Dois Brasis
23/07/2009
Aristides Siqueira
De vez em quando as pessoas que lêem no meu blog meus artigos me sugere algun tema. Fico sempre feliz porque é a confirmação de que ofereço alguma contribuição à sociedade. Alguns me estimulam a escrever sobre política e principalmente para que eu direcione algumas farpas para determinadas situações. Aqui e alí, escrevo alguma coisa interessante da política no Rio Grande do Norte. Hoje o ponto forte é a sucessão de 2010, governo e senado. Obviamente que não estou me eximindo da condição de cidadão e como tal faço valer meus direitos durante os sufrágios que participo desde a volta da democracia.
Faço parte de uma geração que apregoou o fim da ditadura na ocasião morava no do Rio de Janeiro, e vesti junto com milhões de brasileiros a camisa das “Diretas Já”. Fiz política estudantil sob a bandeira dos direitos de igualdade, liberdade e fraternidade tão em voga nas universidades ao som de Geraldo Vandré (“Vem vamos embora que esperar não é saber, quem sabe faz a hora não espera acontecer”) e de Chico Buarque de Holanda (“Apesar de você amanhã há de ser outra dia”).
Saudosismo à parte ando meio desanimado com o espetáculo que se descortina no noticiário.
O mais desagradável e que estou ofendido muito mais pelos meus pares menos privilegiados que por mim mesmo. Eu me considero um brasileiro da classe da exceção. Estudei em bons colégios, conquistei um espaço profissional e materialmente consegui realizar bons sonhos: da casa própria ao carro de qualidade. Possuo condições para pagar um plano de saúde e escola particular para meus filhos e tenho diariamente um bom prato de comida à mesa.
Estou revoltado pelos desmandos e pelo desrespeito que se perpetra contra os mais desafortunados, pessoas que mendigam por um atendimento de saúde, atiradas por corredores de hospitais sem condições de atendimento mínimo, cidadãos eleitores que só tem valor de igualdade aos olhos dos políticos nos dias de eleições em que são abraçados e cumprimentados pelos candidatos.
Estou envergonhado pela lama que se abate a tenra vida de nossos jovens arrebanhados pela criminalidade e prostituição enquanto modelos famosas passeiam à custa do erário público e parentes de políticos se deleitam nos céus do Brasil enquanto cá na terra compatriotas passam fome, frio e sede.
É como se tivéssemos dois Brasis: O Brasil dos pagadores dos impostos e do sofrimento que pertence aos mendigos trabalhadores, pobres e órfãos de padrinhos da dignidade: os otários crédulos. E o outro Brasil, nababesco, gigante pela própria ... que nos arranca o direito de igualdade tão sabiamente contido no Artigo 5° de nossa Constituição: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e a propriedade...”.
As desigualdades são por demais gritantes e se apresentam no que há de mais importante num país que planeja galgar degraus rumo a tornar-se de primeiro mundo: a educação. Na avaliação do Exame do Nacional do Ensino Médio – ENEM das vinte melhores escolas avaliadas, quinze são particulares, sendo que o campeão é o Colégio de São Bento no Rio de Janeiro, cuja mensalidade é de R$ 1.700,00, quase quatro salários-mínimos, com direito a aulas extracurricular de história da arte, espanhol opcional e inglês e francês obrigatórios.
Enquanto esse exemplo de desigualdade é atirado em nossa cara, times de futebol usufruem de passagens aéreas à custa de nossa ignorância e fazem turismo gargalhando dos que morrem a míngua porque afinal, todos vão morrer um dia, ainda que alguns de doenças provenientes do luxo e da riqueza patrocinada por muitos e outros pereçam no trânsito alucinado, das ruas esburacadas e sem sinalização. Temos um presidente que não tem nem estudo, e quando abre a boca o brasileiro sabe muito bem o que sai dela. Um governo de muitos escandalos, Zé Dirceu, Delubio Soares, Zé Genuino, Palloci, Berzoine,Valdebran, Bargas, Expedito Veloso, Gushiken,mensalão, dolar na cueca, e muitos outros. O Ministério Público e a Polícia Federal não deram jeito, e olhe que são dois orgãos dos poucos que passa credibilidade e seriedade para a população, neste Brasil, ah e ainda tem obras superfaturadas e outras coisas. A crise no Congresso Nacional, está muito parecido que a TV Globo tem um interesse especial, pois, soltou a alça do caixão de Michael Jackson e pegou José Sarney pelo pé. Está cansando o brasileiro de tanto ouvir essa guerra de interesse. É este os 2 Brasis.
Peço-lhes permissão para dizer que assim vamos hoje ter vergonha de ser brasileiro.
Faço parte de uma geração que apregoou o fim da ditadura na ocasião morava no do Rio de Janeiro, e vesti junto com milhões de brasileiros a camisa das “Diretas Já”. Fiz política estudantil sob a bandeira dos direitos de igualdade, liberdade e fraternidade tão em voga nas universidades ao som de Geraldo Vandré (“Vem vamos embora que esperar não é saber, quem sabe faz a hora não espera acontecer”) e de Chico Buarque de Holanda (“Apesar de você amanhã há de ser outra dia”).
Saudosismo à parte ando meio desanimado com o espetáculo que se descortina no noticiário.
O mais desagradável e que estou ofendido muito mais pelos meus pares menos privilegiados que por mim mesmo. Eu me considero um brasileiro da classe da exceção. Estudei em bons colégios, conquistei um espaço profissional e materialmente consegui realizar bons sonhos: da casa própria ao carro de qualidade. Possuo condições para pagar um plano de saúde e escola particular para meus filhos e tenho diariamente um bom prato de comida à mesa.
Estou revoltado pelos desmandos e pelo desrespeito que se perpetra contra os mais desafortunados, pessoas que mendigam por um atendimento de saúde, atiradas por corredores de hospitais sem condições de atendimento mínimo, cidadãos eleitores que só tem valor de igualdade aos olhos dos políticos nos dias de eleições em que são abraçados e cumprimentados pelos candidatos.
Estou envergonhado pela lama que se abate a tenra vida de nossos jovens arrebanhados pela criminalidade e prostituição enquanto modelos famosas passeiam à custa do erário público e parentes de políticos se deleitam nos céus do Brasil enquanto cá na terra compatriotas passam fome, frio e sede.
É como se tivéssemos dois Brasis: O Brasil dos pagadores dos impostos e do sofrimento que pertence aos mendigos trabalhadores, pobres e órfãos de padrinhos da dignidade: os otários crédulos. E o outro Brasil, nababesco, gigante pela própria ... que nos arranca o direito de igualdade tão sabiamente contido no Artigo 5° de nossa Constituição: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e a propriedade...”.
As desigualdades são por demais gritantes e se apresentam no que há de mais importante num país que planeja galgar degraus rumo a tornar-se de primeiro mundo: a educação. Na avaliação do Exame do Nacional do Ensino Médio – ENEM das vinte melhores escolas avaliadas, quinze são particulares, sendo que o campeão é o Colégio de São Bento no Rio de Janeiro, cuja mensalidade é de R$ 1.700,00, quase quatro salários-mínimos, com direito a aulas extracurricular de história da arte, espanhol opcional e inglês e francês obrigatórios.
Enquanto esse exemplo de desigualdade é atirado em nossa cara, times de futebol usufruem de passagens aéreas à custa de nossa ignorância e fazem turismo gargalhando dos que morrem a míngua porque afinal, todos vão morrer um dia, ainda que alguns de doenças provenientes do luxo e da riqueza patrocinada por muitos e outros pereçam no trânsito alucinado, das ruas esburacadas e sem sinalização. Temos um presidente que não tem nem estudo, e quando abre a boca o brasileiro sabe muito bem o que sai dela. Um governo de muitos escandalos, Zé Dirceu, Delubio Soares, Zé Genuino, Palloci, Berzoine,Valdebran, Bargas, Expedito Veloso, Gushiken,mensalão, dolar na cueca, e muitos outros. O Ministério Público e a Polícia Federal não deram jeito, e olhe que são dois orgãos dos poucos que passa credibilidade e seriedade para a população, neste Brasil, ah e ainda tem obras superfaturadas e outras coisas. A crise no Congresso Nacional, está muito parecido que a TV Globo tem um interesse especial, pois, soltou a alça do caixão de Michael Jackson e pegou José Sarney pelo pé. Está cansando o brasileiro de tanto ouvir essa guerra de interesse. É este os 2 Brasis.
Peço-lhes permissão para dizer que assim vamos hoje ter vergonha de ser brasileiro.
1 comentários:
Concordo com o artigo " Dois Brasis", retrato fiel do desastroso quadro político, que nos leva a perigosa acomodação, de aceitar por inércia, o inaceitável.
Roberio Pinheiro Maia
Brasília-DF
Postar um comentário