quarta-feira, julho 22, 2009

Telefone de general está na lista de interceptados

22/07/2009 - Tribuna do Norte

Publicada às 22h17

Entre as 1.864 interceptações telefônicas que são investigadas pelo Ministério Público Estadual do RN no processo que terá o julgamento retomado hoje no Tribunal de Justiça do RN, há grampos nos telefones de um general, de um procurador do Estado, de uma empresa multinacional, de uma psicóloga e do servidor da Justiça Federal aposentado.
A lista dos números grampeados foi anexada ao processo pelo Ministério Público. No caso que envolveu o general, a escuta foi no telefone pessoal do militar. Na época da interceptação, ele era o Chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Nordeste, sediado em Recife (PE). A interceptação ocorreu em junho de 2005. O militar faleceu, no ano passado, quando estava morando em Fortaleza.
Na lista que o Ministério Público chamou de “interceptações políticas e institucionais”, há também o número do telefone do Deparamento de Estradas de Rodagens (DER) do RN, que foi grampeado em 2006, num período de campanha eleitoral.
Um dos pontos que chamaram atenção dos Ministério Público é que as interceptações foram feitas, mas as transcrições dos diálogos ainda não apareceram. Não havia também inquérito policial instaurado para respaldar os pedidos para os grampos.
O MP listou também grampos que chamou de grampos “empresariais”. Nesta relação, constam o grampo no telefone em nome de uma empresa multinacional do setor petrolífero, a Halliburton. Numa relação com o título “pessoa física” está uma série de nomes de profissionais liberais que foram grampeados, como uma psicóloga de Fortaleza, um servidor aposentado da Justiça Federal, uma enfermeira e uma funcionária da Secretaria de Justiça do RN.
Os grampos identificados até agora foram dos telefones das operadoras Claro e TIM. Ainda faltam os números da OI, que incluem telefones fixos e celulares funcionais do governo do Estado, mas ainda não foram entregues ao Ministério Público.
Hoje, no início da tarde, o Tribunal de Justiça retoma o julgamento da denúncia contra juiz Carlos Adel, que teria autorizado uma essas escutas telefônicas. A ação é referente a instalação de 1.864 grampos , que segundo a denúncia do Ministério Público, foram feitos atropelando os limites da lei. O julgamento começou no dia 15 de julho, quando o desembargador Saraiva Sobrinho, relator do processo que denuncia o juiz Carlos Adel e o delegado Maurílio Pinto, votou a favor do recebimento da denúncia. Depois do anúncio do relator, o desembargador Amilcar Maia, que seria o voto seguinte, pediu vistas no processo, o que acarretou a suspensão da votação, que deve ser retomada de acordo com determinação do TJ. Hoje, Amilcar Maia deve apresentar o voto, com a retomada do julgamento. De acordo com a investigação do Ministério Público, o juiz Carlos Adel autorizou o delegado, Maurílio Pinto de Medeiros, ex-secretário adjunto de Segurança Pública do estado, a fazer 1.864 escutas telefônicas, sem respeitar as regras impostas pela lei que permite a quebra do sigilo telefônico.Entre os grampeados, estão advogados, ex-secretário de segurança pública, jornalistas, empresários, que, segundo o Ministério Público, não respondem a processos na justiça e por isso, não teriam motivos para ter os telefones interceptados, mesmo que fosse dentro da lei.

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