segunda-feira, março 30, 2015

Copiloto da Germanwings fez tratamento contra tendências suicidas


Do G1, em São Paulo
Foto de arquivo mostra Andreas Lubitz, o copiloto do voo 4U9525, correndo na Airportrun, em Hamburgo (Alemanha), em setembro de 2009 (Foto: Michael Mueller/AP)Foto de arquivo mostra Andreas Lubitz, o copiloto do voo 4U9525, correndo na Airportrun, em Hamburgo (Alemanha), em setembro de 2009 (Foto: Michael Mueller/AP)
A promotoria de Düsseldorf, na Alemanha, informou nesta segunda-feira (30) que o copiloto do avião da Germanwings que caiu nos Alpes franceses na semana passada passou por tratamento para tentar conter tendências suicidas no passado.
“Muitos anos atrás, antes de obter sua licença de piloto, o copiloto passou por um longo período de tratamento psicoterápico, com tendências suicidas visiveis”, disse o escritório da promotoria.
Segundo a promotoria, até agora não há sinais de que ele tinha tendências suicidas atualmente, segundo suas recentes idas ao médico.
A promotoria também afirmou que não vai entrar no mérito das especulações sobre os motivos do copiloto Andreas Lubitz, que segundo as autoridades teria derrubado deliberadamente o avião da companhia alemão. Segundo o órgão, não há pistas sobre o que teria motivado a ação do copiloto.
 voo da Germanwings caiu na última terça-feira (24), matando as 150 pessoas a bordo. O voo partiu de Barcelona (Espanha) e ia para Düsseldorf (Alemanha).
Problemas de saúde
Relatos da imprensa internacional apontam problemas enfrentados pelo copiloto que podem ter sido um fator na queda do avião.
Segundo o jornal francês "Le Parisien", Andreas Lubitz, de 27 anos, sofria de transtorno de ansiedade generalizada (TAG).
Os médicos que o atenderam em 2010 aplicaram injeções de olanzapina, que tem efeito antipsicótico, e recomendaram que Lubitz praticasse esportes para recuperar a autoconfiança.
Lubitz também aparentava ter problemas com o sono, para o qual foi recomendado a usar o antidepressivo agomelatina.
A promotoria de Düsseldorf informou nesta sexta-feira (27) que encontrou documentos médicos "que apontam uma doença e o tratamento médico correspondente" na casa de Lubitz, em Düsseldorf, e na de seus pais, na cidade alemã de Montabaur.
O site do jornal alemão "Die Welt" informou na semana passada que agentes da polícia acharam vários remédios para tratar um grave "transtorno psicossomático" no apartamento em Düsseldorf.
Segundo o jornal americano "The New York Times", Lubitz também tinha problemas de visão que poderiam ter colocado em risco seu trabalho.
O copiloto que jogou o Airbus no chão intencionalmente terça-feira passada planejava um grande ato. A informação foi dada por uma comissária de bordo que namorou Andreas Lubitz.
O homem que tinha medo de não conseguir mais voar mantinha segredos dentro de casa. A ex-namorada contou que Andreas Lübitz deixou uma frase no ar: "Vou fazer uma coisa que vai mudar o sistema. O mundo vai conhecer o meu nome".
Em entrevista ao jornal alemão Bild, ela afirma que agora tudo se encaixa. Na opinião da ex-namorada, Andreas se matou porque não conseguiria mais passar em avaliações psicológicas. O sonho de ser capitão da Lufthansa foi substituído por pesadelos constantes.
Maria W, que pediu pra não ser identificada, contou que Andreas acordava com gritos de que um avião iria cair. A comissária de bordo trabalhou na Germanwings com o ex-namorado por cinco meses.
Segundo ela, só de falar em trabalho Andreas se transformava. Ficava irritado, dizia que ganhava mal e tinha medo de ser mandado embora. Maria terminou o namoro com o principal suspeito da tragédia porque era cada vez mais evidente que ele tinha um problema.
A ex-namorada contou que num lugar público, como um aeroporto, Andreas era doce, simpático. E na vida privada demandava muito carinho. Ele assumiu que passava por um tratamento psiquiátrico. Mas ela nunca imaginou que ele se trancaria numa cabine.
Entrincheirado dentro da cabine, Andreas ouvia murros na porta. Pela gravação da caixa-preta, se percebe a evolução da pancada. A imprensa alemã especula que os estrondos poderiam ser do machado que compõe o kit de emergência.
O especialista Luciano Mangoni discorda. "Eu acho sinceramente muito improvável que fosse esse barulho da machadinha, um choque de machadinha, porque a machadinha fica dentro da cabine de comando. Ele não teria acesso, já que ficou preso do lado de fora. Pode ter sido algum material como carrinho de bordo, mas nada como objeto cortando, impactante, seria uma possibilidade remota de ele achar alguma ferramenta assim para tentar abrir a porta”, afirma o piloto.
As investigações avançam e o jornal New York Times traz a informação de que Andreas tinha um problema de vista. Algo que comprometeria a sua carreira. A visão e a mente deturpada teriam feito o copiloto levar a cabo sua promessa. A manobra infame rumo aos alpes franceses.
Citando fontes da polícia alemã, o jornal Bild afirma que o copiloto Andreas Lübitz mantinha, além da comissária de bordo, um relacionamento de vários anos com outra mulher, com a qual vivia no apartamento em Düsseldorf, e da qual teria se separado há pouco tempo.
Aos investigadores essa segunda namorada, não identificada, teria dito, ainda segundo o Bild, que o copiloto se encontrava em "séria crise existencial".

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