domingo, setembro 07, 2014

'Veja': Paulo Roberto começa a revelar nomes de esquema da Petrobras

Jornal do Brasil
O grande acidente nas eleições de outubro para presidente da República tem data marcada. Neste sábado (6), a revista Veja publica o nome de três governadores que podem estar na delação premiada feita na Polícia Federal pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Todos os políticos são de estados onde a estatal tem grandes projetos em curso: Sérgio Cabral (PMDB), ex-governador do Rio, Roseana Sarney (PMDB), atual governadora do Maranhão, e Eduardo Campos (PSB), ex-governador de Pernambuco e ex-candidato à Presidência, morto no mês passado em acidente aéreo.
Além dos governadores, Paulo Roberto deu o nome de 12 senadores e 49 deputados federais. Os envolvidos seriam de três partidos. Segundo o ex-diretor, os políticos receberiam 3% do valor dos contratos da Petrobras na época em que ele ocupava a direção de distribuição da estatal.
Entre os políticos estão os presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), além do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB-MA). Do Senado, Ciro Nogueira (PI), presidente nacional do PP, e Romero Jucá (PMDB-RR). No grupo de deputados, a revista destaca figuras como o petista Cândido Vaccarezza (SP) e João Pizzolatti (SC), integrante da bancada do PP na casa. O ex-ministro das Cidades e ex-deputado Mario Negromonte, também do PP, é outro que teria sido citado por Paulo Roberto como destinatário da propina. 
De acordo com a revista Veja, Paulo Roberto também esmiúça em seus depoimentos a lógica que predominava na assinatura dos contratos bilionários da Petrobras. Ele teria admitido, pela primeira vez, que as empreiteiras contratadas pela companhia tinham, obrigatoriamente, que contribuir para um caixa paralelo, cujo destino final eram partidos e políticos de diferentes partidos da base aliada do governo. Teria afirmado ainda que o operador encarregado de fazer a ponte com o esquema era o tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto. 
A delação premiada de Paulo Roberto Costa é sigilosa. O Supremo Tribunal Federal já recebeu os documentos com as declarações de Costa à PF em Curitiba. Caberá ao ministro Teori Zavascki homologar ou não o acordo.
Costa decidiu fazer a delação premiada no último dia 22, depois que a Polícia Federal fez buscas em empresas de suas filhas, de seus genros e de um amigo dele, todas no Rio de Janeiro. Em uma das empresas, a Polícia Federal encontrou indícios de que Costa tem várias contas no exterior.
Ele foi responsável pela obra mais cara da Petrobras, a refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, cujo preço final pode ultrapassar R$ 40 bilhões. Segundo a Polícia Federal, os contratos eram superfaturados e o sobrepreço era repassado pelas empreiteiras ao doleiro Alberto Youssef.

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