Depoimenro do ex-delegado Onézimo Sousa à Comissão Mista de Controle de Atividades de Inteligência do Congresso Nacional será entregue ao Ministério Público e à Polícia Federal.A secretaria da comissão informou que a materia serão enviadas às autoridades, o que deve ser feito no início da semana que vem.Sousa prestou depoimento nesta quinta-feira (17) sobre a reunião na qual teria sido discutida a suposta proposta de espionagem contra o candidato tucano à Presidência, José Serra.Ao deixar a comissão, o ex-delegado afirmou que, no encontro, o jornalista Luiz Lanzetta propôs espionar Serra. Lanzetta é dono da Lanza Comunicação, empresa que era responsável pela contratação de jornalistas para a campanha de Dilma Rousseff (PT).O líder do bloco da minoria – PSDB, DEM, PPS – na Câmara, deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), foi quem pediu, na comissão, que o depoimento de Onézimo seja enviado ao Ministério Público. Ele ressalva, no entanto, que, como tratou-se de um convite, não houve juramento. Assim, as declarações do ex-delegado não seriam utilizadas como prova. "Pode servir como indício", disse.Segundo tucanos o depoimento do ex-delegado chamou a atenção principalmente no aspecto de possíveis provas que ele tenha reunido sobre o encontro.No depoimento, Onézimo evitou responder se teria gravado a reunião, mas insinuou que possa ter feito isso. O senador Álvaro Dias (PSDB-PR), líder da minoria no Senado, foi um dos que insistiram na pergunta. “Como um profissional cuidadoso eu pergunto, o senhor faria?”, disse o ex-delegado ao senador tucano.Álvaro Dias afirmou que há uma gravação. “Ele declarou que recebeu ameaças por e-mail e que se lembrou inclusive de Celso Daniel (prefeito de Santo André assassinado em 2002). Ao deixar passar a ideia de que possui uma gravação, me parece que está guardando como instrumento de auto-defesa. Cabe ao Ministério Público e à Polícia Federal requisitarem essa gravação”, disse.Para o deputado Gustavo Fruet, a reação de Onézimo ao ser questionado sobre uma gravação também deixa margem para interpretações de que o ex-delegado tem provas da reunião. “Ele podia ter dito 'eu não tenho gravação'. Dá a impressão de que a gravação é um salvo-conduto para ele”, afirmou.
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