Brasília -  A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu nesta terça-feira proibir o uso de aditivos como mentol e cravo nos cigarros vendidos no Brasil. O açúcar foi mantido porque é utilizado no processo de secagem das folhas de tabaco. A medida também impede a importação de produtos do tipo.
Anvisa decidiu manter o açúcar por ser usado na secagem das folhas de tabaco | Foto: Divulgação
Anvisa decidiu manter o açúcar por ser usado na secagem das folhas de tabaco | Foto: Divulgação
A decisão foi unânime após quase um ano de discussão sobre o tema. Os fabricantes terão até 18 meses a partir da publicação da norma para retirar do mercado nacional todos os cigarros com sabor. No caso de outros derivados de tabaco, como fumos para cachimbos, serão 24 meses. O objetivo da medida, segundo a Anvisa, é reduzir o número de novos fumantes.
“Nossa ação terá um impacto direto na redução da iniciação de novos fumantes, já que esses aditivos tem como objetivo principal tornar os produtos derivados do tabaco mais atrativos para crianças e adolescentes”, afirmou Agenor Álvares, diretor da Anvisa.
“Todas as evidências científicas que existem hoje no Brasil e no mundo inteiro são claras ao afirmar que restringindo o uso de aditivos restringe a iniciação de novos fumantes. Essa é uma estratégia da indústria fazer um cigarro que seja palatável tanto no gosto quanto no aroma para iniciação, principalmente, para jovens e adolescentes", completou.
De acordo com a representante da Aliança de Controle do Tabagismo Paula Johns, o cravo e o mentol são os principais aditivos utilizados nos produtos derivados do tabaco para conquistar novos fumantes. “A maioria dos jovens, cerca de 60%, experimentam cigarros com sabor. O cravo e o mentol são os principais aditivos consumidos pelos jovens”, disse Paula.
Substâncias que conferem sabor doce e que potencializam a ação da nicotina no organismo também não serão mais permitidas.
Charutos e cigarrilhas
Outra novidade é a proibição da utilização, nas embalagens de charutos, cigarrilhas, fumos para cachimbo e outros produtos derivados do tabaco de qualquer expressão que possa induzir o consumidor a uma interpretação equivocada quanto aos teores contidos em todos os produtos fumígenos. É o caso de termos como: ultra baixo(s) teor(es), baixo(s) teor(es), suave, light, soft, leve, teor(es), entre outros. Essas expressões eram proibidas apenas nas embalagens de cigarro desde 2001.
Mais cedo, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, esteve reunido com toda a diretoria da Anvisa e reiterou que o Ministério da Saúde daria todo o apoio à decisão que fosse tomada, respeitando sua autonomia técnica como agência reguladora do setor.
As informações são do IG