segunda-feira, junho 07, 2010

Jornalista deixa pré-campanha de Dilma por suposta ligação com dossiê

O jornalista Luiz Lanzetta pediu neste sábado (5) desligamento da pré-campanha de Dilma Rousseff (PT). O pedido foi confirmado ao G1 pela assessoria da pré-candidata. Lanzetta é proprietário da empresa Lanza, responsável pela contratação de integrantes da equipe de comunicação da campanha do PT e é apontado de envolvimento em suposta espionagem contra o pré-candidato tucano à Presidência, José Serra.Em reportagem publicada pela revista “Veja” neste final de semana, o delegado aposentado da Polícia Federal Onésimo Sousa disse que Lanzetta havia proposto a montagem de um esquema de espionagem contra José Serra durante uma suposta reunião de integrantes da campanha de Dilma Rousseff. O G1 não conseguiu contato com Lanzetta, pois o telefone dele estava desligado. Mais tarde, Lanzetta divulgou nota negando participação no suposto esquema de espionagem e confirmando a rescisão do contrato com o PT. De acordo com a revista, a proposta teria sido feita durante almoço no dia 20 de abril, no restaurante Fritz, em Brasília. Entre as pessoas que teriam participado do encontro estariam Lanzetta, Onésimo e o sargento da reserva e ex-agente do serviço secreto da Aeronáutica Idalberto Matias de Araújo, conhecido como o Dadá. O G1 entrou em contato com Onézimo e Idalberto e ainda aguarda retorno das ligações.As informações sobre a montagem do suposto dossiê já provocam reações da oposição no Congresso. O líder do bloco da minoria – PSDB, DEM, PPS – na Câmara, deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), anunciou neste sábado (5) que o seu partido prepara um conjunto de ações judiciais e políticas para tentar apurar as denúncias de suposta espionagem contra José Serra.Para tentar averiguar a suposta contratação de arapongas, o líder tucano afirmou que vai apresentar requerimento à Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência, para convocar Onézimo Sousa e Idalberto Matias de Araújo para depor.Sobre as medidas do PSDB, o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), disse que a base governista não tem relação nem está preocupada com o assunto e que a "confusão" é um problema para a oposição."Não existiu arapongagem e não partiu do PT nenhuma ordem para espionar o Serra", disse Vaccarezza. "A oposição quer desviar o debate com essas acusações", complementou o petista.A pré-candidata do PT nega que exista um dossiê sobre Serra. Nesta sexta, em Brasília ela disse que considerava “uma falsidade” as acusações. “Acho uma falsidade e uma ignomínia. Tais documentos, se existem, não foram produzidos por nós. Tenho certeza que a verdade vai prevalecer. Acho que estou sendo claramente injustiçada”, afirmou.Como sempre ela nega tudo, lembran-se do caso Lina Vieira da Receita Federal?O presidente do PT, José Eduardo Dutra, anunciou que vai questionar Serra judicialmente para que ele confirme as declarações em que acusa a petista de ser responsável pelo suposto dossiê. “Ele acusou a Dilma. Primeiro vamos interpelar para ver se ele confirma o que disse. A partir dessa confirmação, teremos margem para um processo”, afirmou Dutra."Isso é factoide para enganar a imprensa", declarou Serra, após o anúncio de Dutra. Segundo o pré-candidato, quem tem que de se explicar é o PT e a pré-candidata petista por ter sido "descoberto um esquema de dossiê fajuto e difamante da parte deles".O jornalista divulgou a seguinte nota:A Lanza Comunicação torna público que:Na segunda metade do mês de abril deste ano, o seu presidente, Luiz Lanzetta, foi procurado pelo delegado aposentado da Polícia Federal Onésimo de Souza, com uma proposta que ele chamou de “projeto de trabalho”.No encontro mantido alguns dias depois, na presença de outras três pessoas, num restaurante em Brasília, o ex-policial se ofereceu para fazer um trabalho de “monitoramento de adversários” que, segundo ele, estavam produzindo dossiês contra a campanha do PT à presidência.A proposta foi considerada inaceitável, a reunião foi interrompida e não houve mais nenhum contato com o ex-policial.O assunto foi dado por encerrado e, como a conversa não teve qualquer consequência ou desdobramento, seu teor não foi comunicado aos clientes da Lanza Comunicação.A Lanza, no entanto, foi surpreendida com uma reportagem da revista Veja, na semana passada, seguida de repercussões em outros veículos de comunicação.E sente-se no dever de esclarecer:A Lanza não participou nem autorizou a produção de dossiê contra quem quer que seja. Tampouco contratou quem quer que seja para produzir dossiês ou reunir informações contra ninguém. É falsa e de má-fé a versão de que a Lanza propôs investigação sobre algum político. Ao contrário, a Lanza recusou proposta de investigação clandestina feita por um ex-policial.Portanto, não existe dossiê algum, assim como não há contrato algum com arapongas.São mentirosas, além de contraditórias entre si, as informações e declarações de ex-policiais publicadas pela revista Veja e pelo jornal O Estado de S. Paulo.A Lanza decidiu hoje, em caráter unilateral, rescindir o contrato que mantém com a campanha do PT e comunicou essa decisão à Secretaria Nacional de Comunicação do PT.Com essa decisão, a Lanza se sente liberada para defender-se, em qualquer âmbito que julgue necessário, das falsas acusações que lhe tem sido impostas.
LANZA COMUNICAÇÃO
Luiz Lanzetta, presidente
Brasília, 5 de maio de 2010

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