Brilhante matéria a entrevista da jornalista Anna Ruth Dantas fez com o vice governador Ibêre Ferreira de Souza.Transcrito da Tribuna do Norte.
Iberê: ‘Quem está na frente da fila sou eu’
O vice-governador Iberê Ferreira confirmou que será candidato a governador. Segundo ele, o PSB, partido ao qual é filiado, já definiu pelo nome próprio na disputa. No entanto, ele acredita que poderá manter a base de Wilma de Faria, que tem outros três pré-candidatos ao Governo (o ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo, o deputado federal João Maia e o deputado estadual Robinson Faria), unida. Para o vice-governador, seria incoerência esses políticos, depois de três anos apoiando o “Governo Wilma-Iberê” deixarem o bloco agora. E qual o destino dos três pré-candidatos que serão preteridos pela governadora? Iberê Ferreira responde de forma indireta, mas aponta para algumas alternativas que poderão acomodar Carlos Eduardo, Robinson Faria e João Maia. “João Maia tem um mandato (de deputado federal). Ele é jovem. Tem tempo suficiente, é uma pessoa inteligente, pode crescer, pode ser ministro. O deputado Robinson Faria também, deputado estadual jovem, ainda não foi deputado federal, não foi senador. O ex-prefeito Carlos Eduardo teve um excelente desempenho na Prefeitura, teve momentos com os melhores índices de aprovação. É uma pessoa que pode ter oportunidade”, disse o vice-governador. Iberê Ferreira admitiu que planeja o Governo, que assumirá no mês de abril (quando a governadora Wilma de Faria deixará para ser candidata ao Senado), e já está com atos e decretos prontos para serem publicados. Sobre a candidatura ao Governo, a aliança da base governista e as estratégias para 2010, Iberê Ferreira concedeu a seguinte entrevista a TRIBUNA DO NORTE e ao final da conversa fez questão de citar o escritor José Saramago: “Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo”.
O senhor será candidato à reeleição?
Sou candidato. E ainda lhe digo mais, quem estiver fazendo projeto político apostando na minha desistência, está perdendo tempo.
Não existe “plano B” para o vice-governador Iberê Ferreira?
Não existe plano B. Sou candidato à reeleição. Às vezes as pessoas podem até pensar pelo meu estilo, pela minha forma de ser, sou uma pessoa tranquila, cordada, mas sou uma pessoa que tenho coragem. Na hora de decidir eu decido e tenho coragem de decidir. O PSB sabe disso, a governadora Wilma de Faria, o Rio Grande do Norte todo. Veja que decidi ser candidato a vice-governador, em posição extremamente desfavorável nas pesquisas, com muita gente achando que eu estava maluco, e eu decidi e topei a parada.
Então hoje está decidido que o PSB terá candidato a governador e será o senhor?
Exatamente. Sou o candidato do PSB.
O senhor é o candidato da governadora Wilma de Faria?
Sou o candidato do PSB e a governadora é do PSB.
Embora o senhor diga que é o candidato do PSB, a governadora já disse para o senhor que é o candidato dela?
E precisa?
Vou insistir um pouco mais nesse ponto, há algo que lhe faça abrir mão do projeto de ser candidato a reeleição?
Não. Absolutamente nada. Minha candidatura é natural. O fato de eu assumir o governo e de existir o instituto da reeleição me dá a condição de candidato natural. Não conheço nenhum governador no Brasil que tendo direito a reeleição tenha abdicado e eu não serei o primeiro.
A base da governadora Wilma de Faria tem outros três pré-candidatos, o ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo, o deputado federal João Maia e o deputado estadual Robinson Faria. Qual o destino desses três políticos? Como acomodá-los?
Vejo possibilidade e estou lutando para eles permanecerem na base. Estou trabalhando para isso. Acredito nisso até porque é questão de coerência. Todos os candidatos estão participando do Governo Wilma e Iberê. Se eles participaram durante esses três anos de Governo por que no último ano vão ficar fora? Estou trabalhando, acho que é legítimo eles pleitearem, mas minha expectativa é que vamos juntar esse grupo.
Mas como acomodar? Que destino teriam Robinson Faria, João Maia e Carlos Eduardo?
Temos espaços. Temos uma chapa de deputado federal, temos duas vagas para o Senado, temos a vaga de vice. Dentro de um entendimento mais amplo e coerente vamos encontrar espaço.
O senhor falou em duas vagas ao Senado, mas e a governadora Wilma de Faria?
O meu primeiro voto já está definido: votarei na governadora Wilma de Faria.
Desses nomes que citei como pré-candidatos da base do Governo, quem é o vice dos seus sonhos?
Eu não quero fazer um grande acordo, quero fazer uma boa aliança. Agora não posso dizer qual o vice. Mas espero que seja um vice parceiro como fui da governadora Wilma.
O senhor já fez convites para vice na chapa?
Eu não tenho convidado. Não convidei ninguém até porque não posso convidar ninguém. Eu sou candidato a governador, tenho procurado os partidos para formar uma aliança e não um acordão. Estou procurando os partidos, mas sem convidar ninguém.
Esse convite (para escolha do vice) será da governadora?
Acho que deverá ser da própria aliança. Feita a aliança ela mesma vai sentar e definir um candidato a vice, que eu espero que seja um parceiro meu, como fui da governadora Wilma.
O senhor tem conversado com o deputado Robinso Faria, com o ex-prefeito Carlos Eduardo. Nessas conversas já se coloca uma postulação de vice?
Não. Da mesma maneira que é oportuno o que estou fazendo hoje de dizer da minha candidatura, acho que é inoportuno a candidatura e você definir a candidatura de vice.
O senhor teme um racha na base da governadora caso não consiga acomodar esses outros pré-candidatos?
Espero que não. Até porque política se faz com coerência. Eles são pessoas da base do governo estadual e do presidente Lula e não teria sentido haver racha.
A criação da Unidade Potiguar foi uma tentativa de tentarem (Robinson Faria e João Maia) ganhar força para postulação?
A Unidade Potiguar tem partidos que são do governo Wilma. Temos o deputado Henrique Eduardo que tem procurado a todo custo encontrar solução que una o grupo todo, ele (Henrique Eduardo) que é uma pessoa coerente. Isso é uma característica de Henrique desde a primeira eleição. Ele é uma pessoa extremamente coerente, leal e firme nas decisões dele. E tem dito que acha minha candidatura natural pelo fato de eu assumir o Governo. O esforço do deputado Henrique junto a Unidade Potiguar é para unir o grupo. E ele tem sido muito ágil nessa luta e nesse trabalho.
Na ala do PMDB, por outro lado, tem o senador Garibaldi Filho que já declarou apoio a candidatura de Rosalba Ciarlini.
Um voto para o Senado eu já defini, que é de Wilma de Faria. Conversei com o senador (Garibaldi Filho), mas ele tem declarado que a simpatia é pela senadora Rosalba. Isso é um direito dele.
O senhor acha que ainda há como colocar o PMDB na sua base para a eleição de 2010?
Vejo no PMDB grande perspectiva porque estamos na base do presidente Lula. Ele (Lula) é aliado do PSB como é do PMDB. Há uma integração enorme entre PMDB e PSB.
Se o senhor já está decidido a ser candidato a reeleição, o que o senhor leva para mesa de negociação quando se reúne com os outros pré-candidatos a governador?
Pergunto a eles se eles na minha situação abririam mão. Eu não tenho mais outra oportunidade. Estou na vida pública há 40 anos, tenho seis mandatos de deputado federal, tenho dois mandatos de deputado estadual, fui secretário de Estado, chefe da Casa Civil, secretário da Agricultura, da Ação Social, de Recursos Hídricos, sou vice-governador e não terei outra oportunidade. Não posso ser candidato a outra coisa nessa eleição a não ser a reeleição. Então eu tenho mostrado que por outro lado também não posso ser candidato a reeleição (em 2014). Eu só tenho um mandato de quatro anos. Tenho mostrado a eles que terão novas oportunidades e nesse momento acho que a oportunidade é a minha e estou pedindo para eles analisarem e se colocarem na minha posição para encontrarmos uma alternativa.
O que o senhor apresenta para fazer (os pré-candidatos da base governista) permanecer na base da governadora Wilma de Faria, mesmo sem ter o pleito de candidato atendido?
A coerência. Tenho conversado muito sobre a coerência. Eles estão desde a campanha passada conosco, participaram da luta, participam do governo. Mostro que estamos na situação, no mesmo barco. João Maia tem um mandato (de deputado federal). Ele é jovem. Tem tempo suficiente, é uma pessoa inteligente, pode crescer, pode ser ministro. O deputado Robinson Faria também. É um deputado estadual jovem, ainda não foi deputado federal, não foi senador. O ex-prefeito Carlos Eduardo teve um excelente desempenho na Prefeitura, teve momentos com os melhores índices de aprovação. É uma pessoa que pode ter oportunidade. O que eu mostro é que se nós estamos juntos e de todos nós, se pudesse dizer que tem uma fila, quem está na frente da fila sou eu.
As pesquisas mostram uma vantagem muito grande da senadora Rosalba Ciarlini em relação aos demais candidatos e, principalmente, em relação ao senhor. Isso de alguma forma lhe intimida?
Você imagine se as pesquisas um ano antes fossem todas confirmadas, a história do Rio Grande do Norte era outra. Isso não me assusta absolutamente. As pesquisas que eu tive acesso até hoje, nenhuma tem mais de 20% da população opinando. 80% das pessoas ouvidas ainda não estão definidas.
Ciro Gomes candidato a presidente traria um racha natural na base da governadora Wilma de Faria?
A candidatura de Ciro Gomes está sendo monitorada pelo próprio presidente Lula e pelo presidente do nosso partido (Eduardo Campos). Ele (governador Eduardo Campos) disse que a candidatura de Ciro está em sintonia fina com o presidente da República. Ainda ontem Ciro esteve com a governadora em Pernambuco e disse a ela que ficasse tranquila porque ele tem lido as entrevistas, que pode continuar e a posição é essa mesma (sintonia com o presidente). Não haverá posição do PSB contra o presidente Lula.
Mas se Ciro for candidato não pode rachar a base da governadora Wilma de Faria, colocando dois candidatos ao governo, um com o apoio de Lula e outro com o apoio de Ciro? O senhor não teme que isso ocorra?
Temer, não. Tenho conversado e a informação do presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, é que estão em absoluta sintonia com o presidente Lula.
O seu segundo nome para o Senado pode ser um nome novo?
Só tenho compromisso com a governadora Wilma de Faria. O segundo voto depende dos entendimentos e coligações.
O senhor acredita que um desses candidatos (João Maia, Carlos Eduardo e Robinson Faria) pode ser acomodado na postulação ao Senado?
Eles têm competência para isso. Não sei se aceitariam. Não fica bem para mim indicar posição. Coloco agora minha posição política e peço a compreensão. Mas a definição de cada lugar, de como acomodar o grupo, tem que ser feita em parceria.
Daqui a seis meses o senhor assumirá o governo do Estado. O que mudará com sua administração?
Eu estou cuidando do governo, planejando dia por dia. Evidente que o governo de Wilma teve 64% de aprovação na última pesquisa. Veja que um governo, no sétimo ano de administração, com 64% de aprovação, não tenha dúvida que tem muita coisa realizada. Mas nem os dedos das mãos são iguais. Cada um tem seu estilo, mas eu não tenho muito tempo no primeiro período (de governo). Darei foco às áreas de segurança pública e de saúde, que são duas áreas que estão precisando de reforço. Isso também não é privilégio do Rio Grande do Norte, é do Brasil todo. Vou dar foco a essas duas coisas e darei um novo ritmo às obras, tem muitas que estão sendo iniciadas agora no governo e eu vou acelerar o andamento dessas obras. Como o período é curto, espero melhorar os indicadores sociais e econômicos. Mas estou trabalhando. Há atos que já estão prontos para serem editados. Eu não tenho tempo a perder.
O senhor está com o secretariado escolhido?
O meu critério para secretariado é o de excelência. Quem estiver nesse rumo não terá problema de substituição. Quem não estiver, a gente substitui.
O senhor admite hoje que substituirá grande parte do secretariado de Wilma de Faria?
Não diria boa parte (do secretariado), mas na hora que a gente tiver secretário em ritmo de excelência, não tenho porque mudar. Mudar secretário demanda tempo até ele retomar os trabalhos. De preferência vou mudar o menos possível. Agora isso não quer dizer que não mude se houver necessidade.
O senhor chegou a cogitar o nome de Jaime Mariz para Saúde?
Acho Jaime Mariz uma pessoa séria, competente, mas não cogitei. Isso é da competência da governadora.
Qual o principal argumento que o senhor levará para o eleitor?
O eleitor eu vou apresentar meu estilo de governo, vou apresentar meu projeto de governo, de uma pessoa que tem experiência. Tenho 40 anos de vida pública, ocupei vários cargos, fui relator geral do orçamento da União. Nunca apareci nas listas de pessoas envolvidas em escândalos. Levo para o eleitorado minha experiência, minha lealdade e a vontade de trabalhar pelo Estado em uma administração moderna, dando ênfase a uma gestão moderna que é fundamental nos dias atuais.
O senhor está em campanha?
Não estou em campanha. Estou apressando, dinamizando umas ações da Secretaria de Recursos Hídricos. Estou agilizando todo processo de adutoras, obras.
O senhor será candidato à reeleição?
Sou candidato. E ainda lhe digo mais, quem estiver fazendo projeto político apostando na minha desistência, está perdendo tempo.
Não existe “plano B” para o vice-governador Iberê Ferreira?
Não existe plano B. Sou candidato à reeleição. Às vezes as pessoas podem até pensar pelo meu estilo, pela minha forma de ser, sou uma pessoa tranquila, cordada, mas sou uma pessoa que tenho coragem. Na hora de decidir eu decido e tenho coragem de decidir. O PSB sabe disso, a governadora Wilma de Faria, o Rio Grande do Norte todo. Veja que decidi ser candidato a vice-governador, em posição extremamente desfavorável nas pesquisas, com muita gente achando que eu estava maluco, e eu decidi e topei a parada.
Então hoje está decidido que o PSB terá candidato a governador e será o senhor?
Exatamente. Sou o candidato do PSB.
O senhor é o candidato da governadora Wilma de Faria?
Sou o candidato do PSB e a governadora é do PSB.
Embora o senhor diga que é o candidato do PSB, a governadora já disse para o senhor que é o candidato dela?
E precisa?
Vou insistir um pouco mais nesse ponto, há algo que lhe faça abrir mão do projeto de ser candidato a reeleição?
Não. Absolutamente nada. Minha candidatura é natural. O fato de eu assumir o governo e de existir o instituto da reeleição me dá a condição de candidato natural. Não conheço nenhum governador no Brasil que tendo direito a reeleição tenha abdicado e eu não serei o primeiro.
A base da governadora Wilma de Faria tem outros três pré-candidatos, o ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo, o deputado federal João Maia e o deputado estadual Robinson Faria. Qual o destino desses três políticos? Como acomodá-los?
Vejo possibilidade e estou lutando para eles permanecerem na base. Estou trabalhando para isso. Acredito nisso até porque é questão de coerência. Todos os candidatos estão participando do Governo Wilma e Iberê. Se eles participaram durante esses três anos de Governo por que no último ano vão ficar fora? Estou trabalhando, acho que é legítimo eles pleitearem, mas minha expectativa é que vamos juntar esse grupo.
Mas como acomodar? Que destino teriam Robinson Faria, João Maia e Carlos Eduardo?
Temos espaços. Temos uma chapa de deputado federal, temos duas vagas para o Senado, temos a vaga de vice. Dentro de um entendimento mais amplo e coerente vamos encontrar espaço.
O senhor falou em duas vagas ao Senado, mas e a governadora Wilma de Faria?
O meu primeiro voto já está definido: votarei na governadora Wilma de Faria.
Desses nomes que citei como pré-candidatos da base do Governo, quem é o vice dos seus sonhos?
Eu não quero fazer um grande acordo, quero fazer uma boa aliança. Agora não posso dizer qual o vice. Mas espero que seja um vice parceiro como fui da governadora Wilma.
O senhor já fez convites para vice na chapa?
Eu não tenho convidado. Não convidei ninguém até porque não posso convidar ninguém. Eu sou candidato a governador, tenho procurado os partidos para formar uma aliança e não um acordão. Estou procurando os partidos, mas sem convidar ninguém.
Esse convite (para escolha do vice) será da governadora?
Acho que deverá ser da própria aliança. Feita a aliança ela mesma vai sentar e definir um candidato a vice, que eu espero que seja um parceiro meu, como fui da governadora Wilma.
O senhor tem conversado com o deputado Robinso Faria, com o ex-prefeito Carlos Eduardo. Nessas conversas já se coloca uma postulação de vice?
Não. Da mesma maneira que é oportuno o que estou fazendo hoje de dizer da minha candidatura, acho que é inoportuno a candidatura e você definir a candidatura de vice.
O senhor teme um racha na base da governadora caso não consiga acomodar esses outros pré-candidatos?
Espero que não. Até porque política se faz com coerência. Eles são pessoas da base do governo estadual e do presidente Lula e não teria sentido haver racha.
A criação da Unidade Potiguar foi uma tentativa de tentarem (Robinson Faria e João Maia) ganhar força para postulação?
A Unidade Potiguar tem partidos que são do governo Wilma. Temos o deputado Henrique Eduardo que tem procurado a todo custo encontrar solução que una o grupo todo, ele (Henrique Eduardo) que é uma pessoa coerente. Isso é uma característica de Henrique desde a primeira eleição. Ele é uma pessoa extremamente coerente, leal e firme nas decisões dele. E tem dito que acha minha candidatura natural pelo fato de eu assumir o Governo. O esforço do deputado Henrique junto a Unidade Potiguar é para unir o grupo. E ele tem sido muito ágil nessa luta e nesse trabalho.
Na ala do PMDB, por outro lado, tem o senador Garibaldi Filho que já declarou apoio a candidatura de Rosalba Ciarlini.
Um voto para o Senado eu já defini, que é de Wilma de Faria. Conversei com o senador (Garibaldi Filho), mas ele tem declarado que a simpatia é pela senadora Rosalba. Isso é um direito dele.
O senhor acha que ainda há como colocar o PMDB na sua base para a eleição de 2010?
Vejo no PMDB grande perspectiva porque estamos na base do presidente Lula. Ele (Lula) é aliado do PSB como é do PMDB. Há uma integração enorme entre PMDB e PSB.
Se o senhor já está decidido a ser candidato a reeleição, o que o senhor leva para mesa de negociação quando se reúne com os outros pré-candidatos a governador?
Pergunto a eles se eles na minha situação abririam mão. Eu não tenho mais outra oportunidade. Estou na vida pública há 40 anos, tenho seis mandatos de deputado federal, tenho dois mandatos de deputado estadual, fui secretário de Estado, chefe da Casa Civil, secretário da Agricultura, da Ação Social, de Recursos Hídricos, sou vice-governador e não terei outra oportunidade. Não posso ser candidato a outra coisa nessa eleição a não ser a reeleição. Então eu tenho mostrado que por outro lado também não posso ser candidato a reeleição (em 2014). Eu só tenho um mandato de quatro anos. Tenho mostrado a eles que terão novas oportunidades e nesse momento acho que a oportunidade é a minha e estou pedindo para eles analisarem e se colocarem na minha posição para encontrarmos uma alternativa.
O que o senhor apresenta para fazer (os pré-candidatos da base governista) permanecer na base da governadora Wilma de Faria, mesmo sem ter o pleito de candidato atendido?
A coerência. Tenho conversado muito sobre a coerência. Eles estão desde a campanha passada conosco, participaram da luta, participam do governo. Mostro que estamos na situação, no mesmo barco. João Maia tem um mandato (de deputado federal). Ele é jovem. Tem tempo suficiente, é uma pessoa inteligente, pode crescer, pode ser ministro. O deputado Robinson Faria também. É um deputado estadual jovem, ainda não foi deputado federal, não foi senador. O ex-prefeito Carlos Eduardo teve um excelente desempenho na Prefeitura, teve momentos com os melhores índices de aprovação. É uma pessoa que pode ter oportunidade. O que eu mostro é que se nós estamos juntos e de todos nós, se pudesse dizer que tem uma fila, quem está na frente da fila sou eu.
As pesquisas mostram uma vantagem muito grande da senadora Rosalba Ciarlini em relação aos demais candidatos e, principalmente, em relação ao senhor. Isso de alguma forma lhe intimida?
Você imagine se as pesquisas um ano antes fossem todas confirmadas, a história do Rio Grande do Norte era outra. Isso não me assusta absolutamente. As pesquisas que eu tive acesso até hoje, nenhuma tem mais de 20% da população opinando. 80% das pessoas ouvidas ainda não estão definidas.
Ciro Gomes candidato a presidente traria um racha natural na base da governadora Wilma de Faria?
A candidatura de Ciro Gomes está sendo monitorada pelo próprio presidente Lula e pelo presidente do nosso partido (Eduardo Campos). Ele (governador Eduardo Campos) disse que a candidatura de Ciro está em sintonia fina com o presidente da República. Ainda ontem Ciro esteve com a governadora em Pernambuco e disse a ela que ficasse tranquila porque ele tem lido as entrevistas, que pode continuar e a posição é essa mesma (sintonia com o presidente). Não haverá posição do PSB contra o presidente Lula.
Mas se Ciro for candidato não pode rachar a base da governadora Wilma de Faria, colocando dois candidatos ao governo, um com o apoio de Lula e outro com o apoio de Ciro? O senhor não teme que isso ocorra?
Temer, não. Tenho conversado e a informação do presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, é que estão em absoluta sintonia com o presidente Lula.
O seu segundo nome para o Senado pode ser um nome novo?
Só tenho compromisso com a governadora Wilma de Faria. O segundo voto depende dos entendimentos e coligações.
O senhor acredita que um desses candidatos (João Maia, Carlos Eduardo e Robinson Faria) pode ser acomodado na postulação ao Senado?
Eles têm competência para isso. Não sei se aceitariam. Não fica bem para mim indicar posição. Coloco agora minha posição política e peço a compreensão. Mas a definição de cada lugar, de como acomodar o grupo, tem que ser feita em parceria.
Daqui a seis meses o senhor assumirá o governo do Estado. O que mudará com sua administração?
Eu estou cuidando do governo, planejando dia por dia. Evidente que o governo de Wilma teve 64% de aprovação na última pesquisa. Veja que um governo, no sétimo ano de administração, com 64% de aprovação, não tenha dúvida que tem muita coisa realizada. Mas nem os dedos das mãos são iguais. Cada um tem seu estilo, mas eu não tenho muito tempo no primeiro período (de governo). Darei foco às áreas de segurança pública e de saúde, que são duas áreas que estão precisando de reforço. Isso também não é privilégio do Rio Grande do Norte, é do Brasil todo. Vou dar foco a essas duas coisas e darei um novo ritmo às obras, tem muitas que estão sendo iniciadas agora no governo e eu vou acelerar o andamento dessas obras. Como o período é curto, espero melhorar os indicadores sociais e econômicos. Mas estou trabalhando. Há atos que já estão prontos para serem editados. Eu não tenho tempo a perder.
O senhor está com o secretariado escolhido?
O meu critério para secretariado é o de excelência. Quem estiver nesse rumo não terá problema de substituição. Quem não estiver, a gente substitui.
O senhor admite hoje que substituirá grande parte do secretariado de Wilma de Faria?
Não diria boa parte (do secretariado), mas na hora que a gente tiver secretário em ritmo de excelência, não tenho porque mudar. Mudar secretário demanda tempo até ele retomar os trabalhos. De preferência vou mudar o menos possível. Agora isso não quer dizer que não mude se houver necessidade.
O senhor chegou a cogitar o nome de Jaime Mariz para Saúde?
Acho Jaime Mariz uma pessoa séria, competente, mas não cogitei. Isso é da competência da governadora.
Qual o principal argumento que o senhor levará para o eleitor?
O eleitor eu vou apresentar meu estilo de governo, vou apresentar meu projeto de governo, de uma pessoa que tem experiência. Tenho 40 anos de vida pública, ocupei vários cargos, fui relator geral do orçamento da União. Nunca apareci nas listas de pessoas envolvidas em escândalos. Levo para o eleitorado minha experiência, minha lealdade e a vontade de trabalhar pelo Estado em uma administração moderna, dando ênfase a uma gestão moderna que é fundamental nos dias atuais.
O senhor está em campanha?
Não estou em campanha. Estou apressando, dinamizando umas ações da Secretaria de Recursos Hídricos. Estou agilizando todo processo de adutoras, obras.
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