Milhares de argentinos saíram às ruas de Buenos Aires nesta quinta-feira (8) para um “panelaço” contra a insegurança, a proibição da compra de dólares, a corrupção e a reeleição para um terceiro mandato da presidente Cristina Kirchner na Argentina.
A multidão ocupou o Obelisco, tradicional monumento em Buenos Aires, sob um grande cartaz com a frase “Chega de matar”, em alusão à crescente violência criminal no país. O protesto também invadiu a tradicional Praça de Maio, diante da Casa Rosada, sede do governo.
Outro fator que motivou o protesto foi o apagão que atingiu nas últimas horas a capital argentina e sua periferia, em meio a um calor fora do comum.
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“Não gosto do autoritarismo de Cristina. Não pode fazer o que quer porque foi reeleita com 54% dos votos”, disse Federico Chelli, um estudante de 20 anos.
Cristina Kirchner chegou ao poder em 2007 e em 2011 foi reeleita para um segundo mandato, que concluirá em 2015. A Constituição argentina não permite uma segunda reeleição, mas setores do governo já falam em uma reforma ao estilo do presidente venezuelano, Hugo Chávez, o que é rejeitado por mais de 80% da população, segundo pesquisas.
No entanto, as principais preocupações dos argentinos são com a violência crônica e a inflação, ainda segundo as pesquisas.
As últimas pesquisas de opinião revelam uma significativa queda na aprovação de Kirchner -- reeleita em outubro passado com 54% dos votos -- devido ao agravamento da situação econômica na Argentina provocado pela crise internacional.
As eleições para a renovação da metade da Câmara dos Deputados e de um terço do Senado estão previstas para outubro de 2013, e segundo os analistas, dificilmente Kirchner obterá uma vitória capaz de lhe assegurar os dois terços do Congresso necessários para reformar a Constituição.
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O protesto foi acompanhado por argentinos que vivem em Nova York, Washington, Paris, Roma, Madri, Toronto e Miami.
Em Londres, cerca de 150 argentinos repetiram o “panelaço” diante da embaixada da Argentina.
“Quero voltar, mas como a situação está agora não é possível. Está muito complicado para todos”, disse à AFP Micaela, uma jovem de 29 anos que mora há três na capital britânica, onde trabalha com pesquisa de mercado.
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