A conquista das terras do Rio Grande do Norte, passa pelo descobrimento do Brasil. O escritor Joaquim Norberto de Souza e Silva, provocado por D. Pedro II, proferiu no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, com a tese de intencionalidade do descobrimento do Brasil. Gonçalves Dias contestava, mas a ideia prosperou e muitos aderiram. No ano de 1892 o português Baldaque da Silva que era oficial da Marinha de guerra daquele país, reforçou a tese e apresentou novidades ao tema, dizendo que Pedro Álvares Cabral havia recebido orientação verbal em sigilo incluindo nos planos de também procurar terra ao ocidente não prendendo ao continente africano, ainda segundo Baldaque Silva a frota não correria tanto a oeste na pressa de montar o Cabo da Boa Esperança. Em 1927 o historiador Gago Coutinho fez palestra na biblioteca da Marinha do Brasil no Rio de Janeiro, fazendo a observação da forma em “S” que Pedro Álvares Cabral dirigiu à rota seguida pelos seus navios na direção partindo de S. Nicolau até Porto Seguro na Bahia, é uma desculpa estranha se seu objetivo era navegar simplesmente para o Oceano Índico. Segundo ainda Gago Coutinho e tem sentido, é mais aceitável, se a esquadra avistou a costa brasileira em 17 graus de latitude Sul, fazendo a manobra em “S”, porque e qual o sentido, foi a sotavento reconhecer o que havia no Oceano Atlântico a Oeste e nessa latitude e não mais ao Norte? Ora Portugal ainda no tempo de João II, tinha suas suspeitas que existia terra a Oeste. Na companhia de Pedro Álvares Cabral viajava um castelhano que tinha o apelido de Mestre João, era cirurgião e entendido de astronomia. Conta Francisco Adolfo em 1956, que quando a armada estava em Porto Seguro o Mestre João mandou uma carta D. Manoel aconselhando para que ele enviasse o mapa mundi ou o trouxesse o que tivesse Pero Vaz Bissgudo, que ele poderia verificar a grandeza das terras brasileiras, afirma ainda em sua carta de que o mapa-múndi não dava a certeza que as terras eram habitadas ou não, o mapa era antigo, motivo de sua dúvida. (Damião Peres, 1960 - Itamar de Souza – 1997). A conclusão que vamos chegar, pois a história ela é a essência de fatos reais e acontece numa cadeia de causas e efeitos e visse e versa, na história não existe fato isolado, são evidencias que podem ser contestadas por escritores, mas os fatos se assemelham em sua maioria. Segundo o escritor e amigo Itamar de Souza na sua importante obra histórica para o Diário de Natal em 1996. No ano sagrado de 1500 no mês de fevereiro, quando Vicente Yáñez Pinzon desembarcou no litoral do Nordeste brasileiro aportando no Cabo de Santa Maria de La Consolación em Pernambuco, que os portugueses depois batizaram com o nome de Cabo de Santo Agostinho. Segundo Guarino Alves de Oliveira, o espanhol Vicente Pinzón desembarcou no Mucuripe no Ceará e não em Pernambuco, uma outra versão é o que desembarque se deu em Jeriquaquara uma praia também do Estado do Ceará. A noticia da descoberta pelos espanhóis despertam os portugueses, foi então que Pedro Álvares Cabral veio no rumo da terra prometida para tirar as duvidas existentes em Portugal, na verdade, portanto os espanhóis haviam chegado primeiro, a realidade da história é que se cronologicamente foram os espanhóis que chegaram primeiro, sociologicamente falando foram os portugueses os descobridores do Brasil é o que diz João Abreu Capistrano, 1976. Logo que os portugueses descobriram o Brasil, não iniciaram rapidamente sua colonização, todo interesse se voltava para o comércio com o Oriente, obtendo grandes lucros, 30 anos depois em 1530, foi que a expedição de Martin Afonso de Souza chegou ao Brasil com o objetivo de expulsar os franceses e iniciar a colonização. É fato notório que antes de Martin Afonso outras expedições aqui estiveram objetivando fazer o reconhecimento geográfico do litoral brasileiro e a exploração do pau-brasil sem a preocupação de cultivar nossas terras. Segundo o historiador Itamar de Souza no fascículo n. 1 do Diário de Natal de 1996, ele diz que das expedições a que mais nos interessa é a de 13 de maio de 1501, nela existe uma grande polémica de informações. Quem foi o comandante? André Gonçalves, Fernão de Noronha ou Gonçalo Coelho? Até hoje não temos a solução. Segundo o historiador Ricardo Fontana, na realidade os maiores historiadores brasileiros deste século, como Caetano da Silva, Mendes de Almeida e Capistrano de Abreu, Varnhagen, e com eles os atuais, sustentam que o comandante foi Gonçalo Coelho, não existem documentos a favor de André Gonçalves, ao passo que o Planisfério do Fano, produzido pelo Visconde de Maggiolo, registra o nome de Gonçalo Coelho referindo-se tanto à expedição de 1501 bem como a de 1503. Não existe nenhuma dúvida de que Américo Vespucio encontrava-se na expedição desempenhando a função de cosmógrafo e que não fazia menção em seus manuscritos como em opúsculos impressos a ele atribuídos não se faz menção dos nomes de nenhum comandante. Opinião de Damião Peres historiador dos descobrimentos portugueses afirmando que o problema do comando da expedição de 1501-1502 permanece sem solução. Já Luiz da Câmara Cascudo diz que a missão que retornou em 22 de julho de 1502 tinha o objetivo de batizar o litoral brasileiro com nomes portugueses e de santos católicos: Cabo de São Roque, Cabo de Santo Agostinho etc... No dia 7 de agosto de 1501 o que antes se pensava ser em 17 de agosto de 1501, a expedição tocou o território do Rio Grande do Norte, no local que eles batizaram de Cabo de São Roque, nos limites dos municípios de Touros e Pedra Grande na praia dos Marcos, afirma Luiz da Câmara Cascudo que a expedição registrou a presença chantou um marco de pedra lioz, o mármore de Lisboa, no primeiro terço a Cruz da ordem de Cristo em relevo e abaixo as armas do Rei de Portugal, 5 escudetes em cruz com 5 besantes em santor, sem a bordadura dos castelos.(Câmara Cascudo 1955). Para lembrar o primeiro marco colonial do Brasil, o governador Joaquim Xavier da Silveira Junior baixou o Decreto número 47, de 27 de agosto de 1890, determinando que o dia 17 de agosto fosse feriado em comemoração da descoberta marítima do Rio Grande do Norte. Ainda hoje existe a polemica de que o Brasil foi descoberto em Porto Seguro na Bahia, no Mucuripe e Jeriquaquara no Ceará e em Touros no Rio Grande do Norte. O Poder político do Rio Grande do Norte, na medida que seu objeto primordial é o Estado, organização da sociedade e antes de tudo, do Poder na sociedade, é uma poderosa força que é disputada palmo a palmo pelos que fazem a política.
Aristides Siqueira
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