domingo, abril 22, 2012

COM SHOW DE FELIPE, VASCO ELIMINA FLA E DECIDE TAÇA RIO COM BOTAFOGO


A CRÔNICA
por GLOBOESPORTE.COM
Foi uma partida emocionante. Flamengo e Vasco testaram o coração dos torcedores com problemas cardíacos, neste domingo, no Engenhão. E, principalmente pelo domínio indiscutível no primeiro tempo, com um time bem mais armado taticamente, mostrando superioridade individual e coletiva, o Vasco saiu vencedor. O triunfo sobre o grande rival, o Flamengo, por 3 a 2, lhe deu a vaga para a final da Taça Rio, segundo turno do Campeonato Carioca.
Com uma atuação impecável de Felipe, autor de grandes jogadas, do gol da virada para 2 a 1 e do terceiro, de pênalti - Eder Luis fez o primeiro, e Vagner Love e Kleberson marcaram os gols rubro-negros -, o time chega à final contra o Botafogo, vitorioso no sábado no confronto diante do Bangu. A decisão será no próximo domingo, e o campeão fará a final do Carioca com o Fluminense, que conquistou a Taça Guanabara.
A derrota encerra o primeiro semestre do Flamengo. Eliminado da Libertadores na primeira fase e sem chance de ganhar o Carioca,  vai ficar 27 dias sem jogar - a estreia no Brasileiro contra o Sport será dia 20 de maio.  O que pode significar várias crises, a começar pela demissão do técnico Joel Santana e o adeus de Ronaldinho Gaúcho. A torcida do Vasco não perdoou. "Eliminado" e "Adeus, Mengo!" eram os gritos no fim da partida, ironizando o rival. A lamentar, o razoável público de 11.911 pagantes - foram 20.067 presentes, com renda de R$ 430.095.
felipe vasco flamengo (Foto: Ivo Gonzalez / Agência O Globo)Felipe faz a diferença no clássico, com dois gols e belos passes (Foto: Ivo Gonzalez / Agência O Globo)
Gol rubro-negro
Nos primeiros 20 minutos, houve um massacre do Vasco como há muito não se via no confronto entre as equipes. Só para se ter uma ideia, foram 16 chutes da equipe cruz-maltina, contra nove do Flamengo. Após a parada técnica, os rubro-negros até conseguiram diminuir a pressão - era 13 a 2 em apenas 20 minutos e terminou em 16 a 9 para os cruz-maltinos.
No começo, no entanto, o torcedor rubro-negro viveu uma ilusão. Mas as aparências enganam, e muito. Aos gritos da torcida vascaína de "elliminado!', numa provocação à saída prematura da Libertadores, o Flamengo iniciou sob a pressão de ver o semestre acabar em abril. Mas viu o mundo sorrir novamente no terceiro minuto de jogo. Num contra-ataque iniciado por Ronaldinho, a bola resvalou em Renato Silva e sobrou para Kleberson lançar pelo alto. Vagner Love, bem colocado, matou no peito e bateu de canhota: 1 a 0, euforia da torcida  rubro-negra.
Mas a partir do gol rubro-negro, o primeiro ato da partida acabou. Teve início o segundo, com um gigantesco predomínio vascaíno. Logo no minuto seguinte, o Vasco deu o troco. Após ótimo passe de Diego Souza, Eder Luis invadiu a área e tocou na saída do goleiro Felipe. Antes de a bola entrar, um milagre: Junior Cesar conseguiu se antecipar e salvar, de perna direita, jogando para escanteio, quase em cima da linha.
Massacre do Vasco
O Vasco se agigantou. No meio-campo, Rômulo, Felipe Bastos, Felipe e Diego Souza pareciam leões em campo. Com marcação forte, ganhavam todas as jogadas e iniciavam com velocidade o ataque. O bombardeio era praticamente de minuto a minuto: continuou com falta cobrada por Felpe Bastos para Rodolfo desperdiçar nova chance, batendo para fora aos nove. Ainda na sequência, Felipe Bastos mandou uma bomba que o goleiro rubro-negro espalmou, e depois cobrou falta para Renato Silva mandar de cabeça na trave, aos 10
Se o meio-campo do Vasco seguia compacto, com bom auxílio dos laterais, principalmente Fágner -  que desperdiçou nova oportunidade aos 12 -,  e a sintonia de Eder Luís e Alecsandro no ataque, o do Flamengo deixava a marcação frouxa. Muralha, a surpresa de Joel Santana no início do jogo - o treinador anunciara Rômulo mas mudou de ideia momentos antes da partida -, fazia sua pior partida no Flamengo. Luiz Antônio parecia também sentir a pressão de jogo decisivo. Kleberson tentava, sozinho, livrar o time do sufoco, já que Ronaldinho nada acertava. 
Do lado vascaíno, as estrelas subiam de produção. E foi dos pés de Felipe que saiu o gol de empate. Aos 13 minutos, o camisa 6 bateu de canhota, de fora da área. O xará, Felipe, o goleiro, bateu roupa. Eder Luis chegou e tocou para as redes. O gol fazia justiça. No minuto seguinte, por pouco o meia não repetiu a dose.
A nova chance desperdiçada por Eder Luis aos 18 foi a última do Vasco antes da parada técnica. O Flamengo até melhorou um pouco o posicionamento. Mas com Junior Cesar e Léo Moura apáticos no apoio ao ataque e lentos na defesa,  restava ao time um Kleberson intenso e um Love sem boa ajuda de Deivid mas sempre perigoso - ele já havia desperdiçado  boa chance.
O time rubro-negro melhorou pouca coisa. Luiz Antônio e Welinton assustaram Fernando Prass. Em boa jogada iniciada por Kleberson, Ronaldinho, aos 39, quase marcou o segundo. Mas ficou aí a tentativa de reação rubro-negra. Do outro lado, Felipe estava inspirado. Tudo bem que contou com a colaboração de Junior Cesar. O lateral afastou mal de cabeça uma bola. Parou no pé do camisa 6 na entrada da área. O craque bateu de canhota. A bola ainda tocou na trave esquerda antes de entrar: era a virada vascaína, aos 40 minutos.
Mais emoção
O Flamengo até tentou uma reação. Kleberson, sempre ele, em passe de Vagner Love, quase empatou aos 43 - a bola desviou em Renato Silva -, dando uma esperança aos rubro-negros no segundo tempo. Mas, já com Bottinelli no lugar de Muralha, o Flamengo levou um duro golpe no primeiro minuto da segunda etapa. Num lance duvidoso, o árbitro Marcelo de Lima Henrique marcou pênalti do goleiro Felipe em Alecsandro, quando o atacante tentava driblá-lo. O arqueiro levou o cartão amarelo e depois viu o xará, destaque da partida, botar a bola de um lado e ele do outro, aos 2 minutos, ampliando a vantagem para 3 a 1.
Apesar do terceiro gol sofrido, o Flamengo não se abateu. Àquela altura, o meio-campo já equilibrava a partida, ainda que a zaga deixasse a torcida de cabelos em pé. Mas, aos 7 minutos, Kleberson soltou uma bomba de fora da área, no ângulo, que surpreendeu Fernando Prass, mal colocado, e diminuiu o placar. A equipe voltava a ter esperança. Dois minutos depois, em centro de Léo Moura, um pouco melhor na partida, Ronaldinho esticou a perna mas não alcançou a bola, perdendo a chance do empate.
A partida continuava emocionante. Kleberson, de cabeça, obrigou Prass a boa defesa. O Vasco começava a perder a força no meio-campo. O técnico Cristóvão trocou Alecsandro por Nilton. Pouco depois, tirou Fellipe, destaque do time, para pôr Carlos Alberto. O camisa 6 saiu insatisfeito. Joel também mexeu: sacou Luiz Antônio e, curiosamente, Kleberson, destaque da equipe rubro-negra, para lançar Renato Abreu e Negueba.
A partida caiu de rendimento. Já cansado, o Flamengo tentava chegar ao empate. Love e Ronaldinho, este mais aberto pela esquerda e menos apagado, tentavam resolver, mas esbarravam nos erros já de muito antes da partida deste domingo. A falta de fôlego dos principais jogadores era visível.
Do lado do Vasco, Diego Souza também dava sinais de cansaço. A equipe tentava, nos contra-ataques, ampliar. Mas nem um nem outro time balançaram mais as redes. No entanto, ninguém no estádio podia sair reclamando de falta de emoção. E o torcedor cruz-maltino vai fazer a festa por um longo tempo. Afinal, nada melhor do que passar para a decisão e agravar a crise do grande rival.

0 comentários:

Postar um comentário

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More

 
Powered by Blogger