Fumante, recebia constantemente o apelo dos médicos pedindo para ele parar de fumar. Além de diabético era também cardíaco. Para viver mais era preciso deixar o veneno do cigarro, que mata aos poucos e mata pessoas queridas como era o amigo Paulão.
Milhares de pessoas foram à Câmara Municipal, na manhã desta quarta-feira (21), prestar a última homenagem ao vereador Paulo Barbosa, o "Paulão", que morreu ontem à noite, vítima de um ataque cardíaco fulminante. O enterro será às 16h no cemitério público de Parnamirim.
Paulão deixou a Câmara no início da noite. Foi para casa, jantou e estava assistindo a um programa religioso na televisão quando sentiu um mal-estar. Diabético, pediu à filha que lhe aplicasse uma injeção de insulina, como fazia regularmente. Logo depois os familiares perceberam que os pés estavam ficando roxo, que ele tinha dificuldades para respirar. O vereador foi levado às pressas para o Hospital Regional Deoclécio Marques, onde os médicos nada puderam fazer.
Mesmo estando no quarto mandato seguido, Paulão era um homem simples. Morava numa casa de conjunto na Cohabinal, perto da Câmara. Não gostava de luxo. Não era homem de discursos. Gostava de atuar nos bastidores.
"Paulão era uma unanimidade", disse o presidente da Câmara, Rosano Taveira. "Era um homem que gostava de ouvir as pessoas e depois tirar suas conclusões. Uma pessoa muito doce. Nos recebeu muito bem. E sempre me sugeria ponderação", lembrou a vereadora Walkíria Fonseca, que está no primeiro mandato.
"Era um vereador do povo, identificado com Parnamirim. Homem simples, humilde e bastante sensível às causas populares. Atuava como parlamentar de forma discreta, porém, sempre atendendo às demandas da comunidade", afirmou a vereador Elienai Cartaxo que, a exemplo de Walkíria, também está no primeiro mandato.
O ex-vereador Antônio Batista Barros, que conviveu com Paulão em três legislaturas, definiu o colega como um homem de posições políticas definidas. "Não era parlamentar de freqüentar a tribuna, mas fazia um importante trabalho de bastidores".
O prefeito Mauricio Marques, que decretou luto oficial de três dias e cancelou os compromissos previstos para esta quarta-feira, lamentou a morte de Paulo Barbosa, lembrando que ele foi um verdadeiro representante do povo de Parnamirim. Eleito pelo PSB, partido que apoiou a candidatura de oposição em 2008, Paulão assumiu uma postura de independência na Câmara, mas nunca deixou de aprovar os projetos de interesse da cidade. Este ano, ele passou a fazer parte da bancada aliada. "Ele estava alegre. Brincou com todo mundo depois da sessão. A notícia da morte dele foi um choque para todos nós", informou Rosano Taveira.
O presidente da Câmara disse hoje que está enviando um ofício à Justiça Eleitoral de Parnamirim fazendo uma consulta sobre o suplente. É uma medida protocolar porque o suplente tanto do partido quanto da coligação é o ex-vereador Ricardo Gurgel.
Nascido em Parnamirim quando a cidade ainda não era emancipada politicamente, Paulo trabalhou como taifeiro na Base Aérea de Natal. Tinha 61 anos, três filhos e estava no quarto mandato. Foi o mais votado nas eleições de 2008.
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