por: Portal JH
O candidato à presidência da República pelo PSDB, Aécio Neves, afirmou que não dará apoio a Marina em um eventual governo do PSB. A afirmação foi feita durante sabatina realizada pela RedeTV!, em parceria com o portal iG, nesta sexta-feira.
“Não cogito essa hipótese porque ganharemos as eleições”, ressaltou. No entanto, caso não seja eleito, o tucano foi enfático em dizer que fará oposição a qualquer outro candidato, independente de quem vença. “Ou ganhamos e vamos governar, ou vamos para a oposição. Quem decide é o povo”, declarou. “Quem tem condições de vencer a Dilma, somos nós. O Brasil precisa de mudança na direção correta”, afirmou. Segundo o candidato, nem a semelhança das propostas para a economia faria seu partido apoiar a candidata do PSB.
Petrobras e mensalão
Durante a entrevista, o senador tucano falou sobre as denúncias de corrupção na Petrobras. Segundo ele, os problemas na estatal são “consequência mais perversa do aparelhamento da máquina pública pelo PT”. Segundo Aécio, ao comparar as denúncias da revista Veja sobre a Petrobras com o mensalão, o candidato tucano acusou o PT de usar a estatal como moeda em troca de apoio.
O candidato foi questionado sobre o caso do mensalão tucano, envolvendo seu aliado em Minas Gerais, o ex-governador Eduardo Azeredo (PSDB), que responde na Justiça a acusações de corrupção. Neste caso, Aécio defendeu a “presunção de inocência” para seu aliado. No entanto, o candidato rejeitou a mesma presunção para as investigações na Petrobras. De acordo com ele, são “casos diferentes”. “Eduardo está respondendo a um processo em Minas, como outras pessoas que eventualmente podem ter cometido atos ilícitos”, disse. Caso haja condenação no julgamento de Minas Gerais, Aécio afirmou que “diferente do PT, não transformará seus aliados em heróis nacionais’.
O tucano também respondeu sobre a presença do nome de Eduardo Campos na lista de políticos envolvidos no suposto esquema de corrupção na Petrobras, publicada pela revista Veja. Neste caso, ao contrário dos aliados do governo federal, Aécio defendeu Eduardo Campos. “Não combina com o Eduardo que eu conheço”, destacou.
Dilma também foi cobrada pelo candidato pela investigação de corrupção na Petrobras. “Ou ela não sabia de nada e fica sem condições de governar o Brasil, ou era conivente com isso”. Aécio, no entanto, firmou que não acredita que Dilma tenha sido conivente e cobrou uma postura mais rígida da governante. “Acho que ela é refém de uma armadilha que o PT montou para se manter no poder”, disse.
Pesquisas
Terceiro colocado nas pesquisas de intenção de voto, Aécio afirmou que estará no segundo turno. “Estou lutando muito. Tenho um projeto transformador para o Brasil, um projeto que não foi feito no improviso, mas construído com amplos debates”, afirmou. Com relação à votação em Minas Gerais, seu reduto eleitoral e onde não aparece na primeira colocação, Aécio foi categórico ao afirmar que mudará o quadro e vencerá as adversárias em seu Estado.
Marina
O tucano também falou sobre a possibilidade de Marina Silva vencer a eleição e afirmou temer que, em caso de vitória da socialista, o povo brasileiro viva uma nova decepção daqui a quatro anos, como, segundo ele, aconteceu com Dilma Rousseff. “Presidência da República não pode ser instrumento para as pessoas treinarem. A experiência de Dilma custou muito caro ao Brasil”, completou. O temor de Aécio com relação a Marina foi destacado pelo que o tucano chamou de inconstância. “Marina fala sobre nova política, mas não gosta que se lembrem que ela militou 20 anos no PT e praticava aquilo que chama de velha política”, disse. “A Marina de hoje é aquela que abre os braços para o agronegócio ou aquela de apresentou projeto em 1999 proibindo os transgênicos? É a Marina que abraça nossa política econômica ou aquela que se posicionou contra o Plano Real e votou contra a Lei de Responsabilidade Fiscal?”, indagou.
Propostas
Entre as propostas defendidas pelo tucano para um eventual governo, Aécio Neves destacou o que chamou de “fim da farra dos partidos”. “É preciso haver uma relação mais saudável com o Congresso, não essa relação promíscua e mercantilista que o governo do PT estabeleceu. Precisamos enxugar o quadro partidário com a cláusula de barreira ou com o fim das coligações proporcionais”, disse. Na área econômica, o tucano afirmou que terá uma política fiscal transparente, com o fortalecimento das agências reguladoras. “Meu governo não será das desonerações pontuais, que atendem os amigos do rei e da rainha”, declarou. Aécio também citou a criação de um imposto agregado, que reuniria os impostos indiretos, e a consequente simplificação da carga tributária. O tucano também afirmou que manterá o Bolsa Família, mas sem “administrar a pobreza, como faz o PT”.
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