quarta-feira, setembro 26, 2012

José Dirceu, réu entre o otimismo e o medo da prisão



José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil e um dos réus do processo do mensalão
Foto: Arquivo / Marcelo Pui
José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil e um dos réus do processo do mensalãoARQUIVO / MARCELO PUI
BRASÍLIA - José Dirceu, o principal réu do mensalão, está recolhido, mas não está quieto. Enquanto espera a sua vez de ser julgado, o que deve ocorrer somente a partir da próxima semana, o então “capitão do time”, assim definido pelo ex-presidente Lula nos primórdios do seu primeiro governo, tem se movimentado, e muito, entre as duas horas de viagem de carro que separam seus dois centros de operações: seu apartamento na Vila Madalena, bairro de classe média de São Paulo, e o condomínio Santa Fé, na área nobre da próspera cidade de Vinhedo, no interior do estado.
Além dos advogados, Zé tem conversado com seus companheiros do PT, entre eles José Genoino e o ex-presidente Lula. A definição do deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) de que “ o mensalão não é o julgamento de Zé Dirceu, mas de Lula”, antes negada para a conveniência e estratégia de ambos, agora é assumida abertamente pelo ex-ministro e deputado cassado:
— Isso está evidente na tentativa de associação de Lula com Marcos Valério, repelida com veemência pelos partidos da base — afirma José Dirceu, ao receber o repórter do GLOBO no fechadíssimo condomínio, onde o visitante, para entrar, é obrigado a fazer um cadastro bem documentado e ser fotografado por uma câmera digital.
Sobre a presidente Dilma, Dirceu ressalta que tem evitado conversar com ela:
— Qualquer visita minha, ainda que não tenha esse objetivo, vai ser interpretada como uma conversa sobre o mensalão.
Quanto aos ministros de Estado, José Dirceu cita os mais próximos: Fernando Pimentel, do Desenvolvimento; Alexandre Padilha, da Saúde; Miriam Belchior, do Planejamento; Gilberto Carvalho, da Secretaria Geral da Presidência, e, se deixasse, ele citaria 35 dos 37 ministros.
— O senhor não citou aí o ministro da Educação, Aloizio Mercadante. Por quê?
— Nossas relações são formais.
— Nem a nova ministra Marta Suplicy o senhor citou.
— Hoje sou uma pessoa distante dela.
Zé, que sempre conviveu com a família, hoje está mais próximo dos seus quatro filhos, cada um de um relacionamento diferente. Com Clara Becker, viveu cinco anos sem revelar a sua verdadeira identidade, fazendo-se passar por um empresário com o nome falso de Carlos Henrique Gouveia de Melo. Até hoje, a ex-mulher e parentes dela só o chamam pelo nome de clandestinidade: “Carlos”.
Padre desejou boa sorte
Em Passa Quatro, onde mora a sua mãe, dona Olga, não há como fugir das missas dominicais. Ele foi padrinho de batismo, recentemente, de um sobrinho. Na hora da cerimônia, igreja lotada, o padre aproveitou para desejar boa sorte ao filho da dona Olga no julgamento do mensalão.
E sorte é o que Zé Dirceu vai mais precisar. Publicamente, ele se mostra convencido da absolvição e procura sempre transmitir esse otimismo à família e aos amigos. Mas, com o andar da carruagem, no fundo, já começa a trabalhar com o cenário B de pavor: a possibilidade de voltar à cadeia, desta vez dentro de um regime democrático. Estrategicamente, não lhe convém falar neste momento sobre o julgamento. Então, recorro à sua própria trajetória política como recurso estilístico para não comprometer ainda mais a sua situação: em vez de contar o que está pensando José Dirceu, vou relatar as impressões do ex-Carlos Henrique Gouveia de Melo.
Ele surpreende logo ao falar de seu algoz, o ministro Joaquim Barbosa, pois, embora mantenha as críticas mais ácidas ao relator do mensalão, reconhece a competência do relator do processo:
— Podemos questionar, e questionamos, os procedimentos de Joaquim Barbosa na condução do seu relatório, mas nunca negando sua formação e sua competência. Muito pelo contrário. O fato de ele ter notório saber jurídico é que torna mais contundente a crítica de que ele sabe, melhor do que ninguém, que não houve lavagem de dinheiro nem crime de peculato.
“AH, se eu tivesse 46 anos”
Carlos Henrique sabe que o seu sucessor José Dirceu corre risco de ser preso. Ele sabe como ninguém o que poderia acontecer numa situação como essa:
— Vocês acham que o Zé ficaria quieto na prisão? O Zé não para quieto em lugar nenhum. Nesses anos todos em que está afastado do governo, nunca deixou de fazer política. Viajou para todos os estados, acompanhou todas as alianças eleitorais. Hoje, tem mais força no PT do que antes. E ninguém pense que o PT iria abandoná-lo na prisão.
Absolvido ou condenado, não importa, Carlos Henrique acha que Dirceu e o próprio PT levariam no mínimo seis anos para recuperar a imagem.
— Ah, se eu tivesse hoje 46 anos! — lamenta o personagem de Zé Dirceu, sem dizer, contudo, o que faria.


 

terça-feira, setembro 25, 2012

Menino de 13 anos acusado de matar irmão de 2 pode pegar prisão perpétua


Estados Unidos -  Um caso de direito penal muito delicado está causando debate nos Estados Unidos, fazendo a sociedade repensar o conceito de justiça. Trata-se de um menino de 13 anos que espancou seu meio-irmão de 2 anos até a morte e atacou sexualmente seu outro meio-irmão, um garoto de 5 anos. Cristian Fernandez, se for julgado como adulto pode pegar prisão perpétua por homicídio doloso, quando há intenção de matar.
A justiça americana está dividida e não sabe se o garoto será julgado como menor ou como adulto em um tribunal do distrito de Duval County . O menino tem apenas 13 anos e claramente precisa de tratamento psiquiátrico, uma vez que seu histórico de vida fora marcado por muita violência, o que refletiu em suas ações.
Histórico de violência familiar 
Seu nascimento foi fruto de um estupro, quando sua mãe, Bianella Susana tinha apenas 12 anos. Seu pai foi condenado a 10 anos de prisão. 
Aos dois anos, Christian ficava aos cuidados de sua avó, que era viciada em drogas e deixava o menino mal cuidado e solto pela ruas da Flórida. 
Em 2007, a criança, teria sofrido um abuso sexual do primo e o Departamento de Crianças e Famílias da Flórida investigou a acusação.
Christian começou a dar sinais de distúrbios de conduta quando matou um filhote de gato, segundo relatou as autoridades locais, e começou a simular atos sexuais na escola. Apesar do péssimo comportamento, Christian era um aluno exemplar no colégio.
Novamente o garoto foi constatado em vivência de um ambiente muito violento em 2010, quando seu padrastro lhe deu um soco no olho. A escola o encaminhou para um hospital. Quando a polícia chegou para investigar o ocorrido, encontrou o padrasto da criança morto. A causa indicava suicídio com uma arma.
Quando Christian espancou seu meio-irmão de 2 anos, Bianella demorou cerca de oito horas para socorrer a criança, que ainda estava viva, mas inconsciente. A mãe será julgada por homicídio culposo, quando não há intenção de matar a vítima e pode pegar até 30 anos de prisão.
O julgamento
Advogado e promotores apoiam a promotora estadual Angela Corey, que quer que o menor seja julgado como um adulto, por causa das atrocidade cometidas. A juíza Mallory Cooper não sabe ainda como Christian Fernandez será julgado, já que este caso é bastante delicado, pois trata-se de uma criança. Acadêmicos de direito e psiquiatria acredita que a avaliação desse tipo de caso deve ser mais humana. "Precisamos decidir se queremos um sistema que visa à punição ou à justiça" declarou a médica especialista em psiquiatria forense, Jenna Saul.
De acordo com a psiquiatra, é possível que Christian nem entenda os atos de violência que cometeu, já que, na realidade dele, a agressão física é uma forma de expor a frustração que não resulta em morte.
Segundo a Suprema Corte dos EUA, esse tipo de pena é inconstitucional e a punição é classificada com requintes de maldade,com condenação à prisão perpétua, sem possibilidade de liberdade condicional, mas o impasse da autonomia dos estados no país torna a situação bem mais complicada.

segunda-feira, setembro 24, 2012

Entrevista // João Rebouças - presidente do Tribunal Regional Eleitoral ao Diário de Natal


A campanha eleitoral concentrada no rádio e na televisão contribuiu para afastar os eleitores dos palanques montados nas ruas. Antes, as campanhas se concentravam em ruas e praças públicas, quando os candidatos conseguiam reunir multidões para ouvir as propostas dos grandes líderes políticos. Hoje, a força está concentrada no palanque eletrônico, o que contribuiu para a diminuição da violência durante o período eleitoral. Segundo o presidente do Tribunal Regional Eleitoral, desembargador João Rebouças, "aquelas grandes virgílias, grandes palanques e comícios, pouco existem mais. Às vezes em Natal se tem a impressão de que não há eleição. A mídia, a própria internet, as redes sociais viraram um local de interação muito grande entre os eleitores". Na entrevista exclusiva que concedeu a O Poti/Diário de Natal, na última sexta-feira pela manhã, em seu gabinete no TRE, no centro da cidade, João Rebouças disse que, por força da Lei da Ficha Lima, os partidos tiveram a preocupação de filtrar seus candidatos. "Deixaram de enviar nomes para a justiça de pessoas que poderiam ser impugnadas. Fez uma peneira, não vou dizer nem que foi tão fina. Mas aqui nós fizemos a última peneira", disse Rebouças. O desembargador defende a Lei da Ficha Limpa mas acha que deveria ser mais exigente. Por exemplo, diz ele: "A Lei [da Ficha Limpa] deveria ser mais objetiva. Se as contas daquele candidato que foi gestor forem consideradas irregulares, ele não poderia ser candidato, independentemente de recursos ou qualquer outro meio processual." Segundo Rebouças, "as pessoas fazem da presunção da inocência um cavalo de batalha. É uma via crucis pesada da justiça. Tem que mudar a legislação". O repórter perguntou o que o cidadão João Rebouças apontaria como principais problemas de Natal. Sua resposta: "Natal precisa de uma administração mais competente. Acho que Natal é uma cidade bonita, Deus foi generoso com os natalenses. Espero que o futuro administrador aproveite isso, e transfira isso para o povo de Natal. Dar mais ênfase ao turismo, sinalizar bem a cidade, pensar na mobilidade e no trânsito. Criar outras vias de acesso para as Zonas Norte e Sul, melhorar os serviços de saúde e educação. As pessoas precisam disso".

Como estão os preparativos nessa reta final da eleição?

Estamos sendo intimados a fazer os últimos ajustes, mas quando eu assumi [o TRE], a eleição já estava praticamente posta e definida. Já nos reunimos com os órgãos de segurança e na segunda-feira, 24, teremos a reunião final com os juízes. Os atos preparativos e preventivos já estão todos quase concluídos.

Nessa fase de preparação, qual a maior dificuldade para desenvolver o trabalho aqui no TRE?

Nós tivemos algumas dificuldades com relação ao carregamento de urnas. Ou seja, colocar nome, número e retrato do candidato. Isso ocorreu em face do grande número de recursos de registro de candidaturas em virtude da Lei da Ficha Limpa. Esta foi a primeira eleição em que os candidatos se submeteram a essas novas regras. Candidatos que estavam cassados pelo TRE, às vezes pelo juiz eleitoral, tiveram mantido o indeferimento do registro de candidatura, e a informática tem um prazo para colocar esse carregamento na urna. Ainda havia processos pendentes. Isso extrapolou as expectativas. 

Quantos candidatos estão sub judice e deixam de compor a chapa oficial do TRE? 

A prefeito foram 22 candidatos, e 59 candidatos a vereador. Esses foram atingidos por algumas cláusulas de inelegibilidade. Alguns casos pelo juiz de primeiro grau e outros seguiram para a Corte [TRE]. Mas ainda há grande número de recursos no TSE [Tribunal Superior Eleitoral] aguardando definição. Nós, aqui na Corte, tínhamos tomado uma posição, por solicitação da Procuradoria Regional Eleitoral, de que os candidatos cassados não poderiam participar de movimentação política. Nossa preocupação era que o candidato desistisse da campanha na véspera da eleição, o que não haveria tempo de retirá-lo das urnas eleitorais. As urnas do interior já foram carregadas, lacradas e estão sendo distribuídas. As únicas que estão aqui são as de Natal e Grande Natal. As últimas serão enviadas até o final de semana.

O senhor achaque a aplicação da Lei da Ficha Limpa foi o grande diferencial da organização da eleição deste ano?

Também e principalmente com relação a esse trabalho de carregamento de urnas, por causa da pendência de julgamentos. No Brasil o número de recursos já passa de 14 mil processos. Esses candidatos estão sub judice. Há um problema, discutido internamente na informática. Para a informática, só há duas opções para cada registro: 'apto' ou 'inapto', e várias alternativas: 'apto com recurso', 'apto dependendo de recurso', entre outras. Essa decisão que o TRE tomou, de orientar os juízes das zonas para que os candidatos tidos como 'fichas sujas' não participassem da campanha, nem de comícios, foi contestada. O diretório regional do PMDB entrou com recurso em Brasília e conseguiu que os candidatos poderiam participar. O fundamento era a irreversibilidade do dano. Ou seja, se próximo ao pleito o processo fosse favorável a ele, não havia como recuperar o tempo perdido na campanha. 

Com a Ficha Limpa, o senhor percebeuse houve um afastamento de candidatos, digamos, 'não muito recomendados' para a campanha eleitoral?

Sim. Alguns partidos tiveram essa preocupação desde a convenção. Deixaram de enviar nomes para a justiça de pessoas que poderiam ser impugnadas. Fez uma peneira, não vou dizer nem que foi tão fina. Mas aqui nós fizemos a última peneira.

Porque em toda eleição há uma crítica pela morosidade da Justiça Eleitoral no julgamento dos processos?

Existe um calendário eleitoral. Todos os recursos de pedido de registro tinham até 23 de agosto para serem julgados. Todos os atos da eleição são pautados por esse calendário. Com relação ao julgamento aqui no Estado, se imaginou que haveria 100 recursos. Houve mais de 400. Fizemos todo o possível para julgá-los: votação de manhã e de tarde, votação na quarta-feira, que normalmente não tem. Algumas sessões terminaram após meia noite. Só que num julgamento, cada advogado tem 10 minutos para falar, o procurador também, é preciso dar chance de cada um falar. Mas conseguimos: aqui já foram julgados todos os recursos que estavam no tribunal. 

Por causa dessa morosidade, um candidato sub judice pode participar da campanha normalmente. Sendo eleito, toma posse e, um ano depois, o Tribunal pode julgar que ele é inelegível, sendo então cassado. Isso não é um prejuízo para o eleitor, para o processo eleitoral e para a sociedade? 

Sem dúvidas. Está se vislumbrando uma possibilidade cogitada pela Advocacia Geral da União. Em casos como esse o candidato teria movida uma ação para ele arcar com os custos da campanha. É uma forma de inibir. A eleição é cara, dispendiosa. Na eleição do Rio Grande do Norte a eleição custa R$ 3,46 para cada eleitor. Esse é o valor gasto pela Justiça Eleitoral. O orçamento ultrapassa os R$ 8 milhões. 

Como o senhor acha que poderia haver uma peneira ainda mais fina para evitar a quantidade de processos que entram na justiça?

Eu acho que os efeitos da decisão deveriam ser imediatos. Há uma discussão jurídica sobre o que disciplina a lei das eleições e a Lei da Ficha Limpa. O candidato que foi condenado em primeiro grau, com trânsito em julgado ou em segundo grau - é considerado inelegível. Ou o candidato que teve contas consideradas irregulares pelo Tribunal de Contas do Estado ou da União (TCU) também é inelegível. O que acontece é que existem muitos recursos, inclusive na justiça comum. Alguns obtêm liminares, mesmo que em alguns casos se comprove que eles foram mesmo considerados 'fichas sujas'. A Lei [da Ficha Limpa] deveria ser mais objetiva. Se as contas daquele candidato que foi gestor forem consideradas irregulares, ele não poderia ser candidato, independentemente de recursos ou qualquer outro meio processual. As pessoas fazem da presunção da inocência um cavalo de batalha. É uma via crucis pesada da justiça. Tem que mudar a legislação. O longo processo brasileiro tem que ter fim. Da forma como ele existe atualmente, ele é demorado. 

A quem interessa tantas chincanas jurídicas?

Isso é questão cultural. O Brasil é um país adolescente, tem pouco mais de 500 anos. Quando suas instituições ficarem mais amadurecidas essa realidade tenderá a mudar. A justiça, por exemplo, está se profissionalizando, com metas estabelecidas e uma cultura de gestão estratégica. Esperamos chegar em uma nova era para dar uma resposta mais rápida à sociedade. Mas para isso é preciso que a legislação processual seja mudada. 


Foto: Fábio Cortez/DN/D.A Press
Como o senhor analisa a campanha em termos de violência no Rio Grande do Norte?

Estamos bem, a eleição é tranquila. Só houve alguma ocorrência no diretório de um partido em Monte Alegre. Outros casos estão sendo apurados, como o atentado do jornalista em Caiçara [Roberto Guedes, em Caiçara do Rio do Vento ], outro caso de um rapaz que sofreu um acidente em cima de um paredão de som na cidade de Pau dos Ferros. Mas são casos ainda sendo investigados. Este ano orientamos os juízes a dividirem as cidades do interior em dois lados, para grandes movimentações marcadas no mesmo dia. A polícia ficaria numa avenida central, numa espécie de área neutra.

O senhor acha que essa tranquilidade se deve ao palanqueeletrônico? Hoje se faz menos campanha nas ruas e mais no rádio e na televisão.

Se formos observar as próprias pesquisas, a gente vê a importância da mídia na preferência do eleitor. Aquelas grandes virgílias, grandes palanques e comícios, pouco existem mais. Às vezes em Natal se tem a impressão de que não há eleição. A mídia, a própria internet, as redes sociais viraram um local de interação muito grande entre os eleitores. As movimentações políticas eram localizadas em alguns bairros e só o político falava, às vezes por mais de uma hora. Hoje o eleitor coloca também sua voz, e pode extrapolar as fronteiras de seu bairro, atingir a rede mundial. Acabou o monólogo das antigas passeatas. 

Mas o palanque eletrônico também encarece a campanha.

Sim. Hoje o candidato é um objeto de marketing. Não chega a ser um ator, mas ele se apresenta para a população no modelo adequado do jeito que a população almeja. Antes o candidato era mais cru. Hoje o político precisa ser um propositor. O eleitor vota na pessoa, e não mais no partido A ou B, ou na bandeira dessa ou daquela cor. 

O eleitor João Rebouças apontaria que problema é o mais grave hoje cidade de Natal?

Natal precisa de uma administração mais competente. Acho que Natal é uma cidade bonita, Deus foi generoso com os natalenses. Espero que o futuro administrador aproveite isso, e transfira isso para o povo de Natal. Dar mais ênfase ao turismo, sinalizar bem a cidade, pensar na mobilidade e no trânsito. Criar outras vias de acesso para as Zonas Norte e Zona Sul, melhorar os serviços de saúde e educação. As pessoas precisam disso.

Qual conselho o senhor dá ao eleitor no dia da votação?

Comparecer cedo ao local de votação que ele está vinculado, e que votar consciente. Não pensar individualmente, e sim no futuro e no melhor para a cidade. Votar com simplicidade. Votar e ir embora, ir pra casa do amigo ou para a praia. Sair o mais rápido possível do local de votação. O eleitor também deve ter essa consciência de que a prática de vender o voto é crime. A gente pede que o voto seja livre. 

A eleição do RN terá suporte de quantos militares?

Entre Exército, Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal serão em torno de 5 mil homens. Será uma operação específica para as eleições. Esse pessoal está recebendo treinamento diferenciado, mas o policiamento normal das ruas está mantido.

A biometria será ampliada?

Este ano a biometria está presente em 14 municípios do Estado. Passada a eleição, vamos trabalhar para ampliar esse número, inclusive começando por Natal. Cadastrar o pessoal, envolver entidades, envolver escolas. Isso dá mais seriedade ao processo. Uma das fragilidades do processo é a possibilidade da troca de assinaturas no caderno de votação, apesar da vigilância dos mesários. Na eleição passada, aqui em Natal, um fiscal não prestou atenção e uma eleitora assinou no lugar diferente, com nome parecido que o dela. O comprovante de votação estava lá, mas houve tumulto no local de votação. Com a biometria isso não acontece, de uma pessoa perder odireito de votar porque outra pessoa utilizou o espaço para assinatura que era dela. A não ser que você leve o dedo do defunto [risos]. 

domingo, setembro 23, 2012

Sucessão em Mossoró, pesquisa Vox Populi mostra Larissa Rosado com 45% e Cláudia Regina com 39%



Larissa_e_Claudia

Pesquisa registrada para o pleito de Mossoró. Vox Populi, divulgada hoje pela Gazeta do Oeste mostra Larissa Rosado com 45% e Cláudia Regina com 39%.

A pesquisa está registrada com o número 126/2012. A margem de erro é de quatro pontos percentuais para mais ou para menos.
ESTIMULADA:
Larissa Rosado (PSB) – 45%
Cláudia Regina (DEM) – 39%
Josué Moreira (PSDC) – 2%
Cinquentinha (Psol) – 1%
Edinaldo Calixto (PRTB) – 0%
Ninguém/Branco/Nulo – 4%
Indeciso – 9%

ESPONTÂNEA
Larissa Rosado (PSB) – 43%
Cláudia Regina (DEM) – 36%
Cinquentinha (Psol) – 1%
Josué Moreira (PSDC) – 1%
Edinaldo Calixto (PRTB) – 0%
Ninguém/Branco/Nulo – 4%
Indeciso – 15%.
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Veja os números da pesquisa Certus, divulgada pelo jornal De Fato, registrada na Justiça Eleitoral com o número 032/2012.
VEJA OS NÚMEROS:
ESTIMULADA
Larissa Rosado (PSB): 42,60%
Cláudia Regina (DEM): 31,40%
Professor Josué (PSDC): 2%
Cinquentinha (PSOL): 0,80%
Edinaldo Calixto (PTRB): 0,20%
Ninguém: 8%
Não sabe: 14,8%
Não respondeu: 0,20
ESPONTÂNEA
Larissa Rosado (PSB): 29,60%
Cláudia Regina (DEM): 22%
Professor Josué (PSDC): 0,40%
Cinquentinha (PSOL): 0,40%
Edinaldo Calixto (PTRB): Não foi citado
Ninguém: 15,60%
Não sabe: 31%
Não respondeu: 0,40
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A prefeitável Larissa Rosado lidera a intenção de votos em Mossoró com 46% do eleitorado. O número foi revelado pela pesquisa Consult divulgada há poucos instantes.
Veja os números:
LARISSA ROSADO (PSB) 46%
CLAUDIA REGINA (DEM) 28%
CINQUENTINHA (RAIMUNDO NONATO) (PSOL) 1%
JOSUÉ MOREIRA (PSDC) 0.17%
EDNALDO CALIXTO (PRTB) 0.17%
NENHUM 8.17%
NÃO SABE DIZER 16.50%
A pesquisa foi registrada no Tribunal REgional Eleitoral do Rio Grande do Norte com o número 029/2012.
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Pesquisa realizada pela Certus e divulgada pela TCM, em Mossoró, apontou que a candidata Larissa Rosado lidera a intenção de votos com 42,4%. Cláudia Regina aparece em segundo com 36,2%. Os números são referentes a pergunta estimulada.
A segunda pesquisa TCM/Certus foi realizada entre os dias 02 e 04 de agosto, em bairros de Mossoró e quatro comunidades rurais. Foram entrevistadas 500 pessoas. A margem de erro é de 3%.
Veja os números da estimulada JÁ COM O COMPARATIVO da pesquisa TCM/Certus divulgada no dia 16 de julho.
ESTIMULADA      16/jul           06/ago
Larissa Rosado     42,60%         42,40%
Cláudia Regina    31,40%           36,20%
Prof. Josué          2,00%                     1,20%
Cinquentinha      0,80%               0,20%
Ednaldo Calixto   0,20%        0,60%
Nenhum                    8,00%                        8,80%
Não sabe                 14,80%                    10,40%
Não respondeu       0,20%          0,20% 


Pesquisa mostra 10,1% de vantagem para Larissa

Larissa_e_Claudia
Levantamento realizado pelo Instituto Item Pesquisas Técnicas mostra que a deputada estadual Larissa Rosado (PSB) segue na dianteira na disputa pela Prefeitura de Mossoró. Ela possui uma vantagem de 10,1% sobre a principal adversária, a vereadora Cláudia Regina (DEM) na pesquisa estimulada (aquela em que é apresentada uma lista de candidatos).


Conforme os números apurados entre os dias 13 e 14 de setembro, Larissa tem 48,6% da preferência dos mossoroenses, Cláudia 38,5%, "Cinquentinha" (PSOL) tem 1,1%, Josué Moreira (PSDC) 0,9% e Ednaldo Calixto (PRTB) 0,5%. Indecisos, brancos e nulos somam 10,4%.
Na pesquisa espontânea (aquela em que não é apresentada uma lista de candidatos) Larissa possui 42,5%, Cláudia 34%, "Cinquentinha" 1,1%, Ednaldo Calixto 0,7% e Josué Moreira 0,2%. Indecisos, brancos e nulos atingiram 15,3%. Na espontânea também foram citados "Fafá Rosado ou candidato dela" (2,5%), "Candidato da oposição" (2%) e Josivan Barbosa (PT) que é candidato a vice-prefeito e ainda foi citado por 0,7% dos entrevistados.
No índice rejeição, 26,5% dos entrevistados disseram que não votariam de jeito nenhum em "Cinquentinha", 25,5% afirmaram que não votam em Cláudia Regina, 20% em Larissa, 5% em Ednaldo Calixto e outros 5% em Josué Moreira. "Todos os nomes" alcançou 1,4% e "nenhum nome citado ou não sabe" 16,6%.
O Instituto Item ouviu 800 pessoas entre os dias 13 e 14 de setembro. A margem de erro é de 3,2% com intervalo de confiança de 95%. A pesquisa foi registrada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) com o protocolo RN-00138/2012. 


sexta-feira, setembro 21, 2012

Julgamento da cúpula do PT ameaça candidatos em capitais


SÃO PAULO - Cientistas políticos ouvidos pelo GLOBO nesta quinta-feira afirmaram que a mudança feita na programação do julgamento do mensalão, deixando para a semana que antecede o primeiro turno da eleição a análise dos principais réus do PT (José Dirceu, Delúbio Soares e José Genoino), amplia o potencial de desgaste das candidaturas petistas nas grandes cidades do país. Até agora, São Paulo seria o exemplo mais claro de revés provocado pelo escândalo.
— Acho que a campanha em São Paulo já começou a sentir efeito disso. Também tinha que sentir porque o tema está sendo bastante explorado pelo candidato José Serra — disse o cientista político da Universidade de Brasília Antonio Testa.
Na capital paulista, a rejeição ao petista Fernando Haddad aumentou quatro pontos na última pesquisa Datafolha, divulgada ontem. O diretor do instituto, Mauro Paulino, avalia que o uso do julgamento por Serra ajuda a explicar o movimento.
— Isso pode ter despertado no eleitorado uma lembrança e uma relação desses fatos com a candidatura de Haddad. Mas é algo a ser investigado melhor a partir das próximas pesquisas — avaliou Paulino.
Ainda que o mensalão não tenha efeito aparente, o PT está em situação complicada em outras capitais. O partido somente lidera a disputa em Goiânia e divide a primeira posição em Rio Branco e Fortaleza. Em tradicionais redutos petistas, como Recife e Porto Alegre, o partido está longe da liderança.
Para o professor de Ciência Política da Unicamp Valeriano Costa, a transferência do debate no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre as condutas de Dirceu, Delúbio e Genoino para as vésperas do 1º turno pode agravar o quadro petista:
— Poderá trazer impacto a curto prazo, sim. Isso porque as acusações no julgamento têm sido cada vez mais explícitas e duras.
Ele acredita, entretanto, que efeitos negativos, se houver, ficarão restritos ao PT, não atingindo os demais partidos envolvidos no julgamento — PP, PTB, PMDB e PR.
Desgaste não ocorreu em 2006 e 2010
Pesquisas Ibope divulgadas sobre as disputas nas capitais mostram que candidaturas próprias das legendas ligadas ao PT no mensalão não tiveram, até agora, o desempenho abalado.
Valeriano Costa ainda pondera uma incógnita relacionada ao efeito do julgamento do mensalão: como será o efeito sobre cerca de 30 milhões de pessoas que ascenderam à classe média durante o governo Lula.
— Historicamente, a classe média é mais sensível à questão ética e moral. Vamos ver se esse novo contingente vai se posicionar da mesma forma.
Sobre a comparação com as eleições de 2006 e 2010, o pesquisador analisa que a situação do PT é diferente, e pior.
— Com Lula e Dilma, em 2006 e 2010, o desgaste não aconteceu. Será que os outros candidatos do PT vão conseguir a mesma façanha? É impossível fingir que o mensalão não aconteceu diante das manifestações do Supremo. Isso era colocado pelo PT como acusações da oposição. Acho que essa retórica não vai funcionar mais — avaliou o professor.
(Colaborou: Leonardo Guandeline)



Dirceu diz que não pensa em fugir do Brasil, caso condenado


Ao jornal ‘Folha de S. Paulo, afirma que está preparado para qualquer resultado do julgamento



José Dirceu é acusado de corrupção ativa e formação de quadrilha no processo sobre o mensalão no STF
Foto: O Globo 05/08/20011 / Marcelo Piu
José Dirceu é acusado de corrupção ativa e formação de quadrilha no processo sobre o mensalão no STFO GLOBO 05/08/20011 / MARCELO PIU
RIO - O ex-ministro da Casa Civil de Lula e deputado cassado José Dirceu afirma que não pensa em fugir do Brasil, caso seja condenado. Em entrevista ao jornal ‘Folha de S. Paulo’, Dirceu diz que está preparado para qualquer resultado do julgamento do mensalão no STF. Esta semana, o Supremo começa a julgar o núcleo político do esquema. O ex-ministro é acusado de corrupção ativa e formação de quadrilha.

- A expectativa que eu tenho? Eu fui cassado pela Câmara dos Deputados sem provas. De lá para cá, eu sofri um linchamento como corrupto e quadrilheiro. Eu estou preparado para qualquer resultado.
O ex-ministro não quis comentar a hipótese de o publicitário Marcos Valério contar tudo que sabe sobre o esquema, caso seja preso. De acordo com o colunista Ricardo Noblat, o publicitário gravou quatro vídeos em que conta tudo sobre o mensalão, para ser usado caso aconteça alguma coisa contra ele.
Dirceu negou que tenha conversado com Lula sobre a hipótese de ser preso. E voltou a afirmar que é inocente e confia na Justiça.
- Não é que não tem prova no processo contra mim. Eu fiz a contraprova. Eu sou inocente. Eu confio na Justiça.
Apesar disso, diz não ter a ilusão de que sua vida ficará mais tranquila, caso absolvido.
- Em sete anos, eu não tive a presunção da inocência. Por que vou ter a ilusão de que isso vai ocorrer, mesmo que eu seja considerado inocente pelo Supremo?
E afirmou que não está deprimido, apesar de estar mais magro.
- Eu não tenho razão para estar deprimido. Eu tenho objetivos, metas, sonhos. Eu acordo às seis da manhã todos os dias. Recebo o resumo das notícias que a equipe do meu blog envia. (...) Eu gasto duas ou três horas lendo toda a imprensa brasileira, no iPad e no meu laptop. Depois, escrevo artigos para o blog.

PSDB já tem pronta minuta de representação para investigar Lula Leia


BRASÍLIA - Líderes da oposição vão se reunir ainda nesta segunda-feira para decidir que providências tomar em relação a reportagem da revista “Veja”, que traz acusações do réu do mensalão, Marcos Valério, contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de envolvimento no esquema criminoso que culminou no escândalo do mensalão. A assessoria jurídica do PSDB já tem pronta uma minuta de representação ao Ministério Público (MP) pedindo a investigação de Lula, mas os presidentes do PPS, Roberto Freire (PE), e do DEM, Agripino Maia (RN), querem se cercar de mais elementos para entrar com a representação.
- A reportagem de Veja é verossímil, mas é melhor ter mais segurança para que o Ministério Público atenda nosso pedido. Estamos no aguardo de um pouco mais de comprovação das denúncias feitas por Marcos Valério - disse Roberto Freire.
Mas enquanto não fecham questão sobre a representação, os partidos cobram que Lula venha imediatamente a público negar e explicar as denúncias de Valério.
- É muito estranho que até agora Lula não tenha falado nada. É um silêncio ensurdecedor. Um homem público tem obrigação de vir a público se explicar diante de denúncias tão graves - cobrou Sérgio Guerra.
- Exigimos que Lula fale porque a sociedade está esperando uma resposta - completou Freire.


'Este é um momento de recuperação moral', diz Fernando Henrique





O candidato pelo PSDB à prefeitura de São Paulo, José Serra, participou ao lado do ex-presidente Fernando Henrique, de encontro com artistas e intelectuais, no Cinema reserva Cultura, na TV Gazeta
Foto: Michel Filho / O Globo
O candidato pelo PSDB à prefeitura de São Paulo, José Serra, participou ao lado do ex-presidente Fernando Henrique, de encontro com artistas e intelectuais, no Cinema reserva Cultura, na TV GazetaMICHEL FILHO / O GLOBO
SÃO PAULO - No momento em que o Supremo Tribunal Federal (STF) julga o núcleo político do processo do mensalão, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso avaliou nesta terça-feira que esta é a ocasião para uma “recuperação moral” da política brasileira e considerou que há um sentimento de decepção no país em virtude dos escândalos de corrupção. Em encontro com intelectuais e artistas, que declararam apoio à candidatura de José Serra à prefeitura de São Paulo, o ex-presidente tucano afirmou que a população brasileira sente que este é um momento de questionamento, que pode levar a uma recuperação das práticas políticas no país. A Suprema Corte analisa neste momento as supostas irregularidades cometidas pelo ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu, pelo ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e pelo ex-presidente do PT José Genoino.

- Após vários anos de conquista, a democracia começa a ser minada por dentro pela falta de crença. E essa falta de crença vem da decepção que existe no país com práticas correntes e recorrentes. Eu não preciso dizer quais são, mas todas as pessoas sentem que o momento é de questionamentos que vão além do banal e do usual. Porque, ao mesmo tempo, há uma possibilidade de recuperação. Ainda que digam que é melhor não entrar em certos tipos de questão, porque não interessam ao eleitorado, é também um momento de recuperação moral - afirmou o ex-presidente tucano.
O processo do mensalão, que tem sido explorado no horário eleitoral gratuito, também voltou a ser citado pelo candidato do PSDB. Em discurso, José Serra considerou que o julgamento do escândalo politico é um começo para o fim da impunidade no Brasil e avaliou que irá condicionar o sistema jurídico nacional. O ex-governador de São Paulo também fez críticas duras ao PT. Segundo ele, o partido “reviveu o que tinha de pior” no que chamou de “patrimonialismo” da máquina pública. Na avaliação dele, a nomeação da ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy para o Ministério da Cultura mostra que o patrimonialismo chegou a um “ponto máximo”.
- O PT reviveu o que tinha de pior nessa matéria. Falar de patrimonialismo bolchevique é até um elogio a essa altura - criticou.
O encontro, que teve Fernando Henrique Cardoso como anfitrião, reuniu intelectuais e artistas como os ex-ministros Celso Lafer e José Gregori, as atrizes Beatriz Segall e Bruna Lombardi, o maestro Júlio Medaglia, o cineasta Héctor Babenco, o sociólogo José de Souza Martins, entre outros. No evento, foi foi divulgado ainda um manifesto público de apoio a José Serra, o qual faz críticas ao PT e ao PRB. O documento ataca o “populismo”, o “autoritarismo” e o “velho obscurantismo”.
ENTREVISTA
Em entrevista ao SPTV, também nesta terça, Serra disse que o programa “Minha Casa Minha Vida” não se aplica à cidade de São Paulo.
- Todo mundo sabe que o valor do programa não se aplica para São Paulo. Na capital o terreno é mais caro. Todo mundo sabe isso – disse Serra.
O tucano disse que pretende construir 24 mil casas populares em São Paulo, além de promover a urbanização de mais 200 favelas.
- Já fiz isso na minha gestão . Urbanizamos 60 mil moradias e urbanizar não é arrumar a casa é trazer serviços de saneamento, esgoto, calçadas. A favela de Heliópolis tinha 5% de esgoto e hoje tem mais de 90%. Vamos fazer mais - disse Serra, para quem é o governo estadual e municipal que 'vão atrás' do problema de habitação em São Paulo. O candidato disse que poderia atuar em conjunto com o governo federal.
Serra também negou que o projeto de Nova Luz, iniciado na sua gestão, e travado por questões judiciais seja um fracasso.
- Vou entregar em dois anos mais ou menos. Se revelou difícil [o projeto] porque tem problemas legais. É algo muito radical.
Na entrevista de oito minutos, Serra também fez uma defesa do atual prefeito Gilberto Kassab (PDS).
- A rejeição se deve ao fato de que ele se preocupou com o partido e deixou a prefeitura de lado. Não é verdade. Mas passou essa imagem.

Partidos da base defendem Lula e dizem que há tentativa de ‘golpe’


BRASILIA - Cinco partidos da base, articulados pelo presidente do PT, Rui Falcão, divulgaram no começo da tarde desta quinta-feira carta "À sociedade brasileira" em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A carta assinada pelos presidentes do PT, PSB, PMDB, PCdoB, PDT e PRB, é um repúdio aos dirigentes do PSDB, DEM e PPS "que, em nota, tentaram comprometer a honra e a dignidade" do ex-presidente. Os dirigentes governistas falam novamente em golpe e acusam a oposição de pressionar o Supremo tribunal Federal (STF) na votação do mensalão, mas que o povo vai rejeitar mais uma vez essa "mesquinharia". Após a divulgação da nota, a oposição rebateu a base aliada considerou a defesa de Lula ato de desespero.
"Quando pressionam a mais alta Corte do País, o STF, estão preocupados em fazer da ação penal 470 um julgamento político, para golpear a democracia e reverter as conquistas que marcaram a gestão do presidente Lula. A mesquinharia será, mais uma vez, rejeitada pelo povo".
A carta conjunta diz que a oposição valendo-se de "fantasiosa matéria veiculada pela Revista Veja, pretende transformar em verdade o amontoado de invencionices colecionado a partir de fontes sem identificação".
Enquanto Lula vai nesta quinta-feira ao México sem se manifestar sobre o assunto, Rui Falcão (PT) , Eduardo Campos (PSB), Valdir Raupp (PMDB) , Renato Rabelo (PCdoB), Carlos Lupi (PDT) e Marcos Pereira PRB) reclamam que "forças conservadoras revelam-se dispostas a qualquer aventura. Não hesitam em recorrer a práticas golpistas, à calúnia e à difamação, à denúncia sem prova".
"O gesto é fruto do desespero diante das derrotas seguidamente infligidas a eles pelo eleitorado brasileiro. Impotentes, tentam fazer política à margem do processo eleitoral, base e fundamento da democracia representativa, que não hesitam em golpear sempre que seus interesses são contrariados", diz a carta à sociedade brasileira.
Os subscritores da carta comparam a atual situação de Lula com a crise política de 1954, quando, dizem, inventaram um “mar de lama” para afastar Getúlio Vargas. E também a 1964, época da queda de Jango.
"Assim foi em 1964, quando derrubaram Jango para levar o País a 21 anos de ditadura. O que querem agora é barrar e reverter o processo de mudanças iniciado por Lula, que colocou o Brasil na rota do desenvolvimento com distribuição de renda, incorporando à cidadania milhões de brasileiros marginalizados, e buscou inserção soberana na cena global, após anos de submissão a interesses externos".
Por fim, os dirigentes governistas dizem que os partidos da oposição tentam apenas confundir a opinião pública e a acusam de pressionar o Supremo Tribunal Federal na votação do mensalão.


Valério afirma que Lula era o ‘chefe’ do mensalão, diz ‘Veja’


Empresário, em conversas reservadas, acusa o PT de tê-lo usado como ‘boy de luxo’



Empresário e réu do julgamento do mensalão, Marcos Valério
Foto: Agência O Globo / Givaldo Barbosa
Empresário e réu do julgamento do mensalão, Marcos ValérioAGÊNCIA O GLOBO / GIVALDO BARBOSA
SÃO PAULO - Reportagem da revista "Veja", publicada neste sábado, revela que o empresário Marcos Valério, apontado como o operador domensalão, tem dito em conversas "com pessoas próximas" que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva era o "chefe" da quadrilha responsável por um dos maiores esquemas de corrupção do país.
"Não podem condenar apenas os mequetrefes. Só não sobrou para o Lula porque eu, o Delúbio e o Zé não falamos", teria dito Valério, na semana passada, segundo a revista. "Lula era o chefe" é uma das frases ouvidas pela "Veja" e atribuída ao empresário.
Com o resultado do julgamento de quinta-feira - o STF condenou por lavagem de dinheiro oito dos dez réus acusados do crime -, Valério e seus ex-sócios Cristiano Paz e Ramon Hollerbach jásomam condenações suficientes para receber pena de, pelo menos, 13 anos, em regime fechado. Esse número considera a pena mínima para duas condenações por corrupção ativa, três por peculato e uma por lavagem de dinheiro.
‘O PT me fez de escudo’
A assessoria de imprensa de Lula informou que ele está em Feira de Santana, na Bahia, onde participará de um comício do candidato petista da cidade, Zé Neto. No fim da tarde deste sábado, Lula participa em São Paulo de dois comícios do candidato Fernando Haddad.
Em outra situação, Valério implicaria o ex-chefe da Casa Civil, José Dirceu, considerado como "o chefe da quadrilha", segundo a Procuradoria. Ao falar sobre a proximidade do ex-ministro com Lula, Valério teria dito: "Do Zé ao Lula era só descer a escada. Isso se faz sem marcar. Ele dizia (a Valério): vamos lá embaixo, vamos".
Valério ainda acusa o PT de tê-lo usado como "boy de luxo". "O PT me fez de escudo, me usou como boy de luxo. Mas agora vai todo mundo para o ralo", diz o empresário, segundo a revista. Marcos Valério, em conversas com amigos, ainda teria dito que o caixa do mensalão foi maior que os R$ 55 milhões apontados no relatório da Procuradoria Geral da República. Pelo esquema teriam passado R$ 350 milhões.
Ainda de acordo com a publicação, o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, também réu no mensalão, era um dos interlocutores de Valério no Palácio da Alvorada. "O Delúbio dormia no Alvorada. Ele e a mulher dele iam jogar baralho com Lula à noite. Alguma vez isso ficou registrado lá dentro? Quando você quer encontrar (alguém), você encontra, e sem registro", dissera o empresário, de acordo com a revista.
Marcos Valério ainda teria revelado detalhes sobre o esquema envolvendo os empréstimos concedidos pelo Banco Rural às agências de publicidade que abasteceram o mensalão. Para Valério, a decisão do Rural de liberar o dinheiro não foi um favor a ele, mas ao governo Lula. "Você acha que chegou lá o Marcos Valério com duas agências quebradas e pediu: 'Me empresta aí 30 milhões de reais para eu dar para o PT'? O que um dono de banco ia responder?".

Lobo.globo.com/pais/valerio-afirma-que-lula-era-chefe-do-mensalao-diz-veja-6106925#ixzz276SGcafr
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