desta quinta-feira, o líder peemedebista voltou a dar brecha para a especulação que ligam o nome dele a candidatura majoritária: Henrique não respondeu se, caso as bases quisessem, ele seria o candidato do PMDB.
É claro, na reunião do partido, ocorrida nesta quinta-feira, na sede estadual da sigla, em Natal, a impressão dos jornalistas e parte do PMDB de que será Henrique o candidato do partido ao Governo do Estado não foi motivada, apenas, pela falta de resposta do presidente. Foi motivada, também, pela ausência do empresário Fernando Bezerra. Nome defendido pelo próprio Henrique e pelo ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho, Bezerra não tem comparecido aos encontros do PMDB, o está deixando alguns correligionários com dúvidas se ele conseguirá se viabilizar até junho – data das convenções e lançamento oficial da chapa.
É bem verdade, entretanto, que o PMDB deverá lançar a chapa bem antes, em março. Segundo Henrique Alves, o cronograma do partido (que foi definido na reunião desta quinta-feira) prevê que em fevereiro seja discutida, com as bases no interior do Estado, como serão formadas as alianças, que partidos a integrarão. Em março, o partido, finalmente, vai discutir quem será o nome do candidato e Henrique e Garibaldi tentarão convencer os correligionários de que o melhor é Fernando Bezerra.
“Primeiro, uma coligação que nós temos que decidir a candidatura do PT, da deputada Fátima Bezerra ao Senado; a possibilidade ainda não definida ainda do PSB, qual posto irá reivindicar, a ex-governadora Wilma, mas é um dado que nós temos que considerar. Enfim, vamos saber o que pensa o PMDB sobre a coligação majoritária. A partir daí, as bases do PMDB, em encontros regionais, para discutir a candidatura própria, o lançamento do nome que será o interlocutor do PMDB com os demais partidos que irá se coligar”, afirmou Henrique Alves.
Depois, finalmente, o PMDB deverá começar a definir o projeto de Governo, que era aquilo que Henrique Alves dizia no ano passado que seria debatido primeiro, antes da definição do nome. “Nós queremos chegar ao final de março, começar abril, com a nossa chapa construída. Estamos procurando os partidos que podem se aliar e o nosso desejo é que nos possamos entrar abril com a coligação construída. Para que? Para que dedique ao mês de abril para que cada partido que venha a participar da coligação indicar o seu representante para que se possa construir, com responsabilidade, esse programa de Governo, para ser apresentado em maio e junho para o povo do Rio Grande do Norte. Isso vai envolver de cada representante, pesquisas, estudos, realidades, competências, maturidade, sinceridade, para que a gente possa apresentar para o Rio Grande do Norte, é isso que, como Governo, nós queremos realizar, para que o povo entenda e, depois, acredite, o que será fundamental”, contou.

Walter: “PMDB tem vários nomes para Governo. Tem Fernando, tem Henrique”
O PMDB tem quatro bons nomes para o Governo do Estado. Tem Henrique, tem Garibaldi, tem Fernando Bezerra e tem o deputado estadual Walter Alves. Pelo menos, foi isso que o presidente do partido afirmou. Para Walter, porém, as opções são mais reduzidas: Henrique Alves ou Fernando Bezerra. “Não aceito ser candidato ao Governo. Fico muito lisonjeado, honrado com a lembrança, mas eu defendo, no momento, um nome mais experiente, que conheça mais o Estado e eu irei tentar ser reeleito deputado estadual”, afirmou ele, durante a reunião desta quinta-feira do partido.
Escolhido pelo PMDB Jovem para ser o candidato do partido para o Governo do Estado. Antes, o parlamentar já havia sido envolvido em uma série de especulações sobre a disputa pelo Executivo, por representar a “juventude política”. Na semana passada, inclusive, o presidente nacional do PMDB, o senador Valdir Raupp, também citou Walter como potencial nome, justamente, pela força entre os jovens.
O deputado também não citou nas opções do partido o nome do pai, o ministro Garibaldi Alves Filho. Não é por acaso: um dos impedimentos para que ele seja candidato é a família, que não aceita uma nova disputa dele pelo Governo do Estado (Garibaldi já foi governador duas vezes e perdeu uma última disputa, para Wilma, em 2006). “O PMDB tem vários nomes aí. Tem o nome do ex-senador Fernando Bezerra, tem o nome do deputado Henrique, que deverá disputar a reeleição na Câmara Federal… Vamos esperar”, afirmou Walter Alves.

CANDIDATURA PRÓPRIA
Se vai ser Henrique ou Fernando Bezerra, ainda não se sabe. O fato é que o PMDB terá sim candidatura própria ao Governo do Estado. Em entrevista também nesta quinta-feira, o ministro da Previdência Social confirmou o interesse do partido lançar um nome, descartando qualquer hipótese de apoio a pré-candidatura do vice-governador, Robinson Faria, do PSD, ou da vice-prefeita de Natal, Wilma de Faria, do PSB.
“Acredito que o PMDB tenha candidato próprio de qualquer maneira. O PMDB terá, acredito, a oportunidade de levar um nome seu ao eleitorado, a população do RN. Vamos exaurir, hoje, o candidato. O nome mais viável é o de Fernando Bezerra”, analisou Garibaldi, que já havia defendido outras vezes o nome do ex-ministro da Integração Nacional e ex-senador, Fernando Bezerra. A definição do nome, diferente do que queria Garibaldi, não saiu na reunião de quinta-feira.
BATE-PAPO
Como o senhor ver o pedido da militância que o senhor seja candidato ao Governo?
Henrique Alves: Natural o meu nome, o de Garibaldi, pela nossa militância, por tantos anos de partido, é natural que haja essa simpatia, mas o nome que vamos trabalhar para convencer as bases é o nome do ministro Fernando Bezerra, pelas suas qualificações, pela sua história, pela sua competência. Mas esse é um processo que terá que ser construído. Não vamos tratar disso hoje aqui para não se dizer que é imposição da cúpula, de Henrique, de Garibaldi, até porque não poderá ser. Uma solução como essa tem que ter o respeito, a adesão, de toda a militância do PMDB. E, também, levar essa alternativa, sem imposição, aos demais partidos.

E se o PMDB não conseguir viabilizar por meio de pesquisas o nome de Fernando Bezerra?
HA: Vamos ter calma. Tem quatro nomes que os companheiros sempre falam. É o de Garibaldi, é meu, é o de Walter Alves, é o de Fernando Bezerra. Esses nomes têm simpatizantes, mais, menos. São nomes que o partido fala e na discussão sincera e franca com os nossos militantes, vamos encontrar a melhor interlocução. Até porque eu acho que mais importante quanto o nome de A, de B ou de C, o que o Rio Grande do Norte quer é um projeto de Governo. Exequível, realista. Que seja possível fazer. O povo do Rio Grande do Norte está cansado de frustrações. Coisas que se promete – educação, saúde, mobilidade, infraestrutura – é fácil esse discurso, mas como fazê-lo? Como buscar recursos? De que maneira operá-los? É isso que, com clareza, a gente quer propor ao Rio Grande do Norte para resgatar a credibilidade do povo do Estado na proposta política, da classe política. Esse é o principal.

Se a escolha será democrática e as bases do partido escolherem o senhor ou Garibaldi, serão candidatos?

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