quinta-feira, junho 17, 2010

.Marina da Silva disse que se sentiu envergonhada com escândalos como o do mensalão

A candidata à Presidência da República, Marina da Silva, disse que o presidente Lula não precisa de um “continuador”, mas de um sucessor.Por ele não ter sido capaz de superar todas as dificuldades, o presidente Lula não precisa apenas de um continuador”, disse. Ela foi a primeira entrevistada da série de sabatinas realizadas pelo jornal Folha de S. Paulo com os presidenciáveis.Da mesma forma, a senadora do PV afirmou que não se considera uma candidata “opositora”, mas sim, uma sucessora. Para Marina, um continuador acha que “já está tudo pronto” e um opositor pode querer “jogar tudo na lata do lixo”. “Estou me colocando num lugar de sucessora”, disse, em entrevista ao final da sabatina.A senadora utilizou o mesmo discurso de conciliação e respeito que vem defendendo desde a pré-campanha. "Vou tratar respeitosamente todas as pessoas. Meus adversários do Acre sabem como eu os trato.Entre outros temas, ela falou sobre sua passagem pelo governo Lula no Ministério do Meio Ambiente e sua relação com o PT, além de avaliar seus dois principais concorrentes, Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB). Segundo ela, sua candidatura se configurou como opção para evitar um “plebiscito” para discutir quem é mais desenvolvimentista ou o melhor gerente". Para ela, os dois são iguais no tratamento com as questões ambientais e, por isso, evitou responder se teria dificuldade em declarar apoio a Dilma no segundo turno. “Em relação a esse aspecto, os dois são muito parecidos (Serra e Dilma). Não vejo muita diferença entre os dois”, disse. “Lamentavelmente, os partidos não tiveram capacidade de acompanhar esse debate (meio ambiente).”Marina explicou que foi justamente a incapacidade de colocar a questão da sustentabilidade como conteúdo programático que a fez deixar o PT. Ela disse se sentiu envergonhada com escândalos como o do mensalão, mas que teria permanecido no partido ajudando a transformá-lo. Para ela, nem mesmo seria necessário haver indicação de que ela seria indicada candidata a presidente pelo PT. "Nem precisaria ser eu a candidata. Bastaria o PT estar comprometido com a sustentabilidade", disse.A visão de desenvolvimento da candidata foi abordada em suas análises de temas atuais da vida política do País: pré-sal, Belo Monte, transposição do Rio São Francisco e transgênicos. Para ela, o petróleo é um "mal necessário" e lembrou da tragédia do vazamento do óleo no Golfo do México.Ela destacou a importância de fontes alternativas de energia e disse que a solução não é colocar o pré-sal em um "altar".Marina reforçou que se comprometerá com a reforma tributária e que prentende aumentar investimentos em áreas como a educação e saúde sem criar novos tributos. "Posso dizer que não vamos aumentar e vamos buscar eficiência para que se possa diminuir”, disse.Na questão da saúde, ela voltou a dizer que trabalhar pela regulamentação da emenda 29, que determina o percentual da verba de União, estados e municípios para o setor, é o melhor caminho para melhorar o investimento.Sobre a autonomia do Banco Central e a política cambial, ela disse que o atual caminho foi importante para a estabilidade. Entretanto, defende controle da inflação não com elevação de juros, mas com corte de gasto público.A senadora se disse satisfeita com os 12% de intenções de voto. "Isso representa 16 milhões de pessoas, que não estão associadas às máquinas partidárias.Esses 16 milhões são muito maiores que a capacidade do PV", disse.Ela repetiu que não vai receber doações de empresas ligadas ao tabaco e à indústria bélica. Espera contar com doações de toda sociedade para alcançar os R$ 90 milhões, que é o volume de gastos projetados. Além disso, Marina afirmou que seu vice, o empresário Guilherme Leal, não vai financiar a campanha e que foi escolhido pelo que representa e não por ser um "homem rico".Ao ser perguntada sobre o fato de que há impressão de que, em Brasília, o PV se parece com outros partidos, Marina disse que nele há os mesmo problemas encontrados em outras siglas. Entretanto, ela defendeu a coerência e usou um exemplo para alertar que não se pode transferir responsabilidades para correligionários ou aliados.Por que a gente põe a conta do presidente Sarney no Sarney Filho como se eles fossem a mesma pessoa? Ele vem da política tradicional, mas perguntem ao movimento ambientalista o que acha do Sarney Filho. Não dá para a gente pegar a trajetória do presidente Sarney e colocá-la com todo o peso nas costas do Sarney Filho."Questionada sobre como serão cobertos os gastos com o aumento de 7,7% aprovado pelo Congresso e sancionado pelo presidente Lula aos aposentados, Marina sugeriu que um corte nas emendas parlamentares poderia cobrir esses gastos.Marina pediu ainda que a guerra de dossiês seja “interditada” pelo cidadão brasileiro e defendeu que o acesso a informações se dê sempre por vias legais.

0 comentários:

Postar um comentário

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More

 
Powered by Blogger