Reunida em Brasília para tentar estancar uma crise interna que ameaça esvaziar o partido, a cúpula do DEM escolheu nesta terça-feira (15) o senador José Agripino Maia (RN) o novo presidente nacional da sigla.O sernador José Agripino que nasceu em Mossoró foi eleito presidente do DEM um dos partidos mais importantes da República Federativa do Brasil. Pouco antes de ser eleito, Agripino Maia afirmou que fará uma gestão de união entre a “sabedoria dos mais experientes e a juventude dos mais novos”, sem olhar para os “erros” do passado.“Nosso partido está vivo por força das nossas ideias e dos nossos talentos. Não é hora de falar em erros. É hora de somar esforços da experiência dos mais experientes com a ousadia e juventude dos mais jovens. Se erros existiram, eles têm de servir de exemplo para que não aconteçam”, disse Agripino. A convenção ocorreu sob a atmosfera de uma possível debandada de integrantes do partido para uma nova sigla que o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, pretende criar, o PDB (Partido da Democracia Brasileira). Mesmo ausente do encontro, Kassab foi assunto principal dos integrantes do DEM que participaram da convenção. Mais cedo, o prefeito avisou ao partido que não iria à convenção. Ele alegou compromissos em São Paulo para não comparecer ao encontro. "É natural a não presença dele na convenção por causa dos últimos movimentos dele, como a criação do novo partido", disse ACM Neto.Ao fundar o PDB, o prefeito poderia driblar a regra da fidelidade partidária e promover a fusão do novo partido com o PSB. Kassab foi convidado a ingressar no PSB, mas a regra da fidelidade partidária impede a troca de partidos no exercício do mandato. Com a criação do PDB, Kassab estaria livre para deixar o DEM sem ser punido pela Justiça Eleitoral e posteriormente poderia promover a fusão com o PSB. Uma vez no PSB, o prefeito disputaria o governo de São Paulo em 2014. José Agripino afirmou que será “lamentável” se o prefeito de São Paulo deixar a sigla, mas lembrou que a grande maioria do DEM está unida e participou da convenção em Brasília. Para ele, não há chance de debandada de filiados com a saída de Kassab. “A grande maioria expressiva do partido está aqui, permanece conosco e faz parte da Executiva. Chance de haver debandada é nenhuma”, disse. O deputado federal Rodrigo Maia (RJ), agora ex-presidente nacional da sigla, classificou as manobras de Kassab para formar outro partido como um ato “sem compreensão” e disse esperar que o prefeito de São Paulo “saia rápido” do DEM. Maia disse que a partir da convenção desta terça, o assunto Kassab está "encerrado" no DEM. “É um direito dele [sair do DEM]. Ele [Kassab] enxergou que o projeto do PT vai se prorrogar e com isso ele quer se adequar esse ciclo. Essa é minha interpretação sem conversar com ele. Agora, tomara que isso [a saída de Kassab do partido] ocorra rápido. É uma decisão dele porque da nossa parte hoje encerramos esse assunto”, disse Maia. O governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, que cogitava acompanhar Kassab, disse que não pretende deixar o partido. Para ele, o momento é de dar um voto de confiança para Agripino Maia e renovar os diretórios estaduais e municipais.“Eu estava insatisfeito com o processo político do partido, que estava muito governamental. O partido se afastou das ruas, se distanciou das pessoas e, para mim, o partido tem que ter vida comunitária”, afirmou.A senadora Kátia Abreu (TO) também falou em "voto de confiança" na legenda. “Com a eleição do Agripino, vamos dar um voto de confiança ao partido”, declarou.“O momento é de conciliação, os ânimos estão serenados. As divergências partidárias na política são como nuvens: passam. O momento é de união do partido”, afirmou o deputado federal licenciado Paulinho Bornhausen, secretário estadual em Santa Catarina. Agripino assumiu o comando do DEM lembrando momentos difíceis enfrentados pela sigla, como o episódio de corrupção que envolveu José Roberto Arruda, o único governador do partido até a última eleição. Arruda foi apontado como chefe de um esquema de pagamento de propina a parlamentares, integrantes do governo e empresários desbaratado pela operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal. Ele sempre negou. Agripino afirmou que o DEM tem “um padrão ético” que “não convive com a improbidade”: “O DEM é um partido que tem um padrão ético, que mostrou que, na hora que teve um dos seus envolvidos [em escândalo de corrupção], foi o único que, rasgando na própria carne, defenestrou o único governador [Arruda] que tinha. Em uma manifestação de que não convive com a improbidade.” Segundo Agripino, será uma meta da sua gestão criar diretórios em todos os municípios do Brasil: “Vamos perseguir essa meta para ter a maior quantidade possível de candidatos a prefeito.” O líder do DEM na Câmara, ACM Neto (BA), e o líder do partido no Senado, Demóstenes Torres (GO), usaram a palavra para exaltar a nova fase do partido a partir da eleição do novo presidente. “Não podemos abaixar as nossas bandeiras, não podemos abaixar as nossas cabeças”, discursou Demóstenes, arrancando aplausos dos presentes. A convenção do DEM ocorreu em um hotel na região central de Brasília e reuniu cerca de 100 participantes, entre parlamentares das bancadas da Câmara e do Senado, além de líderes históricos da sigla como o ex-senador Jorge Bornhausen. O presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), também compareceu ao evento. O novo presidente nacional do DEM tem 65 anos e nasceu em Mossoró, no Rio Grande do Norte, e foi um dos fundadores do antigo PFL, sigla que originou o DEM. Agripino é engenheiro civil e iniciou a carreira política aos 34 anos, quando foi eleito prefeito de Natal. Depois, se tornou governador do estado por dois mandatos. Ele cumpre o quarto mandato de senador pelo RN. Desde 2001, era o líder da bancada do DEM no Senado, posto que transferiu ao senador Demóstenes Torres. O senador potiguar vai ter muito trabalho em todo o Brasil. Deverá montar uma equipe de confiança com disposição e que conheça do riscado. Acho que ele deve começar logo pelo Rio Grande do Norte. Ele precisa renovar seus quadros, substituir as lideranças ultrapassadas que existem no DEM e substitui-las por lideranças jovens e que certamente se não tiver nimguem que corra atraz, outros partidos o farão. Cuide cedo José porque se não vai acontecer como na eleição passada o DEM ficou pequeno em número de prefeitos e vereador. O coxo parte cedo já dizia meu avô Aristides.
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