sexta-feira, março 06, 2015

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki autorizou a abertura de inquérito para investigar 47 políticos citados em delações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que investiga um esquema de corrupção na Petrobras.
Na lista divulgada pelo Supremo estão 12 senadores e 22 deputados.
Veja o que dizem os citados e a repercussão nos partidos:
– O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse, por meio de nota, que dará "todas as explicações à luz do dia" e que prestará "as informações que a Justiça desejar". "Minhas relações junto ao poder público nunca ultrapassaram os limites institucionais. Jamais mandei, credenciei ou autorizei o deputado Aníbal Gomes, ou qualquer outro, a falar em meu nome, em qualquer lugar. O próprio deputado já negou tal imputação em duas oportunidades."
– A assessoria de imprensa do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), informou que o parlamentar vai esperar a formalização do conteúdo do inquérito para se pronunciar sobre o assunto.
– A senadora e ex-ministra Gleisi Hoffmann (PT-PR) disse ter ficado "triste", mas "tranquila" com a decisão. "A investigação é oportunidade de esclarecimento dos fatos e espero que seja a forma de acabar com o julgamento antecipado. Não conheço e jamais mantive contato com Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef."
– A defesa do senador e ex-ministro Edison Lobão (PMDB) informou que não vai se manifestar porque ainda não tem conhecimento do que há contra o parlamentar.
– A ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney (PMDB) disse ter ficado "perplexa" com a decisão e negou ter ligação com qualquer assunto relacionado às investigações da Operação Lava Jato que envolvem a Petrobras.
– Em nota, o senador e ex-ministro Humberto Costa (PT-PE) disse que soube da decisão com "surpresa" e "indignação". O parlamentar afirmou ainda não ter conhecimento de quaisquer fatos que possam ser atribuídos a ele e ressaltou "a lisura de sua conduta e de sua vida pública". Na nota, Costa disse que há quatro meses deixou à disposição do STF, do Ministério Público e do Senado os sigilos bancário, fiscal e telefônico. "Aberto o inquérito pelo STF, e diante da injusta exposição a que ficará submetido, espero celeridade do processo e confio no seu consequente arquivamento."
– As assessorias do senador Romero Jucá (PMDB) e do deputado Eduardo da Fonte (PP)informaram que os parlamentares só se pronunciarão após terem acesso ao conteúdo dos processos.
– Por meio da assessoria de imprensa, o presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira, informou que só irá se posicionar quando tomar conhecimento oficial dos autos do processo. Ele disse estar “tranquilo” e afirmou que confia no trabalho da Justiça.
– O senador Benedito de Lira (PP) disse ter ficado “surpreso” com a decisão, que não sabe o conteúdo das denúncias contra e que está “tranquilo”.
– A assessoria do senador Antônio Anastasia (PSDB) informou que ele não comentará o assunto enquanto o seu advogado, Maurício Campos, não tomar conhecimento do teor do processo.
– O deputado Sandes Júnior (PP-GO) disse, em nota, estar "surpreso" e "estarrecido" com a decisão do ministro Teori Zavascki. “Repudio qualquer ato de corrupção. [...] Não conheço nem mesmo tenho qualquer contato com o doleiro Alberto Youssef muito menos com o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa", disse.
– Em nota, o deputado Luiz Fernando Faria (PP-MG) disse contestar "veementemente" as "insinuações" de que ele teria participa do esquema investigado na Lava Jato. "Esclarece nunca ter recebido valores ilícitos de quem quer que seja e que sempre pautou sua longa e imaculada vida pública por princípios e limites éticos e somente irá se manifestar, após conhecimento dos pretensos fatos alegados."
– O advogado do deputado Waldir Maranhão (PP-MA), Michel Saliba, disse não ter tido acesso aos autos do processo do STF, pois ainda não houve a digitalização dos documentos. "Não sabemos do que se trata e, como advogado, é muito difícil fazer uma afirmação agora."
– Também responsável pela defesa do ex-deputado João Pizzolatti (PP-SC), Michel Saliba disse que na próxima segunda-feira (9) deverá terá acesso aos autos do processo do cliente.
– Na Espanha, o deputado Jerônimo Goergen (PP-RS) negou envolvimento no esquema investigado na Lava Jato e disse estar "surpreso" com a decisão. Afirmou ainda que a divulgação da decisão repercutiu negativamente na família dele e que retornará ao Brasil.
– Em nota, o deputado José Otávio Germano (PP) disse ter ficado "surpreendido" com a decisão. "Rechaço e lamento, de forma veemente, a inclusão de meu nome no rol de parlamentares relacionados a esta investigação, mas asseguro à sociedade brasileira, e em especial aos cidadãos gaúchos, que não tenho absolutamente nada a ver com quaisquer ilícitos relativos a Petrobras."
– O deputado Vilson Covatti (PP-RS) afirmou estar "surpreso, com indignação e revoltado" com a decisão do ministro Teori Zavascki. "Nunca tive nenhuma reunião e nenhum envolvimento e nunca recebi um centavo de ninguém", afirmou.
– O deputado Vander Loubet (PT-MS) disse ser inocente e garantiu não ter relação com os fatos investigados na Operação Lava Jato. O parlamentar afirmou também que não irá se pronunciar com mais detalhes por não ter tido acesso aos autos do processo no STF. Ele ressaltou estar à disposição da Justiça para prestar esclarecimentos.
– Em nota, o deputado Simão Sessim (PP) disse ter ficado “surpreso” com a decisão do ministroTeori Zavascki. “Constituirei um advogado para acompanhar o processo, com a consciência tranquila, de um homem público que, ao longo dos seus mais de 40 anos de vida pública, nunca teve o seu nome envolvido com irregularidades de qualquer tipo.”
– O ex-deputado Pedro Corrêa cumpre sentença no presídio de Canhotinho (PE) por ter sido condenado no processo do Mensalão do PT. O advogado dele, Marcelo Leal, disse que ainda não conversou com o cliente sobre o assunto e, portanto, não tem como se manifestar.
– O ex-deputado Carlos Magno (PP-RO) disse desconhecer os envolvidos na Operação Lava Jato e estar “surpreso” com a decisão do ministro Teori Zavascki. Segundo ele, as doações recebidas pelo diretório estadual da legenda são legais e declaradas à Justiça.
– O PT divulgou nota na qual afirmou que apoia as investigações e que todas as doações que o partido recebeu são legais. "O partido reafirma ainda sua convicção, manifestada publicamente em seguidas reuniões do Diretório Nacional, de que todos os acusados devem ter direito ao contraditório, à ampla defesa e ao devido processo legal", diz a nota.
– Em nota, o PSDB disse ter recebido a divulgação da lista pelo STF com “serenidade”. O presidente da legenda, senador Aécio Neves, afirmou que a análise dos fatos investigados é “imprescindível” e que o partido tomará as medidas necessárias em relação aos nomes divulgados.
– O presidente nacional do PPS, Roberto Freire, divulgou nota na qual afirmou que o partido analisará quais medidas tomará com relação aos políticos que passarão a ser investigados peloSupremo Tribunal Federal.
– O Partido Progressista (PP) divulgou nota na qual disse não compactuar com atos ilícitos e que confia na apuração da Justiça, “para que a verdade prevaleça nas investigações da Operação Lava Jato.”
– O PP-RS divulgou nota na qual afirmou acompanhar com "entusiasmo" os desdobramentos da Operação Lava Jato. "Enfrentar a corrupção não é apenas um princípio partidário é um dever cívico. [...] Lamentavelmente não é o que ocorre com o atual Governo Federal, nem no plano da moralidade, nem no plano da eficiência dos serviços públicos" 
Após a divulgação dos nomes, a assessoria do STF informou que também serão investigados no tribunal o tesoureiro do PT, João Vaccari, e Fernando Soares, o chamado "Fernando Baiano", apontados nas investigações da Lava Jato como "operadores" do esquema de desvio de dinheiro da Petrobras. Vaccari nega. Baiano disse ter intermediado negócios na Petrobras, mas não em benefício de partidos.

ANIBAL GOMES

deputado federal
PMDB - CE

ROSEANA SARNEY

ex-governadora
PMDB - MA

EDUARDO CUNHA

presidente da Câmara
PMDB - RJ

RENAN CALHEIROS

presidente do Senado
PMDB - AL

VALDIR RAUPP

senador
PMDB - RO

ROMERO JUCÁ

senador
PMDB - RR

EDISON LOBÃO

senador e ex-ministro da Energia
PMDB - MA

ARTHUR LIRA

deputado federal
PP - AL

ROBERTO BRITTO

deputado federal
PP - BA

SANDES JÚNIOR

deputado federal
PP - GO

ROBERTO BALESTRA

deputado federal
PP - GO

WALDIR MARANHÃO

deputado federal
PP - MA

LUIZ FERNANDO FARIA

deputado federal
PP - MG

AGUINALDO RIBEIRO

deputado federal
PP - PB

EDUARDO DA FONTE

deputado federal
PP - PE

DILCEU SPERAFICO

deputado federal
PP - PR

NELSON MEURER

deputado federal
PP - PR

SIMÃO SESSIM

deputado federal
PP - RJ

AFONSO HAMM

deputado federal
PP - RS

LUIS CARLOS HEINZE

deputado federal
PP - RS

RENATO MOLLING

deputado federal
PP - RS

JOSÉ OTÁVIO GERMANO

deputado federal
PP - RS

JERÔNIMO GOERGEN

deputado federal
PP - RS

MISSIONÁRIO JOSÉ OLIMPIO

deputado federal
PP - SP

LAZÁRO BOTELHO

deputado federal
PP - TO

JOÃO LEÃO

ex-deputado
PP - BA

LUIZ ARGÔLO

ex-deputado
PP - BA

JOSÉ LINHARES

ex-deputado
PP - CE

PEDRO HENRY

ex-deputado
PP - MT

PEDRO CÔRREA

ex-deputado
PP - PE

ROBERTO TEIXEIRA

ex-deputado
PP - PE

CARLOS MAGNO

ex-deputado
PP - RO

VILSON COVATTI

ex-deputado
PP - RS

JOÃO PIZZOLATTI

ex-deputado
PP - SC

ALINE CORRÊA

ex-deputado
PP - SP

MÁRIO NEGROMONTE

ex-ministro das Cidades
PP - BA

GLADISON CAMELI

senador
PP - AC

BENEDITO DE LIRA

senador
PP - AL

CIRO NOGUEIRA

senador
PP - PI

ANTÔNIO ANASTASIA

senador
PSDB - MG

VANDER LOUBET

deputado federal
PT - MS

JOSÉ MENTOR

deputado federal
PT - SP

CÂNDIDO VACCAREZZA

ex-deputado
PT - SP

HUMBERTO COSTA

senador
PT - PE

LINDBERGH FARIAS

senador
PT - RJ

GLEISI HOFFMANN

senadora
PT - PR

FERNANDO COLLOR

senador
PTB - AL

JOÃO VACCARI

operador
PT -

FERNANDO BAIANO

operador
SEM PARTIDO -

ALEXANDRE JOSÉ DOS SANTOS

deputado federal
PMDB - RJ

HENRIQUE EDUARDO ALVES

deputado federal
PMDB - RN

AÉCIO NEVES

senador
PSDB - MG

DELCÍDIO AMARAL

senador
PT - MS
 Arquivamentos
Além dos pedidos de abertura de inquérito, o Ministério Público Federal pediu o arquivamento em outros sete casos, entre os quais os dos senadores Aécio Neves (PSDB-MG), candidato derrotado à Presidência da República, e Delcídio Amaral (PT-MS); e dos ex-deputados Alexandre Santos (PMDB-RJ) e Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), ex-presidente da Câmara.
Outros três – os senadores Ciro Nogueira (PP-PI) e Romero Jucá (PMDB-RR) e o deputado e ex-ministro Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) – tiveram parte das suspeitas arquivadas, mas serão alvos de inquérito em relação a outra parte.





Dilma e Palocci
A presidente Dilma Rousseff é citada em um depoimento de delação premiada, mas o procurador-geral informou que não tem competência legal para investigá-la.
No caso do Antonio Palocci, o ministro decidiu, conforme o pedido da Procuradoria Geral, remeter o caso para a primeira instância da Justiça Federal no Paraná.
Em depoimento em delação premiada do doleiro Alberto Youssef, Dilma é citado como suposta beneficiária de contribuições para a campanha eleitoral de 2010. O doleiro afirmou que Palocci teria pedido a ele recursos para a campanha.
21 inquéritos
Conforme a assessoria do STF, os 47 políticos serão investigados em 21 inquéritos instaurados no tribunal. Para o ministro Teori Zavascki, há indícios de ilicitude e não foram verificadas "situações inibidoras do desencadeamento da investigação".

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