quinta-feira, julho 04, 2013

Egito empossa Mansour como líder interino após queda de Mursi

O GLOBO (EMAIL·FACEBOOK·TWITTER)
COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
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Adly Mansour assume o governo interino do Egito em cerimônia transmitida pela televisão estatal egípcia
Foto: AP
Adly Mansour assume o governo interino do Egito em cerimônia transmitida pela televisão estatal egípcia AP
CAIRO - O chefe da Suprema Corte Constitucional do Egito, Adly Mansour, prestou juramento nesta quinta-feira como presidente interino, em substituição ao islâmico Mohamed Mursi, que foi derrubado pelo Exército no dia anterior e está sob custódia militar. Em discurso transmitido ao vivo por cadeia nacional, Mansour prometeu novas eleições legislativas e presidenciais, mas não especificou uma data. Apesar da ofensiva contra a Irmandade Muçulmana - dois líderes do grupo foram detidos após o discurso de posse -, o presidente garantiu que não excluirá os islamistas do processo de reconstrução do país. Mansour exaltou o papel do Exército e disse que o Egito havia “corrigido o caminho de sua gloriosa revolução” por meio de protestos em massa exigindo a renúncia de Mursi, que finalmente selou o seu destino.
- O grupo Irmandade Muçulmana faz parte do povo e está convidado a participar do processo de reconstrução da nação já que ninguém será excluído. Se atenderam ao convite, serão bem-vindos.
Mansour, de 67 anos, elogiou os meios de comunicação egípcios por “iluminar a estrada da nação e descobrir as falhas do antigo regime”. Ele fez ainda uma homenagem à juventude e às forças revolucionárias que participaram do “glorioso 30 de junho”, em referência ao dia em que milhões de pessoas saíram às ruas para pedir a queda de Mursi.
De acordo com o decreto militar, Mansour será líder interino até que seja eleito um novo mandatário. Enquanto isso, segundo a agência AFP, o presidente deposto está sob o poder dos militares no edifício do Ministério da Defesa e o resto de sua equipe encontra-se em outras instalações do Exército na capital.
O “Al-Ahram” afirmara na quarta-feira que foram expedidas ordens de prisão para 300 membros da Irmandade Muçulmana, com o objetivo de tirar a força do grupo. Poucas horas depois do juramento de Mansour, o procurador-geral ordenou a detenção do líder da organização islâmica, Mohamed Badi, e a do seu tenente, Khairat Shater.
Manifestantes acusaram Mursi e a Irmandade Muçulmana de implementar uma agenda islâmica no Egito e de não conseguir resolver os problemas econômicos do país. Cerca de 50 pessoas morreram desde o início da onda de protestos no domingo, sendo dez mortos e mais de 481 feridos após a queda de Mursi, de acordo com o ministro da Saúde, Mohamed Mustafa Hamed.
Mansour era vice-presidente do órgão judiciário e foi promovido em maio desse ano, após o ex-presidente Maher el-Beheiry se aposentar. Sua posse ocorreu no dia 1° de junho, cerca de um mês antes de ser anunciado como presidente interino.
Nascido em 1945, ele foi nomeado para o tribunal em 1992. A Irmandade Muçulmana e a Corte se enfrentaram várias vezes durante as tentativas de Mursi de atingir seus objetivos por uma mudança constitucional. O partido islâmico considerava o tribunal como um inimigo, lançando algumas vezes críticas contra seus membros.
Militares derrubam 1º presidente eleito democraticamente no país
O chefe do Conselho Supremo das Forças Armadas (Scaf), Abdel Fatah al-Sissi, anunciou na quarta-feira a derrubada do presidente Mohamed Mursi, o primeiro chefe de Estado eleito democraticamente no país, há apenas um ano. Os militares suspenderam a Constituição e anunciaram um governo tecnocrata interino, sob o comando de Mansour, até a realização de novas eleições.
O presidente dos EUA, Barack Obama, demonstrou profunda preocupação com o futuro do país, um importante aliado no Oriente Médio. O democrata - que elogiou Mursi quando o então presidente egípcio foi mediador de um cessar-fogo entre o Hamas e Israel - pediu que departamentos e agências envolvidas com o Egito analisem as implicações do golpe e assistência americana ao governo aliado. Obama também fez um apelo para que os militares egípcios devolvam o mais rápido possível o poder ao um governo civil.
A revolta no Egito vem depois de dias de manifestações em massa contra o presidente islâmico. O Exército afirmara que Mursi não havia conseguido cumprir as demandas do povo e deu um ultimato de 48 horas para o presidente resolver a crise política do país, que acabou na quarta-feira.

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