Para o deputado Gilson Moura, "político que não baixa a cabeça para ouvir o ronco das ruas tem dificuldade para sintonizar com os anseios da população". É por isso que ele diz que tem andando e conversado muito para ser candidato a prefeito de Parnamirim no próximo ano. Em entrevista exclusiva ao JORNAL METROPOLITANO, o deputado do Partido Verde critica a administração de Maurício Marques, que segundo ele não vem cumprindo os compromissos assumidos na campanha, que foi pautada no continuar e avançar. Segundo Gilson Moura, o prefeito está levando o terceiro município do Estado a um retrocesso, suspendendo obras que ti-nham sido iniciadas pelo ex-prefeito Agnelo Alves, deixando a população insatisfeita.
Repórter (R) - O senhor vai ser candidato a prefeito em Parnamirim, no próximo ano.
Gilson Moura - (GM) - A eleição de Parnamirim é uma eleição que de certa forma ela mexe com o Rio Grande do Norte. É inegável que muitos que tem oportunidade de disputar o voto do eleitorado parnamirinnense se sente feliz. Eu não sou diferente. Disputei a eleição de 2008, quando não tive o sucesso eleitoral. Perdi por dois mil e poucos votos. Agora nós estamos ouvindo os partidos, ouvindo os amigos e é claro que se nessa consulta que nós estamos fazendo se houver o entendimento que o meu nome soma e tem condições de disputar a eleição, irei com certeza disputar e levar ao povo da cidade as nossas ideias, as nossas propostas, debater e discutir o futuro de Parnamirim.
R - Em sendo candidato, acha que estará em melhor condições para a disputa do que na eleição de 2008?
GM - Olha, o povo já conhece a administração de Maurício. O que ele está fazendo, o que prometeu e não fez, o que ele deixou de fazer. Então, a forma de ele administrar já foi testada. O povo vai avaliá-lo. Esta eleição de 2012 tem outro componente. É uma consulta para saber se o povo vai ficar ou não com a administração que está. Pelo que a gente vê, pelo que percebe e pelo que a gente sente, nas conversas que tenho, a população não está satisfeita com essa administração e deve fazer o julgamento. Vai fazer a opção por Gilson Moura ou outros nomes que poderão surgir, ou até mesmo manter a atual administração. Vai ser um julgamento e eu vou colocar meu nome à disposição desse julgamento.
R - Na sua avaliação, onde o prefeito tem falhado mais nos compromissos que assumiu?
GM - A campanha foi pautada toda ela em continuar, avançar, um governo para melhorar. Isso não se materializou. A principal obra que foi colocada como um trunfo muito forte da campanha, que inegavelmente mudou o resultado eleitoral, foi o saneamento básico tão sonhado, tão desejado pelo povo. A obra do século, como era cantada em todos os recantos da cidade, não se materializou. O que se viu na prática foi o cancelamento da licitação de uma obra que já estava em andamento. Então, o governo de Maurício está sendo pautado justamente por isso. Pelo retrocesso, com obras paralisadas. Não tem continuidade. Não tem uma identidade. Não está em sintonia com a cidade e com os anseios do povo e acima de tudo com as necessidades do terceiro maior município do Estado.
R - Recentemente, o prefeito deu uma mexida no secretariado e na estrutura administrativa. O senhor acredita que com essa mudança ele pode modificar o ritmo da administração?
GM - Eu não sou adepto do quanto pior, melhor. Eu torço para que ele acerte. Eu torço para que Parnamirim ganhe. Agora o propósito que ficou colocado para a opinião pública era de que essa mudança se daria com o objetivo de conter gastos. Na mesma época em que ele promoveu uma mudança administrativa, inclusive dando claramente intenções do desinte-resse por alguns setores, como o saneamento básico, que tinha uma secretaria e perdeu esse status, na mesma semana, que foi a semana do Carnaval, ele gastou milhões na festa, só com bandas. Então isso a população não entendeu, não aceitou. Ele está ensaiando aí esse novo momento político com o objetivo muito claro de disputar a reeleição em 2012. É um direito dele.
R - Há quem diga que o senhor tem se aproximado muito do seu colega de Assembleia e ex-prefeito de Parnamirim, Agnelo Alves, que apoiou o prefeito Maurício Marque. É verdade?
GM - Eu nunca conversei com Agnelo sobre política. A gente se cumprimenta como dois colegas de parlamento, mas nunca conversei política com ele. Agnelo é o pai e o avalista de Maurício na política. Ele escolheu Maurício, apoiou e votou em Maurício. É claro que ele também é responsável pela administração que aí está. E o povo está dizendo que não está havendo avanço como foi prometido. Está havendo retrocesso.
R - Então, além de não avançar, a administração está atrasando Parnamirim?
GM - Há questão com os fornecedores, inúmeras greves. É fácil observar que isso é uma marca desse governo. Professor sendo agredido fisicamente na Prefeitura. A saúde entrou em greve, engenheiros e arquitetos também. Agora tem uma questão com as autorizações que foram dadas para construções. Há uma série de outras coisas que precisam ser explicadas para o povo.
R - Como tem sido a sua ação no município, desde que perdeu a eleição anterior?
GM - Eu tenho andado. Tenho conversado. Essa é a arma que a oposição tem, dialogando com todos os segmentos da sociedade. No momento mais oportuno a gente vai publicizar essas ações que estamos desenvolvendo. Agora é um momento mais de bastidores, de conversas mais reservadas. Com a população eu sempre tenho procurado sintonia, porque afinal de contas aquele administrador, aquele político que não baixa a cabeça para escutar o ronco das ruas, acho que tem dificuldade em sintonizar com os anseios da população.
R - Deputado, hoje a sua in-tenção é ser candidato?
GM - A minha intenção é ser candidato. Se conseguir, ótimo. Se não conseguir, fazer o quê? Então a gente está, de certa forma, criando as condições, dialogando para que isso se materialize. Não é um sonho só meu, mas é um sonho do povo do Rio Grande do Norte.
1 comentários:
Boa entrevista. Parabéns.
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