segunda-feira, fevereiro 28, 2011

O LIXO ESTÁ MATANDO NOSSA CRIANÇAS

O Rio Grande do Norte é dos estados da Federação que tem o menor número de usinas de reciclagem do lixo. Praticamente 90% de nossas cidades depositam o lixo a céu aberto, isso acarreta um grande mau á saúde pública e quem mais sofre são as crianças. Outros riscos eminentes são as doenças que aafligem as camadas mais pobres que dependem do lixo para seu sustento, razão porque temos uma incidência de turbeculose, e inumeras outras doenças provinientes deste descaso. Apresentamos aqui sugestões, pois estamos trazendo para o Rio Grande do Norte o maior fabricante de usinas de reciclagem de todos os produtos oriundos do lixo domestico e hospitalar da América Latina. Apresentamos com dados e argumentos como este problema poderá ser resolvido se houver interesse dos municípios em acabar de vez com o crime ambiental e salvar a saúde do povo. Nós estaremos aptos a fazer uma demonstração de como funciona. Nossa sugestão é criar um Polo de cidades como exemplo: Parazinho, Pedra Grande, São Bento do Norte e Caiçara do Norte. Desta forma uma usina apenas resolveria o problema do lixo nessas cidades. Apresentamos agora algumas técnicas do tratamento do lixo.Uma deplorável realidade. Depósitos a céu aberto ainda são o principal método de disposição de lixo em muitas cidades. Essa destinação inadequada acarreta uma série de problemas para a saúde (pública) humana e para a produtividade, além do desperdício de recursos que poderiam ser utilizados (reciclagem) e do comprometimento de reservatórios naturais (rios, nascentes).
ATERROS SANITÁRIOS
É o lixão sofisticado! Entretanto, se todos os critérios legais para a instalação de um aterro fossem realmente respeitados, a crítica não procederia. Uma vez escolhida e desmatada a área, a implantação de um aterro deveria passar pelas seguintes fases:
- Identificação do lençol freático e das nascentes da região;

- Drenagem das nascentes;

- Terraplanagem;

- Camada de regularização e instalação da manta de impermeabilização do solo;

- Camada de proteção da manta, feita com solo;

- Destinação do chorume: drenos de fundo e lagoas de tratamento. Depois, quando o aterro estiver com a capacidade máxima de lixo, encerra sua "vida" útil. Recomenda-se que aterros encerrados sejam mantidos sob vigilância e manutenção por pelo menos 5 anos, pois continuam a produzir lentamente biogás e chorume (líquido escuro derivado do lixo) por mais 10 anos. Outro grande problema associado aos aterros é o tratamento do líquido percolado ou chorume. O custo/benefício não favorece a adoção de medidas sofisticadas de tratamento (usinas piloto, osmose reversa, etc.). A alternativa é desviá-lo para uma estação de tratamento de esgoto, onde é diluído e tratado (importante lembrar que temos muitas cidades sem saneamento básico).
USINAS DE COMPOSTAGEM
As usinas de compostagem associadas às usinas de reciclagem começaram a ser instaladas no Brasil em 1963. Atualmente, temos apenas 8 unidades de compostagem em todo o Brasil, com 30 bioestabilizadores, em São Paulo (SP), Santo André (SP), São José dos Campos (SP), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Boa Vista (RR), Brasília (DF) e Rio de Janeiro (RJ). A capacidade total de processamento é de (apenas) aproximadamente 3000 toneladas de lixo por dia. A relação custo/benefício que essa técnica oferece tem justificado um crescente interesse de inúmeros municípios e ecologistas. Uma usina com apenas um bioestabilizador orgânico é capaz de tratar mais de 90 toneladas/dia de lixo - ou seja, a produção diária de lixo de uma população de 100.000 habitantes.No processo, há uma prévia separação de materiais (gerenciamento de lixo), encontrados no lixo: são separados os metais, papelão, trapos, plásticos, vidros - e esses são destinados aos aterros ou usinas de reciclagem. A matéria orgânica restante (aproximadamente 50%), transforma-se num fertilizante orgânico que é chamado composto. O composto é um produto homogêneo e pasteurizado, com cheiro e aspecto semelhantes ao da terra vegetal. É ótima fonte de matéria orgânica, com diversos micro-nutrientes essenciais à agricultura e jardinagem. É um excelente recondicionador da terra, pois é diretamente assimilado pelas raízes das plantas.
INCINERADORES
A eliminação do lixo pela ação do fogo é uma prática muito antiga. Nas áreas rurais, costuma-se queimar restos de galhos e poda para limpar terrenos para plantio. A ação do fogo reduz sensivelmente o volume do lixo, impede a disseminação de doenças (principalmente no caso do lixo hospitalar) e as cinzas resultantes - cerca de 30% do volume inicial - pode ser mais facilmente destinada. Além disso, há outra vantagem: o lixo urbano é composto por grandes quantidades de plástico e papel e por isso, não há necessidade de utilizar combustível para alcançar a temperatura correta (800ºC). Em termos mais simples: o lixo queima sozinho.
Por outro lado, a incineração sem controle dos produtos pode resultar em grande fonte de poluição. Portanto, os vapores da combustão devem ser tratados em filtros e torres de lavagem, para depois serem liberados na atmosfera através de chaminés, cujas alturas devem ser determinadas após observar as condições de clima e topografia da área.
RECICLAGEM
As modernas sociedades urbanas, em face da tendência de uma verdadeira revolução industrial-ambiental, vêm "redesenhando o progresso tecnológico". O conceito de desenvolvimento sustentável aparece como uma alternativa eficiente que pode assegurar um crescimento racional e um progresso econômico. Entre os novos valores que emergem desse conceito estão a "tecnologia limpa", a "legislação verde", o "consumidor consciente" e a "reciclagem de materiais". O senso comum vê a reciclagem como a "salvação da lavoura". Teoricamente, é bonito dizer que, ao reintroduzir componentes do lixo na linha de produção, poupam-se matérias-primas ao mesmo tempo em que se atenua de forma significante o grave problema da destinação do lixo, mas um projeto de reciclagem em grande escala e abrangente esbarra na questão do lucro. O interesse pelo produto se justifica somente quando ele dá lucro. Aí sim, a indústria se interessa.
Veja abaixo os materiais recicláveis que estão gerando lucro e renda para muitas famílias, além de ajudar consideravelmente a economia de recursos naturais:
Alumínio
Para fabricar o alumínio metálico, usa-se como matéria-prima o minério de alumínio, conhecido como bauxita. O Brasil tem uma das maiores reservas do mundo, estimada em 870.000 toneladas. O grande nó desse produto é que ele é eletrolítico. É a corrente eléctrica que possibilita tal façanha. Gasta-se muita energia eléctrica, que é cara, para produzir alumínio. Por isso se diz que o alumínio metálico tem altíssimo conteúdo de energia. Quando reintroduzimos o alumínio metálico na linha de produção, reaproveitando, por exemplo, as latinhas de refrigerante, poupamos muita energia, o que significa redução de custos. Reutilizando alumínio já produzido, conseguimos uma economia da ordem de 96% da energia necessária para produzir o minério.
PlásticosNos últimos anos, têm-se verificado uma tendência de aumento na utilização de plásticos. Até a década de 50, o material predominante utilizado em embalagens de materiais sólidos era o papelão, e os materiais preferidos para armazenamento de líquidos eram o vidro e as latas.De lá pra cá, os plásticos conquistaram o mercado das embalagens, devido ao baixo custo.Por muito tempo se negligenciou o problema do descarte desses materiais; seu fim era e ainda tem sido, na maioria dos casos, os aterros sanitários, diferentes dos vidros, que geralmente são reutilizados, e do papel, que é biodegradado no meio ambiente.Atualmente, o interesse de vários segmentos industriais no reaproveitamento de diversos tipos de plástico vem crescendo. Do processo esquematizado abaixo, surge o formato de novos objetos: solas de tênis e sapatos, interruptores de tomadas, baldes, mangueiras...
1) O material plástico é separado manualmente
2) É moído e e diluído sob intensa agitação
3) A massa agitada é separada e seca
4) Depois de seco é aglutinado e vai para extrusora que dá formato ao objeto desejado (Solas de tênis, mangueiras, etc).
Vidros
Desde 1986, a indústria de vidro no Brasil desenvolve um programa de reciclagem permanente, baseado num processo de educação e instalação dos chamados "papa-vidros" em diversos locais públicos e privados. O programa contempla um suporte técnico na criação de centros de tratamento, para onde é encaminhado o material vítreo coletado, o qual é selecionado, descontaminado, esmagado (moído), lavado e, finalmente, encaminhado para indústria, onde novamente será reutilizado como matéria-prima no fabrico de novos vidros.Para produzir materiais vítreos, há considerável gasto com energia para alimentar os fornos que fundem o vidro. Dependendo do tipo de vidro, a temperatura pode variar entre 1500 e 1600ºC em contínua produção; o forno normalmente é alimentado por óleo combustível, gás natural ou, em alguns casos, eletricidade. A fusão é etapa que gasta mais energia, perfazendo aproximadamente 80% do total usado para transformar o mineral, por exemplo, numa garrafa.A reciclagem de vidros significa também uma economia significativa de energia, já que o vidro reciclado contém uma energia que, de outra forma, deveria ser fornecida. Comparativamente, a temperatura usada para refundir o vidro reciclado é menor e permite economizar cerca de 100 litros de óleo combustível (ou seu equivalente) para cada tonelada de vidro produzido. No Brasil, o vidro ainda corresponde a 3% dos resíduos urbanos, mas é bem possível que essa porcentagem diminua, porque o vidro é um material 100% reciclável, por uma tecnologia simples, barata e consagrada, que mantém excelente qualidade nos novos produtos gerados a partir da sucata, além de haver interesse financeiro da indústria e conscientização da população. O Brasil produz atualmente cerca de 890 mil toneladas de embalagens de vidro por ano. Cerca de 25% desse total provém de matéria prima reciclada.
Papel e papelão
Para cada tonelada de papel são poupadas aproximadamente 20 árvores! Além da preservação das florestas, a reciclagem proporciona uma economia de energia em torno de 70%, portanto, além do retorno em termos ecológicos, temos também uma economia de energia e água na produção de papel, a partir do papel velho que seria jogado no lixo.O papel, depois de selecionado e enfardado, é vendido para as indústrias de papel que o utilizam como matéria-prima na produção de papel novo. Alguns exemplos: Papel toalha, guardanapos, lenços de papel, papel higiênico e papel para impressão. Nas indústrias gráficas: cadernos, livros, caixas para embalar produtos alimentícios e caixas de papelão para uma infinidade de utilidades. O papel é feito tradicionalmente de fibras de vegetais. Para a produção de 1 tonelada de papel, gastam quase 100 mil litros de água tratada, muita energia e mais de 50 árvores adultas. Quando se aproveita o papel já usado, os gastos são extremamente reduzidos: economia de 50% a 80% de energia e o corte de 20 à 30 árvores são poupados. Nas grandes cidades, quase 25% do lixo é constituído de papel e o Brasil, por incrível que pareça, ainda importa papel de outros países.






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