Morreu na manhã deste sábado (7), em João Pessoa, o ex-governador da Paraíba e ex-deputado federal Ronaldo Cunha Lima, 76. O político lutava havia um ano contra um câncer de pulmão. Nos últimos meses, Ronaldo recebia cuidados médicos em seu apartamento, onde foi montada uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI); na sexta-feira (6), ele foi induzido ao coma.
Ronaldo era casado e tinha quatro filhos, entre eles o senador e ex-governador do Estado Cássio Cunha Lima. Sua história na política da Paraíba começou como vereador, na cidade de Campina Grande, segundo maior colégio eleitoral da Paraíba. Em Campina, Ronaldo se tornou campeão de votos nas eleições seguintes. Foi deputado estadual por dois mandatos, prefeito de Campina Grande, governador da Paraíba e senador da Paraíba.
Lançou o filho Cássio Cunha Lima (PSDB) na política. Assim como o pai, Cássio foi prefeito de Campina Grande e governador da Paraíba. Teve o mandato cassado em 2009, acusado de abuso de poder político e econômico e uso indevido dos meios de comunicação para tirar vantagem no pleito eleitoral de 2006. Nas eleições de 2010, Cássio se candidatou ao Senado e foi eleito com mais de 1 milhão de votos. Porém, não assumiu de imediato, barrado pela Lei da Ficha Limpa.
Um dos episódios mais polêmicos da vida pública de Ronaldo Cunha Lima ocorreu em 1993, quando ele atirou contra o adversário político Tarcísio Burity, no restaurante Gulliver, em João Pessoa. O julgamento do caso se arrastou durante anos e, em 2007, Ronaldo renunciou ao cargo de deputado federal para evitar que fosse julgado no Supremo Tribunal Federal (STF). Com a renúncia, o processo foi enviado à Justiça comum, pois Ronaldo havia perdido o foro privilegiado.
A morte de Ronaldo foi confirmada pelo filho, o senador Cássio Cunha Lima. Em seu perfil no Twitter, Cássio postou: “Os poetas não morrem! O poeta Ronaldo Cunha Lima, após uma vida digna, descansou”, disse referindo-se ao fato de seu pai ser conhecido também por seus livros publicados. Em seguida, fez mais uma postagem: “Louvamos a Deus pela bela existência do poeta Ronaldo e agradecemos a todos por toda solidariedade”.
O corpo será velado no Palácio da Redenção, na capital paraibana, e sepultado em Campina Grande. As prefeituras de João Pessoa e Campina Grande decretaram luto oficial por três dias.
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