quinta-feira, junho 24, 2010

Morre Lourival, o ‘reitor’ da boemia

Quem buscar algo diferente no bar do Lourival, localizado na av. Deodoro em frente à antiga Rádio Poti, irá encontrar apenas um boteco como outro qualquer, com cerveja e petiscos. A boa conversa fiada de mesa e balcão, que fazia a alegria dos frequentadores mais cativos, já não é mais a mesma. É que morreu na madrugada desta quarta-feira (23), o comerciante Lourival Lúcio da Silva, de 86 anos, que além de emprestar o nome para o Bar do Lourival também transformou o espaço em uma extensão de sua casa. Lourival estava hospitalizado e teve complicações cardíacas. Era uma grande figura”Há dez anos o comerciante sofria com problemas cardíacos. “Ele chegou a fazer seis cirurgias de ponte de safena e outras duas mamárias. Por recomendação médica, há seis anos ele se afastou do bar. Mas nós vamos manter essa tradição, cumprindo um desejo dele”, falou Lourival Júnior, que atualmente administra o bar fundado pelo pai.O Bar do Lourival foi inaugurado há 45 anos e logo virou ponto de encontro da boemia de Natal. O local ainda é frequentado sobretudo por jornalistas, políticos, empresários e profissionais liberais influentes na sociedade potiguar.Um dos visitantes mais ilustres do Bar do Lourival foi o “Rei” Pelé. Até hoje uma foto de Lourival com o rei do futebol decora o local, que ganhou clientela pela tradição de bons tira-gostos e cerveja gelada.O país vivia a época da ditadura militar e o Bar do Lourival era um lugar que nos permitia exercitar o nosso posicionamento filosófico e político. Lá a gente exercitava a liberdade. Era como uma segunda redação do Diário de Natal e da Rádio Poti”, relembra com saudades o jornalista e publicitário Ricardo Rosado, frequentador assíduo nos idos dos anos 1970 e 80. “Era um bar comum, que ganhou força pela presença de jornalistas, intelectuais e políticos no local. O carinho era tanto que batizamos o bar como ‘A Universidade da Deodoro’ e Lourival era o nosso reitor”, brinca Rosado.Quem também relembra a “rotina” de encontros no Bar do Lourival, é o jornalista Carlos de Souza. “Todo dia eu saia do jornal e passava por lá. Sempre me divertia com as histórias do professor José Melquíades, sobre sua convivência com Cascudo. Perto do final da vida ele ia religiosamente no Lourival e tomava quatro cervejas.”, conta o jornalista.Sentado sozinho em frente ao bar durante toda a tarde, o funcionário mais antigo da casa, Lupércio Alves , se emociona ao falar sobre Lourival: “Trabalho há 20 anos aqui no bar do Lourival e a única coisa que tenho a dizer é que todo mundo está muito triste e vai sentir muita falta dele. Ele era amigo de todos os fregueses, às vezes aparentava ser um homem duro, mas era uma grande figura!”Fui frequentador assiduo do Bar do Lourival, com os amigos Ednaldo Muniz(gerente da TV Globo) e o publicitário Eurly Moaraes da Nóbrega, Ronald Néo. Ali era comun encontrar os jornalistas Jurandi Nóbrega,Alexandre Cavalcanti, Paulo Tarcisio,Roberto Guedes e outros, professores da UFRN, professor Marques Neto, Manoel Lucio Filho. Vamos ter saudades do velho Lori, com sua atenção especialaos amigos e suas analíses política. Seu anel de doutor era estraordinária, o anel era da universidade da vida. Que Deus o tenha meu amigo.
Transcrito da Tribuna do Norte

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