quarta-feira, janeiro 29, 2014

Milhões de crianças no mundo não aprendem o básico, diz Unesco

Em países em desenvolvimento, 69 milhões de adolescentes e 57 milhões de crianças estavam fora da escola em 2011. Entre os que frequentam a escola, muitos não têm aprendizado  satisfatório devido à baixa qualidade da educação. Os dados estão no 11° Relatório de Monitoramento Global de Educação para Todos, divulgado nesta quarta-feira (29) pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).O relatório monitora os avanços de metas pactuadas entre 164 países a serem cumpridas até 2015. 
“A baixa qualidade da educação significa que milhões de crianças não estão aprendendo sequer o básico. De 650 milhões de crianças em idade de frequentar a educação primária, pelo menos 250 milhões não estão aprendendo o básico de leitura e matemática”, mostra o relatório.
O custo anual de 250 milhões de crianças sem aprender o básico equivale a US$ 129 bilhões, de acordo com a coordenadora de Educação da Unesco no Brasil, Maria Rebeca Otero. “O relatório  aponta que há uma crise de aprendizagem muito grande, em que se perde US$ 129 bilhões por ano, que poderiam estar mais bem investidos na educação”, diz.
Em relação aos adolescentes, o texto indica que muitos não adquiriram as habilidades básicas no primeiro nível de ensino secundário. O número de adolescentes fora da escola apresentou redução de 31%desde 1999. No entanto, a redução está estagnada desde 2007. “Em países de baixa renda, apenas 37% dos adolescentes completam o primeiro nível do ensino secundário e esse número chega a 14% nos países mais pobres”, informa o texto.
A capacitação dos professores e o investimento em educação estão entre os caminhos apontados para superar esses problemas. Os professores ganham atenção no relatório,que trata a capacitação como uma das formas de aperfeiçoar a qualidade da educação. De acordo com a publicação, os governos precisam intensificar os esforços para contratar 1,6 milhão de professores adicionais para conseguir universalizar a educação primária até 2015.
“É importante que possamos atrair bons candidatos para dar aula, pessoas que gostem do que fazem, e oferecer formação continuada.Há necessidade de valorizar melhor os professores e eles devem estar munidos de ferramentas como um currículo adequado”, avalia Maria Rebeca Otero.
Segundo o relatório, seriam necessários esforços significativos de governo e outros agentes, assim como novas formas de financiamento para implementar mudanças necessárias na educação. “No estágio atual, os governos simplesmente não podem se permitir uma redução no investimento da educação. Tampouco os doadores deveriam deixar de cumprir suas promessas de financiamento. Isso pede que exploremos novas formas de financiar necessidades urgentes”, acrescenta.
O relatório monitora os avanços das seis metas do Educação para Todos, estabelecidas por 164 países na Conferência de Dacar(Senegal), em 2000. O prazo para o cumprimento das metas é 2015, no entanto, o relatório conclui que nenhum objetivo será conquistado globalmente nesse prazo.(Agência Brasil)

sábado, janeiro 25, 2014

TSE suspende decisão e mantém Rosalba no cargo

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Marco Aurélio Mello, suspendeu ontem a decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE/RN) que cassou o mandato da governadora Rosalba Ciarlini (DEM). A determinação do TRE/RN tinha efeito imediato e concedia à Assembleia Legislativa um prazo de 24 horas para empossar o vice-governador Robinson Faria (PSD). A solenidade de posse, marcada para a manhã de hoje, foi cancelada por força da ordem do TSE. Ao conceder a liminar (pedido de urgência), ingressa pela defesa de Rosalba Ciarlini, Marco Aurélio pontuou aspectos dos quais discorda do TRE/RN.
renato araújo
Marco Aurélio Mello afirmou que cassação de mandato eletivo pressupõe pronunciamento do TSEMarco Aurélio Mello afirmou que cassação de mandato eletivo pressupõe pronunciamento do TSE

Segundo ele, a execução da determinação dos juízes potiguares somente poderia ser feita após apreciados os recursos (embargos de declaração) que os advogados da chefe do Executivo interporiam no próprio TRERN. Além disso, destacou Marco Aurélio, a cassação de mandato eletivo – e conseqüente convocação do vice-governador – pressupõem, em regra, pronunciamento final da cúpula da Justiça Eleitoral. 

“Tanto quanto possível, deve ser evitado o revezamento na chefia do Poder Executivo, aguardando-se o pronunciamento do Tribunal Superior”, emendou o ministro. Por fim, ele lembrou de decisão da ministra Laurita Vaz, que em 12 de dezembro de 2013, deferira liminar também manter Rosalba Ciarlini no cargo.

Mandado de Segurança
O Mandado de Segurança interposto pela defesa de Rosalba Ciarlini, ontem, visava anular a execução imediata do TRE/RN. Os argumentos para tanto, foram no sentido de que declarou-se a nulidade do diploma de governador conferido a Rosalba Ciarlini Rosado em 2010, em decorrência de suposto abuso de poder político cometido na campanha de 2012, em Mossoró/RN. Ela teria autorizado o uso de máquinas do Governo estadual para cavar poço tubular em comunidade do município, a cinco dias da eleição.

Os advogados de Rosalba informaram que pretendiam interpor embargos de declaração e recurso ordinário contra a decisão – recurso praxe para evitar efeito imediato de determinações – mas que não houve tempo hábil. Segundo eles, não havia sido discutida, perante o Juízo Eleitoral, a desconstituição do mandato, cuja declaração foi formalizada, pelo TRE/RN, em questão de ordem. A defesa da governadora alegou que foi prejudicada, também, porque não pôde se manifestar contra a sentença e sustentou que a cassação é uma novidade no mundo jurídico, uma vez que não seria possível anular diploma alcançado em 2010 devido a fatos ocorridos em 2012, fazendo retroagir inelegibilidade.

De acordo com a defesa de Rosalba Ciarlini o deferimento da liminar era necessário, uma vez que o TRE/RN há havia expedido ofício à Assembleia Legislativa para dar posse ao vice-governador na chefia do Executivo estadual, o que ocorreria hoje, às 9h30. Além do pedido de suspensão da medida,  a governadora requereu que fosse anulado, também, o ato de desconstituição do diploma obtido nas eleições de 2010 ou a suspensão da determinação até o exame do recurso a ser interposto para o TSE. 

sexta-feira, janeiro 24, 2014

TRE determina cassação de Rosalba e publica acórdão

O Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE/RN) cassou ontem, pela segunda vez, o mandato da governadora Rosalba Ciarlini (DEM). Por quatro votos a um, os magistrados do TRE/RN entenderam que houve abuso de poder econômico durante a campanha eleitoral de 2012, em Mossoró, e determinaram o afastamento imediato do cargo de chefe do Executivo estadual. O juiz Herval Sampaio, que julgou a matéria no âmbito do primeiro grau, tornou Rosalba Ciarlini inelegível e cassou os eleitos aos cargos de prefeito e vice de Mossoró – Cláudia Regina e Wellington Filho. Eles teriam sido beneficiados pela instalação de um poço, a mando da governadora, em uma comunidade carente do município.
Junior Santos
Juízes do Tribunal Regional Eleitoral apreciam processo no plenárioJuízes do Tribunal Regional Eleitoral apreciam processo no plenário

No Tribunal Regional Eleitoral, os efeitos da punição se ampliaram quanto à Rosalba Ciarlini. E uma questão de ordem suscitada pelo juiz Nilson Cavalcanti mudou mais uma vez os rumos do julgamento. Eles entenderam que a constatação de abuso de poder econômico era suficiente para cassá-la. Essa tese foi rechaçada pelo relator da matéria, o juiz federal Eduardo Guimarães. Ele explicou, na ocasião, que a cassação de Rosalba Ciarlini não foi citada na fase inicial do processo e tampouco no recurso impetrado no TRE/RN, e que por isso não podia ser razão de apreciação pelos magistrados.

Ao proferir o voto, o juiz Eduardo Guimarães fez menção ao assunto da cassação, tema amplamente discutido durante a última sessão plenária do TRE/RN, em dezembro, cujo desfecho resultou na determinação de afastamento da governadora. Ele justificou os motivos pelos quais discorda da medida. Mas não houve acordo. Os demais magistrados votantes – Arthur Cortez, Verlano Medeiros, Nilson Cavalcanti e Carlos Virgílio – se posicionaram favoráveis a questão de ordem suscitada. 

Os únicos a não se manifestar foram os desembargadores Amílcar Maia e João Rebouças. O primeiro porque, na condição de presidente, vota somente em caso de necessidade de desempate. O segundo porque alegou suspeição.

Posse
O acórdão (decisão colegiada) publicado no Diário Eletrônico ontem será entregue oficialmente à Assembleia Legislativa na manhã de hoje. Nele, os juízes determinam ao presidente do legislativo, deputado Ricardo Motta (PROS), que seja providenciada a posse do vice-governador em um prazo de 24 horas. “A Assembleia Legislativa aguarda a notificação e tão logo isso ocorra vai tomar as providências para dar cumprimento à decisão do TRE/RN. Isso tudo com base na constituição estadual e no regimento interno da Casa”, informou a AL/RN, por meio da assessoria de imprensa. 

quarta-feira, janeiro 22, 2014

Morre o ex-governador da Paraíba Ronaldo Cunha Lima

Morreu na manhã deste sábado (7), em João Pessoa, o ex-governador da Paraíba e ex-deputado federal Ronaldo Cunha Lima, 76. O político lutava havia um ano contra um câncer de pulmão. Nos últimos meses, Ronaldo recebia cuidados médicos em seu apartamento, onde foi montada uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI); na sexta-feira (6), ele foi induzido ao coma.
Ronaldo era casado e tinha quatro filhos, entre eles o senador e ex-governador do Estado Cássio Cunha Lima. Sua história na política da Paraíba começou como vereador, na cidade de Campina Grande, segundo maior colégio eleitoral da Paraíba. Em Campina, Ronaldo se tornou campeão de votos nas eleições seguintes. Foi deputado estadual por dois mandatos, prefeito de Campina Grande, governador da Paraíba e senador da Paraíba.
Lançou o filho Cássio Cunha Lima (PSDB) na política. Assim como o pai, Cássio foi prefeito de Campina Grande e governador da Paraíba. Teve o mandato cassado em 2009, acusado de abuso de poder político e econômico e uso indevido dos meios de comunicação para tirar vantagem no pleito eleitoral de 2006. Nas eleições de 2010, Cássio se candidatou ao Senado e foi eleito com mais de 1 milhão de votos. Porém, não assumiu de imediato, barrado pela Lei da Ficha Limpa.
Um dos episódios mais polêmicos da vida pública de Ronaldo Cunha Lima ocorreu em 1993, quando ele atirou contra o adversário político Tarcísio Burity, no restaurante Gulliver, em João Pessoa. O julgamento do caso se arrastou durante anos e, em 2007, Ronaldo renunciou ao cargo de deputado federal para evitar que fosse julgado no Supremo Tribunal Federal (STF). Com a renúncia, o processo foi enviado à Justiça comum, pois Ronaldo havia perdido o foro privilegiado.
A morte de Ronaldo foi confirmada pelo filho, o senador Cássio Cunha Lima. Em seu perfil no Twitter, Cássio postou: “Os poetas não morrem! O poeta Ronaldo Cunha Lima, após uma vida digna, descansou”, disse referindo-se ao fato de seu pai ser conhecido também por seus livros publicados. Em seguida, fez mais uma postagem: “Louvamos a Deus pela bela existência do poeta Ronaldo e agradecemos a todos por toda solidariedade”.
O corpo será velado no Palácio da Redenção, na capital paraibana, e sepultado em Campina Grande. As prefeituras de João Pessoa e Campina Grande decretaram luto oficial por três dias.

segunda-feira, janeiro 20, 2014

Joaquim Barbosa curte férias na Europa com diárias pagas pelo STF

Em férias, presidente da Corte receberá ajuda por período de 11 dias; tribunal diz que ele fará duas palestras, em Paris e em Londres

Presidente do STF receberá quase R$ 15 mil por 11 diárias na Europa. Foto:Divulgação
Presidente do STF receberá quase R$ 15 mil por 11 diárias na Europa. Foto:Divulgação
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, receberá 11 diárias, no valor total de R$ 14.142,60, durante suas férias, para proferir duas palestras – em Paris (França) e Londres (Inglaterra). Dados do tribunal mostram que Barbosa receberá diárias para viajar no período de 20 a 30 de janeiro.
A primeira palestra que Barbosa fará está marcada para o dia 24 em Paris, segundo a assessoria do Supremo. A segunda ocorre cinco dias depois, em Londres. Até esta terça-feira, 14, os eventos não constavam da agenda oficial do presidente do Supremo. Não há, também, informações sobre sua agenda para esta quarta-feira e os demais dias.
O cronograma do evento francês, publicado no site da Agence Nationale de la Recherche – uma agência do governo francês dedicada à pesquisa científica – indica que Barbosa fará uma palestra de 30 minutos sobre a influência da publicidade das sessões do Supremo, transmitidas ao vivo pela TV Justiça, na racionalidade das decisões do tribunal.
Na segunda palestra, marcada para o dia 29 na Inglaterra, o presidente do Supremo falará sobre o funcionamento da Corte, em colóquio organizado pelo King’s College de Londres.
Oficialmente, Joaquim Barbosa está em férias. Voltará ao Supremo apenas no início de fevereiro, para a abertura do ano do Judiciário. No final do ano passado, após a última sessão plenária do tribunal, o ministro disse em entrevista que tiraria 20 dias este mês – do dia 10 ao dia 30.
Na ocasião, em entrevista gravada, ele disse que descansaria até o fim de janeiro. Perguntado sobre seu destino durante as férias, respondeu: “Você está querendo saber demais”.
Entretanto, ele antecipou a saída e deixou pendente o mandado de prisão do deputado João Paulo Cunha (PT-SP), condenado por envolvimento no esquema do mensalão. De acordo com informações do tribunal, não houve tempo hábil para que ele assinasse o mandado antes de viajar.
João Paulo permanece em liberdade, em Brasília, à espera de uma decisão da Corte. Internamente, a decisão de seu presidente de viajar antes de anunciar uma decisão para o caso do petista provocou críticas entre colegas de tribunal.
Interinos
Com a saída do ministro para as férias, assumiu interinamente o comando do STF a ministra Cármen Lúcia. No início da próxima semana, ela deixa o posto e em seu lugar assume temporariamente o ministro Ricardo Lewandowski. Tanto Carmen como Lewandowski deverão deixar a tarefa de assinar o mandado do deputado do PT para Barbosa.
A defesa de João Paulo entende que nenhum dos dois ministros teria poder para determinar a prisão imediata do parlamentar. Tal decisão caberia somente a Barbosa, que é o relator do processo. De fora do País, conforme integrantes do tribunal, Barbosa não poderia assinar a ordem de prisão.
Além dessa pendência, o presidente da Corte tem de decidir também se ordena a prisão do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB), igualmente condenado por envolvimento no esquema do mensalão, mas que permanece em sua casa em Levi Gasparian, no interior do Estado do Rio de Janeiro, aguardando a decisão do relator sobre seu caso.
Barbosa programou sua volta ao tribunal para a abertura do ano judiciário, no dia 3 de fevereiro. No rol de processos pendentes estão, entre outros, os recursos de parte dos condenados no processo do mensalão, o julgamento dos planos econômicos e o pagamento de expurgos decorrentes da correção das cadernetas de poupança – além da questão da constitucionalidade do financiamento de campanhas eleitorais por empresas privadas.
Fonte:Estadão

sexta-feira, janeiro 17, 2014

Eu diria que encontrei a Prefeitura caótica no sentido financeiro", diz Francisco José Júnior

Prefeito Silveira Jr. destaca gastos altos com terceirizados  - ArquivoPrefeito Silveira Jr. destaca gastos altos com terceirizados - Arquivo
O prefeito interino Francisco José Júnior (PSD), entre uma e outra entrevista, recebeu a reportagem do O Mossoroense para falar dos primeiros 30 dias à frente da Prefeitura de Mossoró. Nesta entrevista, ele expõe a situação administrativa que, mesmo com algumas ponderações, ele julga caótica; fala sobre a base que estava formando para as eleições suplementares e explica como anda a relação dele com a prefeita afastada Cláudia Regina (DEM).

OM: Prefeito, um mês à frente da Prefeitura. Como o senhor avalia a mais longa de suas interinidades?
Francisco José Júnior: Quero deixar claro que eu não tomei a cadeira de ninguém. Assumi a Prefeitura para cumprir uma determinação judicial. Essa interinidade está sendo bem mais ampla que as outras duas. Hoje eu tenho um diagnóstico mais apurado e o município enfrenta muitas dificuldades. Há atrasos em muitos prestadores de serviços, principalmente da saúde. A gente está tomando as rédeas da situação no sentido de diminuir custos. Reduzimos custos de aluguéis de carros, reduzimos da verba de comunicação e da coleta do resíduo da construção civil. Paralelo a isso nós estamos trabalhando em outras ações como a auditoria que deve ser iniciada essa semana onde já há uma média de 2 a 3% de redução da folha. Hoje em virtude de uma folha de 15 a 16 milhões com o patronal que deve chegar a 20 milhões já estamos falando de meio milhão em reduções. Além disso, nós nomeamos uma auditora da saúde, uma servidora de carreira, Leodise, que formou um conselho gestor de quatro auditores onde abrimos quatro frentes: na questão de fornecimento, prestadores de serviços, contratos e na questão de pessoal. A gente acredita que com essas medidas nós vamos não só reduzir milhares e milhares de reais, mas também de o município recuperar não só a credibilidade, mas a capacidade de investimento.

OM: O senhor falou sobre folha de pagamento. Há dados de quanto a Prefeitura de Mossoró gasta mensalmente com empresas terceirizadas?
FJJ: Nós temos alguns valores. Não posso dizer aqui de cabeça, mas o município trabalha com várias empresas terceirizadas. Tem uma na parte da jardinagem, outra os motoristas, a parte da saúde, outra na parte de educação, temos recepcionistas, digitadores e ASGs. É um número que não posso precisar, mas é algo elevado que nesse levantamento que vamos fazer iremos detectar a necessidade desse pessoal e também se todos estão trabalhando. Esse levantamento será não só na folha de pagamento, mas também nos terceirizados que fazem parte da folha porque prestam um serviço à Prefeitura. Mas é um valor elevado que não sei precisar agora, mas posso passar para você numa outra oportunidade.

OM: Está em curso a possibilidade de uma auditoria na Câmara. Como o senhor vê isso enquanto presidente constitucional da Casa?
FJJ: Com muita tranquilidade. Eu era presidente entre 2011 e 2012 e em outubro de 2012 quando estava terminando o exercício eu já estava preparando a Câmara para ganhar oito novos vereadores. Naquela minha gestão eram 13. Foi preciso demitir 56 cargos comissionados em outubro. A Câmara cresceu e o orçamento, que tinha expectativa de ficar um milhão duzentos e noventa e um, e ao contrário dos outros anos, houve uma redução para um milhão duzentos e vinte e cinco. A expectativa era ultrapassar com algo em torno de cem mil. Depois em junho de 2013 nós conseguimos através de uma consulta ao Tribunal de Contas do Estado entrar um novo imposto que é a Contribuição para a Iluminação Pública e com isso a nossa arrecadação chegou a um milhão duzentos e setenta e sete. Mesmo assim mais baixo que o ano anterior. Todos os cargos nomeados estão no Portal da Transparência e em agosto o próprio TCE fez uma auditoria durante dez dias na Câmara. Tudo foi feito de forma transparente. Se o presidente achar dinheiro da Casa em auditoria já que tem outra já feita pelo órgão maior da fiscalização fica a critério dele. Mas encaro com muita tranquilidade.

OM: Qual o maior problema que o senhor encontrou na Prefeitura? 
FJJ: O maior problema... na realidade assumimos aqui interinamente e com aquelas saídas de secretários não sei dizer se foi estratégia jurídica ou política, mas naquele momento eu tive muita dificuldade porque tive que encontrar nomes num prazo de menos de 24 horas para não causar instabilidade. Tivemos a felicidade de valorizar os servidores de carreira do município. São profissionais experientes e competentes que conhecem a realidade do município nesse momento de dificuldade. O problema maior foi no sentido de estar se encerrando o ano e se abrir um novo orçamento que não fui quem planejei em que tem muitos atrasos com fornecedores e esses atrasos não são culpa da minha gestão. São débitos que eu não conhecia e que quando assumi começaram a implodir. A gente tem conseguido pagar parte desse débito em atraso e com credibilidade que tive como presidente da Câmara de pagar aos fornecedores em dia e não atrasar. Com isso, a gente está fazendo negociações com médicos como ontem com os anestesiologistas que estavam para fazer uma parada e nós conseguimos abortar prometendo o pagamento e planejando os demais e isso também está sendo feito com a UTI pediátrica e de adulto que estava atrasada há cinco meses e começamos a pagar, enfim... pagamos também entidades como a Apae, Liga do Câncer e a Fundação Vingt-un Rosado que precisa do apoio público e estava atrasada há muito tempo. Estamos organizando as finanças do município, pagamos a folha em dia, pagamos os terceirizados que estavam em atraso com algumas parcelas e conforme prometi na segunda-feira pagaremos os terceirizados novamente e não vamos mais atrasar. A maior dificuldade foi financeira e essa transição. O município pode ter alguma instabilidade política e jurídica, mas na esfera administrativa não.

OM: Diante de tudo isso que o senhor contou. Dá para dizer que encontrou a Prefeitura em situação caótica?
FJJ: Olha... é uma situação muito difícil. Em termos de projetos a cidade avançou. Foram alguns projetos em nível federal, há o Viva Rio Branco simples e bacana, a BIC e as UTIs pediátricas. Eu diria que encontrei a Prefeitura caótica no sentido financeiro. Realmente é uma situação extremamente caótica. Existem débitos altíssimos ainda do Mossoró Cidade Junina e em todos os outros setores, na saúde principalmente, há um passivo muito grande e eu ainda não posso detalhar esses números porque ainda estamos estudando esses números. A própria auditoria que já se iniciou na saúde nos dará a real situação disso. Já estamos fazendo negociações, planejando débitos e pagando algumas coisas. Nós vamos priorizar pagar em dia.

OM: Ainda dá para dizer que o senhor é aliado da prefeita afastada Cláudia Regina?
FJJ: Olha... eu fazia parte da base na Câmara. Tinha uma parceria administrativa com a prefeita Cláudia Regina. Eu não quis tomar a cadeira dela na Prefeitura. Sempre fui muito correto em todos os sentidos e fui na casa dela avisar que iria substituir três secretários para me inteirar e ter sintonia no trabalho. Eu precisava de auxiliares que tivessem costume de trabalhar comigo. Tive dificuldades com algumas pessoas quando estive nas outras interinidades. Depois desse dia eu não conversei mais com ela. Espero ter essa conversa com a própria Cláudia e dar uma posição oficial. Como prefeito tenho uma responsabilidade de zelo com o dinheiro público e principalmente com os serviços a serem oferecidos à população. São medidas apolíticas e responsáveis. Estou agindo administrativamente. Para não dizer que não falei em política, tratei do assunto naquela semana onde o TRE marcou as convenções. Conversei com alguns partidos naquela semana, mas o que eu posso dizer é que estamos muito distantes. Sobre estar na base ou não, até porque ela está afastada e ninguém sabe se ela retorna, eu preferia responder essa pergunta depois que tiver uma conversa com ela.

OM: Nesse período o senhor chegou a formar um grupo para as eleições que foram adiadas?
FJJ: Olhe... não tinha nada oficial. Conversamos com alguns partidos políticos e em paralelo a isso estávamos conversando com alguns vereadores que nos reconhecem. Inclusive, hoje temos uma base já formada com 17 vereadores. Quero deixar bem claro que respeito muito a Câmara Municipal e todos os projetos que vierem ao Legislativo vamos convocar todos os vereadores independente de ser de oposição ou situação e vamos esclarecer. Jamais iremos mandar projetos no escuro e querer que os vereadores aprovem sem saber o que está acontecendo. Além dos partidos políticos nós tínhamos (para a eleição suplementar) o apoio de 15 vereadores. A gente tinha conversado com muitas categorias e esperamos ter um grande arco de alianças de oito partidos políticos. Ontem (entrevista gravada na sexta-feira) oficialmente recebemos o apoio do PT e para a gente isso significa muito. Não só pela questão política, mas também administrativa. O PT tem esse know-how de pessoas extremante capacitadas, que vão contribuir com projetos importantes e também estreitar os laços do município com o Governo Federal para projetos.

OM: O PT vai assumir algum cargo no primeiro escalão do Governo?
FJJ: Em nenhum momento foi negociada secretarias e não vai haver nenhuma mudança de secretário em relação ao Partido dos Trabalhadores ou qualquer outro partido político. Sei da minha interinidade e não sei quanto tempo vou ficar aqui, mas se sair mais algum secretário da base iremos utilizar o mesmo método: valorizar os servidores de carreira do município. Se tivermos uma nova eleição é natural que aquelas pessoas que contribuíram possam contribuir, mas não ficou amarrado esse apoio do PT a nenhuma secretaria nem a cargos. Ficou clara a ajuda para projetos administrativos. Há também a ajuda com ideias. Pretendemos formar um núcleo em que poderemos conversar semanalmente e planejar uma Mossoró do futuro.

OM: O senhor acredita no retorno de Cláudia Regina?
FJJ: O que eu posso dizer é que espero que a Justiça Eleitoral resolva isso o mais rápido possível, porque não é bom para a cidade estar mudando de gestor assim. Depois que eu entrei eu tenho uma outra maneira de governar, com outras prioridades. Governar é eleger prioridades e eu tenho a minha: é a saúde. Está em primeiro lugar porque quem está com problema de saúde não pode esperar. É tanto que vamos abrir a UPA do Belo Horizonte e mais oito UBS na cidade de Mossoró. O que desejo é que a Justiça julgue tudo o mais rápido possível. Sabemos que alguém só é considerado culpado depois das três instâncias. O que espero é que essa situação seja resolvida o mais rápido possível.

Bruno Barreto
Editor de Política

sexta-feira, janeiro 10, 2014

Empresário Fernando Bezerra se diz bastante entusiasmado em disputar o Governo do RN


Fernando Bezerra na casa em Jacumã: Entusiasmo na disputa pelo Governo do RN. Foto: Divulgação
Fernando Bezerra na casa em Jacumã: Entusiasmo na disputa pelo Governo do RN. Foto: Divulgação
O deputado federal (e aliado histórico), João Maia, do PR, cobrou e o PMDB, ao que parece, atendeu. Neste veraneio, o partido quer viabilizar o nome do empresário Fernando Bezerra para o Governo do Estado e já começa neste final de semana a por o plano em prática.
No sábado, por exemplo, o partido se reúne em Jacumã para discutir os próximos passos do trabalho. A necessidade é, primeiro, mostrar que Bezerra é viável dentro do partido para, depois, lançá-lo oficialmente. Uma etapa depende, diretamente, da outra.
Isso porque o nome de Fernando Bezerra não é unanimidade dentro da sigla. Alguns têm desconfiança dele pelo período que ficou afastado da política e o “espaço” perdido, sobretudo, diante de uma disputa contra a ex-governadora Wilma de Faria, do PSB, que cresce nas pesquisas de intenção de voto. Para esses, o PMDB, por meio de Henrique Eduardo Alves, estaria trabalhando para convencer Wilma a ser candidata ao Senado, apoiando o nome de Fernando Bezerra para o Governo.
Há outra desconfiança no que diz respeito ao interesse. Em diversas entrevistas concedidas desde começou a ser cogitado para o cargo, Fernando Bezerra deu declarações que dão a entender um eventual “desinteresse”. “Você há de convir que estou afastado há seis, sete anos da política, e não tenho tido convivência política com ninguém. Tenho tido convivência social com os políticos. Eu também não estou disposto para me viabilizar em busca de uma candidatura… Não sou eu que estou buscando. Se o partido me quer candidato, é o partido que deve buscar condições políticas”, afirmou Fernando Bezerra em entrevista ao próprio JH neste ano.

Agora, a situação que o PMDB passa é outra. Fernando Bezerra estaria interessado na disputa. Alias, mais que isso: entusiasmado. Na coluna Radar On-line, da Veja, assinada pelo jornalista Lauro Jardim, conta-se que, em Jacumã (onde Henrique e Bezerra têm casas), “entre um brinde e outro durante a festa da virada de ano, na casa de Bezerra, Henrique Alves (presidente da Câmara dos Deputados e líder estadual do PMDB) ouviu do anfitrião que não falta-lhe entusiasmo para concorrer à cadeira”, escreveu o jornalista.
Entre os críticos internos do PMDB está o prefeito de Caicó, Roberto Germano. Nesta semana, o gestor afirmou que o partido “pecou por não ter lançado logo uma candidatura ao governo do estado, não ter definido um nome e ter preparado um nome para ser candidato a governador. Teve a avaliação de Rosalba. Wilma viu esse espaço aberto e ocupou. No inicio tímida, mas ela começou a ter receptividade positiva e se jogou de cara e com um projeto. Inicialmente a deputada federal, depois a senadora e agora até a governadora. É inegável que ela é bem avaliada, mas faltam dez meses para as eleições. Na minha opinião, ela se elege ao que quiser, já que deixaram ela muito solta”.
A postura crítica vai de encontro, justamente, ao que pregou o ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho. Na semana passada, ao defender que o nome do partido em 2014, na opinião dele, deveria ser Fernando Bezerra, Garibaldi cobrou a união da sigla, para não repetir o que aconteceu em 2010, quando o PMDB se dividiu e um lado foi apoiar Rosalba Ciarlini (o lado de Garibaldi) e o outro foi para Iberê Ferreira (o de Henrique).

Morre em Natal nesta madrugada, aos 71 anos, o ex-senador João Faustino

Governo do Estado decretou luto oficial de três dias em todo o RN

Autoridades políticas e familiares chegaram logo cedo ao velório do ex-senador. Sepultamento ocorrerá esta tarde, no Cemitério Morada da Paz, em Emaús. Foto: Heracles Dantas
Autoridades políticas e familiares chegaram logo cedo ao velório do ex-senador. Sepultamento ocorrerá esta tarde, no Cemitério Morada da Paz, em Emaús. Foto: Heracles Dantas

Morreu nesta madrugada de hoje, aos 71 anos, o ex-senador João Faustino Ferreira Neto. O falecimento ocorreu no Hospital do Coração, em Natal, devido a complicações cardíacas ocasionadas por um quadro de Leucemia Mieloblástica Aguda, doença que foi diagnosticada há aproximadamente 15 dias. O velório está sendo realizado na Capela Central do Cemitério Morada da Paz, em Emaús. O ex-senador deixa a esposa Sônia e os filhos Edson, Fátima e Lissa e netos.
Em sinal de pesar pela morte, a Governadora Rosalba Ciarlini decretou luto oficial de três dias em todo o Estado e determinou o hasteamento da bandeira do Estado a meio pau em todas as repartições públicas, em honra à memória do professor. A governadora Rosalba Ciarlini esteve presente ao velório nesta manhã e falou que o ex-senador vai fazer falta para o Estado. “João deixou marcas do seu trabalho, do seu empreendedorismo, dinamismo no nosso Estado. Cada cidade do Rio Grande do Norte com certeza tem a marca desse trabalho. Como educador, João Faustino tinha um amor muito grande, foi um ótimo secretário de educação. Depois, como parlamentar sempre na defesa do nosso Estado. Deu grandes contribuições  para o RN. Deixa uma grande  lacuna, uma grande saudade e o nosso reconhecimento e agradecimento do  povo potiguar”.
O ministro da Previdência, Garibaldi Alves Filho, que não está no Estado, confirmou a vinda para o sepultamento e, por meio de nota, lamentou a morte do amigo. Estou muito chocado porque foi uma morte que veio muito rapidamente. Nós não sabíamos, nem amigos, nem sua família, que ele estava tão doente. Nunca estamos preparados para essa perda”, disse o Ministro. O senador José Agripino também está fora do Estado, mas confirmou que estará presente no sepultamento do ex-senador, que será realizado às 17h.
Iberê Ferreira, ex-governador do Estado, também esteve no velório e falou sobre o amigo. “João foi uma pessoa que entrou  na vida pública e deu exemplo de uma pessoa  tranqüila, que sempre procurou resolver os problemas do Estado, da melhor forma para o Rio Grande do Norte. Lamento muito e acho que Estado vai sofrer uma perda muito grande com a ausência de João”, lamentou o ex-governador.
O ex-ministro e ex-governador de São Paulo, José Serra, lastimou a morte do companheiro João Faustino pelo microblog Twitter. “Foi-se o João Faustino, amigo querido, companheiro da UNE, do PSDB, do Congresso, do governo FHC, do governo de SP. Bom caráter. Grande homem público”.
“Faleceu João Faustino. Inacreditável. Vivia com sua simplicidade e alegria de sempre. Uma vida de lutas, ganhando, perdendo. De cabeça erguida”, lamentou o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves pelo Twitter.
O deputado federal João Maia disse que João Faustino fará muita falta. “João Faustino tem uma história que todo o Rio Grande do Norte lembra. Fará muita falta a sua Família, seus amigos e a todos nós”.
O diretório estadual do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), partido ao qual João Faustino era filiado, lançou nota de pesar pelo falecimento do ex-senador. “Respeitosamente, lamentamos a perda e ressaltamos a contribuição de João Faustino para todos que com ele conviveram. Elevamos nossas preces para que Deus o receba e o acolha em paz”.
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ricardo Motta, se solidarizou com a morte de Faustino. “João Faustino, um cordial amigo que tive, foi um homem público de atitudes moderadas sem perder a firmeza dos seus ideais. Um homem de formação democrática e de diálogo. Um conciliador nato, respeitado por todas as forças políticas do Rio Grande do Norte pelo seu estilo onde o radicalismo jamais encontrou lugar. Estou perplexo pela sua morte brusca, ao mesmo tempo em que me solidarizo com todos os seus familiares”. Os deputados estaduais Raimundo Fernandes e Gustavo Fernandes, o ex-deputado Ney Lopes de Souza, e outras algumas autoridades políticas também estiveram presentes na Capela para prestar suas últimas homenagens a João Faustino.
O plenário do Tribunal de Contas do Estado aprovou, à unanimidade, voto de pesar pelo falecimento do ex-deputado João Faustino. O Ministério Público Especial junto ao Tribunal, também se associou a iniciativa.
Breve Biografia
João Faustino – Eleição, prisão, livros e perdão
Nascido em 1942, João Faustino foi militante no movimento estudantil e presidente da União Estadual dos Estudantes do RN. Graduou-se em Pedagogia e Matemática pela UFRN, onde se tornou professor titular. Possuía pós-graduação na Fundação Getúlio Vargas e Universidade de Michigan. Em 2008, publicou o livro “A Escola que vivi – memórias de um educador”, no qual faz um histórico da Escola Técnica Federal norte-riograndense.

Foi secretário de Educação do município de Natal entre 1971 e 1972. Também foi titular da Secretaria Estado de Educação do Rio Grande do Norte entre 1975 e 1979. Em 1978, se elegeu pela primeira vez deputado federal, então filiado a Arena. Seria reeleito em 1982 e em 1990.  Em 1986 concorreu ao Governo do Estado pela aliança popular. Pertenceu ao PDS, PFL e atualmente era filiado ao PSDB.
Entre 1999 e 2002 exerceu cargos na Presidência da República. Eleito em 2002 como 1º suplente do senador Garibaldi Alves Filho, exerceu o mandato entre 15 de julho e 12 de novembro de 2010. Nas eleições de 2010, foi eleito novamente 1º suplente, desta vez do senador José Agripino Maia.

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More

 
Powered by Blogger