terça-feira, dezembro 11, 2012

Entenda as denúncias de Valério que ligam Lula ao esquema do mensalão


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Do G1, em São Paulo e Brasília

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Em depoimento prestado em setembro à Procuradoria-Geral da República, Marcos Valério, condenado pelo Supremo Tribunal Federal como o "operador" do mensalão, disse que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva "deu o ok" para empréstimos bancários ao PT destinados a viabilizar o esquema e para o pagamento de "despesas pessoais", segundo a edição desta terça (11) do jornal "O Estado de S. Paulo" (veja ao lado reportagem do Jornal Nacional).
"O Estado" informa que teve acesso às 13 páginas do depoimento de três horas e meia dado por Marcos Valério no dia 24 de setembro e que ele teria buscado a Procuradoria de maneira voluntária disposto a fornecer novas informações  em troca de proteção e redução da pena. Valério foi condenado pelo STF a mais de 40 anos de prisão pelos crimes de formação de quadrilha, corrupção ativa, peculato, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Veja abaixo os principais pontos das denúncias de Marcos Valério, segundo relato do jornal "O Estado de S. Paulo", e as versões dos envolvidos.
'Ok' para empréstimos do mensalão
Conforme o jornal, Marcos Valério disse aos procuradores que esteve com o então presidente no Palácio do Planalto, acompanhado de José Dirceu, e que Lula deu "ok" para empréstimos do Banco Rural e do BMG ao PT.

Lula não quis comentar as acusações. "Não posso acreditar em mentiras", disse em Paris, na abertura do Fórum pelo Progresso Social (veja no vídeo ao lado).
O advogado José Luís Oliveira Lima afirmou, por meio de nota, que Dirceu "jamais" se reuniu no Palácio do Planalto com Marcos Valério, com o ex-presidente Lula e com o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares.
Procurada pelo G1, a assessoria do banco Rural informou que avalia se divulgará nota sobre o assunto abordado na reportagem. A assessoria do BMG informou que o banco não vai se manifestar.
R$ 100 mil para despesas pessoais
Marcos Valério também disse no depoimento, segundo "O Estado de S. Paulo", que repassou R$ 100 mil para despesas pessoais de Lula, por meio da empresa Caso, de Freud Godoy, na época assessor da Presidência da República.

A CPI dos Correios, conhecida como CPI do Mensalão, comprovou recebimento de depósito de R$ 98,5 mil de Marcos Valério para a empresa Caso. Ao investigar o mensalão, a CPI dos Correios detectou, em 2005, pagamento feito pela SMPB, agência de publicidade de Valério, à empresa de Godoy. O depósito foi realizado, segundo dados do sigilo quebrado, em 21 de janeiro de 2003.
O ex-assessor Freud Godoy disse ao G1 que pretende processar Marcos Valério. Ele afirmou que não houve depósito de Valério na conta da empresa dele. "Se ele fez esse depósito, eu quero esse dinheiro porque tô precisando para pagar o 13º dos funcionários", declarou. "Eu quero ver provar. Porque se não provar, vai tomar mais uma ação. Eu vou processar, faço questão".
R$ 4 milhões para advogados
Segundo a reportagem, Marcos Valério disse aos procuradores que o PT pagou despesas no valor de R$ 4 milhões com os honorários dos advogados dele no processo do mensalão.

O partido nega ter arcado com os honorários da defesa de Valério. Rui Falcão, presidente da legenda, disse em nota que o partido é alvo de "campanha difamatória" e que as acusações "refletem apenas uma tentativa desesperada de tentar diminuir a pena de prisão que Valério recebeu do STF".
Negociações com a Portugal Telecom
Marcos Valério disse no depoimento, segundo o jornal, que o então presidente Lula e o então ministro da Economia, Antônio Palocci, fizeram gestões junto à Portugal Telecom para que a empresa repassasse R$ 7 milhões ao PT.

Esses recursos teriam sido enviados por empresas fornecedoras da companhia, por meio de publicitários que prestavam serviço ao PT. Segundo a reportagem do jornal, as negociações com a Portugal Telecom estariam por trás da viagem a Portugal, em 2005, de Valério, de seu ex-advogado Rogério Tolentino e do ex-secretário do PTB Emerson Palmieri.
Palocci negou as declarações do operador do mensalão. Por meio de sua assessoria, ele disse que os fatos relatados por Valério "jamais existiram".
O ex-presidente da Portugal Telecom Miguel Horta declarou, por meio de nota, que não teve "qualquer ligação" com o processo do mensalão. Segundo o empresário, "essa é uma questão de política interna brasileira" à qual ele é totalmente "alheio".
Suposta chantagem
No depoimento, segundo a reportagem de "O Estado de S. Paulo", Valério contou que soube, em conversa com o ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira, que o empresário Ronan Maria Pinto vinha chantageando Lula, Dirceu e Gilberto Carvalho, ministro de Lula e do atual governo da presidente Dilma Rousseff, em razão do assassinato de Celso Daniel (PT), prefeito de Santo André.

A assessoria de Ronan Maria Pinto informou em nota que ele "jamais se encontrou em qualquer circunstância com o sr. Marcos Valério, a quem não conhece pessoalmente – só pelo noticiário". Segundo a assessoria, ele também não conhece José Bumlai. "Diante desses fatos, a falsidade das declarações atribuídas ao sr. Marcos Valério fica patente. Trata-se da mesma velha falácia com que buscam envolver seu nome em assuntos com os quais nada tem a ver", diz a nota.
 Senador nega ter recebido
Ainda de acordo com a reportagem, Marcos Valério acusou outros políticos de terem sido beneficiados pelo chamado valerioduto, entre eles o senador Humberto Costa (PT-PE).

Ao G1, Costa negou (veja no vídeo ao lado) que tenha se beneficiado do esquema. "Isso é um assunto requentado, de 2005, levantado naquela época e devidamente respondido. Minhas contas de campanha são públicas e aprovadas pelos tribunais. Não houve nenhum tipo de pagamento pelo 'valerioduto', tanto que nem a CPI dos Correios nem o Supremo levaram em conta essa denúncia", afirmou.
Ameaça de morte
A reportagem relata ainda que Marcos Valério disse ter sido ameaçado de morte por Paulo Okamotto, atual diretor do Instituto Lula e amigo do ex-presidente. "Se abrisse a boca, morreria", disse o empresário no depoimento à Procuradoria-Geral da República. "Tem gente no PT que acha que a gente devia matar você", teria dito Okamotto a Valério, segundo o jornal, em encontro em um hotel em Brasília.

Paulo Okamotto afirmou, em Paris, ter interpretado as declarações do suposto operador do mensalão como uma tentativa de reduzir sua pena no processo do mensalão. "Interpreto como uma tentativa que ele tem de não tentar pegar 40 anos de cadeia. Se eu fosse ele, estaria tentando descobrir um jeito de entrar com apelações no Judiciário", disse.
"Realmente, ser condenado a 40 anos de cadeia é um bocado de tempo preso. Acho até que é uma condenação excessiva, no meu modo de ver", destacou o dirigente do Instituto Lula na saída do Fórum pelo Progresso Social, evento organizado pela entidade do ex-presidente da República em parceria com uma fundação francesa.
Repercussão
A presidente Dilma Rousseff classificou como "lamentável" o que chamou de "tentativa de desgastar" a imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (veja no vídeo ao lado). "Eu considero lamentável essas tentativas de desgastar a imagem do presidente Lula. Acho lamentável", afirmou Dilma em entrevista ao lado do presidente François Hollande, em Paris. "Eu repudio todas as tentativas - e esta não seria a primeira vez - de tentar destituí-lo [Lula] da sua imensa carga de respeito que o povo brasileiro lhe tem".

Três dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal defenderam apuração das acusações feitas por Marcos Valério. Pela manhã, o presidente da corte, Joaquim Barbosa, já havia afirmado que os fatos devem ser apurados.
O líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PSDB-PR), protocolou pedido ao Ministério Público para que os parlamentares tenham acesso à integra do depoimento de Valério. Os tucanos também defendem que Valério dê explicações no Congresso.
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) classificou como "graves" as declarações de Marcos Valério e defendeu investigação pela Procuradoria-Geral da República. "[São] graves, na direção daquilo que a imprensa já havia publicado. Cabe a meu ver a PGR analisar que procedimentos tomará em seguida, se há novos indícios que possam modificar sua posição", disse.
O PPS cobrou que o Ministério Público abra investigação para apurar o envolvimento de Lula no esquema do mensalão. "Diante das declarações dadas ao Ministério Público não resta outro caminho. É abertura imediata de inquérito", afirmou o presidente do partido, deputado Roberto Freire (SP).
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse nesta terça, por meio de sua assessoria de imprensa, que não vai se pronunciar sobre o assunto até o final do julgamento no STF.  A Procuradoria já havia informado que novas informações repassadas por Marcos Valério não seriam incluídas na ação do mensalão, embora pudessem resultar na abertura de um novo processo em primeira instância, por exemplo.
Autor da denúncia do mensalão, o ex-procurador-geral da República Antonio Fernando de Souza afirmou ao G1 que a abertura de um novo inquérito para investigar Lula dependeria da apresentação de provas que apontassem a veracidade do depoimento de Valério.
Defesa de Valério não confirma
Questionado sobre o depoimento nesta terça, o advogado de Valério, Marcelo Leonardo, disse, em entrevista a Cristiana Lôbo (veja no vídeo ao lado) que não está "confirmando nem deixando de confirmar absolutamente nada" sobre a reportagem.

Mas Leonardo disse que o cliente delenão deverá dar novos depoimentosporque, segundo afirmou, "é inútil colaborar com a Justiça".
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segunda-feira, dezembro 10, 2012

Decisão do Supremo pode provocar crise institucional com Câmara dos Deputados


Jonal do Brasil
O voto da ministra Rosa Weber demonstrou com clareza que a cassação de mandatos parlamentares não cabe ao Judiciário, mas ao Poder Legislativo, que tem mandato delegado pelos eleitores. Ainda assim, quatro ministros do Supremo Tribunal Federal – Joaquim Barbosa, Luiz Fux, Gilmar Mendes e Marco Aurélio Mendes– entenderam que são eles que devem cassar o mandato dos três deputados condenados pelo mensalão: João Paulo Cunha (PT-SP), Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Pedro Henry (PP-MT). Como esta é a tendência do último ministro a votar, Celso de Mello, será a decisão da corte.
Sem a menor dúvida que grande parte da mídia aplaudirá de pé, na expectativa de ver cabeças e sangue rolarem. Há, porém, um risco maior: a decisão do Supremo pode criar uma grave crise institucional entre os dois Poderes. O presidente da Câmara Federal, Marco Maia, que fica no cargo até fevereiro, já declarou entender que a cassação dos deputados condenados tem que ser decidida pelo plenário da Casa, ou seja, pelos seus pares.
É o que reza a Constituição no entendimento não apenas de Maia, mas também dos quatro ministros do Supremo que não votaram com o relator: Ricardo Lewandowski, Rosa Weber, Dias Toffoli e Cármen Lúcia. Eles divergiram com argumentos fortes, o que mostrou que questão divide opiniões. Ou seja, não é apenas um mero corporativismo dos parlamentares, tipo puxar a brasa para as minhas (deles) sardinhas.
Oficialmente, a decisão só será tomada quarta-feira, com o quinto voto. Na prática, ela demora a  vigorar, pois depende do fim do julgamento da Ação Penal 470. Isto só acontece depois dos recursos a serem interpostos e, necessariamente, da publicação do Acórdão. Ou seja, ainda se tem alguns meses para que ministros do Supremo e parlamentares se dispam das armaduras de guerra que parecem terem retirado dos armários e deixem de lado também o orgulho que domina alguns deles.
Precisam, pelos cargos que ocupam, buscar uma solução que evite o conflitos entre Poderes o que só prejudicará o país e a população como um todo.
Não é com conflitos deste tipo que fazem valer o Estado de Direito que têm defendido com muita ênfase nos últimos meses.

Parlamento aprova permissão para Chávez tratar câncer em Cuba

Agencia Brasil
A Assembleia Nacional (o Parlamento) da Venezuela aprovou, por unanimidade, a permissão para que o presidente do país, Hugo Chávez, viaje a Cuba, onde será submetido a uma nova cirurgia para retirar um tumor maligno. Em discurso na noite de sábado (8), ele admitiu a gravidade de seu estado de saúde e a possibilidade de se afastar da Presidência do país.
Chávez entregou o pedido ao presidente do órgão legislativo, Diosdado Cabello, que convocou uma sessão extraordinária para analisar a permissão. A discussão foi feita com base no Artigo 235 da Constituição da Venezuela, que estabelece que a “ausência do território nacional por parte do presidente ou da presidenta da República requer autorização da Assembleia Nacional ou da Comissão Delegada, quando se prolongar por um prazo superior a cinco dias consecutivos”.
Na votação, Cabello enfatizou que “não se trata de um presidente que está pedindo para deixar suas funções. [Chávez] segue sendo presidente com suas atribuições”. “O que ele está pleiteando é uma permissão para sair do país [para cuidar da saúde]”, acrescentou.
Ao falar sobre o seu estado de saúde, Hugo Chávez indicou o vice-presidente e ministro das Relações Exteriores, Nicolás Maduro, como seu sucessor, se algo lhe ocorrer. "Se, como diz a Constituição, ocorrer algo que me inabilite para continuar no comando da Presidência, seja para terminar os poucos dias restantes e, especialmente, para levar o novo período, (...) Nicolás Maduro deve concluir o período [presidencial]", disse em cadeia nacional de rádio e televisão.
"Minha opinião firme, plena como a lua cheia, irrevogável absoluta, total, é que neste cenário que obrigaria a convocação de eleições presidenciais vocês o elejam como presidente", acrescentou. Reeleito em outubro, Chávez deve assumir o novo mandato em 10 de janeiro. Se ele não conseguir tomar posse, o país terá que realizar novas eleições. Neste caso, o presidente recomendou que a população apoie Maduro.

quinta-feira, dezembro 06, 2012

Ney recusa a homenagem da Câmara e diz ter dado “volta por cima” após cassação


Por Portal  Jornal de Hoje 

A Câmara dos Deputados realizou na tarde de hoje, 6, em Brasília, sessão solene para a devolução simbólica dos mandatos dos deputados federais cassados pela ditadura de 1964. Foram 173 parlamentares punidos, sendo 144 já falecidos e 29 vivos. Do Rio Grande do Norte estão na lista dos homenageados três ex-deputados federais, todos pertencentes à Arena. Já falecidos, Aluízio Alves e Erivan França. O único potiguar vivo é o ex-deputado Ney Lopes, 67. Tendo sido vítima da Revolução de 64 aos 31 anos de idade, Ney falou com exclusividade ao Jornal de Hoje sobre a homenagem da Câmara Federal.
Ney recebeu convite para a solenidade em Brasília, com passagem aérea e hospedagem pagas, extensivo a sua esposa. Em que pese a “gentileza do presidente da Câmara, Marco Maia”, decidiu não estar presente, pela razão de que “nenhuma homenagem compensaria o sofrimento que passei. Até se devolvessem o mandato, não aceitaria. Voltei à Câmara depois da cassação, mas pelo voto popular”.
“A única homenagem que gostaria de receber – diz Ney – seria o Ministério da Justiça, o arquivo nacional, ou órgão competente do governo, informarem a razão da cassação do meu mandato de deputado federal em 1976; que crime cometi; quem pediu a minha cassação e por quais motivos. Fiz vários requerimentos nesse sentido e nenhuma resposta. Fui anistiado e recebi um “pedido formal” de desculpas do estado brasileiro. Jamais pretendi (nem pedirei) indenização em dinheiro. O vil metal não pagaria a injustiça sofrida. Ficaram seqüelas de enfermidades até em familiares, por força das profundas lesões e golpes baixos”.
Para superar a adversidade Ney afirma que fez como Paulo Vanzolin: “ali quando eu chorei, qualquer um chorava; dar a volta por cima que eu dei quero ver quem dava. Agi do meu jeito, como na canção (“My way”) de Sinatra”.
A seguir, na íntegra, a entrevista ao JH de Ney Lopes de Souza, ex-deputado federal, jornalista, procurador federal e professor de direito constitucional da UFRN.

O Jornalde Hoje – Por que o Sr. não aceitou o convite da Câmara?
Ney Lopes – Machado de Assis escreveu que “há coisas que melhor se dizem calando”. Eu diria, que a ausência é também uma forma de dizer algo nascido do fundo da alma. Jamais tive processo judicial ou extrajudicial instaurado, nem tão pouco libelo acusatório da própria Revolução de 64 (CGI), diligência, ou condenação do Tribunal de Contas do RN (as contas públicas foram aprovadas, referentes ao curto período de oito meses como diretor – jamais fui presidente- da COSERN); representação ou denúncia do Ministério Público; acusação do governo do RN, ou de quem quer que seja. Não posso dizer que fui absolvido, pelo fato de nunca ter respondido processo, inquérito, ou inquirição de qualquer natureza.
JH: Antes da cassação, o Sr. foi candidato?
NL: Em 1966 (com 21 anos) quase me elegi deputado no MDB, partido do qual fui fundador no RN. Faltou quociente eleitoral. Fiz uma campanha com a bandeira da democracia e da liberdade nas mãos. Defendia a candidatura (simbólica) de Ulysses Guimarães à Presidente. Durante e pós eleição, os grupos locais e tradicionais me acusaram de comunista. Fui chamado ao DOPS várias vezes.
JH: Por que o Sr. filiou-se a Arena, partido da Revolução?
NL:Após a cassação de Aluízio Alves, ele e o seu grupo saíram da Arena e assumiram o MDB. Não tive mais espaço. A legenda prioritária do MDB para deputado em 1970 seria de Henrique Alves, filho de Aluízio. À época tinha amizade pessoal com Cortez Pereira, que me convidou para o seu governo. Ainda hoje, opção política no RN decorre de circunstâncias. A pedido de Cortez, mesmo sem entusiasmo, filiei-me a Arena. Reconheço que cometi um pecado.
JH: Fazia restrições a partidos de esquerda?
NL:Ao contrário, sempre me considerei um revolucionário, a favor de mudanças sociais profundas, preservada a liberdade. Nunca fui marxista, nem conservador. A democracia liberal social que defendo é muito próxima dos esquerdistas, intelectualmente honestos.
JH: Afinal, qual o motivo da cassação do seu mandato?
NL:Isto é tudo que luto para saber há 36 anos. Quando iniciei a reconstrução da minha vida em 1976 procurei empréstimo para comprar uma casa e nela morar. O Banco exigia a hipoteca do imóvel. A CGI, órgão da Revolução, impediu a transação. Fui ao Rio de Janeiro, na Rua México, sede da CGI. Após ser recebido por um coronel disse-lhe que desejava comprar uma casa e hipotecá-la como garantia. Por isto indagava as razões da CGI impedir a hipoteca. Ele entrou no gabinete e ao sair disse: “é estranho. Aqui na CGI não há nada contra o senhor. Nenhum processo, nenhuma investigação”. Logo retruquei: “mas eu já fui cassado. Então o Sr. atesta isto em certidão?” Ele disse não e completou: “tudo é concentrado no comando revolucionário em Brasília”. Perguntei-lhe o endereço do comando, ele informou não saber, porque haviam muitos órgãos. Sai do prédio com lágrimas nos olhos. Não tinha a quem apelar. Na sede da CGI no RJ tive a certeza absoluta de que a cassação fora exclusivamente por motivação política local.
JH: O Sr. teria sido cassado preventivamente, para não se tornar no futuro um empecilho às lideranças tradicionais do RN?
NL: Não sei. Sinceramente nunca pensei em ser empecilho a ninguém. Realmente pensava em crescer na política, porém dentro do grupo partidário, no devido tempo. Sempre cultivei a coerência política.
JH: O Sr. guarda mágoas pelo sofrimento que teve?
NL: Não coloco mágoa em freezer de geladeira. Poderia ter desesperado, ao ser massacrado com 31 anos, casado, pai de três filhos de tenra idade, aposentado proporcionalmente com menos de um salário mínimo por mês (cargos públicos que cheguei por concurso) e dívidas de campanha. Deus mostrou-me como superar. Fui morar na casa do meu sogro e lutar como advogado. Criei a família e terminei vitorioso.
JH: Por que se filiou ao PFL (hoje DEM), na volta à política?
NL: Por influência do então governador José Agripino, meu colega de colégio Marista e de Marco Maciel, com quem firmara uma amizade em Brasília. Sempre tive admiração por ambos e confiei no comando deles. Não me arrependo.
JH: Como foi para reconstruir a vida, sem exercer a sua vocação de homem público?
Foi uma espécie de pós-graduação na Universidade da vida. Diz-se que “quando você precisa tomar uma decisão e não toma, está tomando a decisão de nada fazer”.  Voltei à advocacia, com escritório de boa clientela. Foi uma decisão correta, apesar da alma mutilada. Hoje continuo a exercer a advocacia em Natal com Ney Jr e colegas.
JH: Quando e como recomeçou a disputar mandatos eletivos?
NL: Em 1982, após ter sido o coordenador geral da campanha vitoriosa de José Agripino ao governo do estado, cheguei a primeiro suplente do senador Carlos Alberto. Em 1986, na assembléia nacional constituinte, voltei à Câmara, lá permanecendo durante seis mandatos. Além disso, fui vice-prefeito de Natal e exerci no período de quatro anos a honrosa presidência do Parlamento Latino Americano, que reúne todos os parlamentares da América Latina e do Caribe. Presidi a Fundação de Estudos Políticos do DEM, várias Comissões na Câmara, como a de Constituição, Justiça e Redação final e a mista do Mercosul.
JH: O sr. foi considerado, por vários anos, um dos melhores parlamentares brasileiros?
NL: O DIAP (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), órgão da CUT, acompanhou as atividades do Congresso Nacional mais de 14 anos consecutivos. O meu nome foi permanentemente incluído na lista os “100 cabeças do Congresso” – aqueles tidos como os mais eficientes no Senado e na Câmara. A revista VEJA publicou em setembro de 1998 os parlamentares brasileiros considerados “Os bons da Câmara”. Fui um desses nomes. O Correio Braziliense (28.06.06) publicou análise do DIAP, na qual registra que nos últimos 14 anos apenas oito deputados estiveram sempre, ano a ano, entre os melhores do Congresso. Fui um deles, ao lado de José Sarney, Delfim Netto, Pedro Simon e outros. O Instituto internacional “Public Affairs and Political Risk Analisys” escolheu-me integrante da “Elite Parlamentar Brasileira” pelo desempenho jurídico e político em questões internas e externas (2000/2006). ÉPOCA, em 06/05/02, divulgou pesquisa sobre os “alunos nota 10″ e fui considerado, entre os 594 deputados e senadores, um dos 14 (quatorze) melhores Parlamentares do Brasil. Certamente paguei um elevado preço, por receber esse reconhecimento público, causado pela inveja e o despeito. Porém, não pude evitar. O que fazer?
JH: Recebeu outras homenagens?
NL: Recebi várias medalhas do Exército, Marinha e Aeronáutica, Também do TST (grau de “Grã Cruz”); TRT; do governo brasileiro com a outorga da Ordem do Mérito Rio Branco, no grau de “Grande Oficial”, da UNESCO, ONU, Parlamento Europeu, Parlatino e Congressos Nacionais da América Latina e Caribe, como presidente do Parlamento Latino Americano.
JH: Sentiu emoção diferente em alguma dessas homenagens?
NL: Após perder a eleição em Natal para prefeito em 2004, fui à Bogotá receber o maior grau da Medalha Nacional Colombiana. Na hora da outorga foi tocado o Hino Nacional brasileiro Emocionei-me com a minha esposa, pensando que recebia aquele reconhecimento e na minha cidade Natal perdera a eleição para prefeito, por larga margem de votos. Depois raciocinei que, mesmo chocado por não ter sido reconhecida a minha boa intenção, se tratava de um fato político normal. Era o resultado do voto popular, no jogo democrático. Anormal tinha sido o ato de força e de perseguição política em 1976.
JH: O RN reconheceu a sua vocação política?
NL: Acho que sim. Basta ver as seis reeleições que tive. Porém, a caminhada foi muito difícil, pelas razões que todos conhecem. Digo sempre que na política norteriograndense sou a prova de que Deus existe. O Eclesiastes me inspirou, ao aconselhar que aqueles que esperam condições ideais nunca fazem nada.
JH: Lembra de alguma oportunidade perdida na sua vida pública?
NL: Muitas. Todas por coerência e lealdade. A principal foi ter deixado de aceitar a indicação, quase unânime da Câmara, para ser Ministro do TCU, em 2004. Os próprios ministros da Corte, à época, defendiam o meu nome abertamente. Presidindo a Comissão de Justiça tinha apoios declarados. Recuei para aceitar o dramático apelo partidário de disputar a Prefeitura de Natal e o compromisso político de que, na eleição seguinte, seria o candidato preferencial da legenda à Senador.
JH: Pensa em voltar à política?
NL: Seria hipocrisia dizer que não desejaria, ainda, ajudar o crescimento do RN, principalmente no binômio geração de empregos e novas oportunidades, com a implantação de pólo exportador e turístico no Estado, através de uma área de livre comércio, ao lado do aeroporto de São Gonçalo do Amarante. Todavia, não sou ingênuo. Não posso ser candidato de mim mesmo, embora muito estimulado por pessoas do povo. Veja o meu filho Ney Jr. autor de 38 projetos de lei em vigor em Natal – nunca houve isto na Câmara de Natal – foi às urnas e perdeu para vereador, por várias razões, mesmo preservando a fidelidade partidária e tendo exercido o mandato com dignidade e responsabilidade. Ouço diariamente lamentações porque Ney Jr não ganhou. De que adianta, se o voto foi transformado em moeda de troca, ou de ridicularia? Por tudo isso é difícil pensar em voltar. O povo quer assim, que assim seja! Dizia São Paulo: “quem está quieto, se aquiete mais!”
JH: Foi difícil recomeçar há 36 anos atrás, após a sua cassação?
NL: Não me faltou a solidariedade absoluta da minha esposa, Abigail; da família e de poucos amigos. A ingratidão sempre dói muito. Ela é a flecha venenosa, que mais corrói (às vezes mata) a alma do ser humano. Devemos aproveitar as adversidades para cultivar as virtudes. Fiz do medo um desafio e retirei de todas as circunstâncias lições de vida para ser feliz. Hoje sou um homem realizado e sem ressentimentos. Graças a Deus!

terça-feira, dezembro 04, 2012

O PMDB É PASSADO, PRESENTE E FUTURO


Não é só isso que desgasta o governo Rosalba. Nós que andamos esse estado de ponta a ponta, e o faço ha 35 anos. As lideranças  aflitas nada chega, o  gado morrendo, não existe um projeto que possa mudar a cabeça das grandes lideranças do nosso interior sofrido. Para completar o desgaste do governo, alguns auxiliares fracos, secretários e principalmente o segundo escalão que esta empestado de adversário, nomeados ainda no primeiro governo Wilma. Apenas para ilustrar vou dar nome aos bois. Na secretaria de administração do competente secretário Alber Nóbrega, tem no setor jurídico o chefe do setor jurídico e que wilmista de brigar, um tal  de dr. Caio de Assu. Esse cidadão se ele atender 100 eleitores de Rosalba ela perde todos. O rapaz dr.Caio analisa os processos de interesse do funcionalismo de assuntos diversos, como aposentadorias, revisão salarial etc. Esse tipo de cargos comissionados tem que tirar do governo e colocar gente competente e que não desgaste a governadora. Acho até que a insatisfação do PMDB com o Governo Rosalba, vem do somatório de todas as mazelas como a que acontece como a forma truculenta como esse tal de dr. Caio de Assu.
Depois da entrevista do Líder Walter Alves, vem a de Henrique ao Jornal de Hoje  ele abriu mão da interlocução pessoal com o governo, devolvendo a Garibaldi esta condução. Pela primeira vez, Henrique assumiu a insatisfação do PMDB em relação ao governo democrata. Segundo ele, não se trata de cargos, mas da definição de uma parceria em prol do Rio Grande do Norte. A reclamação em relação ao governo, afirmou o deputado, acontece não apenas no PMDB, mas em toda a base de apoio político.
“Toda a base está reclamando de uma melhor articulação do governo, de uma pareceria mais transparente, mais verdadeira, até de uma mínima boa vontade nessa articulação”, declarou. Segundo Henrique, o PMDB não precisa de cargos para ser o partido que é, “de novo o maior do RN, pela sua militância, pela sua história, pela sua coerência”. Ele assevera: “Nós queremos que o governo seja democrático, seja parceiro, possa ouvir os aliados, e isso não está acontecendo”.

domingo, dezembro 02, 2012

Henrique reclama que Rosalba não confia no PMDB e admite rompimento


JH por Alex Viana
O presidente do PMDB no Rio Grande do Norte, deputado federal Henrique Eduardo Alves, admitiu esta manhã, durante evento do Partido Verde em Natal, que o PMDB considera “insatisfatória” a parceria política com a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) e que a depender do governo, o partido poderá romper com vistas às eleições de 2014.
“No palanque de Dilma o PMDB estará com tranquilidade em 2014, mas no de Rosalba, vai depender do tipo de parceria que ela queira e da contribuição que ela queira do PMDB, que, no momento, não está satisfatória”, afirmou o líder peemedebista ao Jornal de Hoje, após sofrer desprestígio durante os últimos dias, por parte da condução política do governo Rosalba Ciarlini.
Em entrevista há duas semanas, o ministro da Previdência, Garibaldi Filho, e o líder do PMDB na Assembleia Legislativa, deputado Walter Alves, apontaram publicamente Henrique com o porta-voz do PMDB a ser procurado pelo governo para a abertura de uma linha de diálogo com a administração estadual. Entretanto, o governo desprezou o provável futuro presidente da Câmara dos Deputados, sequer o contatando para uma conversa.
Agora, Henrique abre mão de conversar com o governo, devolvendo a Garibaldi a condução, e endurece o verbo contra a administração democrata no Rio Grande do Norte. “Já sou rouco, estou mais rouco ainda de tanto falar. Mas não estou conseguindo ser ouvido, então, deleguei a Garibaldi. Ele vai ser o nosso negociador, articulador de novo. Até porque votou legitimamente na governadora Rosalba”, afirmou o deputado, numa mensagem clara de insatisfação com a gestão Rosalba Ciarlini.
Pela primeira vez, Henrique assumiu a insatisfação do PMDB em relação ao governo democrata. Segundo ele, não se trata de cargos, mas da definição de uma parceria em prol do governo do Rio Grande do Norte. A reclamação em relação ao governo, afirmou o deputado, acontece não apenas no PMDB, mas em toda a base de apoio político.
“Toda a base está reclamando de uma melhor articulação do governo, de uma pareceria mais transparente, mais verdadeira, até de uma mínima boa vontade nessa articulação”, declarou. Segundo Henrique, o PMDB não precisa de cargos para ser o partido que é, “de novo o maior do RN, pela sua militância, pela sua história, pela sua coerência”. Ele assevera: “Nós queremos que o governo seja democrático, seja parceiro, possa ouvir os aliados, e isso não está acontecendo”.
Henrique afirmou que o ministro Garibaldi terá nos próximos dias, ou horas, uma conversa decisiva com a governadora Rosalba Ciarlini. Esta conversa, afirmou, poderá definir os rumos de uma nova parceria entre as duas legendas. “Vou aguardar o que vem dessa conversa. Que tipo de governo que querem continuar a fazer, se é esse centralizador, que não conversa, que não confia, que não delega, ou se é uma coisa diferente, que pode ajudar mais o RN”, contou.
Para o peemedebista, a continuidade da aliança do PMDB com Rosalba “depende de o governo mostrar parceria, que quer contar com apoio dos partidos aliados, confia neles, que quer ideias para melhorar o governo, e não se fechar como está”. Henrique avalia que o governo é “completamente hermético” e conclui: “Não é cargo; é ideia, ouvir críticas, para mudar rumos. E isso se faz democraticamente, com a participação de muitos, de todos, se possível. E isso realmente não está acontecendo. E se continuar assim, vai se agravar muito”.
Conselho político
O deputado Henrique criticou a falta de respeito do governo Rosalba Ciarlini em relação ao Conselho Político, criado no começo deste ano para ajudar a administração do Estado, mas que serviu apenas para agrupar os partidos que ajudaram na eleição da vereadora Claudia Regina (DEM) em Mossoró.
“Sugerimos o Conselho Político lá atrás, para se reunir quinzenalmente, para discutir e avaliar erros, acertos, rumos, estratégias. Nunca se reuniu, nunca sequer foi respeitada a ideia. Como se o Conselho Político pudesse ser alguns poucos que estão decidindo porque acham que é o melhor para o RN. Mas tem outros que pensam que o que está se fazendo não é o melhor para o RN”, disse o parlamentar.
Para ele, o governo Rosalba está se fechando cada vez mais. “Não é participar (de cargos), é discutir ideias, contribuição, propostas e políticas públicas, planejar, e não apenas uma coisa fechada e hermética como está acontecendo, que todo o RN está vendo. E eu sei que a governadora, pela sua formação, pela sua história e pela campanha que fez, é uma pessoa aberta a isso. Mas eu não sei o que está acontecendo que o governo está se fechando cada vez mais”.

Em relação a 2014, o parlamentar disse que não vê problema na reafirmação da aliança entre peemedebistas e democratas no RN. Indagado se o PMDB enfrentará dilema entre ficar nos palanques de Dilma e Rosalba, destacou que não. “Isso aí será resolvido muito antes. Dilma já é nossa candidata a presidente, Michel (Temer, vice-presidente da República) é nosso vice. Essa história não se mistura. Tanto que Garibaldi apoiou Rosalba aqui, e foi escolhido por Dilma um mês depois para ser seu ministro”, relembrou.
Instado a falar se o fato de Garibaldi ser ministro de Dilma e ele presidente da Câmara com apoio da presidente não seria constrangedor apoiar Rosalba no RN, Henrique declarou que “não tem nada a ver uma coisa com a outra”. E concluiu: “Estadual é diferente da questão nacional. Tem apoio nosso – do PMDB – a governador de PSDB, governador de PT, do DEM. Em Salvador o PMDB apoiou o DEM. Não foi o fim do mundo, mas uma decisão em benefício da cidade, do estado”.

Garibaldi: “Se for convidado por Rosalba, irei conversar”
A desatenção da governadora Rosalba Ciarlini para com seus aliados é tão grande que extrapola os limites da racionalidade. Embora o PMDB tenha revelado sua insatisfação há algumas semanas, até agora Rosalba não manteve qualquer contato sobre o tema com as principais lideranças do PMDB.
Indagado esta manhã se iria conversar com a governadora sobre o assunto, o ministro da Previdência, Garibaldi Filho afirmou que sim, porém, desde que seja convidado. “Não sei (se vou conversar com ela hoje). Se eu for convidado irei. Ainda não fui convidado, mas, ser for, eu irei”, declarou o ministro, com a sua paciência de sempre.
Instado a responder que acha da atenção dispensada pelo governo ao PMDB, o ministro preferiu não ser crítico. “Diria a você que antes tarde do que nunca”, afirmou. Para em seguida alertar o que está por vir: “Agora, conversa é conversa. Vai depender dos encaminhamentos”, destacou. E o que espera ouvir da governadora: “Eu espero ouvir boas notícias. Vamos deixar para a conversa”.
Garibaldi afirmou que Rosalba poderá contar com o PMDB em 2014. Neste caso, a aliança com Dilma e sua permanência no Ministério da Previdência não seria problema. Neste caso, o PMDB poderá ter dois palanques no RN: um par a presidente Dilma e outro para o candidato que Rosalba apoiará para presidente da República.

“Poderá porque nós já estivemos (juntos). Eu não considero essa sintonia, que eu acredito até que era muito boa, mas eu não considero condição sine qua non, essa afinidade, que possa vir de lá para cá. Mas nós já tivemos no passado uma aliança que eu diria, heterodoxa. Pode ser. Cada vez está se cobrando mais que tenhamos essa coerência. Mas isso não é. Às vezes os interesses dos estados prevalecem. A política estadual, se cobra muito coerência, mas não é uma coisa que se possa dizer que está definido. Pode existir uma aliança heterodoxa, como essa”, analisou.

PV afirma independência em relação ao governo estadual
O PV reuniu hoje suas lideranças no Rio Grande do Norte e também o presidente nacional, Luiz Penna, em evento com participação das principais lideranças do PMDB, Garibaldi e Henrique Alves, e do presidente da Assembleia Legislativa, Ricardo Motta. Na oportunidade, o senador Paulo Davim (PV) assumiu a presidência estadual do partido, anunciando a proposta de que o partido irá se reerguer após o desastre da administração municipal e da gestão partidária da prefeita afastada Micarla de Sousa (PV), inclusive se preparando para disputar espaços na eleição de 2014. “Em 2014, o PV vai disputar espaço pra valer no RN”, afirmou Davim.
No que diz respeito ao campo político, Davim, que foi aliado de primeira hora do governo estadual, afirmou hoje que o PV renasce sob sua custódia com a bandeira da independência política e relação à gestão Rosalba Ciarlini (DEM). “Independência. Eu vou reunir todo diretório para discutir a questão, assumimos uma posição clara. Vamos discutir com todos. Vamos discutir a aliança com o DEM no colegiado”, afirmou.
Na Assembleia Legislativa, o PV tem apenas um deputado, Gilson Moura. Na Câmara de Natal, são três vereadores a partir de 2013, Edivan Martins, Aquino Neto e Luiz Almir. Frente ao governo futuro de Carlos Eduardo, Davim também anuncia independência. “Postura sempre de independência, sem esquecer nosso compromisso em relação ao RN”, declarou.
Sobre o futuro do PV, Davim afirmou que passa pela renovação, planejamento estratégico e interiorização. “Vamos trazer o partido para as bandeiras históricas, os princípios básicos da legenda, expandir a sigla, interiorizar, criando polos regionais e um fórum itinerante para discutir os problemas nacionais e regionais de cada região”.
Sobre a gestão Micarla, Davim afirmou que o PV tem uma dívida com a sociedade. “Não vamos discutir sobre isso, não é elegante, nem pretendemos fazer parte do linchamento público. Teremos uma posição proativa, estamos preocupados com o PV. Daqui para frente, temos muitos problemas a resolver. Temos uma dívida com a sociedade e queremos sanar essa dívida da gestão, da credibilidade, dar à sociedade a resposta que ela precisa ter. Sobretudo sobre questões ambientais, saneamento, revitalização de lagoas, mananciais, desertificação e proteção da mata atlântica”.

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