domingo, outubro 17, 2010

SANDRA A NOVA LÍDER DO PSB NO RN

A Sandra Rosado Estrela solitária no Congresso Nacional, a deputada federal Sandra Rosado passa a ser referência do PSB no Rio Grande do Norte com o fracasso do projeto governista relacionado às candidaturas do governador Iberê Ferreira de Souza à reeleição e da ex-governadora Wilma de Faria ao Senado. Diante desse fato, Sandra passa a ser vitrine do partido e poderá assumir o comando da legenda no Estado. Embora refute essa possibilidade, a deputada federal fala como comandante da sigla ao comentar sobre o projeto de expansão da legenda. Ela reconhece que o PSB saiu menor das eleições, mas garante que o partido ainda tem um peso político. “Se você citar três partidos, o PSB está entre eles”, afirmou. Sandra afirmou que o caminho do partido com relação ao governo Rosalba Ciarlini será o da oposição. “Acredito que o PSB fará isso, uma oposição construtiva, propositiva e que apresente as suas reações e discordâncias, mas que contribua quando for de interesse da população.” Perguntada sobre contato telefônico mantido com Rosalba, o que estaria gerando especulação sobre alinhamento político com a governadora eleita visando as eleições municipais de 2012, Sandra foi enfática: “Recebi um telefonema da senadora Rosalba, eleita governadora, e eu iria fazer a mesma coisa. Iria fazer uma visita exatamente para me colocar à disposição do RN que, queira ou não, ela é hoje a governadora eleita e vai ser a governadora do RN. Por isso, eu iria ter essa conversa e ela se antecipou para me parabenizar. Coloquei, inclusive, que estava à disposição, como ela também esteve ao nosso lado quando fizemos algumas proposições para o RN, e que eu queria continuar e ela também concordou. O povo me elegeu deputada federal para trabalhar. Elegeu Rosalba governadora também para trabalhar. O que quero é trabalhar em favor do RN e ela também. Certamente ela tem esse mesmo foco em termos de Rio Grande do Norte,” disse.
O resultado das eleições mostrou que o PSB saiu enfraquecido no RN e a senhora passa a ser a expressão maior do partido no Estado. Especula-se que, pelo fato da senhora ser a estrela pessebista, passaria a ter condições políticas de assumir o comando do PSB no RN. Essa ideia passa pela sua cabeça?
Em primeiro lugar, acho que o PSB não obteve sucesso pontualmente nessa eleição, mas o PSB não diminuiu. Se você for considerar que continuamos com a bancada estadual forte e uma representação na Câmara (Federal). O senado não tínhamos e tentávamos conquistar. Na verdade, perdemos o Governo do Estado e, de qualquer forma e falando muito francamente, é uma diminuição nesse aspecto. Perdemos o cargo do Governo do Estado. Agora com relação ao partido, a presidente é a ex-governadora Wilma de Faria e não passa pela minha cabeça, pelo fato de ser a única representante em nível federal do PSB e tenha a responsabilidade aumentada por conta disso, vir a assumir a presidência do partido. O que eu quero para o PSB é dar a minha contribuição para que ele se consolide cada vez mais e vou trabalhar para a regularização de diretórios em vez de comissões provisórias. Vou procurar chegar aonde o PSB não chegou e vou lutar para fortalecer o partido em lugares que, por exemplo, pessoas que demonstraram sua força política e que foram direcionadas para o nome de Wilma ou o de Iberê (Ferreira de Souza) e que não têm o PSB, para que elas possam participar do PSB. Isso aí eu vou lutar. Ele hoje já é um partido forte em termos de RN e se você citar três partidos com força no Estado, o PSB está dentro dos três. Quero apenas ampliar esse fortalecimento.
Logicamente que, passando a ser a maior expressão política do PSB no RN, a senhora passa a ter um peso e responsabilidade maiores nesse projeto que a senhora falou. Como será conduzido?
Será conduzido junto com a presidente do partido. Pretendo conduzir dentro das normas estatutárias do partido e, evidentemente, junto com os deputados estaduais que obtiveram suas eleições. Quero que o PSB todo tenha participação efetiva nas decisões partidárias. Aliás, que os diretórios tenham participação mais efetivas nessas decisões.
Nessas eleições, dos oito deputados federais, sete se reelegeram. A que a senhora atribui esse quadro? Foi o trabalho dos parlamentares ou ausência de nomes capazes de chegar à Câmara Federal?
Acho que foi o reconhecimento da bancada, pois o eleitor foi quem decidiu. Outros candidatos existiam e fomos os escolhidos. Certamente o Rio Grande do Norte estava satisfeito com a bancada.
A senhora falou no papel que os deputados estaduais do PSB vão desempenhar no projeto de expansão. Com relação ao futuro governo, qual deve ser o papel dos parlamentares do partido diante do governo Rosalba Ciarlini?
Considero que hoje a história do Brasil e do RN, logicamente, não quer mais do político aquele radicalismo quando se dizia situação e oposição. O PSB vai fazer oposição ao governo do DEM. Vai fazer uma oposição construtiva e é assim que entendemos. Não podemos ser contra por ser contra. Vamos, e acredito eu, e não posso falar por nenhum deputado estadual, na ótica de que esses parlamentares tenham um foco direcionado para o desenvolvimento do nosso Estado. Acredito que o PSB fará isso, uma oposição construtiva, propositiva e que apresente as suas reações e discordâncias, mas que contribua quando for de interesse da população.
Foi especulado que já teria havido uma aproximação da senhora com a governadora eleita Rosalba Ciarlini. O que houve? Há realmente essa aproximação?
Acho até interessante. Na época em que existia o radicalismo político, há muitos anos, as pessoas diziam que era prejudicial. Na hora em que existe o amadurecimento político, grupos que são reacionários e realmente radicais, que ainda existem na política, começam a plantar notícias porque duas pessoas adversárias se juntam para defender o Estado. Aí começa uma reação de destruir o que tanto tempo se pregou, de que o RN precisava se unir e precisava seguir exemplo de outros Estados. O RN esteve unido quando foi para defender empreendimentos e o que era para vir para o nosso Estado. No meu mandato de deputada federal e com o mandato da senadora Rosalba Ciarlini o que houve foi isso: um amadurecimento político que nos levou a uma convergência em defesa do RN. Somente isso. Ela permaneceu no DEM e eu permaneço no meu partido e não haverá nada mais do que isso. Recebi um telefonema da senadora Rosalba, eleita governadora, e eu iria fazer a mesma coisa. Iria fazer uma visita exatamente para me colocar à disposição do RN que, queira ou não, ela é hoje a governadora eleita e vai ser a governadora do RN. Por isso, eu iria ter essa conversa e ela se antecipou para me parabenizar. Coloquei, inclusive, que estava à disposição, como ela também esteve ao nosso lado quando fizemos algumas proposições para o RN, e que eu queria continuar e ela também concordou. Coloquei para ela que quando ela voltasse (da Alemanha) ou depois da posse que queria conversar a respeito de projetos que são da minha autoria, de recursos que foram conseguidos por mim para que a gente possa continuar esse trabalho em conjunto. Como é, por exemplo, a ponte que liga Grossos a Areia Branca, o Parque da Cidade de Mossoró, reforma, ampliação ou construção de um novo aeroporto em Mossoró, o Parque Agropecuário... São recursos que se encontram no governo do Estado, a exceção do aeroporto, que ainda não houve nenhuma movimentação nesse sentido, mas os outros estão, a parte inicial. Considero que é minha obrigação. O povo me elegeu deputada federal para trabalhar. Elegeu Rosalba governadora também para trabalhar. O que quero é trabalhar em favor do RN e ela também. Certamente ela tem esse mesmo foco em termos de Rio Grande do Norte.
Esse contato telefônico tem rendido...
Tem ocasionado alguns dissabores a alguma ala radical?
O resultado desse contato telefônico é de que teria havido um alinhamento político da senhora com a governadora eleita visando apoio para a deputada Larissa Rosado à Prefeitura de Mossoró. O deputado Leonardo Nogueira disse que a militância de Larissa a chamava de ‘prefeita de férias’...
Isso é um desserviço que se presta à boa relação política. Acho que o deputado ouviu isso da militância dele, pois a militância de Larissa pediu votos para ela como deputada estadual. Nós não costumamos fazer campanha uma acima da outra, uma antecipando a outra. Temos a lucidez e a medida exata do que é uma campanha política. Faço política até muito tempo antes de ter mandato e sei que uma campanha que é em 2012 jamais poderia ser trabalhada em 2010. Estávamos vivendo um momento eleitoral, de uma campanha para deputado estadual. Ninguém pode dizer que Larissa tenha feito alguma colocação nesse sentido ou que eu tenha feito. Se alguém ouviu foi de algum insatisfeito com a prefeita, que deve ter dado alguma resposta nesse sentido. Alguém insatisfeito com a atual administração, que tem uma reprovação imensa, de mais de 70%, e deve ter tido alguma reação. Do nosso lado, da nossa coligação, o que tivemos foi demonstrar o trabalho da deputada Larissa, uma mulher que tem compromisso com a região e com o RN. É um nome respeitado, além de outras qualidades, por todas as correntes políticas. O que trabalhamos em 2010 Larissa deputada estadual.
O eleitorado mossoroense reconheceu o trabalho dos deputados da cidade, tanto que a maioria dos votos foi para os parlamentares “de casa”. Como a senhora vê esse comportamento?
É bem interessante e importante, mas se você for analisar os dados verá o deputado Leonardo com uma queda grande na sua votação, com mais de 5 mil votos a menos, e encontrará a deputada Larissa com mais de 5 mil votos a mais. E uma outra coisa: dentro de um mesmo sistema político, um nome praticamente encostou no deputado Leonardo, que foi o vereador Chico da Prefeitura. O DEM já não tinha mais a unidade. Não era mais um nome. O eleitor mostrou que não estava mais satisfeito com aquele nome e foi o eleitor de Mossoró que votou em outro nome. Acho que é importante votar em pessoas que tenham identificação com a cidade ou com as cidades. Logicamente, não podemos dizer que um outro deputado de uma outra cidade e que tenha serviços prestados em Mossoró não tenha direito de ter votos aqui, como também o inverso é absolutamente verdadeiro. Acho que tive mais votos e outros candidatos também em cidades com as quais tinham identificação. Acho que o que é muito ruim em eleição é que o eleitor vota em candidato que não tem compromisso nenhum com a cidade. Pode ser qualquer uma cidade. Fica ruim, porque no outro dia o deputado vai embora. Ele contratou o cabo eleitoral e foi embora. No outro dia não sabe onde a gente mora e desaparece. É bom você votar em quem a gente conhece, em quem tem compromisso com as minhas reivindicações.
Nesse sentido, a senhora acha que o eleitor está mais consciente do seu papel?
Está, mas ainda há um problema e o qual eu considero grave e que na maioria das vezes é o próprio político quem faz. Eles poderiam optar por qualquer partido que tivesse vinculação com a sua cidade, como àquele político que tem compromisso com a sua cidade. Aí, determinados políticos ficam, até à véspera da eleição, que algum político venha de fora e fazer algum contrato eleitoral, e isso é ruim. Considero que o importante é o voto conquistado e é isso que busco nas minhas eleições.
Passadas as eleições, a senhora afirmou que para a vitória existem muitos pais e para a derrota, poucos. Com relação aos candidatos Iberê e Wilma, houve morosidade na escolha do vice, o racha inicial do grupo. .. Além desses fatores, o que poderia ser atribuído ao fracasso do projeto governista?
Acho que você já relacionou todos os motivos do insucesso. A demora do início da campanha, a forma como fomos afunilando o dia da escolha do candidato e a forma como foi feita. Faltou da unidade no nosso palanque. Sabíamos que outros parlamentares apoiavam Iberê, mas a gente não via esses candidatos no palanque. Enquanto no palanque de Rosalba você via senadores, deputados, candidatos a federal e a estadual, no da nossa coligação víamos um palanque, se formos contabilizar, ia quatro ou cinco pessoas que buscavam mandato. Isso foi um erro grave. Além da coordenação. Em determinado momento faltou unidade da coordenação. Mas no final, o principal problema foi a adversária ter mais votos do que o nosso candidato. Agora todos esses fatores relacionados por você e os que eu comentei fizeram com que realmente tivéssemos um insucesso na campanha de Iberê.
A senhora acha que o marketing errou ao tentar massificar o nome de Iberê ao de Lula, deixando o candidato sem identidade?
Acho que marketing é um negócio realmente sério. O marketing de Iberê certamente foi feito por pessoas competentes. Mas acho que às vezes a pessoa interpreta uma forma de apresentação que realmente o eleitor cobra mais. Na minha avaliação, faltou um pouco mais de emoção na campanha de Iberê. Não que as pessoas votem por paixão, mas a gente via que o marketing da nossa adversária tinha mais emoção do que a nossa apresentação. Agora com relação à companhia de Lula, o que prejudicou a nossa coligação foi essa expectativa da vinda de Lula, que não veio, e isso causou uma certa frustração que foi tentada ser suprida por uma gravação. Certamente isso não passou para o eleitor, que já estava se preparando para votar. A candidata vitoriosa foi ocupando esses espaços e não houve tempo de reverter. Acho que foi esse o motivo, alguns deles, que levaram ao insucesso.
A derrota da ex-governadora Wilma aponta para a saída dela da política. Essa análise pode ser feita dessa forma?
Em primeiro lugar, achei ruim para o RN. Wilma é um nome que poderia, no Senado, dar uma grande contribuição para o nosso Estado. Em segundo lugar, não considero que Wilma é carta fora do baralho. Absolutamente. Ela é um nome forte, tem uma liderança significativa e é uma política vocacionada. Então, ninguém se surpreenda se já nas próximas eleições ela já ocupe um lugar de destaque. Ela pode, perfeitamente, ocupar esse lugar de destaque, retomando ao seu espaço em alguma esfera de poder. Ela poderá, sim, ocupar isso.

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