Ficou para uma reunião em Natal a decisão sobre o futuro de Francisco José Júnior no PSD. Mesmo com a passagem do vice-governador Robinson Faria por Mossoró e Tibau nas últimas 48 horas, os dois não se reuniram.
Ontem houve um desencontro e os dois ficaram de ter uma nova reunião na capital. Mesmo assim, em entrevista ao programa Observador Político, Robinson Faria deixou bem claro qual será o tom da conversa. "Ficamos de ter uma conversa com o presidente da Câmara Municipal em Natal, mas isso não me impede de deixar claro aqui que a posição do PSD não é diferente de nenhum lugar do Rio Grande do Norte. O nosso lugar é na oposição, porque discordamos dessa política mesquinha ultrapassada que não cabe mais nos dias de hoje. Tive a coragem de abraçar a oposição no primeiro ano, coisa que poucos têm. Silveira é um grande companheiro, um parceiro de campanhas passadas. Compreendo a situação dele, mas é isso que vou dizer a ele", destacou.
Questionado se Francisco José Júnior poderia perder o comando do partido por causa da ida para a base governista, Robinson disse que antes de falar sobre isso prefere ouvir os argumentos do aliado. "Não posso falar aqui por conjecturas. Tenho uma estima por ele, espero que ele compreenda que temos uma aliança com os partidos de oposição como o PC do B, PDT, PSB, PT e um leque de partidos que têm um projeto do Rio Grande do Norte. Não posso me precipitar porque não tenho a informação completa para dar uma opinião", acrescentou.
Mesmo com o discurso do respeito, Robinson avisou que não aceita o PSD aliado ao DEM em nenhuma cidade do Estado. "Não vou liberar os meus parceiros para fazer parceria com aliados da governadora porque seria uma incoerência minha. A população cobra dos políticos justamente a coerência" , disse.
De acordo com o vice-governador, o partido faz uma oposição construtiva. "O PSD faz uma oposição construtiva, que tem coragem de falar sobre os problemas e de propostas", afirmou.
"Tínhamos uma oportunidade de ver o Estado avançar na saúde por ter uma médica e talvez seja o pior Estado no quesito saúde. Esse governo vai promover uma geração de sequelados porque quem sofre acidente demora para ter um tratamento".
"Os hospitais regionais viraram moeda de barganha política. O Hospital de Santo Antonio do Salto da Onça, que fazia seis cirurgias eletivas por mês, virou um elefante branco depois que ela entregou ao grupo adversário que não tinha ninguém preparado. É por isso que o Walfredo Gurgel vive cheio".
"A economia dava um programa só sobre isso. O nosso Estado hoje amarga os piores indicadores. O nosso PIB, segundo o IBGE, é o pior do Nordeste. É o lanterninha do Nordeste. Porque o PIB caiu tanto no atual governo. Nos últimos 20, 30 anos a média histórica de investimento no orçamento era de 8%, agora é de 2%. As nossas empresas estão fechando e as empresas estão indo para Pernambuco, Paraíba e Ceará. Precisamos revisar a nossa legislação tributária. Somos uma ilha de incompetência cercada de modernidade".
Robinson diz que a oposição não se definiu para o governo em 2014
O vice-governador disse que o PMDB seria recebido por ele de braços abertos na oposição e que se a legenda quiser impor um nome para disputar o governo ele está aberto ao diálogo. "A oposição não tem chapa fechada. Vou buscar viabilizar meu nome, mas os partidos que fazem parte desse grupo têm todo o direito de tentar se viabilizar", lembrou.
Ele disse que recentemente esteve em Brasília onde travou uma conversa com o ministro Garibaldi Filho e com o deputado estadual Walter Alves. "Tive uma conversa de quase duas horas com o ministro Garibaldi Filho. O PMDB faz parte do governo Rosalba, mas se romper seria bem-vindo na oposição. Isso é a minha opinião não posso falar pelos outros", destacou.
O pessedista reafirmou que o nome dele está à disposição para a disputa do Governo do Estado. "Não vou esconder que sonho ser governador. Não é pecado isso. Pecado é mentir e ser desleal. Se for um movimento espontâneo eu aceitarei. Não depende apenas da minha vontade", frisou.
Perguntado por um ouvinte/telespectador do Observador Político se a deputada estadual Larissa Rosado (PSB) seria um bom nome para a vaga de vice, ele disse que sim. "Quem não gostaria. Talentosa, líder cada vez mais forte nessa região. É claro que eu queria, é só ela dar o sim que a gente roda o Rio Grande do Norte", empolgou-se.
Vice-governador afirma que Rosalba Ciarlini pega carona em obras federais
Durante entrevista no Observador Político, Robinson Faria também não poupou a governadora Rosalba Ciarlini. Ele a classificou de fazer uma gestão sem projetos para o Rio Grande do Norte.
Ele disse que não há grandes obras com a marca exclusiva da governadora. "A governadora pega carona nas obras federais e nos investimentos da iniciativa privada porque não tem nenhum projeto para o Rio Grande do Norte", destacou.
O vice-governador afirmou que foi um dos primeiros no Estado a perceber que o atual governo teria um mau desempenho. Ele disse que percebeu isso quando tentou tornar a Secretaria Estadual de Recursos Hídricos e Meio Ambiente um órgão de excelência. "Como todo o eleitor do Estado acreditei que a prefeita de Mossoró seria uma boa governadora. Fui ser secretário de recursos hídricos e montei uma equipe de excelência, tanto é que o Banco Mundial foi fazer uma auditoria e mesmo com os problemas da gestão passada renovou o convênio por confiar na equipe que estava querendo ajudar e havia uma tentativa de esvaziar meu trabalho. Queria ajudar ao governo", frisou.
Para o vice-governador, o fato de ele ter assumido o controle do PSD no Estado influenciou na má vontade do governo com ele. "Depois passaram a perseguir meus aliados por causa do PSD. Quando recebi o convite de Kassabi consultei Rosalba e Carlos Augusto, que na verdade é o governador", revelou.
O vice-governador falou ainda que o modelo centralizador adotado pelo atual governo é decisivo para os maus resultados. "O governo de Rosalba é um governo de alpendre e num alpendre onde o que impera é a intriga, a confusão e a ingratidão", destacou.
Ele disse que sendo governador adotaria um plano de metas para o Estado. "Temos que ter um governo com metas. Eu estive em Minas Gerais onde há investimento na meritocracia. Se eu fosse governador hoje estaria funcionando a Ronda do Quarteirão. Um projeto do Ceará que eu sugeri a ela (a governadora)", relatou.
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