quarta-feira, setembro 10, 2014

CPI mista convoca ex-diretor da Petrobras para falar na próxima quarta


Priscilla Mendes
Do G1, em Brasília
O presidente da CPI da Petrobras, senador Vital do Rêgo (centro), em reunião com líderes partidários e integrantes da comissão parlamentar (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)O presidente da CPI da Petrobras, senador Vital do Rêgo (centro), em reunião com líderes partidários e integrantes da comissão parlamentar (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)
O presidente da CPI mista que investiga denúncias contra a Petrobras, Vital do Rêgo (PMDB-PB), informou que agendou para a próxima quarta-feira (17) sessão do colegiado para ouvir depoimento do ex-diretor da estatal do petróleo Paulo Roberto Costa, preso pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF). O parlamentar do PMDB, que também preside a CPI da Petrobras exclusiva do Senado, se reuniu na manhã desta quarta (10), a portas fechadas, com líderes dos partidos que integram a comissão parlamentar mista para debater as denúncias do ex-dirigente na delação premiada.
A convocação de Costa, suspeito de integrar uma quadrilha de lavagem de dinheiro e evasão de divisas, já havia sido aprovada em 3 de junho pela CPI mista, por meio de um requerimento apresentado pela liderança do DEM na Câmara. No entanto, a direção do colegiado ainda não havia agendado a data do depoimento.
VALE ESTA 2 arte youssef lava jato (Foto: Editoria de Arte/G1)
"Estamos convocando, em requerimento já aprovado, mas marcando a data para a oitiva do senhor Paulo Roberto para a próxima quarta-feira [17]. Queremos ouvi-lo durante esse processo. Até lá, a nossa assessoria vai tomar as providências cabiveis para o traslado do Paulo Roberto para a comissão", disse Vital ao final do encontro com as lideranças partidárias.
Segundo informou a secretaria da CPMI, a convocação de Costa será comunicada oficialmente ao juiz encarregado do caso na 13ª Vara Federal de Justiça de Curitiba, Sérgio Moro. O magistrado poderá negar autorização para o ex-diretor da petroleira comparecer ao colegiado, porém, caso isso ocorra, terá de apresentar justificativa aos congressistas.
Em 10 de junho, Paulo Roberto Costaprestou depoimento à CPI exclusiva do Senado. Na ocasião, ele negou ter utilizado a companhia para se beneficiar e disse que a petroleira não é uma "casa de negócios".
Reportagem da edição deste fim de semana da revista "Veja" afirma, sem dar detalhes ou apresentar documentos, que Paulo Roberto Costa revelou em depoimentos ao Ministério Público Federal (MPF), na superintendência da Polícia Federal em Curitiba, que três governadores, seis senadores, um ministro e, pelo menos, 25 deputados federais foram beneficiados com as propinas.
Segundo a publicação, Costa citou, entre outros políticos, os nomes da governadora Roseana Sarney (Maranhão) e dos ex-governadores Sérgio Cabral (Rio) e Eduardo Campos (Pernambuco); do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão; dos senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), Romero Jucá (PMDB-RR) e Ciro Nogueira (PP-PI); e dos deputados Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), Cândido Vacarezza (PT-SP), Mário Negromonte (PP-BA) e João Pizzolatti (PP-SC). Os políticos mencionados na reportagemnegam envolvimento no esquema de pagamento de propina na Petrobras.
Liberação automática
Durante a reunião, os integrantes da comissão parlamentar também decidiram enviar ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma petição na qual reivindicam que todas as informações referentes à operação Lava Jato que venham a ser coletadas pela Corte sejam remetidas automaticamente à CPI mista. Nesta segunda-feira (9), Vital já havia enviado um ofício ao tribunal pedindo acesso ao conteúdo da delação de Paulo Roberto Costa.

“Além do ofício que remeti ao Supremo, nós já determinamos a elaboração de uma petição ao senhor ministro Teori Zavascki, para que esses documentos que estão sendo coletados na delação premiada possam vir automaticamente à comissão. Esse é nosso direito constitucional necessário”, afirmou Vital do Rêgo.
O presidente da CPI relatou que desde a noite desta terça-feira (9) vem “insistindo” em marcar uma audiência com o ministro Teori Zavascki, relator do processo da Lava Jato no Supremo. Os dirigentes da comissão querem encontrar o magistrado para “afinar procedimentos”.
“Aqui nós temos uma responsabilidade, eles [ministros do STF] lá também. Nós vamos integrar as ações do Supremo com a CPI. Estou insistindo nessa audiência. É necessário porque há interesse nacional nas providências que a CPI está tomando”, comentou Vital. “Precisamos dessa audiência o mais rápido possível”, enfatizou.
A decisão de pedir acesso automático aos documentos da Lava Jato foi aprovada por unanimidade pelo colegiado de líderes, segundo Vital. O líder do PT, senador Humberto Costa (PE), o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ) e o deputado petista Afonso Florence (BA) foram inicialmente contrários à medida, mas acabaram cedendo à opinião da maioria do grupo.O líder do DEM no Senado, José Agripino (RN), acredita que o STF terá que atender à solicitação da CPI mista. “Peticionar é automatizar a vinda dessas informações. É um direito da CPI. Não estamos pedindo, estamos peticionando”, disse o líder do DEM.
Vaccarezza
Um dos políticos citados na reportagem da revista "Veja", o deputado federal Cândido Vacarezza (PT-SP) concedeu entrevista nesta quarta para negar que tenha recebido dinheiro do ex-diretor da Petrobras. O parlamentar petista classificou a publicação de "desonesta e desleal".

"Eu não tenho nenhum interesse neste assunto. Nunca recebi dinheiro do senhor Paulo Roberto Costa. Se alguém está assombrado, não sou eu [...] Esse tipo de matéria é desonesta e desleal. O que levou alguém a fazer isso, eu não sei", enfatizou.
Ex-líder do governo na Câmara, Vaccarezza disse ainda que não responde atualmente a nenhum processo judicial. "Eu não estou sendo acusado [...] Faço parte da lista de deputados ficha limpa", complementou o deputado.
O petista leu uma nota na qual ressalta que a reportagem de "Veja" não cita as fontes das denúncias. Segundo ele, o vazamento é ilegal e foi feito "de forma seletiva". Em outro trecho do comunicado, o parlamentar destaca que uma denúncia "dessa gravidade não pode ficar assombrando as pessoas sem base acusatória, sem citação de fontes ou provas documentais".
"Muito menos, às vésperas de eleições, que a fonte de divulgação da denúncia tem claro e manifesto interesse em interferir no resultado", observou Vaccarezza na nota. 08/09/2014 
A presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, participa da série Entrevistas Estadão no Palácio da Alvorada, em Brasília, nesta segunda- feira (8) (Foto: André Dusek/Estadão Conteúdo)
Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, em
entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo"
(Foto: André Dusek/Estadão Conteúdo)
A presidente Dilma Rousseff disse nesta segunda-feira (8) em entrevista a "O Estado de S. Paulo", transmitida ao vivo pelo site do jornal, que desconhecia a existência de algum "malfeito" na Petrobras e que, se tivesse recebido informação, teria adotado medidas contra eventuais irregularidades.
Dilma afirmou que pediu à Polícia Federal e ao Ministério Público acesso aos depoimentos do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, preso no Paraná, que negociou um acordo de delação premiada em troca de eventual redução da pena. A presidente disse que fez o pedido para saber se há integrantes do governo envolvidos. Afirmou que, se não for atendida, recorrerá ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo a revista "Veja", nos depoimentos, Costa delatou dezenas de deputados federais, senadores, governadores e um ministro que supostamente recebiam propina de contratos da estatal com outras empresas. O acordo de delação premiada ainda depende de homologação pela Justiça, que dependerá da comprovação de que as denúncias do ex-diretor têm fundamento.
"Não tinha informação de malfeito, porque, se eu tivesse, teria tomado medida”, declarou a presidente, ao responder sobre se havia suspeitas quando, em 2012, a presidente da Petrobras, Graça Foster, afastou diretores da empresa.
Primeiro é preciso saber se isso é verdade. Então, eu quero essas informações. [...] Quem vai falar isso para mim é quem investiga [...] e não diz-que-diz-que. Quero a informação a mais aprofundada possível."
Dilma considerou "estarrecedor" o envolvimento de um servidor de carreira da Petrobras nas supostas irregularidades. “É interessante que a gente lembre que esse diretor é do quadro de carreira da Petrobras, o que é mais estarrecedor [...]. É surpreendente que ele faça isso. Isso nada tem a ver com gestão. Tem a ver com fato básico de que há sempre que se ter muito cuidado com a questão do uso indevido do dinheiro público”, afirmou.
Acesso aos depoimentos
Dilma afirmou que, após a divulgação das denúncias, pela revista "Veja", determinou ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que fizesse um ofício à Polícia Federal pedindo acesso ao conteúdo dos depoimentos para saber se há algum funcionário ou agente do governo envolvido.

"Quando a PF respondeu que não pode, fiz ofício ao procurador-geral da República que me informe, para proceder às providências cabíveis [...] Se o Ministério Público não for capaz de responder, vou pedir ao Supremo Tribunal Federal", declarou.
Segundo a presidente. ela necessita das informações oficiais porque não sabe se as informações divulgadas pela imprensa são verdadeiras. "Primeiro é preciso saber se isso é verdade. Então, eu quero essas informações. [...] Quem vai falar isso para mim é quem investiga [...] e não diz-que-diz-que. Quero a informação a mais aprofundada possível", afirmou.
A candidata disse que quem tem a "competência" para dar informações sobre o assunto é a Polícia Federal, o Ministério Público ou o Supremo Tribunal Federal. "Baseado na informação da imprensa, eu não posso condenar ou perdoar ninguém", disse.

Para Dilma, a responsabilidade do governo no caso da Petrobras é “investigar”, o que, segundo ela, ocorreu. “A minha responsabilidade é ter investigado a Petrobras. [...] A parte relativa ao que estamos investigamos, estamos investigando porque descobrimos um esquema de lavagem de dinheiro e de corrupção. Agora, o tamanho desse esquema quem pode nos dizer é Ministério Público, Polícia Federal e Judiciário.”Em entrevista coletiva no Palácio da Alvorada depois da sabatina de "O Estado de S. Paulo", a presidente Dilma Rousseff respondeu a declarações de seus adversários na campanha presidencial de que teria “responsabilidade política” pelas irregularidades na Petrobras.  Para ela, o escândalo envolvendo a estatal está sendo usado de “forma eleitoreira”.

“Os dois candidatos não podem esquecer seus telhados. Eu não vou ficar aqui falando do telhado de ninguém. Mas eles devem olhar seus telhados. O meu telhado tem a firme determinação na investigação. Então é um telhado cobertinho, com Polícia Federal investigando, Ministério Público com autonomia”, afirmou a presidente.

Marina Silva
Indagada sobre o fato de sua propaganda eleitoral ter comparado a candidata Marina Silva (PSB) aos ex-presidentes Fernando Collor e Jânio Quadros, Dilma destacou que não fez nenhuma observação em relação a "caráter ou questão pessoal" de sua adversária do PSB. Para ela, Marina uma pessoa "bem intencionada".

"O que fiz de comparação com Jânio e Collor foi o seguinte: ambos governaram sem partido e sem apoio. Quem escolhe o deputado federal e o senador não é o presidente da República. Quem escolhe é o voto popular", disse Dilma, referindo-se ao fato de os partidos que apoiam Marina Silva terem poucos representantes no Congresso.
A petista também criticou as declarações da candidata do PSB de que irá implantar uma "nova política" no país, se vencer a eleição presidencial. Segundo Dilma, na opinião dela, só é possível mudar o modelo político brasileiro por meio de uma reforma política.
Ela, entretanto, reiterou que, na visão dela, somente será possível reformar o sistema político e eleitoral do país por meio de um plebiscito. A proposta vem sendo defendida pela presidente desde a onda de protestos de rua em junho do ano passado.

Lula em 2018
Questionada sobre como lida com pedidos pela volta de Lula ao governo a cada crise e se apoia um possível retorno do ex-presidente em 2018, Dilma afirmou que tem “relação forte, pessoal” com o petista, e que o apoia em “qualquer circunstância”. Ela também afirmou que aqueles que apostaram em conflito entre os dois em seu governo erraram.

“Convivi [com o Lula] de junho de 2005 até o dia que saí do governo. Convivi diariamente, encontrando 20 vezes por dia, encontrando o dia inteiro. Eu tenho amizade, gosto do lula, e tenho absoluta certeza que o Lula tem o mesmo afeto por mim. A mim não incomoda falar em “Volta Lula”, disse. “Estarei com ele em todas as circunstâncias, não só em 2018. Quando for necessário, estarei com ele”, completou.
Na entrevista, Dilma procurou, ainda, defender o governo pelo atraso em obras de infraestrutura. “Só não atrasa obra de engenharia quem não faz”, disse a presidente, após ser questionada sobre a demora para concluir a transposição do rio São Francisco. Ela também assumiu ter havido erros e improviso na execução do projeto, e disse que a complexidade da obra foi “subestimada”. Segundo Dilma, as obras devem ser concluídas até o final de 2016.
Política externa
Dilma também respondeu a pergunta sobre a suposta crise diplomática que teria sido criada entre Brasil e os Estados Unidos no ano passado, após denúncias de que agentes de inteligências norte-americanos espionaram mensagens de autoridades, empresas e órgãos brasileiros. Segundo a presidente, “manteremos relação absolutamente normal com os Estados Unidos assim que eles também normalizarem essa questão [de espionagem]”.

Em 2013, a presidente cancelou visita de estado que seria feita aos Estados Unidos devido às denúncias, vazadas pelo ex-agente de inteligência norte-americano Edward Snowden. Segundo Dilma, o cancelamento foi feito de comum acordo, para evitar “ficar dando” explicação sobre temas que não diziam respeito diretamente ao encontro.  Ela disse que existe a previsão de conversa com o governo norte-americano após as eleições.
Na entrevista coletiva no Alvorada, Dilma também defendeu a atual política externa brasileira e afirmou que a opção por priorizar relações diplomáticas com a América Latina não tem base em "ideologia".
“A nossa relação com o Mercosul e a América Latina, tem gente dizendo que é ideológica. Mas 80% do que exportamos em mercadoria com valor agregado é para a América Latina. Acabar com o Mercosul é um tiro no pé”, disse.
Para a presidente, o Brasil, como maior país da América Latina, tem a “responsabilidade” de assumir um papel de destaque na região. “Minha proposta é nunca voltar as costas para a América Latina e só olhar Estados Unidos e União Europeia. Isso não dá certo”, declarou.
Sem citar diretamente os adversários na disputa eleitoral, que defendem relação mais estreita com países desenvolvidos e criticam o apoio do Brasil a nações conhecidas por violar direitos humanos, Dilma afirmou que não se pode fazer política externa “com principismo”.
“Eu não posso sentar com os Estados Unidos e falar de Guantânamo. Nem sentar com a China e falar de direitos humanos. Eu não inicio conversa com divergência, inicio com convergência. Não vou sentar com um país que precisa de energia nuclear e falar: ‘Energia nuclear não conversa comigo’”, afirmou, em referência ao apoio que o Brasil dá ao desenvolvimento, para fins pacíficos, de energia nuclear no Irã.
Para a presidente, temas delicados, como violações aos direitos humanos, devem ser abordados em organismos multilaterais, como as Nações Unidas. “Política externa não se faz com principismo”, completou. 08/09/2014 10h41 - Atualizado em 08/09/2014 16h08

Aécio Neves Belém (Foto: G1)Aécio Neves vem ao Pará para cumprir compromissos de campanha nesta segunda-feira (Foto: Alexandre Nascimento/G1)
O candidato do PSDB ao Palácio do Planalto, Aécio Neves, cobrou nesta segunda-feira (8) que sejam apuradas as suspeitas de que dezenas de senadores e deputados federais de três partidos (PT, PMDB e PP), governadores e um ministro teriam se beneficiado de um esquema de pagamento de propinas oriundas de contratos com fornecedores da Petrobras. Ressaltando que quer evitar "pré-julgamentos", o presidenciável tucano afirmou, ao desembarcar no aeroporto de Marabá (PA), que a Justiça apure as denúncias.
"Estas novas denúncias têm que ser apuradas. Não vou fazer prejulgamento. Espero que a Justiça seja acionada e apure tudo o que foi denunciado", disse Aécio ao chegar em Marabá para compromissos de campanha.
 
Reportagem da edição deste fim de semana da revista "Veja" afirma, sem dar detalhes ou apresentar documentos, que Paulo Roberto Costa revelou em depoimentos ao Ministério Público Federal (MPF), na superintendência da Polícia Federal em Curitiba, que três governadores, seis senadores, um ministro e, pelo menos, 25 deputados federais foram beneficiados com as propinas.
Segundo a publicação, Costa citou, entre outros políticos, os nomes da governadora Roseana Sarney (Maranhão) e dos ex-governadores Sérgio Cabral (Rio) e Eduardo Campos (Pernambuco); do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão; dos senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), Romero Jucá (PMDB-RR) e Ciro Nogueira (PP-PI); e dos deputados Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), Cândido Vacarezza (PT-SP), Mário Negromonte (PP-BA) e João Pizzolatti (PP-SC). Os políticos mencionados na reportagemnegam envolvimento no esquema de pagamento de propina na Petrobras.
No final de semana, Aécio chamou as denúncias envolvendo a petroleira de"mensalão 2" e destacou que não dá para a presidente Dilma Rousseff dizer que "não sabia" das supostas irregularidades na estatal do petróleo. A petista, no entanto, declarou no domingo que as informações apontadas pela revista "Veja" não geram suspeita sobre o governo.
No Pará, o candidato voltou a fazer a comparação das denúncias na Petrobras com o mensalão. Ele disse ainda que o governo "enlameou" a empresa.
"No Congresso Nacional, liderei a constituição de uma CPMI para investigar a Petrobras. O governo dizia que nós estávamos atacando a imagem da principal empresa brasileira. A verdade e que o governo do PT enlameou a nossa principal empresa. E não adianta o governo dizer que não sabia: é preciso que as respostas sejam diretas, objetivas. Que essas investigaçõess possam sem aprofundadas, e quem tem responsabilidade tem que ser punido exemplarmente", disse.
Agenda de campanha no Pará
Aécio Neves desembarcou por volta das 10h em Marabá, município do sudeste do Pará. Do aeroporto, Aécio seguiu para a sede do Rotary Club, onde participa de um encontro com lideranças políticas na região. Após o compromisso, está prevista uma caminhada do presidenciável tucano na avenida Antonio Maia.

Aécio deixou Marabá por volta de 12h40 e seguiu para Belém. Na capital do estado, ele fez uma caminhada na feira da 25 e participou de comício na travessa Lomas Valentinas acompanhado do governador do Pará, Simão Jatene, e do senador Flexa Ribeiro.

terça-feira, setembro 09, 2014

Depois de morto, Eduardo Campos ‘doa’ R$ 2,5 milhões a Marina

A transferência em espécie ocorreu no dia seguinte ao desastre que matou o então candidato. Coordenador afirma que foi legal

PSB não fez nenhuma menção ao jato usado por Eduardo Campos. Foto: Divulgação
PSB não fez nenhuma menção ao jato usado por Eduardo Campos. Foto: Divulgação
No dia seguinte ao desastre que matou o presidenciável Eduardo Campos, sem que seus restos mortais tivessem sido recolhidos do local onde caiu o avião, seus partidários transferiram em espécie R$ 2,5 milhões de sua conta de campanha para o Comitê Financeiro Nacional, administrado pelo PSB, que, dias depois, anunciaria Marina Silva como substituta.
Segundo o coordenador financeiro da campanha, Basileu Margarido — homem de confiança de Marina — tudo está dentro da legalidade. “O escritório de Direito que nos atende consultou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para fazer a operação. Segundo eles, não há nada de errado”, garantiu. O TSE informou que ainda vai analisar as prestações de contas.
A operação de transferência ocorreu no dia 14 de agosto, foi em dinheiro vivo e seu registro está na segunda prestação de contas dos candidatos, divulgada no sábado pelo TSE. O PSB também não fez nenhuma menção ao jato Cessna, usado por Campos, e que é alvo de investigação da Procuradoria Geral da República por crime eleitoral e suspeita de caixa 2.
Para dois advogados especialistas em direito eleitoral ouvidos pelo DIA em condição de anonimato, a transferência não poderia ocorrer, já que, ao morrer, o CNPJ da candidatura de Campos deveria ser extinguido, e o dinheiro retido. Segundo eles, só no final da campanha o partido teria acesso à doação, como sobra de arrecadação.
“Provavelmente, eles não quiseram deixar parada a quantia, que é razoável, e antes mesmo de comunicarem oficialmente a morte do ex-governador retiraram o dinheiro”, interpretou um deles.
“Não deixa de ser estranho que uma campanha que se propõe a fazer a nova política, se valha de artifícios da velha”, opina outro.
Os dois concordam que, neste caso, o pior que poderá ocorrer é a aprovação das contas pelo TSE, mas com ressalvas, “além, é claro, do constrangimento, já que é um subterfúgio contábil que criticariam se fosse outro partido”.
Marina Silva virá ao Rio na próxima quinta-feira. Seus coordenadores de campanha se reunirão hoje para decidir qual será a agenda. Uma das ideias é que ela participe de um ato em favor dos royalties de petróleo e do pré-sal para tentar afastar qualquer dúvida quanto às suas posições sobre os temas.
Fonte: IG

segunda-feira, setembro 08, 2014

Robinson Faria relembra vários escândalos que envolvem Henrique Alves: “É baixaria?”

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Portal Jornal de Hoje
O ataque de Robinson Faria, do PSD, ao adversário Henrique Eduardo Alves, do PMDB, foi intensificado na última semana, com as inserções dele no rádio e na TV e no programa eleitoral peessedista. E não adiantou os aliados do PMDB – e o próprio Henrique – dizer que os tais “ataques”, feitos em forma da memorização dos escândalos que marcaram a carreira do peemedebista, são baixarias. Em nota divulgada por Robinson, o candidato do PSD se aprofunda nas críticas e questiona Henrique sobre o que, para o “acordão”, é baixaria.
“O que o candidato do acordão (Henrique Eduardo Alves, chama de baixaria? Baixaria por acaso seria apontar que Henrique indicou 7 secretários do governo Rosalba? Isso não é baixaria é um fato. Baixaria seria falar das negociatas de Henrique e de líderes do PMDB como Eduardo Cunha e Michel Temer por cargos e verbas no governo federal? Isso não é baixaria é um fato. Baixaria seria dizer que Henrique sofreu condenações na Justiça por improbidade administrativa quando ocupou o cargo de titular da Segov, secretaria criada no final do segundo governo Garibaldi, seu primo, só pra dar sustentabilidade a uma eventual candidatura sua ao governo, implodida por Wilma de Faria que saiu candidata? Isso não é baixaria é um fato”, afirmou Robinson.
A nota continuou citando outros casos que tiveram Henrique como protagonista. “Baixaria seria relembrar as denúncias de sua ex-mulher de que ele – Henrique – tinha 15 milhões de dólares em paraísos fiscais? Isso não é baixaria, é um fato. Baixaria seria dizer que Henrique utilizou avião da FAB, em uso particular, para levar a esposa e familiares a um jogo do Brasil no Rio de Janeiro? Isso não é baixaria é um fato. Baixaria seria dizer que um assessor de Henrique mantinha uma construtora de fundo de quintal e que era guardada por um bode de apelido ‘galeguinho’, e que recebeu recursos de mais de R$ 6 milhões em emendas do Orçamento Geral da União? Isso não é baixaria é um fato”, afirmou Robinson, relembrando os casos citados, até, pela imprensa nacional.
Depois, na noite, Robinson partiu para o ataque aos apoiadores de Henrique: José Agripino, presidente nacional do DEM; Wilma de Faria, candidata ao Senado ao lado do PMDB; e Garibaldi Alves Filho, ex-governador. “Agora baixaria mesmo é o Escândalo do Rabo de Palha no governo de Agripino Maia para beneficiar a eleição de Wilma de Faria, hoje aliados de Henrique Alves. Baixaria é isso, comprar votos com feirinhas. Baixaria é o escândalo da Merenda Escolar no governo Garibaldi. Baixaria são os escândalos ocorridos nos governos Wilma de Faria como Hygia, Foliaduto, Ouro Negro e Sinal Fechado. Todos envolvendo familiares da candidata de Henrique ao Senado. Baixaria é o rombo deixado pelo governo Wilma de mais de 800 milhões em dívidas, segundo disse a governadora Rosalba Ciarlini. Baixaria é um primo dizer que o outro está ficando gagá, como afirmou o prefeito Carlos Eduardo Alves contra Garibaldi na campanha para prefeito de Natal, só porque estava apoiando Hermano Morais”, afirmou Robinson, relembrando, também, a campanha de 2012, quando Garibaldi falou de Carlos Eduardo e ouviu o então candidato a prefeito questionar se ele estava ficando “gagá”.
“Baixaria é fazer uma aliança para beneficiar os caciques da política do RN fatiando o Estado entre eles como se fosse um bolo. Isso sim é baixaria e falta de vergonha. Baixaria fez Wilma que cansou de dizer que mais irresponsável que vender a Cosern, foi a maneira como o ex-governador Garibaldi gastou os 600 milhões da venda da estatal. Baixaria foi Garibaldi ter acusado, logo após o resultado da eleição de 2006 para o governo do RN, Wilma de utilizar a máquina pública para conquistar o segundo mandato. Baixaria foi Garibaldi dizer que Wilma teria trocado o Cheque-Reforma (programa de distribuição de renda estadual) por votos. Baixaria é ter o nome envolvido em mais um escândalo estampado no noticiário nacional no período de campanha”, acrescentou Robinson.
“Essas baixarias o acordão esconde ou tem vergonha de relembrar. O período eleitoral serve para a apresentação dos candidatos, suas propostas e também para que o eleitor conheça quem são os candidatos em disputa: sua história, seu passado. Tudo isso para que o eleitor não incorra em erro e se arrependa depois”, finalizou o candidato do PSD.

Aécio chama denúncias de ex-Petrobras de Mensalão 2

Publicação: 06/09/2014 13:31 Atualização: 06/09/2014 17:21

O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, publicou em sua conta no Facebook um vídeo em que comenta as acusações do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa de que políticos da base aliada receberam propina em contratos da estatal. Segundo o tucano, o Brasil acordou "perplexo" com as "mais graves denúncias de corrupção da nossa história recente."

No vídeo, Aécio classifica as denúncias de "mensalão 2" e afirma que o "governo do PT" está "patrocinando o assalto às nossas empresas públicas para a manutenção do seu projeto de poder". "Estamos disputando essas eleições contra um grupo que utiliza o dinheiro sujo da corrupção para manter-se no poder", diz. "Por isso, eu acredito que chegou a hora de darmos um basta a isso e tirarmos, de forma definitiva, o PT do poder."

Para o candidato, é fundamental que as investigações possam ir "ainda mais a fundo" para que os responsáveis sejam punidos "de forma exemplar".

Veja a publicação na íntegra:

O Brasil acordou, hoje, perplexo, com as mais graves denúncias de corrupção da nossa história recente. Está aí o Mensalão 2, é o governo do PT patrocinando o assalto às nossas empresas públicas para a manutenção do seu projeto de poder. É fundamental que essas investigações possam ir ainda mais a fundo, para que os verdadeiros responsáveis pelo assalto às empresas brasileiras sejam punidos de forma exemplar. Estamos disputando essas eleições contra um grupo que utiliza o dinheiro sujo da corrupção para manter-se no poder. Por isso, eu acredito que chegou a hora de darmos um basta a isso e tirarmos, de forma definitiva, o PT do poder.
Aécio participou ontem em São Gonçalo, no Rio, de evento com evangélicos, onde afirmou ser contrário à legalização do aborto (Igo estrela/Coligaçao Muda Brasil)
Aécio participou ontem em São Gonçalo, no Rio, de evento com evangélicos, onde afirmou ser contrário à legalização do aborto

O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, disse que é preciso uma posição contundente da presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) sobre as denúncias de um esquema de propinas envolvendo políticos da base do governo na Câmara e no Senado em obras da Petrobras. O tucano afirmou que a petista não poderá dizer que “não sabia o que vinha acontecendo”, já que os principais cargos da estatal são ocupados por indicações do PT. 

“Não dá para a presidente Dilma dizer que não sabia o que vinha acontecendo. A marca mais perversa do governo do PT é o aparelhamento do Estado. Eles têm um plano para 
se perpetuar no poder, causando situações como esta da Petrobras. Os cargos de direção precisam ser ocupados por pessoas sem ligação com partidos políticos, e não por pessoas que negociem, troquem favores”, disse o senador. 

Ele voltou a se referir ao caso como “mensalão 2” e disparou contra a gestão petista citando atos de corrupção envolvendo empresas públicas. “Aguardamos que outras informações possam vir, mas essas denúncias mostram que o mensalão não acabou, ou pelo menos que se criou o mensalão 2 durante todo esse período de governo do PT. As empresas públicas se submeteram a um projeto de poder”, afirmou. 

Aécio sugeriu que o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa volte a prestar depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) instalada no Congresso para dar mais detalhes sobre como funcionava o esquema. Ressaltou que será importante ter “cautela” ao lidar com as denúncias. “Não condeno previamente ninguém, mas que existia, segundo o diretor mais importante da empresa, uma organização criminosa funcionando dentro dela durante todo esse período de governo, isso parece que é, segundo a Polícia Federal, um fato inquestionável. É uma empresa que teve sempre atenção muito próxima da presidente da República”, alfinetou o tucano. 

Pastores

Na manhã desse domingo, Aécio visitou a igreja evangélica Ministério Flor de Lis, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Durante a visita, o tucano ouviu os depoimentos de pastores da igreja, ex-traficantes do Comando Vermelho, facção criminosa que atua em vários morros da capital fluminense. O candidato ainda recebeu declaração de apoio dos dirigentes da igreja evangélica e se comprometeu com os cerca de 300 fiéis presentes a ser contrário à legalização do aborto e à descriminalização das drogas. 

“Reafirmo meu compromisso, as minhas crenças com estes temas. Nesta luta contra o tráfico, a ideia é colocar em prática um programa de assistência aos jovens de ensino médio entre 15 e 18 anos. O Poupança Jovem deposita um valor na conta desse aluno que, ao fim do período, retira o valor depositado desde que tenha 80% de frequência nas aulas e não tenha qualquer envolvimento com o crime”, disse Aécio. Ao descer do palco, o tucano brincou com o crescimento da candidata Marina Silva (PSB) nas pesquisas, que o colocou no terceiro lugar na corrida presidencial. “Ainda bem que faltam quatro semanas para a eleição”, disse.

domingo, setembro 07, 2014

'Veja': Paulo Roberto começa a revelar nomes de esquema da Petrobras

Jornal do Brasil
O grande acidente nas eleições de outubro para presidente da República tem data marcada. Neste sábado (6), a revista Veja publica o nome de três governadores que podem estar na delação premiada feita na Polícia Federal pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Todos os políticos são de estados onde a estatal tem grandes projetos em curso: Sérgio Cabral (PMDB), ex-governador do Rio, Roseana Sarney (PMDB), atual governadora do Maranhão, e Eduardo Campos (PSB), ex-governador de Pernambuco e ex-candidato à Presidência, morto no mês passado em acidente aéreo.
Além dos governadores, Paulo Roberto deu o nome de 12 senadores e 49 deputados federais. Os envolvidos seriam de três partidos. Segundo o ex-diretor, os políticos receberiam 3% do valor dos contratos da Petrobras na época em que ele ocupava a direção de distribuição da estatal.
Entre os políticos estão os presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), além do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB-MA). Do Senado, Ciro Nogueira (PI), presidente nacional do PP, e Romero Jucá (PMDB-RR). No grupo de deputados, a revista destaca figuras como o petista Cândido Vaccarezza (SP) e João Pizzolatti (SC), integrante da bancada do PP na casa. O ex-ministro das Cidades e ex-deputado Mario Negromonte, também do PP, é outro que teria sido citado por Paulo Roberto como destinatário da propina. 
De acordo com a revista Veja, Paulo Roberto também esmiúça em seus depoimentos a lógica que predominava na assinatura dos contratos bilionários da Petrobras. Ele teria admitido, pela primeira vez, que as empreiteiras contratadas pela companhia tinham, obrigatoriamente, que contribuir para um caixa paralelo, cujo destino final eram partidos e políticos de diferentes partidos da base aliada do governo. Teria afirmado ainda que o operador encarregado de fazer a ponte com o esquema era o tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto. 
A delação premiada de Paulo Roberto Costa é sigilosa. O Supremo Tribunal Federal já recebeu os documentos com as declarações de Costa à PF em Curitiba. Caberá ao ministro Teori Zavascki homologar ou não o acordo.
Costa decidiu fazer a delação premiada no último dia 22, depois que a Polícia Federal fez buscas em empresas de suas filhas, de seus genros e de um amigo dele, todas no Rio de Janeiro. Em uma das empresas, a Polícia Federal encontrou indícios de que Costa tem várias contas no exterior.
Ele foi responsável pela obra mais cara da Petrobras, a refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, cujo preço final pode ultrapassar R$ 40 bilhões. Segundo a Polícia Federal, os contratos eram superfaturados e o sobrepreço era repassado pelas empreiteiras ao doleiro Alberto Youssef.

sexta-feira, setembro 05, 2014

Lei da Anistia: Marina Silva muda de opinião mais uma vez

Marina Silva, candidata à Presidência da República pelo PSB
Marina Silva (PSB) surgiu, no início da disputa eleitoral, como possível ameaça às campanhas presidenciais de Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB). A um mês do primeiro turno, a pessebista ganhou força e já é realidade na disputa, vencendo o segundo turno em todas as pesquisas até agora divulgadas. Com isso, os adversários foram ao ataque, abordando principalmente as mudanças no programa de governo de Marina.
Agora, Dilma e Aécio ganharam mais um episódio para confrontrar a pessebista. Depois da questão da matriz energética brasileira, que citava a energia nuclear, e da defesa do casamento gay, foi a vez da anistia a torturadores da ditadura entrar em pauta.

Em artigo publicado na Folha, em 2008, Marina Silva foi clara ao dizer que "a tortura é crime hediondo, não é ato político nem contigência histórica. Não lhe cabe o manto da Lei da Anistia". Os anos passaram, as alianças também, e agora a candidata do PSB tem outra opinião.
Na sabatina realizada pelo portal G1, na última quarta-feira (3), Marina mostrou seu novo posicionamento: é contra rever a lei.
O cenário de indefinição nas eleições para a Presidência da República em 2014 vem despertando a imaginação do eleitorado. Após os boatos já rechaçados de que Aécio Neves (PSDB) poderia renunciar à candidatura ainda no primeiro turno para fortalecer a chapa de Marina Silva (PSB), um grupo de simpatizantes de Lula criou uma campanha pedindo que o ex-presidente entre no lugar de Dilma Rousseff (PT) na disputa, o Movimento Lula 2014.
As pesquisas de opinião cada vez mais consolidam a necessidade do segundo turno para a disputa presidencial. Tanto Ibope quanto Datafolha cravam a liderança de Dilma no dia 5 de outubro, mas dão a vitória final a Marina Silva na segunda fase.
Buscando a manutenção do Partido dos Trabalhadores no poder e apostando no carisma do ex-presidente, a proposta defendida pelo grupo é a de que Lula entre no lugar de Dilma na disputa pela presidência ainda no pleito de 2014. "A conjuntura destas eleições pedem medidas contundentes para garantir que o país continue crescendo e mudando para melhor", afirma o movimento.

Apesar de pouco improvável, a mudança é legalmente possível. Os partidos e coligações têm até o dia 15 de setembro para oficializar suas candidaturas. Sem deixar de agradecer Dilma pelo trabalho feito em seu mandado, o grupo reforça seu pedido: "sua missão foi cumprida com louvor. Mas o momento conclama por Lula da Silva".

A página no Facebook, criada em abril de 2014, possui mais de 80 mil curtidas. Nesta quarta-feira (3), foi lançada a página na internet, com uma contagem regressiva para a data limite imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O grupo é anônimo e se intitula como uma "iniciativa popular" que "não é financiada ou tem qualquer ligação com o Partido dos Trabalhadores ou qualquer outro partido político".

A candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, afirmou, em entrevista à Rádio Gaúcha, que não se sente pressionada pelo pastor Silas Malafaia "nem por ninguém". Segundo ela, as mudanças feitas em seu programa de governo no trecho que trata do casamento gay se deu para cumprir o que foi acordado com os representantes da comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais).

Marina afirmou que os coordenadores do programa publicaram a contribuição do movimento LGBT da forma em que ela foi enviada. "Nenhum setor, nem o agronegócio, nem ambientalistas, nem movimento indígena, teve seu documento publicado ipsis litteris", disse, acrescentando que, em seu programa, os direitos da comunidade LGBT estão melhor contemplados do que nos de Dilma Rousseff (PT), Luciana Genro (PSOL) e Aécio Neves (PSDB). 
"O que aconteceu foi uma mudança porque não era o que havia sido acordado. Para ser sincera, eu nem li os tweets do Silas Malafaia", acrescentou. No último sábado (30), Malafaia usou o microblog Twitter para criticar a proposta de Marina. "Aguardo até segunda uma posição de Marina. Se isso não acontecer, na terça será a mais dura fala que já dei até hoje sobre um presidenciável", publicou.
Segundo Marina, as pessoas acreditam que foi ela quem fez a mudança no texto, por ser evangélica. "Eu não me sinto pressionada por ele e nem por ninguém. Vou agir de acordo com a Constituição e com o princípio do Estado laico", garantiu.

Durante a entrevista, Marina defendeu uma reforma tributária e a ampliação de fontes renováveis de energia. A ex-senadora também criticou a reeleição, "porque não se governa para resolver os problemas, mas para garantir mais quatro anos de poder".

Em relação à política externa, a candidata afirmou que vai priorizar os interesses estratégicos do Brasil e que seu compromisso com a democracia e os direitos humanos será "inarredável". "Não se coloca o interesse econômico e o interesse ideológico acima dos princípios", disse.

A candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, foi irônica ao responder ontem, na série Entrevistas Estadão, à propaganda da presidente Dilma Rousseff que comparou a adversária a Jânio Quadros e Fernando Collor de Mello por se apresentar como “salvadora da Pátria”. Tanto Jânio quanto Collor não concluíram seus mandatos: o primeiro renunciou e o segundo foi alvo de impeachment no Congresso. Marina disse que, por não ter sido eleita nem vereadora antes de chegar ao Planalto, Dilma é que poderia ser comparada a Collor.
“A sociedade brasileira me conhece. Conhece os valores que eu defendo, a luta que eu tenho há mais de 30 anos. Eu comecei como vereadora, fui eleita deputada, senadora por 16 anos, ministra do Meio Ambiente. Imagina se eu dissesse que uma pessoa que nunca foi eleita nem vereadora fosse eleita presidente do Brasil? Aí sim poderia parecer Collor”, afirmou Marina.
Depois que as pesquisas de intenções de votos apontaram o empate entre Marina e Dilma, o PT e a própria presidente passaram a tentar desqualificar o discurso político de Marina.
Uma das principais críticas é que a candidata não teria apoio para governar.
Questionada sobre o tamanho de sua base, já que é a candidata da menor coligação entre as três principais chapas presidenciais, Marina afirmou que sabe negociar. Ao ser confrontada com as dificuldades para conseguir a maioria na Câmara e no Senado apenas apresentando bons projetos, Marina brincou com o jornalista do Estado: “Você tem uma visão bem pessimista do Congresso”.
A candidata citou exemplos de quando foi ministra do Meio Ambiente do governo Luiz Inácio Lula da Silva e disse que, mesmo sem o apoio do PT, conseguiu aprovar leis negociando diretamente com lideranças partidárias.
Perguntada se a intenção de governar sem o apoio de partidos, apenas com o suporte das “pessoas de bem” de cada legenda, não era antidemocrático, Marina respondeu que esses políticos representam as siglas pelas quais foram eleitos. “Antidemocrático é governar apenas para os partidos, como está sendo feito hoje. Temos uma governabilidade canhestra. Governar com Pedro Simon (PMDB-RS), que foi da resistência democrática deste País, um senador do quilate de Cristovam Buarque (PDT-DF), não prescindir de apoio de pessoas como Eduardo Suplicy, que é do PT, e até mesmo, tendo posição diferente do ponto de vista político, se ele for eleito, o José Serra. Não acho que ele vá se furtar a dar o apoio ao governo”, afirmou.
Menos pastas
Marina reafirmou a intenção exposta pelo seu companheiro de chapa, Eduardo Campos, morto em um acidente aéreo no dia 13, de cortar o número de ministérios. Não disse, porém, quais pastas seriam fechadas. “Há, no meu programa, o compromisso de reduzir ministérios. Quantos vão ser cortados depende da discussão dos critérios estabelecidos.”
De acordo com ela, os 39 ministérios do governo Dilma representam concessões para partidos da base governista. “Hoje temos 39 ministérios que servem para alocar aliados. Cada um quer ter um ministério para chamar de seu”.
Durante a entrevista, Marina também fez críticas ao tucano Aécio Neves, terceiro colocado nas pesquisas. Em uma provocação velada, disse que é temeroso divulgar nomes da equipe de governo antes das eleições - o candidato do PSDB anunciou o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga como ministro da Fazenda. “Acho temerário andar de salto alto nomeando ministros antes de ser eleito. Primeiro tem que ser nomeado pelo povo”, disse. “Se existe insegurança do que está fazendo, é preciso utilizar esse tipo de recurso”, provocou a candidata.
Em uma crítica a tucanos e petistas, Marina disse que os dois partidos “fulanizam” as conquistas obtidas pela sociedade. Ela prometeu que nunca dirá - como o fez o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - que tal coisa foi criada por seu governo. Marina repetiu seu discurso contra a polarização tradicional da política brasileira nos últimos 20 anos. “PT e PSDB foram para um distanciamento tão predatório, que a polarização prejudica o futuro do País”, afirmou.
A ex-ministra elogiou conquistas do PSDB, em especial a estabilidade econômica, e do PT, destacando os programas de distribuição de renda que ajudaram na inclusão social de milhões de pessoas.
Sobre a possibilidade de governar com apoio tanto de Lula quanto do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, voltou a dizer que poderia ter um diálogo de governabilidade com ambos. Marina afirmou que o PSDB ficou dependente do antigo PFL e o PT, do PMDB. “Tenho certeza de que seria muito melhor conversar com FHC e Lula do que ter que conversar com como Antônio Carlos Magalhães, José Sarney, Collor, (Paulo) Maluf ou Renan Calheiros.”
Nessa hora, Marina foi lembrada que Renan já está fazendo campanha para ser reeleito presidente do Senado e questionada que, nessa situação, terá de conversar com o senador do PMDB de Alagoas. “Conversaremos, mas não com a ideia de que ele será subordinado ao Executivo”, disse a presidenciável, ao dizer que respeita a autonomia do Congresso.
Subir gasolina é com Dilma
A candidata do PSB voltou a jogar para Dilma a responsabilidade pelo reajuste dos preços administrados no País, a exemplo dos combustíveis. Segundo Marina, a política do governo de segurar os preços da gasolina e outros derivados do petróleo para controlar a inflação tem um custo alto para a sociedade, e cabe à presidente assumir esse problema.
“Eu espero que a presidente Dilma, que tem a responsabilidade de fazer isso (o reajuste de preços), o faça. Quem está no governo deve assumir suas responsabilidades”, afirmou. A candidata condenou o que chama de uso político da Petrobrás, assim como, segundo Marina, acontece com as instituições financeiras estatais.
Como exemplo, a candidata citou o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que teria emprestado mais de R$ 500 bilhões para empresas sem critérios claros e transparência. “Esse dinheiro não passou pelo Parlamento ou por discussão que os brasileiros tenham tido acesso”, afirmou.
A presidenciável voltou a desferir críticas ao atual governo pelo baixo crescimento econômico e a alta da inflação. “Ela (Dilma) está entregando o governo pior do que encontrou”, disse, repetindo um bordão criado por Campos. “Ela (Dilma) prometeu que ia abaixar juros, fazer o País crescer e reduzir inflação, mas nada disso aconteceu.”
Marina também reiterou o seu compromisso com o tripé econômico - meta de inflação, superávit primário e câmbio flutuante. Defendeu novamente a independência do Banco Central. O modelo dessa independência, explicou, ainda está sendo estudado com base em casos ao redor do mundo. Para Marina, o BC brasileiro perdeu a autonomia por causa das intervenções do governo na entidade.
Código Florestal
Em resposta a uma pergunta das redes sociais, Marina disse que seu governo vai colocar em prática as diretrizes do Código Florestal, caso seja eleita. Segundo a candidata, a legislação não foi aprovada como ela gostaria - na época da votação, a ex-ministra foi contra o projeto - mas que, uma vez aprovado pelo Congresso, o código deve ser respeitado. “Não foi a lei que eu queria, mas foi a lei aprovada e ela deve ser implementada.”
A candidata também falou sobre regularização de terras indígenas e de conservação ambiental e a relação com produtores rurais. De acordo com Marina o que as pessoas envolvidas em conflitos por terras desejam é segurança jurídica. Marina afirmou que, no caso de áreas reclamadas por populações indígenas, tanto eles quanto agricultores presentes nesses locais estão dispostos ao diálogo para resolver a questão. “Acho injusto dizer que agronegócio é oposição às populações indígenas e ao meio ambiente”, afirmou Marina.
Ela disse ainda que, em um eventual governo, o procedimento para a obtenção de licenciamento ambiental terá “qualidade, sem perder agilidade”.
Pré-sal
Sobre a matriz energética do Brasil, Marina disse não ter qualquer preconceito com a fonte hidrelétrica nem com o pré-sal. “O pré-sal é fundamental e fundamental é também investir em outras matrizes de energia.” Questionada se pretenderia reduzir os investimentos no pré-sal, como acusam adversários políticos, respondeu: “Não, muito pelo contrário”.
Ela argumentou que as receitas do pré-sal serão fundamentais para o País investir em educação e em tecnologia que irão subsidiar o desenvolvimento de novas fontes de energia.
Rede
Marina disse que o projeto de criar a Rede Sustentabilidade, partido que ela tentou tirar do papel no ano passado e não conseguiu por falta de assinaturas, é maior que ela e que, por isso, será oficializado independentemente da sua vontade. “A Rede já é uma realidade, não é o partido da Marina.”
Sobre sua posição pessoal no PSB, após a morte de Campos, Marina repetiu que foi “acolhida” pelo partido e que é solidária à legenda. “Tenho uma solidariedade profunda com o PSB”, afirmou a candidata. (Colaboraram Ana Fernandes e Wladimir D’andrade)

Aécio sugere mudança no rumo da campanha

São Paulo (AE) - O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, admitiu que sua campanha terá de se adaptar à nova realidade do cenário eleitoral, que teve uma reviravolta com a morte do ex-governador Eduardo Campos e a entrada da ex-senadora Marina Silva como cabeça de chapa do PSB. A ex-senadora ultrapassou Aécio nas recentes pesquisas de intenção de voto e ameaça seus planos de disputar o segundo turno das eleições presidenciais.
Fernando Nunes/Futura press
Apesar do cenário desfavorável, Aécio Neves está confiante de que disputará segundo turnoApesar do cenário desfavorável, Aécio Neves está confiante de que disputará segundo turno

Em entrevista antes da divulgação da última pesquisa Datafolha, que aponta novo crescimento da adversária, o tucano disse que continua confiante de que disputará o segundo turno. “Tenho enorme confiança de que, no momento da decisão, prevalecendo a razão, vamos estar não apenas no segundo turno, mas vamos vencer as eleições. Tem um quadro novo, a partir do falecimento do meu amigo governador Eduardo Campos. E agora temos que nos adaptar a essa nova realidade. Estou absolutamente sereno e convencido de que as melhores propostas para o Brasil mudar de verdade, quem as têm somos nós.”

Em visita à Linha 15-Prata do Metrô (o monotrilho, na Estação Vila Prudente), ao lado do governador de São Paulo e candidato à reeleição pelo PSDB, Geraldo Alckmin, Aécio afirmou que pretende fazer cobranças não apenas à presidente e candidata à reeleição pelo PT, Dilma Rousseff, mas à sua nova adversária. “Sobre a forma como pretendem governar, quais os valores que pretendem conduzir à frente do governo, mas, sobretudo, de que forma vão tirar (o País) dessa aguda recessão”. E voltou a dizer, numa alusão à falta de experiência de Marina em cargo executivo: “O Brasil não é para amadores.”

Indagado sobre sua expectativa para a pesquisa Datafolha que seria divulgada à noite, o tucano disse acreditar que não há razão para uma mudança abrupta no quadro. Contudo, disse “conviver bem” com este cenário. “Vamos, daqui por diante, cada vez mais clarear as nossas propostas para que as pessoas possam entendê-las”, argumentou, reiterando que pretende cobrar das outras candidaturas que também externem suas propostas para o País. “Não é possível que possamos caminhar para outra direção sem sabermos que direção é essa.”

Ao falar de sua candidatura, Aécio disse mais uma vez que tem um projeto consistente para o Brasil, que não é improvisado. “É um projeto constituído com ideias e com pessoas capazes de transformar essas ideias em realidade. A grande questão que se colocará daqui em diante é: que mudanças queremos para o Brasil? A mudança do improviso ou a mudança consistente, verdadeira? A mudança que pode levar o Brasil a um novo patamar de desenvolvimento?”, indagou.

terça-feira, setembro 02, 2014

Aécio Neves desmente renúncia à candidatura e ataca Marina Silva

Junto de FHC, Aécio Neves (PSDB) negou que irá deixar disputa eleitoral (Foto: TABA BENEDICTO/BRAZIL PHOTO PRESS/ESTADÃO …
Aécio Neves, candidato a presidência pelo PSDB, se movimentou às pressas para negar os boatos que surgiram na tarde desta terça-feira (2). O tucano convocou a imprensa, em São Paulo, para desmentir as informações de que ele poderia deixar a disputa eleitoral antes do primeiro turno, favorecendo assim Marina Silva (PSB) e garantindo o fim da hegemonia petista no comando do país.

De acordo com reportagem do jornal Valor Econômico, assessores ligados à campanha de Aécio Neves cogitaram a retirada da candidatura do tucano, visando o fortalecimento de Marina Silva na corrida à presidência e, assim, acabando com a atual hegemonia do PT. Prontamente, Aécio Neves convocou coletiva de imprensa e rechaçou os boatos. "Vou lutar até o último instante" disse em frente aos jornalistas.

Ao lado de parlamentares e dirigentes do PSDB, o candidato garantiu que segue na disputa e mostrou que sua estratégia será partir para o ataque da pessebista. Citando o episódio do erro editorial no programa de governo de Marina - quando a candidata voltou atrás na questão do casamento gay, por exemplo -, o tucano a definiu como uma "metamorfose ambulante". Batendo nesta tecla, e com um discurso mais duro, Aécio afirmou que "é preciso que o Brasil conheça as reais convicções de Marina".

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso esteve o tempo todo ao lado do companheiro. Defendendo a candidatura de Aécio, FHC se mostrou otimista quanto aos números apresentados nas últimas pesquisas eleitorais: "já vi muito sobe e desce em campanha", disse.

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