JORNAL DE FATO(MOSSORÓ/RN
Na pesquisa Ipesp, do sociólogo e cientista político Antônio Lavareda, Cláudia Regina aparece ao lado do vereador Chico da Prefeitura – também do DEM –, ambos com 16% da preferência popular. Rosalbista de carteirinha, Chico se favorece do quesito fidelidade para vencer o desempate. A pesquisa ainda contempla a vice-prefeita Ruth Ciarlini, com 6%, embora até aqui ela não tenha se colocado como prefeitável.Como a coluna antecipou na última terça-feira, o Ipesp somou 37 pontos para a deputada-candidata Larissa Rosado, vista como a favorita. E outros dois prefeitáveis, secretários Francisco Carlos (Cidadania) e Alex Moacir (Serviços Urbanos), não alcançaram o primeiro dígito.A governadora Rosalba Ciarlini é a convidada especial de amanhã do “Observador Político”, programa comandado pelo ex-deputado Laíre Rosado (PSB) na TV Mossoró (canal 7). Evidentemente, a presença da Rosa no canteiro do rosadismo colocará mais uma pitada misteriosa no tempero da sucessão 2012. O programa vai ao ar ao meio-dia.
DIÁRIO DE NATAL
Entrevista Rosalba Ciarlini
Fábio Araújo // fabioaraujo.rn@dabr.com.br // Luiz Freitas // luizfreitas.rn@dabr.com.br
"Ainda vamos demorar para arrumar a casa"
Quem esperava que, passados os 100 primeiros dias de administração, a governadora Rosalba Ciarlini (DEM), deixasse para trás o discurso de "arrumar a casa" pode esquecer. Nesta entrevista exclusiva a O Poti/Diário de Natal, a gestora deixa claro que, em sua visão, ainda há muito a fazer para deixar o estado em ordem. "Em 100 dias deu para tirar um pouquinho da poeira, mas ainda resta muita coisa", resume. No campo político, ela garante que não vai sair do DEM para entrar no PSD, e é bem lacônica ao comentar a ida do vice-governador Robinson Faria para a nova sigla. A governadora fala sobre a situação de seu partido, volta a fazer críticas aos antecessores, afirma que novos convênios podem ser feitos com os municípios que prestem contas dos recursos aplicados. E promete ir a Brasília, após a Semana Santa, para acompanhar de perto a tramitação do edital do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante, cujo edital já foi aprovado pelo TCU.
Passado esse marco simbólico dos 100 dias de governo, como a senhora classifica o momento atual da sua gestão? Já passou a fase de arrumar a casa, ou ainda vai demorar para superar isso?
Ainda vai demorar um tempo. Gostaria muito de dizer "já arrumei, está tudo bonitinho", mas não está. Já conseguimos alguma coisa, mas a casa é muito grande. Em 100 dias deu para tirar um pouquinho da poeira, mas ainda resta muita coisa. Muitas vezes é o estilo de governar. Eu gosto de governar conhecendo tudo para poder planejar. Nisso eu tenho calma. Queremos fazer uma administração moderna. A Secretaria de Administração a cada mês ainda precisa receber de todos os órgãos a sua folha. Isso era para ser automático. É questão básica hoje e cria uma série de dificuldades. Tivemos o maior problema agora porque soube, depois de quase três meses de administração, que funcionários convocados no segundo semestre do ano passado para a saúde - médicos, enfermeiros - ainda não tinham recebido nenhum mês. Quando nós recebemos o governo, esses funcionários não estavam na relação dos empenhos nem dos restos a pagar, então eu não tinha como adivinhar. Para localizar quantos eram e onde estavam, e a folha de posse, foi uma luta. Queria pagar e não podia, por não ter ainda todos esses dados. Só estamos regularizando neste mês. E eles estavam trabalhando desde agosto. Então é esse tipo de situação que precisamos colocar nos trilhos. Ainda tem muita coisa para superar. É como mudar o pneu com o carro andando. O estado não pode parar, a saúde, a educação.
Dá para dizer que a assinatura da ordem de serviço para o Estádio das Dunas marca o início de um nova fase do governo, ou ainda é muito cedo para isso?
Pode-se dizer isso. Para mim, apesar de ainda não estar como eu gostaria, os 100 dias já são a hora de a gente começar a virar a página. Também lançamos na sexta o edital da licitação dos dois túneis da Prudente de Moraes, que não estavam incluídos na primeira etapa. Outro exemplo é o terminal pesqueiro, pronto, que já poderia ser inaugurado em maio, mas infelizmente precisamos fazer agora um acesso para os caminhões, que depende de um viaduto saindo da Pedra do Rosário. Levantamos os custos e deu R$ 12 milhões. Já fui ao ministério solicitar apoio para podermos fazê-lo. Mas vamos tocar para a frente. É mãos à obra.
A senhora deve ter lido as declarações do ex-governador Iberê na semana passada. Passados os 100 dias de governo, ele pela primeira vez se posicionou em relação às críticas que seu governo fez à situação em que encontrou o estado. Eu destacaria dois pontos. Ele diz que a dívida é de 10% do orçamento anual, sendo perfeitamente administrável, e que o governo em três meses arrecadou R$ 1,6 bilhão e pagou apenas cerca de R$ 200 milhões na folha.
Esse orçamento foi feito pelo governo passado, que não deixou nenhuma reserva para pagamento da dívida, que segundo o ex-governador é de mais de um bilhão. Não foi feita nenhuma reserva. Todo o orçamento está comprometido com as questões do dia a dia, como o pagamento de pessoal, da dívida pública, a manutenção da máquina e os investimentos. O grande problema é que esta dívida está aí e não foi contemplada no orçamento. Até para que muitas delas serem pagas legalmente, é preciso um trabalho muito grande. Foi o caso dos convênios com os municípios, que não tinham orçamento, não tinham sido empenhados e não foi restos a pagar. O próprio governo tinha cancelado no início de dezembro mas, no dia 31, republicou. Mas esqueceu de empenhar e de colocar no orçamento. O que podemos fazer são novos convênios. Claro que naquelas obras em andamento, nós não vamos desperdiçar o que já foi gasto, mas para isso eu preciso que cada prefeitura preste contas, para saber como foi empregado o dinheiro.
Setores da imprensa nacional têm dito que a senhora estaria com a intenção de ir para o PSD, assim como o vice-governador Robinson Faria. O que existe de concreto nisso?
Quem diz isso ouviu o galo cantar e não sabe onde. Nunca tive nenhuma intenção de sair do meu partido. E aqui no RN, todos do DEM continuam nele. Eu não tenho motivo para sair do partido pelo qual fui três vezes prefeita, senadora e agora governadora.
Mas o PSD terá impacto no DEM em nível nacional...
Realmente é uma fase difícil para o partido nacionalmente, porque aí sim vai haver defecções. Alguns deputados, a senadora Kátia Abreu já confirmou a saída....é uma realidade. No caso de Robinson, ele deve saber o que quer ao sair do PMN e entrar no PSD, um partido que ainda está sendo fundado.
A chegada do senador José Agripino à presidência nacional do DEM é a oportunidade que o partido tem de reverter essa tendência de queda?
Esse momento em que ele ficou interinamente na presidência, com sua credibilidade, foi importante para que nós evitássemos perdas ainda maiores. Ele trouxe mais confiança ao partido. Muitos que poderiam ter saído não o farão, porque José Agripino traz essa confiança.
As perspectivas para o partido são boas nas eleições municipais de 2012?
Confesso que ainda não parei para pensar nisso. Vamos discutir esse assunto quando chegar a época. Na realidade, fui eleita por uma composição de partidos, e existe a perspectiva de que nossa composição tenha bons resultados.
Mais uma vez se fala nas reformas política e tributária como a solução para muitos problemas estruturais....
A presidenta Dilma está com a faca e o queijo na mão: uma grande aceitação, que nem Lula conseguiu, tem demonstrado ser uma pessoa firme e segura, ao mesmo tempo passando serenidade, e com uma bancada majoritária no Senado e Câmara. A hora de fazer é agora. Tomara que ela consiga. Toda a vida se fala nisso, e não sai do canto.
Que pontos da reforma política deveriam ser priorizados?
É muito polêmico. Sou a favor do voto distrital, para que tenhamos deputados que sejam de uma região e a conheçam bem. Sou favorável à reeleição, só que com o afastamento do governante que se candidata. Ele deveria se afastar do cargo para ficar igual aos outros candidatos. É preciso encontrar uma forma para que o financiamento de campanha seja mais justo e mais igualitário. O financiamento público poderia até resolver todas essas questões, mas é preciso evitar que ele beneficie só os maiores partidos.
Está todo mundo esperando a publicação do edital para o Aeroporto de São Gonçalo do Amarante. Qual é sua expectativa de prazo?
Minha expectativa é que o edital saia este mês. A presidente Dilma já tinha me dado a palavra. É uma questão de honra. É um edital de concessão, e ela me disse que seria a primeira, um modelo para usar em outras. Mesmo com a informação de que sai até o final de abril, depois da Semana Santa eu estarei em Brasília para acompanhar de perto. Agora, quanto às obras a serem feitas pelo estado naquela área, nós já nos preparamos para começá-las assim que a concessão e as obras do aeroporto acontecerem. Estamos contingenciando os recursos devagarinho para não faltar quando for necessário.
O tema hoje é combustíveis. Inclusive, o Procon estadual anunciou que vai notificar os postos porque chegou à conclusão de que houve, realmente, um aumento abusivo. Como é que o governo pode atuar nisso, já que aumento de combustíveis termina influenciando diversos outros preços?
O Procon é o instrumento que nós temos para fazer todo o acompanhamento e fiscalizar essa questão. Como já estamos instituindo que as pesquisas do Procon serão colocadas no site do governo, acho que é um caminho que dá acesso às pessoas, e elas poderão inclusive cobrar a atuação do orgão. A estrutura ainda é pequena, falta estruturar mais, dar mais força para que possa trabalhar em sintonia com a população.
O estado está naquele momento em que pode dar um grande salto se as coisas acontecerem. E a senhora, apesar de não ser da base do governo, está estabelecendo uma boa ponte com a presidenta Dilma. Como a senhora analisa essa relação?
Isso ficou muito claro desde o primeiro encontro. O povo do Rio Grande do Norte votou em mim para governadora e nela para presidenta, os números disseram isso. Então nós temos mais éque tirar essas lições e nos dar as mãos. Não haverá nenhuma dificuldade. Precisamos receber nossos direitos, e não ficar de pires na mão. Temos petróleo, gás, vento, sal, frutas, pedras e uma série de produtos que se soubermos alavancar, vão trazer muito mais benefícios ao Rio Grande do Norte. Então, eu vou atrás dos nossos direitos.
TRIBUNA DO NORTE
Anna Ruth Dantas
Líder do PMDB na Câmara dos Deputados e presidente estadual do partido, o deputado federal Henrique Eduardo Alves enaltece os avanços recentes para dois dos projetos do Rio Grande do Norte - a Copa do Mundo de 2014 e o Aeroporto Internacional de São Gonçalo -, critica o debate “precipitado” sobre eleições de 2012 e 2014 e convoca a classe política potiguar para se unir em defesa dos interesses do RN. Para o parlamentar peemedebista, as discussões sobre eleições entravam a própria unidade da classe política por projetos administrativos. “A gente tem que se unir e esquecer eleição e não ficar preocupado se vai gerar ou não aliança política, isso aí a gente deixa para época própria da política eleitoral e cada um que avalie o que é melhor para o seu partido”, analisa.
Contundentes, as críticas do deputado federal Henrique Eduardo também são dirigidas aos gestores municipais e estadual. Para ele, é preciso integrar ações, programas conjuntos, como é caso do turismo, do trabalho de combate à dengue, do projeto de integração do transporte.
Em meio a declarações da política administrativa, o deputado federal Henrique Eduardo Alves foi questionado sobre a política partidária e eleitoral, tanto de 2012 como de 2014. Foi cauteloso, ponderado e sucinto: “Convoco o Rio Grande do Norte para deixar a eleição que passou, não pensar na eleição que virá daqui a dois anos.”
Sobre os projetos administrativos e política 2012, o deputado federal Henrique Eduardo Alves concedeu a seguinte entrevista:
Como o senhor avalia essa nova fase do projeto do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante?
A grande notícia para o nosso Estado foi a consolidação do Aeroporto Internacional de São Gonçalo do Amarante. É um processo que se arrasta há 14 anos. Quero fazer justiça a todos que participaram dessa luta, a começar pelo presidente Fernando Henrique Cardoso porque foi no Governo Garibaldi Filho que ocorreu o primeiro passo. A partir dali todos tentaram viabilizar esse aeroporto com recursos da União, da Infraero. Ao longo do tempo foi se arrastando. E aí houve o grande gesto político da então ministra Dilma e do presidente Lula que tiveram coragem de quebrar o paradigma e tornar o aeroporto de São Gonçalo a primeira experiência, inovadora, única no Brasil, de aeroporto de carga e passageiro privado. Depois participei do enfrentamento com o pessoal do Rio de Janeiro e São Paulo que queriam essa modelagem para os aeroportos de lá. A ministra e o presidente foram de uma correção ímpar com nosso Estado, sensibilidade ímpar com o Nordeste brasileiro, quando disseram para os Estados de São Paulo e Rio de Janeiro que a experiência inovadora, primeira, seria no Nordeste, no Rio Grande do Norte e em São Gonçalo. Se fosse abrir para o Brasil esse tipo de modelo, pela força de mercado esse investimento iria para São Paulo e para o Rio e no final da fila o Rio Grande do Norte. A tese prevaleceu, Graças a Deus e a eles (Dilma Rousseff e Lula), teremos um aeroporto com capacidade, no espaço de três anos, para 5 milhões de passageiros. É um investimento total de R$ 1 bilhão. R$ 250 milhões a R$ 300 milhões do Poder Público e o restante da iniciativa privada. Vai gerar mais de 20 mil empregos. Será um Rio Grande do Norte antes e depois do aeroporto.
alex régis
ENTREVISTA / HENRIQUE EDUARDO ALVES / Líder do PMDBMas o senhor acha que concluirá antes da Copa? O estudo do Ipea afirma que não será finalizado antes do Mundial.
Não tenho dúvida que será concluído antes da Copa. Antes as pessoas diziam que o aeroporto não iria sair. Agora todos acreditam que o aeroporto vai sair. Agora um documento do IPEA, que eu vou tratar disso depois da Semana Santa, afirma que o aeroporto não vai ficar pronto. Vai ficar pronto sim. A empresa que for assumir, ganhadora do consórcio, terá que assumir o compromisso, será a exigência de entregar no prazo de início de 2014. E é possível sim com uma boa cobrança e boa vontade. Ainda há algumas etapas a serem feitas. O ministro Valmir Campelo (do Tribunal de Contas da União), a nosso pedido, dividiu o processo do Aeroporto de São Gonçalo em três estágios. O de concessão, que é o mais importante, que dá o ponto de partida, esse nós já vencemos. Tem ainda o ambiental, que está caminhando muito bem, e o edital da construção. Se ele fosse juntar os três numa base só demoraria mais tempo. Então o ministro disse que iria separar e faria o da concessão primeiro, porque este dá início a todo processo.
Há previsão para início das obras?
Antes do final deste mês teremos o edital nas ruas com o preço mínimo de R$ 51,8 milhões para quem vai ser o ganhador desse processo novo, de uma concessão onerosa por 28 anos. Será o aeroporto que se transformará na porta do mundo para entrar no Brasil. Vamos inverter esse processo, de entrar por São Paulo e depois chegar aqui o passageiro ou a carga. Primeiro entrarão por aqui e depois se deslocarão para o Sul do país. Vamos mudar a fisionomia do Rio Grande do Norte.
O aeroporto entra em uma nova fase, ao mesmo tempo em que a Copa do Mundo de 2014 em Natal teve a ordem e serviço assinada...
É bom esclarecer que aqui ou acolá ouço declarações de que o Estado esteve perto de perder a Copa do Mundo. Pois digo que nunca o Estado do Rio Grande do Norte correu esse risco. Atrasos aconteceram, mas outras (sedes da Copa) estão mais atrasadas que a nossa, mas tudo dentro do prazo previsível e suportável. Não houve, em momento algum, risco de Natal deixar de ser sede da Copa do Mundo. Quem estiver usando esse discurso trate de mudar porque eu terei de contestar. Foi o projeto mais bem avaliado, foi a cidade mais bem avaliada, foram o clima, a amabilidade do povo, a cidade plana, a rede hoteleira que nos credenciaram. As obras serão feitas, o aeroporto complementa, mas nunca Natal deixou de ser sede da Copa do Mundo. A assinatura do contrato é importante. No caso do Machadão acho que poderia ter sido feito um esforço para antecipar a demolição, poderia ter avançado nisso. Mas está tudo dentro do prazo e as coisas irão acontecer.
A sua influência junto ao Governo Federal parece trazer garantias de obras como o aeroporto.
Não é influência minha. Não é a força do deputado Henrique, tem muito aí a força do meu partido, do PMDB, é um partido que é forte na Câmara, forte no Senado, é o maior partido do Brasil e isso pesa na hora de decidir candidato junto ao Governo.
Mas o senhor é o líder do PMDB na Câmara dos Deputados?
Sim, mas isso é questão de interlocução. Mas essa é a força do partido e todos colaboraram. Essa luta foi do governador Garibaldi antes, da governadora Wilma, do governador Iberê, da governadora Rosalba agora. É um esforço de todos nós, coletivamente. Não há guerra, disputa de vaidade que seria algo muito primário e imaturo. Mas agora há outras etapas há vencer.
E no meio dessas etapas, eleições municipais. Isso atrapalha?
Acho que a questão de se colocar disputa para prefeito, pesquisa, isso está muito fora de época. O eleitor não quer saber disso, ele está pensando em outras coisas. O eleitor quer saber agora dos projetos, dos programas, como estão os resultados. Essa é a hora da união, independente da eleição daqui a dois anos. Nós temos desafios urgentes. As ZPEs (Zonas de Processamento Ambiental) são importantes que elas sejam consolidadas junto com o aeroporto. Tem também a questão do Porto de Natal. Nosso porto já está perdendo pela sua capacidade reduzida, perdendo para Pecém, Suape. Há um projeto muito bem feito pela Codern viabilizando um novo cais do outro lado do rio.
Mas um outro porto naquele local não traz uma discussão ambiental?
É verdade. Isso vai gerar uma polêmica de meio ambiente, mas precisamos discutir logo isso. Esse é um desafio urgente de toda bancada, governadora, é compromisso do Rio Grande do Norte com o seu futuro. Temos ainda a questão da BR 304, Natal-Mossoró. Nós já temos duplicado Fortaleza chegando a Aracati, se duplicarmos o braço Natal-Mossoró, faremos Natal-Fortaleza com muito mais proximidade. A produção será escoada mais rapidamente. Acho que é uma interligação importante para conseguirmos nessa luta comum, duplicar Natal-Mossoró. Temos outros desafios que é a qualificação da mão-de-obra. Esses eventos que irão ocorrer, os instrumentos que serão viabilizados temos que ter o aproveitamento da mão de obra daqui. Como será instalar essas empresas, esses equipamentos e virem trabalhadores da Bahia, do Rio de Janeiro, de São Paulo? Esse é o apelo que eu faço para o nosso jovem estar habilitado, preparado, para ocupar esse emprego. Só no nosso aeroporto de 25 mil empregos, 40% das empresas de aviação aérea irão se instalar no aeroporto aqui. Elas precisarão de funcionários que falem Inglês, Espanhol, Japonês, Francês, isso é um curso que leva dois ou três anos para fazer um curso de boa qualidade. Precisamos trabalhar essa garotada toda. Inclusive, promover curso de Informática, virão muitas empresas. Temos que gerar emprego, primeiro os nossos (trabalhadores locais), a qualificação precisa ser feita para que o cidadão possa ter o seu emprego, a sua renda e ajudar a gerar o desenvolvimento do Rio Grande do Norte.
Não é perigoso apostar o desenvolvimento do Estado apenas no aeroporto?
Tem também a questão da eólica. Estão investindo R$ 8 bilhões que pode ser muito mais e há um estudo ainda preliminar de poder fazer a eólica no mar. Temos um dos mais rasos (mares) do Nordeste. Então essa questão poderia ser viabilizada com um custo muito mais baixo porque não teria a compra do terreno e forçariam os terrenos a terem o preço mais. É uma opção que poderemos ter e favorecendo muito o Rio Grande do Norte. A eólica será um braço muito forte do nosso desenvolvimento.
“Temos que aproveitar o bom momento do país"
Embora o senhor esteja evitando falar de política, o que se percebe é uma proximidade do senhor com a governadora Rosalba Ciarlini. Seria uma proximidade administrativa que poderá se converter em aliança política?
Não votei na governadora Rosalba, votei em Iberê, não me arrependo. Conheço Iberê e ele mereceu meu voto, mas a eleição passou. Só queria que os políticos entendessem que a eleição passou. Quem ganhou, ganhou, quem perdeu que respeite. Desde primeiro de janeiro a governadora é Rosalba. Mesmo não tendo votado nela, quem teve a iniciativa de levá-la à presidenta Dilma para abrir as portas - e elas foram abertas - foi o deputado Henrique em uma audiência que foi importante pela postura da presidenta Dilma e pela postura da governadora Rosalba. Elas se afinaram, são mulheres administradoras com desafios, a partir dali (ele, Henrique Eduardo) quis mostrar à classe política e ao Rio Grande do Norte que nós temos que nos unir. O Ceará é conhecido pela sua briga com outros Estados, mas dentro se une como ninguém. Pernambuco mostrou como cresceu pelo que construiu. A Bahia está aí e nem Nordeste mais é por tanto crescimento que teve. Agora é a vez do Rio Grande do Norte. Com esse aeroporto, com as ZPEs, com o novo porto, com a energia eólica. A gente tem que se unir e esquecer eleição e não ficar preocupado se vai gerar ou não aliança política, isso aí a gente deixa para época própria da política eleitoral e cada um que avalie o que é melhor para o seu partido. Agora convoco a classe política para a gente dar as mãos e fazer a luta da unidade do Rio Grande do Norte. O Brasil está hoje em um bom momento, bons investimentos, recursos na infraestrutura, mas vão ter as prioridades. E no Nordeste a briga é terrível no bom sentido. Quem tiver maior força, e isso passa pela unidade, vai priorizar os seus projetos. Convoco o Rio Grande do Norte para deixar a eleição que passou, não pensar na eleição que virá daqui a dois anos. Se não acontece isso: você não se une com fulano porque ele pode ser prefeito daqui a dois anos, não dar as mãos porque pode se reeleger, se pensar nisso como fica cidadão que mora aqui e quer melhorias na educação, saúde, segurança, geração de renda? Não adianta pensar agora quem será prefeito, governador. Já vejo especulação de quem será o senador. Acho isso tão fora de propósito porque isso termina nos dividindo. Podem dizer que não, mas divide sim porque (pensando na política eleitoral) os encontros são rarefeitos, reuniões desmotivadas, cada um pensando se vai ajudar um adversário ou não. Isso é um grave erro que aqui eu quero evitar que ocorra. É hora de deixar a eleição que passou e a eleição que vem e fazer o presente do Rio Grande do Norte.
Embora o sr. diga isso, o PMDB já disse que vai lançar candidato próprio a prefeito de Natal.
Isso é um conceito partidário. Não é definição de candidatura e nem dizer quem será o candidato. É um conceito que vai prevalecer em todos os partidos. Há muitos anos não temos candidato a prefeito de Natal. Como conceituação o partido decidiu que onde há eleição em cidades maiores é obrigatório ter candidato a prefeito.
O deputado Hermano Morais é o nome do PMDB para disputar a Prefeitura do Natal?
Se estou condenando a antecipação de candidatura não vou cometer esse erro (de falar sobre candidatura). O deputado Hermano é qualificado, mas vamos deixar para depois a questão eleitoral. Agora estou preocupado com o projeto para desenvolver, para libertar o Rio Grande do Norte.
Mas ainda insistindo um pouco sobre política, o seu nome é citado como provável candidato a senador. Seria o seu caminho em 2014?
Esse assunto é fora de pauta. Se eu pensar nisso, é da pessoa humana quem é que será meu concorrente daqui a quatro anos aí já começa a ver a pessoa diferente. Isso não é bom para o Estado. O cidadão se você perguntar na próxima eleição ele até se irrita. A obrigação de quem se elegeu é cumprir agora o seu projeto.
Então o senhor reprova candidato que já está defendendo candidatura?
Acho equivocado. Respeito as diferentes visões, é hora de organizar partido sim, é permanente, atualizar. Agora colocar como principal ponto a questão da eleição daqui a dois anos não. É hora de dar as mãos. Como vou dar as mãos com sinceridade pensando em eleição? Temos que ser todos iguais na luta igual pelo Rio Grande do Norte. Dou um exemplo claro e faço até um apelo à governadora e à prefeita de Natal e aos prefeitos da Grande Natal, não entendo como a questão do turismo que é básico para a cidade, não entendo como os Governos não se sentam para isso, não conversam. É prefeitura para um lado e Governo para outro, quando é coisa vital para o Rio Grande do Norte.
Falta amadurecimento desses gestores?
Não. Acho que falta decisão política. Veja a questão da dengue. Por que o Estado não se une a Prefeitura para combater juntos? Não é só Natal. Não é só São Gonçalo, Parnamirim. Haveria um momento de problema comum, estratégia comum, dividir parcela de recursos e se unir. O trânsito em Natal avança, em Parnamirim também, avança em São Gonçalo e não vejo ação conjunta, vejo ação isolada. A questão de qualificação de mão de obra poderia ser feita conjuntamente. Por que as pessoas não se sentam? E eu sei da boa vontade da governadora Rosalba. Ela teria a maior disponibilidade para isso. A prefeita Micarla está aí, lutando com muitas dificuldades.
JORNAL VALE DO APODI
Um das cidades da região Oeste que dispõe de potencial para desenvolver o seu turismo, Apodi agora terá o seu terminal turístico. Entre as atrações que despertam as atenções de turistas estrangeiros e do centro-sul do país estão o Lajedo Soledade, com inscrições rupestres, e a Lagoa do Apodi, em cujas margens a cidade cresceu. Agora é o Governo do Estado que pretende implantar o terminal turístico da barragem de Santa Cruz para o lazer da população da região, inclusive pavimentando a estrada de acesso à BR 405, de seis quilômetros. Concluído em 2002, o reservatório armazena até 600 milhões metros cúbicos de água e está com quase 80% de sua capacidade total.
JORNAL DE EXTREMOZ
A Prefeitura de Extremoz por meio da Secretaria de Infraestrutura e Obras, em parceria com o Departamento de Estradas e Rodagens (DER) está realizando desde o início de julho uma operação tapa-buracos que compreende toda a recuperação da RN160, que faz a ligação com a BR101 até a localidade de Capim, distrito rural do município, bem como a limpeza e pintura dos acostamentos, desobstru-ção de calhas, recuperação de meio-fio e poda de árvores que estavam invadindo a estrada.
MOSSOROENSE
Bruno Barreto
Editor de Política
Até 2007, a cada fim de período eleitoral os jornais dedicavam boa parte de suas pautas para especular as mudanças de partido entre os parlamentares. Era a maneira artificial de os governantes conquistarem a maioria folgada negada pelo povo nas urnas.Com a instituição da fidelidade partidária, essa situação ficou difícil. Nas vésperas da instituição da fidelidade partidária, a última mudança motivada por interesses pessoais na Assembleia Legislativa foi de Ezequiel Ferreira de Souza, que deixou o PMN para assumir o comando estadual do PTB em fevereiro de 2007, quando a fidelidade partidária ainda não estava em vigor. As outras duas mudanças que ocorreram na legislatura passada foram autorizadas pela Justiça: Gesane Marinho trocou o PDT pelo PMN, e Luiz Almir, o PSDB pelo PV. O número é baixo se comparado com os tempos em que os políticos podiam mudar de legenda a torto e a direito. De acordo com dados da pesquisadora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) Terezinha Albuquerque, entre 1995 e 2005 foram registradas 21 mudanças de partidos na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte. Média superior a duas migrações por ano. Com as regras mais rígidas, tivemos duas mudanças de partido, levando em consideração o marco temporal da fidelidade partidária, em março de 2007. Média de uma troca de partido a cada dois anos. Antes da fidelidade partidária, o PPB, atual PP, era o local de desembarque de políticos que mudavam de lado para se abrigar no governo. Em 1995, numa tacada só, a legenda recebeu cinco deputados eleitos pelo PFL, atual DEM. Ideologicamente, ninguém saiu do lugar levando em conta que PFL e PPB são filhos do PDS e netos da Arena, que dava sustentação ao regime militar (1964/85). Nos primeiros quatro anos do governo Wilma de Faria (PSB), o PMN assumiu a função do PPB, recebendo deputados eleitos pela oposição. Com a fidelidade partidária, a situação ficou mais complicada. No entanto, uma brecha de resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) permite que haja troca de legenda em caso de fundação de uma nova agremiação. Foi o caso do PSD, fundado essa semana, mas que ainda precisa cumprir todo um rito para se tornar um partido legalizado. Criado com a missão de receber oposicionistas interessados em ser governo, o PSD será o local de acomodação partidária no Rio Grande do Norte. Ressuscitando as trocas de partido em bloco na Assembleia Legislativa. De uma tacada só, três dos quatro parlamentares eleitos no PMN, apenas Antônio Jácome não vai mudar de partido, vão para o PSD: Ricardo Motta, Gesane Marinho e Raimundo Fernandes. Motta, presidente da Assembleia Legislativa, e Fernandes são conhecidos pelas diversas mudanças de partido. Na legislatura 2003/2007, eles conseguiram ser eleitos pelo PP, passaram pelo PSB e desaguaram no PMN num intervalo de dois anos. No entanto, os dois já passaram por mais partidos ao longo de mais de duas décadas de vida pública.O PSD receberá até exemplos de longevidade partidária como José Dias, no PMDB há mais de 40 anos, e Vivaldo Costa, no PR desde que a legenda foi fundada, nos anos 1980 como PL. José Dias, que foi do PSD no período pré-golpe de 1964, já admitiu que a legenda dos tempos atuais é bem diferente da época em que o cunhado Aluízio Alves era governador do Rio Grande do Norte e Juscelino Kubitschek, presidente do Brasil. Por enquanto, são esses cinco deputados confirmados na nova sigla. Outros nomes são especulados, como Gustavo de Carvalho (PSB), Gilson Moura (PV) e Nélter Queiroz (PMDB).Também seguem para o PSD com a missão de liderar o novo partido o vice-governador Robinson Faria e o deputado federal Fábio Faria, ambos ainda no PMN. A formação do PSD fortalece o cacife político de Robinson Faria perante a governadora Rosalba Ciarlini (DEM), que passa a liderar um grupo de cinco deputados estaduais que pode chegar a oito. Por enquanto, Robinson Faria mantém o mesmo peso dos tempos em que era presidente da Assembleia Legislativa no Palácio José Augusto. Mesmo que não chegue a ter sob sua influência um terço dos parlamentares, ele terá força para decidir votações importantes na Casa. Quando era presidente da Assembleia Legislativa e rompeu em 2009 com a então governadora Wilma de Faria (PSB), Robinson conseguiu transformar a folgada maioria da pessebista em minoria. Isso dificultou a votação de projetos importantes e resultou na aprovação de um Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2010 que até hoje causa controvérsias. O projeto de Robinson é ser governador do Rio Grande do Norte. Sabendo que Rosalba terá direito à reeleição, ele espera o apoio dela para disputar o Senado em 2014, para quatro anos depois finalmente chegar ao Governo do Estado.
JORNAL DE PARNAMIRIM
Defensoria Pública e órgãos do Governo do Estado, este último por meio da Fundação da Criança e do Adolescente (Fundac) e da Secretaria do Trabalho, da Habitação e da Assistência Social (Sethas). A vistoria é para avalizar a situação das instalações físicas e recursos humanos da unidade e foi regulamentada através da portaria de n.º 233/2011, do corregedor geral de Justiça do TJRN, desembargador Cláudio Santos. Essa será a segunda inspeção do ano nos Ceduc's do Estado. O desembargador Cláudio Santos observou que será verificado o cumprimento das providências emergenciais, contidas no relatório apresentado no último dia 25 de fevereiro. A portaria de autoria do corregedor observa ainda que os dados levantados no relatório elaborado em decorrência da Inspeção Judicial ocorrida em 07 de fevereiro de 2011, no Ceduc-Pitimbu, “apontaram algumas situações que constituem verdadeira violação às garantias fundamentais e ao direito da criança e do adolescente”. “Essa situação reclama providências céleres e, portanto, necessidade de exercer fiscalização sobre o cumprimento das medidas emergenciais recomendadas às autoridades responsáveis, inclusive com o estabelecimento de prazos”, ressalta o documento.
FOLHA DO MATO GRANDE
O ministro da Previdência, Garibaldi Alves Filho, inaugurou no último sábado em Touros, a primeira das 12 agências da Previdência Social que devem ser construídas no Rio Grande do Norte. O ministro destacou o fato de que a partir de agora nenhum aposentado da região terá de sair de sua cidade para poder receber seu benefício. “O que temos feito é inaugurar agências como essa para que vocês de Touros, de Maxaranguape, de Rio do Fogo e de São Miguel do Gostoso deixem de ir a Natal para ter de receber suas aposentadorias”, disse. Na ocasião, o ministro entregou o primeiro benefício expedido pela agência de Touros ao aposentado José Raimundo da Silva. Garibaldi Filho também expôs que melhorar a Previdência não é somente inaugurar agências como a de Touros. Ele explicou que é preciso equilibrar o sistema previdenciário. Atualmente, a previdência dos servidores públicos atende as 940 mil pessoas e requer por ano um volume de R$ 59 bilhões; enquanto o regime geral da Previdência atende a 24 milhões de pessoas e requer R$ 42 bilhões. “Isso não pode continuar. Conto com o apoio do Congresso e da presidenta Dilma Rousseff vamos fazer algo para mudar essa situação”, afirmou Garibaldi. A APS inaugurada sábado vai beneficiar a uma população estimada em 60 mil pessoas. Antes da construção, os moradores da região tinham que se deslocar em média 100 quilômetros, até as agências da Previdência Social de Natal, para ter acesso aos serviços da Previdência Social. A unidade será responsável pela manutenção mensal de 13,4 mil benefícios, o que representou, na folha de fevereiro, o pagamento de R$ 6,6 milhões. A APS de Touros tem capacidade para fazer uma média de mil atendimentos por mês, sendo 120 perícias médicas mensais. Foram investidos na construção da unidade R$ 698,1 mil. A nova agência vai funcionar na Avenida 02 s/nº – Loteamento Bairro Novo.
JORNAL DE UPANEMA
Durante as últimas semanas, aconteceram várias reuniões com os produtores de leite do município. Na semana passada, sob a coordenação da Secretaria Municipal de Agricultura, os produtores reuniram-se com a Associação dos Produtores de Caprinos e Ovinos de Mossoró e região- ASCCOM, onde tiveram a oportunidade de discutir os avanços e desafios do leite caprino em nossa região. Em Upanema, já temos um grupo localizado nos assentamentos de São Manoel II, São Sebastião III, Sabiá e Sombreiro, produzindo leite caprino. “Estamos obtendo ótimos resultado e iremos apoiá-los cada vez mais”, afirma o secretário de Agricultura Aisamaque Dályton. Nesta semana, os produtores de leite bovino foram convocados para uma reunião que contou com a presença do SEBRAE-RN, além de outras representações do município como é o caso do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, EMATER, Fórum das Associações, Banco do Nordeste entre tantas outras. Ao final, iniciou-se a constituição da Associação dos Produtores de leite bovino do município que tem como objetivo principal, fortalecer as ações voltadas a bovinocultura local. Para Marcondes Oliveira (Coordenador do colegiado) os produtores entenderam a importância da organização e estão buscando a parceria e a união de todos.
GLOBO
A decisão para que a PF assumisse a segurança de Durval Barbosa foi determinada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), na última quinta-feira (7). Segundo a PF, Durval Barbosa ficará protegido 24 horas por dia. O delator do esquema do mensalão terá também um carro blindado à disposição. Por questão de segurança, a PF não informou quantos policiais atuarão na segurança. O mensalão do DEM de Brasília foi descoberto depois que a PF deflagrou, em novembro de 2009, a operação Caixa de Pandora, para investigar o envolvimento de deputados distritais, integrantes do governo do DF, além do então governador José Roberto Arruda (ex-DEM) e de seu vice, Paulo Octávio (sem partido, ex-DEM) no suposto esquema de corrupção. Octávio e Arruda sempre negaram envolvimento com irregularidades.Polícia Federal vai fazer proteção de delator de mensalão do DEMProcuradora se descontrola em julgamento sobre mensalão do DEMArruda chegou a ser preso, deixou o DEM para não ser expulso e teve o mandato cassado pela Justiça Eleitoral. Paulo Octávio renunciou ao cargo para defender-se das acusações. Durante meses, o Distrio Federal esteve ameaçado de intervenção federal, devido ao suposto envolvimento de deputados distritais, integrantes do Ministério Público e do Executivo com o esquema denunciado por Durval Barbosa.
O ESTADÃO
SÃO PAULO - As posições começam a se inverter. Se no passado era o trabalhador que corria atrás das empresas para conseguir um bom emprego, hoje são as empresas que fazem qualquer negócio para contratar ou manter um funcionário. De acordo com pesquisa feita pela Fundação Dom Cabral com 130 companhias, responsáveis por 22% do Produto Interno Bruto (PIB), 92% das empresas estão com dificuldade para contratar profissionais. Neste cenário, vale tudo para preencher uma vaga, desde importar mão de obra de países vizinhos e fazer anúncios de emprego durante a missa até designar profissionais para promover a imagem do grupo entre candidatos. Foi-se o tempo também que para encontrar um bom emprego era preciso ter pós-graduação, mestrado e doutorado, além de experiência na área. Hoje muitas companhias já abrem mão dessas exigências. Dados da pesquisa da Dom Cabral mostram que 54% das companhias reduziram os requisitos na contratação de pessoal para a área técnica e operacional. Nos cargos estratégicos, 28% das empresas também diminuíram as exigências, como pós-graduação, fluência em idiomas e experiência. A solução tem sido contratar o profissional sem experiência, treiná-lo e capacitá-lo com cursos moldados à necessidade da companhia."O poder mudou de lado", resume o professor da Fundação Dom Cabral, Paulo Resende, responsável pela pesquisa. Na avaliação dele, hoje quem está dando as cartas no mercado são os trabalhadores, e não mais as empresas. "A situação é resultado de uma série de armadilhas criadas pela própria sociedade. Primeiro desvalorizou-se a mão de obra técnica. Depois inundamos o mercado com profissionais diplomados e baixa qualidade."Para o professor, o Brasil precisa acelerar a criação de uma nova política de emprego para não atrapalhar o ciclo de investimentos que se intensificará com a realização da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016. Apenas as empresas pesquisadas pela Dom Cabral afirmaram que vão demandar nos próximos seis anos 28 mil pessoas na área operacional, 21 mil engenheiros e 10 mil técnicos.Mesmo reduzindo as exigências, algumas companhias demoram até seis meses para encontrar um profissional. "A concorrência está muito grande. Enquanto você prepara a contratação, o candidato já conseguiu outra proposta e temos de começar tudo de novo", diz a gerente de Recursos Humanos da Masb Desenvolvimento Imobiliário, Mariangela Tolentino, que tem 250 vagas em aberto. Embora atinja todos os níveis, o problema é mais delicado em cargos técnicos e operacionais. Falta de tudo, de engenheiro a pedreiro. " Temos de investir em novas tecnologias para reduzir a dependência da mão de obra", diz o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), Sergio Watanabe.
CORREIO BRASIKIENSE
No estatuto de criação do DFTrans está dito que o órgão tem a missão de garantir à população transporte público eficiente e seguro. Em funcionamento desde 1992, a autarquia nunca alcançou seu objetivo. E pior. Revelou-se um foco de corrupção. Em mais uma sindicância a que o Correio teve acesso, a conclusão novamente aponta para trapaça, fraude e roubo de dinheiro público.As investigações internas indicaram direcionamento, tráfico de influência e superfaturamento na compra de móveis para a repartição, com prejuízo apurado de R$ 1,36 milhão. Há ainda uma outra apuração de irregularidades em contratos de informática (leia Para saber mais).A comparação de preços pesquisados em lojas de todo o Brasil mostra que o DFTrans comprou móveis pelo dobro do valor que poderia ter pago, se usasse o menor orçamento. Mas esse não foi critério da autarquia ao optar pela Gion Comércio e Representações de Móveis. A escolha se deu por interesse do ex-diretor técnico do DFTrans Cristiano Dalton Mendes Tavares junto à Gion, que vendia móveis da marca Marelli, representada pelo pai dele, Eurides Pereira Tavares.Reportagem do Correio na última quinta-feira revelou que em outra investigação realizada pelo DFTrans ex-gestores desviaram R$ 2,93 milhões de convênio assinado entre o órgão e o Centro de Assistência Social às Pessoas Portadoras de Deficiências do DF (Casped). Entidade sem fins lucrativos, o Casped foi contratado para intermediar a indicação de servidores deficientes físicos à autarquia. Mas eles não apresentavam necessidades especiais, eram fantasmas e tinham parentesco com ex-gestores do DFTrans. Foram encontrados depósitos bancários feitos em favor de Vera Maria Urnau, mãe de Júlio Urnau, que era o secretário-adjunto da Secretaria de Transportes, então comandada por Alberto Fraga. O direcionamento foi apenas um dos problemas detectados na compra de móveis pelo DFTrans. A quantidade dos itens foi considerada um exagero e os valores, bem acima dos praticados no mercado. Uma estação de trabalho com dois lugares poderia ter sido adquirida por R$ 1.290. Mas foi comprada por cinco vezes mais: R$ 6.990. A mesa para quatro pessoas sairia por R$ 2.695, no entanto, o DFTrans pagou R$ 12.680, quantia quatro vezes maior. O sobrepreço foi repetido na compra de 1.380 itens, entre sofás, cadeiras, armários, gaveteiros e poltronas (veja quadro). O valor apurado do prejuízo chega a R$ 1.362.007,3, praticamente o dobro do que o governo teria gasto (R$ 683.332,7) se o processo tivesse sido honesto. Além de superfaturados, os móveis foram comprados em maior quantidade do que o necessário. Para se ter uma ideia, o DFTrans pagou em 2009 por itens destinados a estações de trabalho que não existem até hoje. É o caso do terminal rodoviário de Santa Maria, que ainda não foi construído. Mas sofás, cadeiras, mesas e armários destinados a esse local estão envelhecendo nos galpões do DFTrans. O mais inusitado é que o pagamento foi feito antes que as peças fossem entregues. “A sanha para receber os valores decorrentes do contrato era tamanha que, até mesmo, opinamento favorável do serviço jurídico da autarquia para que o pagamento fosse realizado sem a entrega dos móveis (foi) proferido pela própria chefe do Sejur, sem ouvir qualquer dos advogados integrantes daquele órgão”, diz trecho do relatório. A comissão de sindicância sugere que todos os servidores envolvidos sejam punidos com a destituição de cargo público. São eles o ex-diretor-geral do DFTrans Paulo Henrique Barreto Munhoz da Rocha, a ex-diretora administrativo-financeira Maria Lêda de Lima e Silva, o ex-diretor técnico Cristiano Dalton Tavares, a ex-chefe do jurídico Antônia Alice de Campos e o ex-gerente de Administração e Logística Celso Marinha da Silva. Assim como os ex-gestores do DFTrans, a Gion e seus dirigentes são acusados de dispensa irregular de licitação, improbidade administrativa, falsidade ideológica advocacia administrativa e tráfico de influência. A reportagem tentou ouvir os ex-gestores acusados, mas não conseguiu fazer o contato.
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