O potiguar que serviu a quatro ex-presidentes

Diário de Natal

João Baptista Figueiredo, José Sarney, Fernando Collor de Mello e Itamar Franco têm muito em comum. Além de ex-Presidentes da República, eles foram também as autoridades que estavam sob responsabilidade de serem conduzidas pelo potiguar de Caraúbas, Luiz Arruda Silva, 64 anos, que hoje vive em Natal (RN).

Em dezembro de 1983, na Granja do Torto, Luiz ao lado de Figueiredo e de dona Dulce. Foto: Arquivo/DN/D.A Press

 Luiz Arruda foi o motorista particular dos quatro ex-Presidentes da República, entre maio de 1980 e agosto de 1994, quando se aposentou do serviço público federal. Trabalhava no Departamento de Segurança Pessoal do Presidente da República. Tem distintivo e fotografias para comprovar. Foram anos de serviço público prestado à Nação que ainda hoje são assunto das reuniões de família. O potiguar que conheceu os bastidores do poder no Brasil. 

Talvez sem perceber o quão importantes os momentos vivenciou, Luiz Arruda Silva revela um pouco da História do Brasil recente, marcado por, pelo menos, dois grandes acontecimentos contemporâneos: a redemocratização do país e a cassação do primeiro presidente da história do país. A O Poti/Diário de Natal, ele não conta como as coisas ocorreram conforme está escrito nos livros, mas revela o que ocorria do lado de fora das repartições pública de Brasília. Como esteve o tempo todo ali, aguardando a maior autoridade do país, o potiguar guarda relatos, desabafos, momentos de crise que ele guarda na memória. Muitos o motorista compartilha nesta reportagem. Outros, pela própria natureza de seu ofício, terá que levar ao túmulo. Ele esperava os presidentes sairem de casa, os levava e trazia de compromissos oficiais nas embaixadas, ministérios, no Palácio do Planalto e também nas visitas oficiais. 

Luiz entrou no Exército Brasileiro em 1966 e serviu em batalhões de Natal e Picos (PI). Em 1972 saiu da corporação e foi morar em Brasília (DF), a Capital Federal, que na época ainda era uma cidade jovem e muito promissora. Havia sido inaugurada em 1960 por Juscelino Kubitschek (1902-1976). Em 1978 o potiguar decidiu entrar novamente no Exército, desta vez através de concurso. Passou a trabalhar no Quartel-General, já na função de motorista. Dois anos depois estava dirigindo para o último presidente da ditadura militar, João Baptista Figueiredo. "Tinha um vizinho que perguntou se eu queria trabalhar na Presidência da República. Sabia que era muito difícil por causa da gratificação, mas aceitei. Três meses depois, fui nomeado". 

Até hoje, a Presidência da República não tem quadro de pessoal, nem civil nem militar, e ele ficou durante todo o período em que foi motorista lotado no quadro de funcionários do Exército, cedido ao Palácio do Planalto. Só que não foi tão fácil assim assumir a função. Ele fez provas, testes práticos, psicológicos e médicos antes de integrar a equipe de motoristas, na época formada por 15 homens, cinco escalados por dia de trabalho. Com o perdão do trocadilho, a rotina era corrida. 

Luiz mostra foto que tirou no Rolls Royce da Presidência

Rotina de motorista

Quando morava na Capital Federal, Luiz teve direito a um apartamento funcional no Guará II, distante 13km do Plano Piloto. Tinha também à sua disposição carro oficial para deixá-lo e pegá-lo em casa antes de ir ao Planalto. Os carros do presidente tinham que dormir na garagem da Presidência, nunca com os próprios motoristas. "Collor vendeu os apartamentos funcionais, e eu decidi comprar o meu, que depois vendi e comprei essa casa aqui em Natal". A mulher, Adelcina, as duas filhas, o genro e a neta, já estão acostumados com as histórias de Luiz, e foram conhecer Brasília (DF) no ano passado. "Moramos 23 anos em Brasília. Conhecemos também os quatro ex-presidentes. Dona Marly Sarney era uma simpatia", diz Adelcina. 

Ainda hoje Brasília fascina o motorista. Luiz poderia ter ficado por mais tempo trabalhando com os presidentes, mas não se arrepende de ter saído, embora não sinta falta da época. "Passou, né?", fala francamente. Só um detalhe curioso: dos quatro ex-presidentes não ficou nenhuma mágoa, apenas de outro, que não esteve sob a responsabilidade de seu volante. Fernando Henrique Cardoso (que ele conheceu ainda quando foiMinistro da Fazenda do governo Itamar), depois que tomou posse como presidente fez uma reforma administrativa na estrutura do Poder Executivo e congelou várias gratificações, incorporando-as ao salário do funcionalismo. "Como não me aposentei como motorista do presidente, já que não havia quadro próprio, fiquei recebendo apenas o salário, como qualquer outro aposentado do Exército".

Ele acredita que pela responsabilidade da função, merecia mais do que recordações, fotografias e o distintivo que recebeu. Pela experiência lado a lado com o poder, Luiz sempre acompanha o noticiário nacional. Gosta de ler jornais e sempre observa o cenário político, em especial o que fazem os presidentes depois que ele deixou o volante do carro oficial. Com relação a Luiz Inácio Lula da Silva, que sucedeu FHC, e a atual presidente, Dilma Rousseff, o motorista apenas observa e imagina como deve ser o comportamento deles. "Acho que Lula é aquele sujeito mais popular, imagino que ele seja inclusive brincalhão. Já a Dilma mostra sermais exigente. Deve ser mais durona". 

O general carioca João Baptista de Oliveira Figueiredo (1918-1999) foi o último presidente do período ditatorial brasileiro, que durou de 1964 a 1985. Governou durante os últimos sete anos do processo de redemocratização do país, e coordenou a abertura política do Brasil. Na intimidade, Figueiredo era um homem simples, conforme relatou o motorista dele enquanto esteve na Presidência, Luiz Arruda. "Como um general de cavalaria, era um homem sério, mas uma pessoa boa. Era bom lidar com ele, um homem simples. Não sei antes de assumir a Presidência qual o comportamento dele, mas conosco sempre foi muito gentil", disse.

Luiz chegou a participar, inclusive, de momentos descontraídos na vida do ex-presidente, como as festas de final de ano na Granja do Torto, em dezembro de 1983. Há fotografias do arquivo pessoal do aposentado, com direito a quitutes, bolo e refrigerante na mesa e a mão amiga de Figueiredo em suas costas. O fim do mandato de Figueiredo representou o encerramento de umaera de acontecimentos, inclusive marcada pela campanha popular por eleições "Diretas Já". Sobre essa transição, Luiz narra: "Figueiredo estava no Torto quando deixou o cargo. Saiu sério em direção à Base Aérea, e de lá ele embarcou para o Rio de Janeiro, onde morava a família dele". 

Mais íntimo, Sarney os tratava pelo nome

Presidente interino, José Ribamar Ferreira Araújo da Costa Sarney (1930-atual) foi efetivado no cargo, pelo Congresso Nacional, após a morte de Tancredo Neves, primeiro presidente civil após a ditadura militar. Aliás, o motorista Luiz Arruda confirma o que se noticiou na época. Sarney não queria assumir a presidência no lugar de Figueiredo. "Foi uma época difícil a morte de Tancredo Neves. A gente percebia que Sarney estava muito preocupado com o estado de saúde e com a vida do presidente eleito. Ele nos dizia que queria que o presidente Tancredo ficasse bom para assumir o cargo. Falava isso sempre", contou o motorista, afirmando que esses desabafos representaram os fatos mais marcantes de seu trabalho. 

Sarney era um presidente simples e educado. "Ele gostava muito de nos cumprimentar e fazia questão de saber o nome de todos os motoristas e pessoas que estavam no dia a dia dele. Nos tratava pelo nome", disse Luiz, que também mantinha boa relação com a esposa do atual presidente do Senado, Marly Sarney. Foi ela quem sugeriu ao presidente a concessão de medalha aos motoristas pelos relevantes serviços prestados à Presidência da República. Dos quatro mandatários a quem serviu, Luiz revela que Sarney era o que mais dirigia a palavra ao séquito de servidores. "Ele nos fazia perguntas, procurava saber da família. Nos finais de semana ele ficava na fazenda dele, em [São José do] Pericumã (GO). Lá a gente ficava mais à vontade. De manhã, ele fazia caminhadas e como tinha que haver carros próximos a ele, a equipe tinha que estar junto. Por isso era o que mais se aproximou da gente". 

Collor, "diferente dos outros"

Quanto a Fernando Collor de Mello (1949-atual), que foi o primeiro eleito pelo povo após o regime militar mas que perdeu o cargo de maior autoridade do país depois de um processo de impugnação de mandato (impeachment) no Congresso Nacional, Luiz Arruda evita tecer qualquer opinião. "Prefiro não falar sobre o Collor. Trabalhei com ele do primeiro dia do mandato até ele ser cassado", respondeu, sobre os dois anos e nove meses de mandato. Com insistência, revelou que o atual senador por Alagoas "era diferente dos outros", e não fez fotos com ele porque não dava tanta liberdade aos motoristas. "Ele era duro, rígido, exigente. Diferente dos outros", insiste em classificar.

O momento em que Luiz conviveu mais intensamente com o ex-presidente foi durante a Cúpula da Terra, a Eco-92, no Rio de Janeiro, como ficou conhecida a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. A Eco-92 foi o primeiro evento em que Luiz viajou a trabalho, tendo em vista que Collor transferiu a Capital da República para a capital fluminense, como no passado. Sem fotos com Collor, da época Luiz Arruda coleciona apenas um momento descontraído no Palácio das Laranjeiras, sede do governo do Rio, com seus colegas motoristas do presidente. Já no final do mandato de Collor, segundo Arruda, o ex-presidente estava amargurado com os rumos do processo de impeachment, e soube que não era mais o chefe da nação em sua própria residência, na Casa da Dinda. 

Itamar, jeito mineiro e calado

Itamar Augusto Cautiero Franco (1930-2011) não nega que era mineiro. Na intimidade, o ex-presidente era "simples, educado, tinha aquele jeito mineiro calado. De cabeça baixa", contou o motorista. Itamar Franco governou o país durante o afastamento de Collor no processo do impeachment e assumiu em definitivo a cadeira presidencial no 3º andar do Palácio do Planalto, onde fica o gabinete mais visado da República. 

Foi durante o mandato de Itamar Franco que Luiz Arruda deixou de servir à Presidência. "Eu estava no Palácio, de serviço com o presidente Itamar. Já tinha dado entrada na aposentadoria e liguei para o Exército procurando saber se já havia sido publicada. Pediram para aguardar alguns dias, quando fui informado que já estava no Diário Oficial da União há uns sete dias. Até brinquei que tinha trabalhado uma semana de graça. Mesmo assim, peguei o Diário Oficial, levei o carro para a garagem e imediatamente fui substituído. Não tive nem tempo de me despedir. Até porque não tinha toda essa liberdade com o presidente Itamar." 

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Os 15 motoristas dos presidentes cumpriam plantão de 24 horas. "Começávamos às 7h da manhã e só largávamos às 7h do dia seguinte. Ficávamos o dia inteiro à disposição onde quer que o presidente estivesse", contou Luiz Arruda. Cada ex-presidente tinha residência oficial num local diferente de Brasília, segundo o motorista Luiz Arruda. João Figueiredo morava na Granja do Torto. Sarney morava no Palácio da Alvorada e passava os fins de semana na fazenda da família, em Pericumã, distante 50km da Capital Federal. Collor ficava no Largo Norte, na Casa da Dinda. Já Itamar tinha residência oficial do governo na Península dos Ministros. Depois decidiu morar no Alvorada. 

O comboio presidencial era composto por três veículos. E durante o período dos quatro presidentes o modelo dos carros variou um pouco. Figueiredo e Sarney, por exemplo, gostavam de um Landau e também tinham à disposição um Opala, o preferido de Itamar. Já Collor gostava de dois Lincoln norte-americanos. Mas todos tinham queusar o mais cobiçado da frota: o Rolls Royce Presidencial, usado até hoje apenas uma vez por ano, no desfile cívico do 7 de Setembro, e também nas cerimônias de posse dos presidentes. "Como era pouco utilizado, de vez em quando nós motoristas tínhamos que sair nele para aquecer o motor", diz. De um desses momentos de que tem orgulho, ele guarda uma foto. Com as mãos ao volante, obviamente. 

Nos tempos em que o telefone celular não era popular, dentro do carro os ex-presidentes costumavam fazer poucas coisas: ler alguns jornais matutinos como Correio Braziliense, Folha de S.Paulo e O Globo, procuravam saber da agenda com o ajudante de ordem e só. "Em Brasília, o percurso entre o Plano Piloto e a residência oficial normalmente era curto, feito em cerca de oito a dez minutos. Quando íamos ao aeroporto é que demorava um pouco mais. Cerca de meia hora", diz Luiz. O ajudante de ordem, um militar, sempre se sentava ao lado do presidente, no banco de trás do carro oficial. À frente ia o motorista e um oficial de segurança, normalmente um major ou coronel. O ajudante de ordem era quem coordenava a agenda da autoridade. 

Às vezes o presidente convidava algum ministro ou chefe de estado a sentar ao seu lado, mas isso ocorria apenas por opção de não utilizar a comitiva própria da autoridade em visita ao Brasil. "Ele convidava ao carro oficial só pessoas muito próximas, não a família. Amigos deles", diz Luiz. Quando conduzia o presidente nessas condições, aí sim a conversa girava em torno de negócios, política ou economia brasileira. Só que Luiz evita entrar em detalhes. "A gente assina vários documentos se comprometendo a manter sigilo absoluto", justifica. "A norma que tínhamos que cumprir dizia que não podíamos ter contato direto com o presidente. Só podíamos falar se eles nos dirigissem a palavra. Por isso não me considero amigo deles".Os 15 motoristas dos presidentes cumpriam plantão de 24 horas. "Começávamos às 7h da manhã e só largávamos às 7h do dia seguinte. Ficávamos o dia inteiro à disposição onde quer que o presidente estivesse", contou Luiz Arruda. Cada ex-presidente tinha residência oficial num local diferente de Brasília, segundo o motorista Luiz Arruda. João Figueiredo morava na Granja do Torto. Sarney morava no Palácio da Alvorada e passava os fins de semana na fazenda da família, em Pericumã, distante 50km da Capital Federal. Collor ficava no Largo Norte, na Casa da Dinda. Já Itamar tinha residência oficial do governo na Península dos Ministros. Depois decidiu morar no Alvorada. 

O comboio presidencial era composto por três veículos. E durante o período dos quatro presidentes o modelo dos carros variou um pouco. Figueiredo e Sarney, por exemplo, gostavam de um Landau e também tinham à disposição um Opala, o preferido de Itamar. Já Collor gostava de dois Lincoln norte-americanos. Mas todos tinham queusar o mais cobiçado da frota: o Rolls Royce Presidencial, usado até hoje apenas uma vez por ano, no desfile cívico do 7 de Setembro, e também nas cerimônias de posse dos presidentes. "Como era pouco utilizado, de vez em quando nós motoristas tínhamos que sair nele para aquecer o motor", diz. De um desses momentos de que tem orgulho, ele guarda uma foto. Com as mãos ao volante, obviamente. 

Nos tempos em que o telefone celular não era popular, dentro do carro os ex-presidentes costumavam fazer poucas coisas: ler alguns jornais matutinos como Correio Braziliense, Folha de S.Paulo e O Globo, procuravam saber da agenda com o ajudante de ordem e só. "Em Brasília, o percurso entre o Plano Piloto e a residência oficial normalmente era curto, feito em cerca de oito a dez minutos. Quando íamos ao aeroporto é que demorava um pouco mais. Cerca de meia hora", diz Luiz. O ajudante de ordem, um militar, sempre se sentava ao lado do presidente, no banco de trás do carro oficial. À frente ia o motorista e um oficial de segurança, normalmente um major ou coronel. O ajudante de ordem era quem coordenava a agenda da autoridade. 

Às vezes o presidente convidava algum ministro ou chefe de estado a sentar ao seu lado, mas isso ocorria apenas por opção de não utilizar a comitiva própria da autoridade em visita ao Brasil. "Ele convidava ao carro oficial só pessoas muito próximas, não a família. Amigos deles", diz Luiz. Quando conduzia o presidente nessas condições, aí sim a conversa girava em torno de negócios, política ou economia brasileira. Só que Luiz evita entrar em detalhes. "A gente assina vários documentos se comprometendo a manter sigilo absoluto", justifica. "A norma que tínhamos que cumprir dizia que não podíamos ter contato direto com o presidente. Só podíamos falar se eles nos dirigissem a palavra. Por isso não me considero amigo deles".

O motorista dos presidentes trabalhou nas cerimônias de posse de Sarney e Collor. Como expectador, foi acompanhar junto ao público a posse de Itamar Franco, na conturbada primeira metade da década de 1990. Convém destacar que Luiz Arruda Silva dirigiu para quatro ex-presidentes, mas também conduziu alguns que assumiram o cargo interinamente, quando o titular fazia alguma viagem internacional. Foi o caso dos presidentes interinos Ulisses Guimarães (na época presidente da Câmara dos Deputados) que assumiu em função de viage de governo Sarney), Humberto Lucena e Mauro Benevides (ex-presidentes do Senado nas gestões Sarney e Collor, respectivamente). 

Luiz ao lado de coelegas durante a ECO 92, Rio de Janeiro

Além desses, Luiz acompanhou e conheceu de perto dezenas de autoridades internacionais, durante visitas oficiais no Brasil. É o caso do papa João Paulo II, que visitou Brasília duas vezes (e passou por Natal numa delas, em 1991), a rainha da Inglaterra Elizabeth II, a ex-premier britânica Margaret Thatcher, o presidente da União Soviética Mikhail Gorbachev e o ex-presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan, que foi ator de filmes de faroeste em Hollywood. 

Como além de motorista também era um agente de segurança, Luiz tinha que lidar com o assédio de jornalistas em busca de entrevistas, de lobistas, assessores e da própria população, quando se tratava de um evento público. "Na chegada e na saída do presidente era uma correria grande. Lembro da multidão de repórteres, cinegrafistas e fotógrafos. Cada um querendo o melhor lugar, a melhor posição pra fazer uma foto. Às vezes nos perguntavam algumas coisas. Só dizíamos que não podíamos falar nada". 

Centro do poder no país, a cidade de Brasília tem, para Luiz Arruda, um significado especial. "Visitei novamente a Capital Federal no ano passado. Brasília cresceu muito, o trânsito aumentou. Acho que seria bem diferente dirigir hoje a presidente Dilma Rousseff do que foi naquela época", relata o motorista sobre seu ofício, que proporcionou ver de perto como funciona a estrutura do poder. Ele viveu na antessala da República.