quarta-feira, setembro 26, 2012

Servidora de Mossoró revela plano que inclui matar pessoal de Larissa Rosado


A campanha da deputada estadual Larissa Rosado (PSB) a prefeita de Mossoró trouxe à tona nesta segunda-feira um vídeo com grave conteúdo. Imagens flagram uma funcionária da Prefeitura de Mossoró, Aparecida Delfino, coordenando equipes de pessoas que atuariam para convencer o eleitor a não votar em Larissa. O vídeo também revela um suposto esquema de compra de votos previsto para atuar nos dias que antecedem as eleições. Num dos trechos mais incisivos, a funcionária pública revela que os trabalhadores poderão ser requisitados para “fazer um trabalho de bastidores”, no dia 02 ou no dia 06 de outubro, véspera da eleição. As imagens foram remetidas pelos advogados de Larissa para a Justiça Eleitoral.
A campanha de Larissa atribui a equipes pagas pelo poder público municipal e estadual um trabalho difamatório contra a sua candidatura. “O grupo que comanda a prefeitura implantou na cidade uma rede de boatos, agressões, difamações e calúnias contra Larissa. Equipes contratadas pela campanha de Claudia Regina estão percorrendo os bairros de Mossoró mentindo e enganando os eleitores”, afirma a campanha de Larissa. A prefeita Fafá Rosado (DEM) e a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) apoiam a candidata Claudia Regina (DEM), cuja campanha seria responsável pela “armação”.
As imagens foram gravadas por uma pessoa que trabalhava numa dessas equipes de Claudia Regina, mas que teria se revoltado com o que está acontecendo. No trecho mais forte, aparece a funcionária pública Aparecida Delfino avisando que as equipes podem ser convocadas para um “trabalho de bastidores” no dia 2 ou no dia 6 de outubro.  Chama a atenção o termo empregado para definir o trabalho a ser realizado pela equipe: “É de matar pra lá”. Diz Aparecida Delfino à equipe: “Porque pode ser que no dia 2 ou no dia 6 de outubro, a gente precise de vocês para fazer um trabalho de bastidores. (Foi) até ideia de Alexandre (que perguntou) – você quer ir para lá fazer o que eu não tenho coragem de fazer? Porque o serviço que eles estão fazendo eu não tenho coragem de fazer. Ave Maria, se você não tem coragem de fazer, é de matar pra lá”, diz Delfino.
Além de apontar para um suposto esquema de compra de votos que estaria sendo montado para o dia da eleição ou vésperas, os vídeos mostram um trabalho de abordagem pré-eleitoral que, com base na mentira, teria como objetivo mudar o voto do eleitor mossoroense de Larissa para Claudia Regina. Isso fica claro num dos trechos do vídeo, em que uma integrante desta equipe tenta convencer um suposto eleitor afirmando que Larissa “administrou o jornal ‘O Mossoroense’ e o jornal quebrou; administrou o Hospital Dix-Sept-Rosado, e ele está aí quebrado, com o salário atrasado”, diz a fala da integrante da equipe.
LIGAÇÕES

Os trechos das gravações mostram que as equipes da chamada “rede de mentiras” da candidata Claudia Regina se reuniriam em duas salas do Shopping Park Center que seriam alugadas por um dos coordenadores da campanha do DEM, o jornalista Neto Queiroz. No vídeo, o nome do jornalista é citado pela própria Aparecida Delfino, num momento em que ela explica como as equipes deveriam agir, caso perguntadas sobre o trabalho que estão realizando.
“A empresa que vocês estão trabalhando é a Quixote, é a de Neto (Queiroz), uma agência de publicidade chamada Quixote. Aluguel dessas duas salas é dele. O que vocês estão fazendo é uma pesquisa sobre a possibilidade de implantação de um novo shopping no Alto de São Manoel. Como vocês estão entrando e saindo, está dando na vista. Triste da pessoa que pensar que se esconde de alguma coisa”, diz Aparecida.
O vídeo deixa claro o uso das referidas salas para a campanha de Claudia Regina. Coordenador da campanha, Neto Queiroz trabalha no jornal Gazeta do Oeste e teria ligações com a campanha de Claudia em razão de prestar serviços para a Prefeitura Municipal de Mossoró na gestão da prefeita Fafá Rosado.
Contudo, esta não seria a primeira vez que Neto Queiroz aparece em tramas favoráveis ao sistema político da prefeita Fafá, madrinha da campanha de Claudia Regina. Ele ficou conhecido por integrar uma equipe responsável por montar, produzir e veicular uma página falsa na Internet, denominada de “Blog do Paulo Doido”.
MENTIRAS
Dentro da “rede de mentiras” contra Larissa, vários eleitores estariam sofrendo ameaças e ofertas de compra de votos. Uma das eleitoras de Larissa revela, no vídeo da campanha que contém a denúncia, distribuído à imprensa, que seu pai recebeu a ameaça de que deixaria de receber o leite do programa municipal por votar em Larissa. Segundo a eleitora, a ameaça partiu de uma pessoa “mandada pelo pessoal de Claudia Regina” .
Diz a eleitora: “Ele (pai) chegou em casa dizendo que disseram lá onde entregam o leite que ia mandar cortar o leite porque lá no Tranquilin é todos Larissa. Foi uma pessoa mandada pelo pessoal de Claudia Regina na minha casa, me ofereceu dinheiro e eu disse que não mudaria”, diz a eleitora no vídeo, em depoimento à campanha da candidata do PSB.
Larissa
Como resposta às agressões, a candidata do PSB, Larissa Rosado, conclamou os eleitores a fazer sua defesa das agressões. “Tenho sido vítima de todo tipo de ataques nesta campanha. Eles agridem a mim, agridem a minha família, agridem até a minha gestação e o filho que ainda trago no ventre”, respondeu Larissa, que está grávida.
A candidata do PSB afirmou que tem fé e que está firme na missão que Deus a colocou. “Peço ao povo de Mossoró que esteja ao meu lado, que me proteja e me ajude a mudar nossa cidade”. Ela conclamou a todos pelo fim das brigas e inaugurar um novo tempo em Mossoró. “Chega de brigas, chega e agressões. Vamos juntos inaugurar um novo tempo, um tempo de paz, de progresso, de inclusão, de cuidado com as pessoas. Vamos construir uma cidade feliz. Vamos construir uma nova Mossoró”, disse.

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