Embora bastante atrasado o publicitário Marcos Valério está questionando a ausência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no processo do mensalão em suas alegações finais, entregues ao Supremo Tribunal Federal (STF) na última sexta-feira. Ele afirma discordar da dimensão dada a seu nome na denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF). "O simples operador do intermediário foi trazido para o papel de figura central", argumenta, citando que era apenas um "desconhecido" e que deram a ele "uma importância desmedida". Dezessete dos 38 denunciados por envolvimento com o mensalão já apresentaram suas alegações finais ao Supremo.A defesa de Valério diz ainda que, segundo a denúncia, ele teria agido sempre sob orientação do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares. No documento de 148 páginas, o advogado Marcelo Leonardo confirma que Valério - que também responde pelos crimes de formação de quadrilha, corrupção ativa e peculato - fez empréstimos bancários a partidos políticos no valor de R$ 55 milhões, sendo todos "reais" e "documentados". Ele nega, porém, a existência do mensalão, classificando-o de "criação mental" da acusação. O advogado pede o afastamento do ministro Joaquim Barbosa da relatoria da ação penal, sob o argumento de que o magistrado tem agido com "veemência e contundência", com pronunciamentos antecipados sobre a acusação de lavagem de dinheiro. "É raríssimo caso de versão acusatória de crime em que o operador do intermediário aparece como a pessoa mais importante da narrativa, ficando mandantes e beneficiários em segundo plano, alguns, inclusive, de fora da imputação, embora mencionados na narrativa, como o próprio ex-presidente Lula", destaca o documento, grafando o nome de Lula com letras maiúsculas. O último a protocolar a defesa foi o ex-ministro da Comunicação Social Luiz Gushiken. No começo de junho, Gushiken foi beneficiado por decisão do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que pediu sua absolvição por falta de provas. Gurgel também pediu que Jacinto Lamas, ex-tesoureiro do Partido Liberal, seja inocentado. Na opinião de analistas políticos a ausencia de Lula é absurda, ele foi o principal mentor e o principal benfifiado do esquema. O mensalão garantiu a Lula sua reeleição e cabeça do Zé Dirceu que assumiu toda culpa sem acusar nimguem. A ele a pena foi a perda do mandato e a cassação dos direitos políticos. Foi um cabra macho? não, não foi ele devia ter levado Lula com ele.
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