Embalado pela decisão do Ministério Público Estadual (MPE) de pedir a quebra do sigilo bancário do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, líderes do PSDB dizem ver a chance de pôr fim à “maré de sorte” da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, em São Paulo. Preocupados com o avanço da pré-candidata ao Planalto, tucanos difundiam ontem a avaliação de que o noticiário sobre a Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários) ajudará a contrabalançar a imagem negativa causada por problemas como as enchentes que atingem o Estado.“É um modo de proceder dos petistas que margeia a delinquência”, acusou o deputado José Aníbal (PSDB-SP). Ex-secretário do governador José Serra (PSDB) e hoje membro do governo paulistano, Walter Feldmann emendou: “É preciso buscar esclarecimentos sobre este ato criminoso.”O PSDB se prepara para tirar do papel uma comissão parlamentar de inquérito na Assembleia Legislativa paulista, para investigar a cooperativa. O pedido já conta com as assinaturas necessárias e apenas aguarda na fila pela instalação. O deputado estadual Bruno Covas (PSDB) dá como certa a convocação de Vaccari. “Ele terá de aparecer na CPI para prestar esclarecimentos.”Vaccari, que assumiu no mês passado a Secretaria de Finanças do PT, foi presidente da Bancoop. Autor do pedido da quebra de sigilo por gestão fraudulenta, o promotor José Carlos Blat suspeita que recursos da entidade foram desviados para abastecer campanhas eleitorais do PT.A cúpula petista, por sua vez, acusa a oposição e setores da mídia de alimentarem o caso para prejudicar a campanha de Dilma. Ontem, o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (SP), reforçou a tese. “As denúncias são falsas.”Blat respondeu às declarações dadas no dia anterior pelo ex-presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), para quem o promotor age a serviço de setores do Ministério Público alinhados a Serra. “Essas insinuações são as de sempre. Quando você investiga alguém do partido A você pertence ou tem ligações com o partido B, e vice-versa.”Em nota, Vaccari disse que nunca foi acusado no caso e que não responde a nenhum processo civil ou criminal. A Bancoop também nega as irregularidades.
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