Brasília – A Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado prepara para esta terça-feira uma reunião extraordinária que vai analisar as denúncias de espionagem, pelos Estados Unidos, a cidadãos brasileiros. Também será analisado o funcionamento em Brasília, até 2002, de uma estação da Agência de Segurança Nacional (NSA). O presidente da comissão, Ricardo Ferraço (PMDB-ES), disse à Agência Brasil que pretende chamar autoridades brasileiras e o embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, para esclarecerem o assunto.
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Ferraço disse que devem ser ouvidos os ministros Antonio Patriota, das Relações Exteriores; Celso Amorim, da Defesa; Paulo Bernardo, das Comunicações; e José Elito Carvalho Siqueira, Gabinete de Segurança Institucional (GSI); além do embaixador norte-americano. “Temos que verificar a veracidade das informações que vieram à tona. Se confirmadas, é tudo gravíssimo”, disse à Agência Brasil.
Informações, publicadas pelo jornal O Globo, dizem que houve um escritório da NSA, em Brasília, que atuava em conjunto com a Agência de Inteligência dos Estados Unidos (CIA). Ontem, vieram à tona as informações que contatos eletrônicos e telefônicos de seus cidadãos estariam sendo monitorados pelos norte-americanos.
No Congresso, os parlamentares reagiram às denúncias e querem providências. “Queremos saber especialmente do chefe da Abin [Wilson Trezza] que absurdo é esse de ter uma base estrangeira a poucos quilômetros da capital do país, espionando, e o nosso governo não ter conhecimento de nada”, disse o líder do PSOL do Senado, Randolfe Rodrigues (AP).
Patriota admitiu que recebeu com “grave preocupação” as informações que contatos eletrônicos e telefônicos de seus cidadãos estariam sendo monitorados. O ministro disse que o governo brasileiro lançará iniciativas na Organização das Nações Unidas (ONU) pelo estabelecimento de normas claras de comportamento para os países, quanto à privacidade das comunicações dos cidadãos e a preservação da soberania dos demais Estados.
O Itamaraty pretende, ainda, pedir à União Internacional de Telecomunicações (UIT), em Genebra, na Suíça, o aperfeiçoamento de regras multilaterais sobre segurança das telecomunicações. As informações sobre espionagem a cidadãos brasileiros vieram à tona há três meses da primeira visita de Estado da presidenta Dilma Rousseff aos Estados Unidos.
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