Inteligente como sempre, a análise escrita do amigo e conterrâneo José Nicodemos ao rememorar o grande líder areia-branquense Manoel Avelino Sobrinho.
DEPUTADO MANOEL AVELINO
Em 1952 Manoel Avelino retornou do Rio de Janeiro para sua cidade natal, Areia Branca, com uma carta de bacharel em direito na bagagem. Formou-se pela Universidade do Brasil, tendo cursado as humanidades no Colégio Pedro II, onde foi aluno de Antenor Nascentes (português) e Manuel Bandeira (literatura luso-brasileira). Ainda estudante secundarista militou na imprensa carioca. Montou seu escritório de advocacia na Praça da Conceição, sendo, porem, muito curta sua trajetória profissional, convocado que foi pelo então prefeito José Justiniano Sólon para suceder-lhe na administração municipal. Houve muitas manobras a fim de impedir-lhe a candidatura, que, no entanto, não tiveram força para demover a José Sólon de sua atitude, homem de palavra que era. Devo dizer que José Sólon, credenciado perante o povo por uma administração diligente e honrada, como era de esperar, e foi assim, de sua visão administrativa associada à notória integridade moral, José Sólon gozava de ampla adesão popular. Assim que, sua indicação do nome do dr. Manoel Avelino desde logo encontrou meio propício na alma areia-branquense. Eleição vitoriosa. Menos de um ano, ou pouco mais, no comando do município, deu-se que o prefeito Manoel Avelino se apresentou candidato à deputação estadual, e elegeu-se. Orador parlamentar, marcou época na Assembleia Legislativa, em três legislaturas. Com sua palavra elegante, como não era comum entre seus pares, diga-se, tinha ele a força de lotar as galerias do Palácio Amaro Cavalcante. Articulista de mão cheia, linguagem castiça mas sem o rebuscado que estraga o estilo, o deputado Manoel Avelino fez também do jornal e do rádio extensão da tribuna parlamentar, decerto com maior público. A Nordeste lhe anunciava a palavra, e todo o estado corujava o rádio. Era oposição ao então governador Dinarte Mariz, de quem veio a tornar-se correligionário, injunções políticas. Da parte dos adversários, tinha ele fama de autoritário. E vai-se ver que não era tanto assim. De mim, participei do seu convívio, particular como político, e posso afirmar ele deixava em opinião entre correligionários o decidirem muitas e muitas coisas. Enfim, e concluindo, o deputado Manoel Avelino era mentalmente, entre os seus pares, o espírito culminante, dúvida nenhuma deve haver. |
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