Aliados ficam insatisfeitos com declarações de Gustavo
Vicente Neto
Wilma de Faria prefere deixar a decisão para o próximo ano
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Anna Ruth - Repórter
A entrevista do deputado estadual Gustavo Carvalho (PSB), publicada na edição de domingo (19) da TRIBUNA DO NORTE, na qual ele afirma que o vice-governador Iberê Ferreira já é “o nome certo para disputar a sucessão de Wilma de Faria”, provocou turbulências na base de aliados do governo. Outros dois pré-candidatos aliados da governadora, o deputado federal João Maia (PR) e o deputado estadual Robinson Faria (PMN), reagiram a tentativa de definição, ensaiada por Gustava Carvalho, e cobraram uma resposta pública da governadora sobre o assunto.
O deputado federal Fábio Faria (PMN), filho de Robinson, foi o mais direto e contundente na reação. Através do site twitter, o deputado questionou a governadora Wilma de Faria de foram direta: “Nosso grupo quer saber: Gustavo falou à Tribuna em nome do PSB e da senhora? Ou a posição é pessoal do deputado?”. Fábio Faria foi mais além e, em um segundo post, definiu a origem da cobrança que estava sendo feita a presidente regional do PSB: “só para deixar claro: estou falando em meu nome e em nome de todo nosso grupo político”.
Pré-candidato a governador pelo PMN, o deputado Robinson Faria também escolheu o twitter para fazer considerações sobre a entrevista do colega de mandato e de base de apoio ao governo. Mas cauteloso e sem o tom de desafio usado pelo filho, Robinson limitou-se a anunciar que só faria qualquer afirmação após o pronunciamento da governadora Wilma de Faria, mas procurou minimizar os efeitos que as declarações de Gustavo podem ter causado na calma aparente da base aliada: “Só me pronuncio sobre essa entrevista de Gustavo Carvalho depois da governadora Wilma de Faria. Estou tranquilo, tranquilo mesmo”, frisou.
Mais tarde, já após saber da posição da governadora (leia box nesta página), o deputado mudou de tom em entrevista a uma rádio do interior, acusando o vice Iberê Ferreira de estar “sendo privilegiado pelo governo na condição de pré-candidato”.
A entrevista de Gustavo Carvalho provocou reações também da parte do deputado tucano Rogério Marinho (PSDB), citado como exemplo de “candidatura imposta” e que não se concretizou dentro do PSB (nas eleições para a prefeitura de Natal em 2008) para reforçar a tese de “candidatura natural” do vice-governdor Iberê Ferreira em 2010. Marinho considera que Gustavo Carvalho “inverteu a verdade” ao afirmar que a situação de Iberê hoje ( é “bem diferente” da vivida por ele no ano passado.
“Gustavo dá exemplo de subserviência e inversão da verdade. Quem impôs candidatura de forma arrogante, ditatorial e anti-natural foi o PSB” (o partido apoiou Fátima Bezerra, do PT), comenta o deputado do PSDB. “No afã de prestar serviço ao dirigente de plantão o deputado desconhece a dura derrota imposta pelo povo de Natal ao acordão e afasta aliados”, completou o tucano. Em meio as reações de cobrança e irritação da base aliada, após à entrevista do deputado Gustavo Carvalho (PSB) sobre a sucessão no governo em 2010, a governadora Wilma de Faria preferiu ressaltar a necessidade de manter a calma e a serenidade, evitando respostas diretas tanto aos aliados incomodados quanto ao próprio deputado do PSB. “Está na hora de dar fim a essa questão de pré-candidato. Iberê é o candidato do PSB”, disse o deputado em entrevista à TRIBUNA DO NORTE (domingo). “A governadora não responderá a essa entrevista nem às cobranças”, disse o secretário de Comunicações do governo, jornalista Rubens Lemos Filho, ressaltando que “as opiniões do deputado sobre 2010 são opiniões do deputado”. “A governadora tem opiniões próprias e já declarou à imprensa o que pensa sobre a sucessão”, acrescentou. A avaliação no gabinete da governadora é a de que “qualquer declaração, hoje, sobre definição de candidatos para 2010, atrapalham mais do que ajudam”. Segundo Rubens Lemos, “a governadora avisa que se mantém sem candidato definido ao governo; que o nome do vice Iberê e de todos os outros pré-candidatos da base aliada são qualificados; que várias circunstâncias, inclusive a opinião de aliados, vão pesar na definição do nome para 2010 e que esse nome será anunciado na hora própria”. Quando? “No final do ano ou antes da governadora deixar o governo (em abril)”, segundo Rubens Lemos. Na manhã de ontem, Gustavo Carvalho foi recebido no gabinete da governadora, mas segundo ele próprio, o assunto foi a movimentação política envolvendo prefeitos. Não se falou da entrevista, segundo o deputado.
A entrevista do deputado estadual Gustavo Carvalho trouxe uma reação também de líderes políticos que não estarão na disputa ao Governo. O presidente estadual do PMDB, deputado federal Henrique Eduardo Alves, definiu como “desastrosa e infeliz” a declaração do parlamentar do PSB. O peemedebista disse que as afirmações de Carvalho em nada “agregam”.
“A não ser que o deputado defenda a candidatura do vice-governador Iberê Ferreira de Souza isolada, sem o apoio de outros partidos. Se todos forem pensar como o deputado defendeu em sua entrevista, vamos rediscutir o processo das candidaturas. O PSB poderá sair com o nome de Iberê; o PMN com o nome do deputado Robinson Faria; o PR com o deputado Joáo Maia.; o PDT com Carlos Eduardo e o PMDB pode lançar seu candidato”, avaliou Henrique Eduardo.
Ele ponderou que o nome de Iberê Ferreira se torna natural para sucessão porque ele estará no cargo de governador na eleição. “Mas isolar o nome do PSB, sem respaldo dos demais partidos, é dizer: o nome é Iberê e ponto final. Não é assim que pretendemos construir a unidade da base”, observou o peemedebista.
Ele ressaltou que é preciso somar “as forças” de Iberê, com as de Robinson Faria, João Maia e do ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo. “Pela sua experiência e competência políticas, o vice-governador Iberê Ferreira de Souza sabe que isso não ajuda à sua candidatura. Tem que somar com Robinson Faria, com João Maia, com Carlos Eduardo e encontrar um caminho comum. E, de forma nenhuma, como pensa o deputado Gustavo Carvalho, cada um por si. Será desastroso”, alertou o líder do PMDB na Câmara Federal.
Ainda na análise do quadro do PSB, Henrique Eduardo avaliou que sozinho o projeto de candidatura peessebista poderá naufragar. “Sozinho o PSB sabe que não dará certo. Não quero agravar a situação, mas acho que o caminho escolhido pelo deputado não é o melhor. O resultado não será bom”, diz Henrique Alves.
Alvo principal da entrevista do deputado estadual Gustavo Carvalho, o vice-governador Iberê Ferreira considerou “naturais” as declarações do parlamentar do PSB. Para ele, o normal é “o deputado de um partido defender o candidato do próprio partido”. “Não foi combinada comigo (a declaração de Gustavo Carvalho). Mas agradeço a Gustavo. Acho absolutamente normal que um deputado do PSB lute e defenda um candidato do seu partido. Da mesma forma que se perguntar a Raimundo Fernandes ou a qualquer deputado do PMN ele vai dizer que o nome (para o Governo) é Robinson Faria”, analisou o vice-governador.
Iberê também disse estar surpreso com a repercussão da entrevista. “Esse é um momento de escolha. Evidente que cada um quer que seu partido tenha um candidato. Não posso admitir que o partido com um candidato dele fique brigando por outro candidato. Confio no bom senso e na maturidade de todos esses (pré-candidatos) para as coisas se acalmarem”, observou Iberê Ferreira. Sobre a possibilidade da entrevista ter aberto fissuras na base aliada, o vice-governador disse que vai “lutar” pela unidade do grupo. “Política se faz com soma. Estou aberto para qualquer conversa, não estou disposto e nem quero partir para aventura. Agora sei que tenho legitimidade de pleitear a candidatura (a governador), sem imposição, sem ansiedade”, completou.
O deputado federal Fábio Faria (PMN), filho de Robinson, foi o mais direto e contundente na reação. Através do site twitter, o deputado questionou a governadora Wilma de Faria de foram direta: “Nosso grupo quer saber: Gustavo falou à Tribuna em nome do PSB e da senhora? Ou a posição é pessoal do deputado?”. Fábio Faria foi mais além e, em um segundo post, definiu a origem da cobrança que estava sendo feita a presidente regional do PSB: “só para deixar claro: estou falando em meu nome e em nome de todo nosso grupo político”.
Pré-candidato a governador pelo PMN, o deputado Robinson Faria também escolheu o twitter para fazer considerações sobre a entrevista do colega de mandato e de base de apoio ao governo. Mas cauteloso e sem o tom de desafio usado pelo filho, Robinson limitou-se a anunciar que só faria qualquer afirmação após o pronunciamento da governadora Wilma de Faria, mas procurou minimizar os efeitos que as declarações de Gustavo podem ter causado na calma aparente da base aliada: “Só me pronuncio sobre essa entrevista de Gustavo Carvalho depois da governadora Wilma de Faria. Estou tranquilo, tranquilo mesmo”, frisou.
Mais tarde, já após saber da posição da governadora (leia box nesta página), o deputado mudou de tom em entrevista a uma rádio do interior, acusando o vice Iberê Ferreira de estar “sendo privilegiado pelo governo na condição de pré-candidato”.
A entrevista de Gustavo Carvalho provocou reações também da parte do deputado tucano Rogério Marinho (PSDB), citado como exemplo de “candidatura imposta” e que não se concretizou dentro do PSB (nas eleições para a prefeitura de Natal em 2008) para reforçar a tese de “candidatura natural” do vice-governdor Iberê Ferreira em 2010. Marinho considera que Gustavo Carvalho “inverteu a verdade” ao afirmar que a situação de Iberê hoje ( é “bem diferente” da vivida por ele no ano passado.
“Gustavo dá exemplo de subserviência e inversão da verdade. Quem impôs candidatura de forma arrogante, ditatorial e anti-natural foi o PSB” (o partido apoiou Fátima Bezerra, do PT), comenta o deputado do PSDB. “No afã de prestar serviço ao dirigente de plantão o deputado desconhece a dura derrota imposta pelo povo de Natal ao acordão e afasta aliados”, completou o tucano. Em meio as reações de cobrança e irritação da base aliada, após à entrevista do deputado Gustavo Carvalho (PSB) sobre a sucessão no governo em 2010, a governadora Wilma de Faria preferiu ressaltar a necessidade de manter a calma e a serenidade, evitando respostas diretas tanto aos aliados incomodados quanto ao próprio deputado do PSB. “Está na hora de dar fim a essa questão de pré-candidato. Iberê é o candidato do PSB”, disse o deputado em entrevista à TRIBUNA DO NORTE (domingo). “A governadora não responderá a essa entrevista nem às cobranças”, disse o secretário de Comunicações do governo, jornalista Rubens Lemos Filho, ressaltando que “as opiniões do deputado sobre 2010 são opiniões do deputado”. “A governadora tem opiniões próprias e já declarou à imprensa o que pensa sobre a sucessão”, acrescentou. A avaliação no gabinete da governadora é a de que “qualquer declaração, hoje, sobre definição de candidatos para 2010, atrapalham mais do que ajudam”. Segundo Rubens Lemos, “a governadora avisa que se mantém sem candidato definido ao governo; que o nome do vice Iberê e de todos os outros pré-candidatos da base aliada são qualificados; que várias circunstâncias, inclusive a opinião de aliados, vão pesar na definição do nome para 2010 e que esse nome será anunciado na hora própria”. Quando? “No final do ano ou antes da governadora deixar o governo (em abril)”, segundo Rubens Lemos. Na manhã de ontem, Gustavo Carvalho foi recebido no gabinete da governadora, mas segundo ele próprio, o assunto foi a movimentação política envolvendo prefeitos. Não se falou da entrevista, segundo o deputado.
A entrevista do deputado estadual Gustavo Carvalho trouxe uma reação também de líderes políticos que não estarão na disputa ao Governo. O presidente estadual do PMDB, deputado federal Henrique Eduardo Alves, definiu como “desastrosa e infeliz” a declaração do parlamentar do PSB. O peemedebista disse que as afirmações de Carvalho em nada “agregam”.
“A não ser que o deputado defenda a candidatura do vice-governador Iberê Ferreira de Souza isolada, sem o apoio de outros partidos. Se todos forem pensar como o deputado defendeu em sua entrevista, vamos rediscutir o processo das candidaturas. O PSB poderá sair com o nome de Iberê; o PMN com o nome do deputado Robinson Faria; o PR com o deputado Joáo Maia.; o PDT com Carlos Eduardo e o PMDB pode lançar seu candidato”, avaliou Henrique Eduardo.
Ele ponderou que o nome de Iberê Ferreira se torna natural para sucessão porque ele estará no cargo de governador na eleição. “Mas isolar o nome do PSB, sem respaldo dos demais partidos, é dizer: o nome é Iberê e ponto final. Não é assim que pretendemos construir a unidade da base”, observou o peemedebista.
Ele ressaltou que é preciso somar “as forças” de Iberê, com as de Robinson Faria, João Maia e do ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo. “Pela sua experiência e competência políticas, o vice-governador Iberê Ferreira de Souza sabe que isso não ajuda à sua candidatura. Tem que somar com Robinson Faria, com João Maia, com Carlos Eduardo e encontrar um caminho comum. E, de forma nenhuma, como pensa o deputado Gustavo Carvalho, cada um por si. Será desastroso”, alertou o líder do PMDB na Câmara Federal.
Ainda na análise do quadro do PSB, Henrique Eduardo avaliou que sozinho o projeto de candidatura peessebista poderá naufragar. “Sozinho o PSB sabe que não dará certo. Não quero agravar a situação, mas acho que o caminho escolhido pelo deputado não é o melhor. O resultado não será bom”, diz Henrique Alves.
Alvo principal da entrevista do deputado estadual Gustavo Carvalho, o vice-governador Iberê Ferreira considerou “naturais” as declarações do parlamentar do PSB. Para ele, o normal é “o deputado de um partido defender o candidato do próprio partido”. “Não foi combinada comigo (a declaração de Gustavo Carvalho). Mas agradeço a Gustavo. Acho absolutamente normal que um deputado do PSB lute e defenda um candidato do seu partido. Da mesma forma que se perguntar a Raimundo Fernandes ou a qualquer deputado do PMN ele vai dizer que o nome (para o Governo) é Robinson Faria”, analisou o vice-governador.
Iberê também disse estar surpreso com a repercussão da entrevista. “Esse é um momento de escolha. Evidente que cada um quer que seu partido tenha um candidato. Não posso admitir que o partido com um candidato dele fique brigando por outro candidato. Confio no bom senso e na maturidade de todos esses (pré-candidatos) para as coisas se acalmarem”, observou Iberê Ferreira. Sobre a possibilidade da entrevista ter aberto fissuras na base aliada, o vice-governador disse que vai “lutar” pela unidade do grupo. “Política se faz com soma. Estou aberto para qualquer conversa, não estou disposto e nem quero partir para aventura. Agora sei que tenho legitimidade de pleitear a candidatura (a governador), sem imposição, sem ansiedade”, completou.
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